João 11.55-12.11
Os
últimos dias do Senhor na terra poderiam ser descritos como “o ministério de
Cristo em Jerusalém”. Antes disso, Jesus nunca havia passado tanto tempo (até
onde sabemos) nem havia gasto tanta energia nessa cidade. Esse foi Seu último
esforço concentrado para conduzir Jerusalém, e seus líderes e por meio deles
toda a nação, de volta ao plano de Deus para Israel. Infelizmente, esse foi um período
de oportunidades perdidas.
João
fez um prefácio aos “oito dias que mudaram o mundo”. Primeiramente, ele
salientou que “estava próxima a Páscoa dos judeus” (João 11:55a).
A
Páscoa comemorava a libertação dos israelitas do cativeiro egípcio, quando
foram instruídos a passar o sangue de um cordeiro nos batentes de suas portas
(Êxodo 12:1–28). Durante as festividades da Páscoa, o cordeiro pascal era morto
assim como fizeram os israelitas no início do êxodo à Terra Prometida.
Não
havia momento mais propício para o sacrifício do “Cordeiro de Deus” “sem
defeito e sem mácula” (João 1:29; 1 Pedro 1:19). João observou a seguir que
“muitos daquela região subiram para Jerusalém antes da Páscoa, para se
purificarem” (João 11:55b). A purificação cerimonial era necessária antes de
ocasiões espirituais (veja Êxodo 19:10, 11), incluindo a festa da Páscoa (veja 2
Crônicas 30:13–20, especialmente v. 17). Os que estivessem cerimonialmente
impuros não tinham permissão de comer a Páscoa (veja João 18:28). Como grandes
multidões afluíam para Jerusalém por causa da festa, os rituais de purificação
podiam levar dias. Os viajantes que tinham condições chegavam antes para
garantir que estivessem aptos a participar da festa. As “multidões” eram
compostas de peregrinos que haviam chegado uma semana ou mais antes da festa
propriamente dita.
Segundo
João, os primeiros viajantes a chegar “procuravam Jesus e, estando eles no
templo, diziam uns aos outros: Que vos parece? Não virá ele à festa?” (João
11:56). A ressurreição de Lázaro, ocorrida várias semanas antes e sucedida pela
decisão dos líderes oficiais de matar Jesus (João 11:1–53), desencadeou uma agitação
febril (veja João 12:9, 17–19). “Ora, os principais sacerdotes e os fariseus tinham
dado ordem para, se alguém soubesse onde ele estava, denunciá-lo, a fim de o
prenderem” (João 11:57). As pessoas almejavam ver Jesus, mas diante do perigo,
pensavam que Ele não ousaria comparecer à festa. Por isso João esboçou a
situação explosiva que aguardava Jesus enquanto Ele caminhava os últimos
quilômetros saindo de Jericó.
Jesus
chegou a Betânia “seis dias antes da Páscoa”, segundo João 12:1. Betânia, que
“distava cerca de três quilômetros de Jerusalém” (João 11:18; NVI), era onde
moravam Maria, Marta e Lázaro (João 11:1). Ali Cristo ressuscitara Lázaro pouco
tempo atrás (João 11:2–46; 12:1). Ele deve ter chegado a Betânia na sexta-feira,
perto do pôr-do-sol.
Presumimos
que Jesus passou o sábado judaico calmamente, visitando Seus amigos e talvez
participando das reuniões na sinagoga local. A seguir, após o fim do sábado
judaico e no começo do primeiro dia da semana judaica, “deram-lhe, pois, ali, uma
ceia” (João 12:2a). A ceia foi na “casa de Simão” (Mateus 26:6; Marcos 14:3),
provavelmente um ex-leproso curado pelo Senhor. Era um jantar em homenagem a
Jesus e Lázaro (João 12:2b, 9). Jantar oferecido por Simão, Lazaro, Maria,
Marta e possivelmente outros amigos da cidade. Este jantar e o que nele
aconteceu está registrado, além de João, em Marcos 14.3-9 e Mateus 26.6-13.
De
repente, no meio do jantar, Maria toma um vidro de perfume e o derrama sobre
Jesus – v.3 – Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso,
ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa
com o perfume do bálsamo.
Não
faltaram críticas a essa ação de Maria, por parte dos que estavam ali e
principalmente de um dos discípulos, Judas Iscariotes, que disse: Por que não se vendeu este perfume por
trezentos denários e não se deu aos pobres? (v.5)
Mas
a resposta de Jesus aos comentários e críticas à Maria foi o seguinte: Jesus, entretanto, disse: Deixa-a! Que ela
guarde isto para o dia em que me embalsamarem; porque os pobres, sempre os
tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes. (vv.7, 8) A passagem paralela de Marcos 14.6-9 narra a resposta de Jesus do seguinte modo: Mas Jesus disse: Deixai-a; por que a
molestais? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os
tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem
sempre me tendes. Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura.
Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também
contado o que ela fez, para memória sua.
Espalhou-se
a notícia de que Jesus e Lázaro estavam ali, e multidões chegavam de Jerusalém,
ansiosas por vê-los (João 12:9). Era uma oportunidade para ver uma testemunha
viva do poder de Cristo. Por conta disso, “muitos dos judeus… voltavam crendo
em Jesus” (João 12:11).
Até
os líderes judeus poderiam ter sido persuadidos, mas, o que ateou as chamas da
popularidade também alimentou as chamas do ódio. A inveja insana do Sinédrio
fica evidente na decisão que eles tomaram a seguir: “Mas os principais
sacerdotes resolveram matar também Lázaro; porque muitos dos judeus… voltavam crendo
em Jesus” (João 12:10, 11). Lázaro não cometeu nenhum crime senão estar vivo
quando deveria jazer num túmulo, mas eles viam Lázaro como uma ameaça, por isso
ele tinha de morrer.
Algumas
observações importantes podemos fazer aqui em relação a essa atitude de Maria –
a unção dos pés de Jesus:
1ª) Observação: Foi um ato espontâneo e
voluntário – ungir os pés de Jesus foi uma expressão voluntária de reconhecimento de
quem Ele era e o que fez!
2ª) Observação: Foi um ato de
excelência – Ela deu o melhor para
Jesus. Nosso Deus merece o melhor de nós, o nosso excelente! Ilustração – O relógio de ouro puro e os cabelos lindos e caríssimos...
3ª) Observação: Foi um ato de amor
sacrificial – não devemos dar a Deus/Jesus o que não nos custa nada, ou as sobras!
4ª) Observação: Foi um ato
oportuno – Era a última vez que Jesus estaria ali, e Maria aproveitou a
oportunidade. Não devemos adiar o que temos que fazer para Deus, devemos
aproveitar as oportunidades. Ilustração –
O homem que não tratou bem sua mulher a vida
toda e não teve a oportunidade de dizer quanto a amava, pois ela morreu
antes...
Concluindo
Hoje quero concluir com três perguntas para sua
reflexão essa semana:
1ª) Com o que nos indignamos no uso
dos recursos no reino de Deus?
2ª) O nosso discurso cristão
(religioso) corresponde como as nossas reais intenções?
3ª) Pelo seremos lembrados no
futuro? Pelo que você será lembrado no futuro?
Pr. Walter Almeida Jr.
IPB Bethel – Limeira – 08/09/13
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