domingo, 8 de dezembro de 2013

Os relacionamentos do cristão: com Deus e com o próximo (1)

Mateus 5-7 (5.1, 2)

Em nosso estudo anterior, vimos que:

ð O Sermão do Monte é um autêntico pronunciamento de Jesus. Seu conteúdo é relevante para o mundo moderno e seus padrões foram estabelecidos para serem cumpridos pelos cidadãos do Reino, aqueles que passaram pelo novo nascimento e fazem parte da família de Deus.[1]

ð Que o valor e a autoridade do Sermão do Monte está no Mestre que o proferiu. Ele é mais importante que o seu próprio ensino e que precisamos tomar consciência disso e aceitar e praticar os Seus ensinos.

ð Que na sua introdução em Mateus 5.1, 2, temos a identidade e a personalidade do Mestre Jesus, a identificação de seus ouvintes primários e a sua pedagogia.

Terminamos com a seguinte afirmação: “Façamos do padrão de Jesus o nosso padrão de vida. Falemos a Palavra com autoridade. Tenhamos um caráter integro: Amemos mesmo quando não esperamos receber amor, façamos o bem sem esperar recompensas. Tenhamos como objetivo supremo da nossa vida fazer a vontade do Pai, obedecer à Sua Palavra, obedecer aos Seus ensinamentos”.[2]

Hoje, vamos estudar Mateus 5.3-12. O texto fala das bem-aventuranças. A palavra bem-aventurados aparece nove vezes nesse texto e chamou muita a atenção dos ouvintes primários e a nossa também. Isso por uma razão especial:

ð O significado do termo grego usado makarios, é maior do que o português em uma só palavra possa expressar. O termo descreve aquela alegria ou felicidade interior, independentemente das coisas externas da vida. É do tipo abundante, igual à vida que Jesus dá aquele que o recebe como Senhor e Salvador de sua vida. É um tipo de alegria/felicidade teimosa, aparentemente arrogante, não científica, baseada na fé a não na instabilidade das circunstâncias de tempo e lugar, comprometida mais com a saúde da alma do que com o bem estar físico. Esta alegria/felicidade é resistente e durável e um exemplo bíblico dela, pode ser visto na oração do profeta Habacuque 3.17-19: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente”.

Há quatro verdades que a Bíblia ensina sobre as bem-aventuranças:

ð PrimeiraBem-aventurança é algo que somente Deus pode dar – Sl 144.15;

ð SegundaBem-aventurança é um estado que Deus deseja que seu povo desfrute – Gn 1.27, 28; Nm 6.24-26;

ð TerceiraBem-aventurança não depende das circunstancias da vida – Fp 4.10, 11; 2Co 7.4; 12.10;

ð QuartaBem-aventurança está relacionada à obediência a Palavra de Deus – Lc 11.27, 28; Sl 1.1.

Observando o texto, é interessante notar que a primeira bem-aventurança e a última fazem a mesma promessa – “porque deles é o reino dos céus” – Mt 5.3, 10. Sobre esse reino prometido por Jesus, temos quatro fatos a considerar:

ð PrimeiroEle é um reino eterno;

ð Segundo Ele é um reino espiritual;

ð TerceiroEle é um reino contemporâneo;

ð QuartoEle é um reino dinâmico.

Pois bem, vamos agora considerar as bem-aventuranças em dois pontos: 1º) As primeiras quatro, tratam do relacionamento do cristão com Deus; e 2º) As últimas quatro, do relacionamento do cristão com o seu próximo.

I. O relacionamento do cristão com Deus – 5.3-6

Um relacionamento saudável com Deus está indispensavelmente ligado ao reconhecimento e a convicção de pecado, a confissão e a contrição por causa deles, o autocontrole pelo perdão e a presença de Deus e um viver agradável a Ele pela pratica da sua justiça.

1. v.3Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus...

A palavra pobre ou humilde descreve uma pessoa que não tem absolutamente nada. O termo grego fala de alguém desprovido de qualquer riqueza material. Mas, Jesus falou pobres de espirito, isto é, alguém que é absolutamente dependente da graça de Deus.

Essa bem-aventurança ensina duas verdades:

a. Primeira verdade – o reconhecimento e convicção da natureza pecaminosa humana. A profunda humildade de reconhecer que afastado da graça de Deus não há esperança, e de viver na inteira dependência divina. O verdadeiro crente tem a necessidade de reconhecer sua pobreza espiritual diariamente.

b. Segunda verdade – o reino dos céus pertence a aqueles que são pobres de espírito. Se não houver da parte do cristão o reconhecimento da sua pobreza espiritual, nem ao menos ele poderá ser chamado de cristão, como não haverá o recebimento do reino dos céus.

2. v.4Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados...

A palavra chorar usada aqui, na língua grega, é muito forte e tem o peso do lamento pela perda de um parente querido. Ao usar essa palavra, o evangelista, queria que entendêssemos que o choro a que Jesus se referia tinha dois sentidos:

a. Primeiro sentido – o que deve nos levar as lagrimas é o arrependimento pelos nossos próprios pecados – 2Co 7.10. Esse choro de arrependimento leva naturalmente a confissão – 1Jo 1.9-2.2.

b. Segundo sentido – é que deve haver por parte do cristão uma tristeza profunda por causa dos pecados dos outros, isto é, dos seus irmãos, da Igreja e da sua nação – Lc 19.41.

Aqueles cristãos que choram assim pelos seus pecados e os confessam a Deus, recebem a recompensa da consolação, isto é, o perdão!

Há uma ligação entre as duas primeiras bem-aventuranças. Observe: Ser pobre de espírito é sentir a convicção de pecado ou de pecados e chorar é arrepender-se dos seus pecados e confessa-los a Deus.

3. v.5Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra...

A palavra manso, aqui usada, é a tradução de um termo grego que descreve um animal que foi domesticado e treinado a obedecer ao comando do seu mestre. Assim, entendemos que é o oposto de estar fora de controle. Então, alguém manso é uma pessoa que demonstra autocontrole. O adjetivo grego praüs também significa gentil, humilde, aten­cioso, cortês e, portanto, o que exerce autocontrole, sem o qual estas qualidades seriam impossíveis.

Creio que a mansidão é fruto do refrigério que o cristão recebe pelo perdão dos seus pecados, da presença do Espírito Santo na sua vida e do aprendizado diário com Jesus – Atos 3.19; Gl 5.22; Mt 11.29.

4. v.6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos...

Comida e água são necessidades básicas, e aqui, Jesus, está dizendo que um cristão precisa de justiça da mesma forma que precisa de comida e água. Isto quer dizer que a vida espiritual depende de justiça assim como nossa vida física depende de comida e água.

Os termos gregos traduzidos por fome e sede, falam de um desejo muito forte, uma intensa busca, uma força apaixonada que vem de dentro da pessoa, uma ambição espiritual. Não há nada de errado com a ambição e a paixão, um impulso resoluto ou um grande desejo quando este sentimento se concentra na coisa certa. E a coisa certa aqui é a justiça de Deus.

A justiça na Bíblia é tem pelos menos três aspectos: aspecto legal, aspecto moral e aspecto social.

ð Aspecto Legal – é o que entendemos por justificação, isto é, o que nos dá um relacionamento correto com Deus – Rm 5.1.

ð Aspecto Moral – é a justiça interior de coração, mente e motivação que é fruto da justificação realizada por Deus no pecador – Rm 1.17; 6.19; Fp 1.11; 2Tm 2.22.

ð Aspecto Social – é a justiça que busca a libertação dos oprimidos e a promoção dos direitos humanos – Cl 4.1; Rm 5.20; Tg 2.1-13; Mas aqui precisamos de equilíbrio, pois Jesus disse: “Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes”. (Mc 14.7) A questão da justiça social começa com a busca dos valores do reino de Deus – “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt 6.33).

Lutero disse: É preciso ter uma fome e sede de justiça que jamais possam ser reprimidas, ou sustadas, ou saciadas, que não procurem nada e não se importem com nada a não ser com a realização e a manutenção do que é justo, desprezando tudo o que possa impedir a sua consecução. Se você não puder tornar o mundo completamente piedoso, então faça o que você puder.

Pr. Walter Almeida Jr.
Limeira, 08/12/13



[1] Stott, John R. W. Contracultura Cristã, A mensagem do Sermão do Monte, ABU Editora, 1981, p. 11.
[2] Oliveira, Profa. Odila Braga de. O Sermão do Monte, Lição 1, Editora Cristã Evangélica, p.7-9.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Introdução ao Estudo do Sermão do Monte


Mateus 5-7 (5.1, 2)

O Sermão do Monte “parece encerrar a essência do ensino de Jesus. Ele torna a justiça atrativa; envergonha o nosso fraco desempenho; gera sonhos de um mundo melhor”.[1]
           
Creio que ele, Jesus Cristo, ao proferi-lo, desejava que o mesmo fosse obedecido. “De fato, se a Igreja tivesse aceitado realisticamente os seus padrões e valores, como aqui demonstrados, e tivesse vivido segundo eles, ela teria sido a sociedade alternativa que sempre tencionou ser, e poderia oferecer ao mundo uma autêntica contracultura cristã”.[2]

O Sermão encontra-se no Evangelho de Mateus, logo no começo do ministério público de Jesus. Ime­diatamente após o seu batismo e tentação, Cristo começou a anunciar as boas novas de que o reino de Deus, há muito prome­tido no período do Velho Testamento, estava agora às portas. Ele mesmo viera para inaugurá-lo. Com ele nascia a nova era e o reinado de Deus irrompia na História.

Jesus enfatizou que os seus verdadeiros discípulos, os cidadãos do reino de Deus, tinham de ser inteiramente diferentes. Não deveriam tomar como padrão de conduta as pessoas que os cercavam, mas sim Deus, e assim provar serem filhos genuínos do seu Pai celestial.[3] Para John Stott, o texto-chave do Sermão do Monte é Mateus 6.8: "Não vos asse­melheis, pois, a eles."

E este tema foi desenvol­vido através de todo o Sermão do Monte. O caráter deles teria de ser completamente diferente daquele que era admirado pelo mundo – as bem-aventuranças. Deveriam brilhar como luzes nas trevas reinantes. A justiça deles teria de exceder à dos escribas e fariseus, tanto no comportamento ético quanto na devoção religiosa, enquanto que o seu amor deveria ser maior, e a sua ambição mais nobre do que a dos pagãos vizinhos.[4]

Não há um parágrafo no Sermão do Monte em que não se trace este contraste entre o padrão cristão e o não cristão. Às vezes, Jesus contrasta os seus discípulos com os gentios ou com as nações pagãs. Assim, os pagãos amam-se e saúdam-se uns aos outros, mas os cristãos têm de amar os seus inimigos (5.44-47); os pagãos oram segundo um modelo, com "vãs repetições", mas os cristãos devem orar com a humilde reflexão de filhos do seu Pai celestial (6.7-13); os pagãos estão preocupados com as suas próprias necessidades materiais, mas os cristãos devem buscar primeiro o reino e a justiça de Deus (6.23, 33).

Em outros pontos, Jesus contrasta os seus discípulos, não com os gentios, mas com os judeus, ou seja, não com pessoas pagãs, mas com pessoas religiosas; especificamente, com os escribas e fariseus que, são dois grupos de pessoas totalmente diferentes, pois os escribas são os mestres da teologia que tiveram alguns anos de estudo; os fariseus, por outro lado, não são teólogos, mas sim grupos de leigos piedosos de todas as camadas da socie­dade. Certamente Jesus opõe a moral cristã à casuística ética dos escribas (5.21-48) e a devoção cristã à piedade hipócrita dos fariseus (6.1-18).

Assim, os discípulos de Jesus têm de ser diferentes: tanto da igreja nominal, como do mundo secular; tanto dos religiosos, como dos irreligiosos. O Sermão do Monte é o esboço mais com­pleto, em todo o Novo Testamento, do sistema de valores cristãos, um padrão ético, uma devoção religiosa, uma atitude para com o dinheiro, uma ambição, um estilo de vida e uma teia de relacionamentos: tudo completa­mente diferente do mundo que não é cristão.[5]

Martyn Loyd-Jones afirma que nenhuma outra coisa nos ensina tão intensamente a absoluta necessidade de novo nascimento, bem como a necessidade do Espírito Santo e de sua atuação em nosso íntimo, como o estudo do Sermão do Monte. 

Creio que três perguntas básicas formam-se imediatamente na mente de quem lê e estuda o Sermão do Monte: Primeira, o Sermão do Monte é um autêntico pronunciamento de Jesus? Foi realmente pregado por ele? Segunda, o seu con­teúdo é relevante para o mundo contemporâneo, ou é totalmente fora de moda? Terceira, os seus padrões são atingíveis, ou devemos esquecê-los por serem em larga escala um ideal im­praticável?

Primeira pergunta a ser respondida: O Sermão do Monte é um autêntico pronunciamento de Jesus? Foi realmente pregado por ele?

O Sermão do Monte está registrado em Mateus 5-7 e Lucas 6.20-49. Eles não são idênticos por conta do objetivo do escritor e seu público alvo. Temos em Mateus um registro mais amplo com 107 versículos e em Lucas um registro mais sintético, com 30 versículos apenas.

Cada um contém matérias que estão ausentes no outro e muitas semelhanças. “Os dois sermões começam com bem-aventuranças, terminam com a parábola dos dois construtores, e no meio con­têm a regra áurea, a ordem para amar os nossos inimigos e ofe­recer a outra face, a proibição de julgar as pessoas, e as vivas ilustrações da trave no olho e da árvore com os seus frutos. Esta matéria comum aos dois sermões, com um começo e um final em comum, sugere que os dois são versões do mesmo sermão”.[6]

Tanto Mateus como Lucas apresentam o sermão como de Cristo, e pretendem que seus leitores o entendam assim. “Ambos lhe dão um contexto histórico e geográfico preciso, atribuindo-o ao começo do ministério de Jesus na Galiléia e declarando que ele o transmitiu no monte ou numa planura sobre os montes. Mateus registra a reação de perplexidade das multidões, quando Jesus terminou de proferi-lo, destacando que foi por causa da autoridade com que ele falava. E ambos dizem que, quando terminou, entrou em Cafarnaum”.[7]

O Sermão começa assim: E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;... (Mt 5.1)

Segunda pergunta a ser respondida: O con­teúdo do Sermão do Monte é relevante para o mundo contemporâneo, ou é totalmente fora de moda?

Tanto Mateus (5.1) como Lucas (6.20), nos informam que Jesus dirigiu esse sermão aos seus discípulos, embora estivessem presentes religiosos e uma multidão de gentios. Por isso, foi ao monte e assentou-se para ensiná-los. Ele precisava focar só nos discípulos para melhor instruí-los.

É de suma importância entender que o Sermão do Monte não é para não cristãos. Ele destina-se aos cristãos, àqueles que já entregaram suas vidas ao Senhor Jesus reconhecendo-O como único Senhor e Salvador e de suas vidas.

O Sermão destina-se a pessoas regeneradas. Não foi elaborado para ter uma mera aplicação social ou para ser um estilo de vida de uma pessoa qualquer. Ele representa a síntese do que Deus espera de um cristão.

A sua relevância para a nossa época e para todas as gerações está no fato de que o Sermão do Monte é um ensino que, sendo vivido, levará a pessoa a um estilo de vida de qualidade, que o conduzirá à estabilidade e felicidade. Mas, esse sermão não é uma lista de deveres que funcionam automaticamente, antes é um conjunto de ensinos que quer dar à pessoa um estilo novo de vida. E esse viver de qualidade e felicidade tem inicio com um relacionamento com Jesus. Na verdade, nenhum dos ensinos do Sermão de Jesus podem ser praticados plenamente sem este pré-requisito: um relacionamento pessoal com Jesus.[8]

Terceira pergunta a ser respondida: Os padrões do Sermão do Monte são atingíveis, ou devemos esquecê-los por serem em larga escala um ideal im­praticável?

Ao longo do tempo temos ouvido e lido duas posições extremistas sobre o Sermão do Monte. De um lado temos os que dizem que seus ideais são nobres, mas inatingíveis, atraentes à imaginação, mas impossíveis de serem cumpridos. Do outro lado temos os superficiais que afirmam que a veracidade dos padrões éticos expressos no Sermão são comuns a todas as religiões e fáceis de praticar. A verdade não se encontra nas posições extremadas, pois os padrões do Sermão não são rapidamente executáveis por todos nem completamente inatingíveis para todos.[9]

Eles são praticáveis, mas apenas por aqueles que já experimentaram o novo nascimento, condição indispensável para ver e entrar no Reino de Deus, pois a justiça descrita no Sermão começa no interior da pessoa. “Ainda que se manifeste de forma exterior e visível por meio de palavras, atos e relacionamentos, ela permanece em essência na justiça do coração”[10].

Assim, sendo o Sermão do Monte um autêntico ensino de Jesus, relevante e praticável em nosso tempo pelos que nasceram de novo e se tornaram seus verdadeiros discípulos “é a parte mais conhecida e importante do ensino de Jesus, um resumo do que ele desejava que os seus seguidores fossem e fizessem”[11].

Então, vamos estudá-lo em suas divisões naturais, usando o texto do Evangelho de Mateus 5-7. Nosso esboço será o seguinte:

1. O caráter do cristãoMt 5.3-12. As bem-aventuranças, no começo do Sermão, enfatizam oito aspectos do caráter cristão e as bênçãos que Deus promete aos que cultivam estas qualidades.

2. A influência do cristão – Mt 5.13-16. As metáforas do sal e da luz falam da influência que os cristãos podem e devem exercer no mundo.

3. A justiça do cristão – Mt 5.17-48. O Novo Testamento ensina que o pecador é perdoado e salvo pela graça de Deus, e isto quando se arrepende dos seus pecados e crê em Cristo; não esforçando-se para obedecer à Lei (Rm 3.24, 28; Ef 2.8-9). Mas, e então? O cristão fica dispensado de obedecer à Lei? Não. O Sermão do Monte ensina que Cristo não veio para abolir a Lei, mas para cumpri-la e para dar aos seus seguidores a graça de viverem uma justiça ou padrão de vida ética e moral que excederia à daqueles que, sem Cristo, esforçam-se para obedecer à Lei.

4. A piedade do Cristão – Mt 6.1-18. Os cristãos não devem acomodar-se nem com a religião hipócrita dos escribas e fariseus, nem com a idolatria e formalismo dos pagãos. Devem ser fiéis a Deus e sinceros.

5. A ambição do Cristão – Mt 6.19-34. O “mundanismo” (modo de pensar e agir característico do mundo ímpio) não se presta para os cristãos. Estes têm que ser diferentes dos não cristãos tanto nas devoções como nas ambições. Não devem se preocupar demais com as coisas materiais.

6. Os relacionamentos do Cristão – Mt 7.1-20. Os cristãos têm uma rede de relacionamentos, todos dependentes do relacionamento que eles têm com Deus e com Cristo.

7. As bases do Cristão – Mt. 7.21-27. Firmam-se na autoridade do pregador, Cristo. Não basta chamá-lo de “Senhor” (vs. 21-23) ou ouvir seus ensinos (vs. 24-27). É preciso obedecê-lo, praticar seus ensinos. As multidões ficaram admiradas com a autoridade com que Jesus ensinava (vs. 28-29).  É a esta autoridade que devemos nos submeter.[12]

Hoje, vamos estudar Mateus 5.1, 2. Se observarmos os capítulos anteriores do Evangelho de Mateus veremos que ele inicia narrando o nascimento de Jesus, fala sobre João Batista, sobre o Batismo e tentação de Jesus e, em seguida, sobre como Jesus chama seus discípulos e ensinava e curava o povo. Aqui, no capítulo 5, Mateus, inicia o Sermão do Monte. Uma forma bem resumida do Evangelho de Mateus, pensando na ênfase do discipulado, seria: 1º) Jesus convoca os discípulos; 2º) Jesus estabelece os valores e paradigmas para a vida dos discípulos; 3º) Jesus convive, ensinando e praticando, com os discípulos; e 4º) Jesus envia seus discípulos a formarem novos discípulos em todas as nações.

Com base na análise desse contexto do Sermão do Monte, podemos identificar cinco razões pelas quais é importante estudá-lo:

ð Ele mostra a necessidade humana do novo nascimento.
ð Ele aponta claramente para Jesus Cristo e talvez seja a maior e única compreensão que podemos ter da mente de Cristo, exposta por ele mesmo.
ð Ele descreve para os cristãos o único caminho para felicidade.
ð Ele é o melhor meio de evangelização já conhecido.
ð Ele mostra que obedecer ao seu ensino agrada a Deus.

John Stott disse ser ele o mais lido, o menos compreendido e o menos praticado de todos os ensinos de Jesus.

O seu valor e autoridade está no Mestre que o proferiu. Ele é mais importante que o seu próprio ensino. Precisamos tomar consciência disso e aceitar e praticar os Seus ensinos. Na sua introdução, por Mateus, nos versículos 1 e 2, temos a identidade e a personalidade do Mestre Jesus, a identificação de seus ouvintes primários e a sua pedagogia.

(1) E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; (2) E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:

I. A identidade e a personalidade do Mestre Jesus – v.1a

1. Quando Mateus escreveu: E Jesus... – ele queria dizer: Foi o Senhor Jesus quem proferiu esse sermão.

Ali diante da multidão e dos discípulos estava o Filho de Deus, humanamente ainda jovem, com aproximadamente 30 anos de idade. Embora tenha nascido em Belém da Judéia, passou os primeiros anos de sua vida, cerca de 30, na pequena cidade de Nazaré, na região da Galileia, onde exerceu o oficio de carpinteiro, profissão que aprendeu com o homem que o criou, José, seu pai terreno.

Foi um homem simples, uma pessoa comum, que com seu ensino e a pratica do mesmo causou um impacto extraordinário nos seus ouvintes e mudou a história da vida daquelas pessoas e da humanidade depois delas.

O Evangelho de Mateus afirma categoricamente quem era Jesus. Mateus pode ser visto como “O Evangelho do Rei” porque apresenta Jesus de Nazaré como o Rei que veio. A palavra “reino” aparece 162 vezes no Novo Testamento. Em suas várias formas, este termo é usado 55 vezes só no Evangelho de Mateus! Uma expressão única em Mateus é o “reino dos céus” que ocorre 32 vezes. Embora a expressão o “reino de Deus” seja usada muitas vezes nos outros Relatos do Evangelho, ela é usada apenas 4 vezes em Mateus. Ele também é descrito com frequência pelo termo “Senhor” e umas 32 vezes nesse Evangelho. “Filho do Homem” aparece 31 vezes em Mateus como uma das autodesignações favoritas de Jesus. No Novo Testamento, Jesus é referido como “Rei” pelo menos 35 vezes e Seu “reino” é mencionado pelo menos 6 vezes.[13]

No Sermão do Monte, em Mateus, Jesus é retratado “como o derradeiro mestre de Israel, cujas palavras se cumpriram sob a autoridade divina e gerando consequências eternas (Mt 7.21-29)”[14]

A melhor descrição de Jesus no Evangelho de Mateus está em Mt 16.16E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

2. Em sua personalidade, Jesus, era de caráter integro, tinha autoridade absoluta e viveu em obediência perfeita.

a.    Sua inteireza moral foi o que o caracterizou, pois, foi cem por cento aquilo que ensinou e ensinou aquilo que praticou. Ele viveu o Sermão do Monte que pregou: Desafiou os seus discípulos a ser a luz do mundo e foi e é a luz do mundo (Mt 5.14; Jo 8.12); Recomendou que seus discípulos orassem por seus inimigos e orou por aqueles que o perseguiam (Mt 5.44; Lc 23.34). Ensinou os seus discípulos a falarem a verdade e ele próprio era e é a verdade (Mt 5.37; Jo 14.6).

b.   Os primeiros ouvintes ficaram impressionados com a autoridade com que Jesus ensinava. Ele deixou a multidão atônita e o faz até hoje, quando é pregado e ensinado por meio dos seus evangelhos. O seu ensino era extraordinário, ele não hesitava, não era inseguro nem extravagante. Ele foi e é superior a todos os mestres da humanidade. O Sermão do Monte “reflete a autoridade suprema que Jesus, o Messias, possui sobre todos que recebem a vida eterna”[15].

c.    Mas, o objetivo principal da vida de Jesus foi fazer a vontade do Pai. Ele nunca buscou sua própria vontade. Veio ao mundo para obedecer ao Pai e à sua Lei:

ð Mateus 5.17 – Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.

ð Mateus 7.21 – Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

Perguntas para reflexão: Quem é Jesus para nós? O que exatamente vemos quando olhamos para ele pelas paginas dos evangelhos?

II. A identificação dos seus ouvintes primários – v.1b

Não há dúvida de que o propósito principal de Jesus ao subir a esse monte para ensinar, era se afastar um pouco da numerosa multidão da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão, que o seguiam (Mt 4.23, 24). O texto diz: ... vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos... (v.1b). Ele passara os primeiros meses do seu ministério público por toda a Galiléia, "ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo". Como resultado, "sua fama correu por toda a Síria", e o povo vinha em grandes multidões, trazendo os seus doentes para serem curados. Por isso Jesus precisava se afastar, não só para ter uma oportunidade de ficar sozinho e orar, mas também para ensinar particularmente aos seus discípulos.

Logo, vemos que os ouvintes primários de Jesus aqui, são dois grupos: a multidão e os discípulos. Quando falamos em multidão temos ali os religiosos e os não-religiosos. Os religiosos são os escribas, os fariseus e os saduceus e os não religiosos são os herodianos, os zelotes, os galileus, os publicanos e pecadores.

1. Multidão

a. Os religiosos:[16]

ð Os escribas – A palavra grega implica a ideia de saber. Parece que a tradição dos escribas começa com Esdras. “Ele era escriba versado na Lei de Moisés...” e “... tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para cumpri-la, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Esdras 7.6 e 10). O trabalho que Esdras começou foi confiado por ele a um grupo de escribas especialmente escolhidos. A sua função era conservar, traduzir e explicar os oráculos sagrados. Aos poucos esta função de explicação (ou ensino) se tornou a mais importante e isso deu um status importante ao escriba. O escriba passou a ser um aristocrata no meio de um povo. A palavra do escriba se tornou autoritária em matéria de fé e prática religiosa. O escriba era um exegeta das leis de Deus e, juntamente com os principais sacerdotes e anciãos, um juiz nos tribunais religiosos da capital e do interior. Apesar de serem frequentemente citados junto com os fariseus nos evangelhos, eles não faziam parte dos fariseus. A função legítima de ensino das Escrituras pelos escribas é reconhecida em Mateus 2.4, mas os seus acréscimos às Escrituras são fortemente condenados pelo Senhor Jesus em Mateus 23. Os escribas aparecem com frequência associados aos sacerdotes e aos anciãos como membros do Sinédrio.

ð Os fariseus – Os Hassidim (piedosos) do tempo dos macabeus eram provavelmente os antecessores dos fariseus. O termo fariseus surgiu à época de João Hircano (135-105 a.C.). Esta palavra significa “os separados” e provavelmente foi dado pelos seus adversários. Esse nome demonstra sua característica de separação, não do povo judeu, mas de todos os elementos externos relacionados ao mundo pagão. Esta separação se alcançava pela aplicação rigorosa da Lei e da tradição judaica até nos seus mínimos detalhes. Eles ensinavam que Deus só concede sua graça àqueles que cumprem integralmente Seus mandamentos. Mas, exageraram e isso gerou o legalismo, que na sua origem pode ter sido uma expressão sincera de sentimento religioso, que passou nos dias do Novo Testamento a ser um cobertor que acobertava todo tipo de hipocrisia. Jesus denunciou severamente essa piedade vazia. Os fariseus formavam uma associação de aproximadamente 6.000 membros. Para definir exatamente as suas obrigações religiosas, davam às tradições dos rabinos a mesma importância das Escrituras (ou mesmo até maior). Amavam a antiga ideia de uma teocracia e se opunham aos herodianos e à potência romana. Eram mais uma organização religiosa do que um partido político.

ð Os saduceus – Não conhecemos com certeza a origem do nome. Pode ser o equivalente de sadoquita, isto é, descendente do sacerdote Zadoque (ou Sadoque). A doutrina dos saduceus é geralmente o oposto à dos fariseus. É mais fácil entender os saduceus como sendo uma reação ao extremismo dos fariseus. De tendências moderadas e tradicionais, os saduceus procuravam uma posição equilibrada dentro dos limites do Judaísmo e defendiam uma interpretação mais literal das Escrituras. Na prática os saduceus caíram no racionalismo. Os saduceus eram menos numerosos do que os fariseus, mas eram pessoas instruídas, funcionários públicos, sacerdotes e contavam com membros influentes e ricos. Sob a dominação romana e dos Herodes os saduceus tinham uma participação grande na política. Na era apostólica, o Sumo Sacerdote e seus aliados pertenciam aos saduceus.

b. Os não religiosos:

ð Os herodianos – Eram mais um partido político do que uma seita religiosa. Os herodianos eram favoráveis à dinastia iduméia, de origem pagã. Esta era a dinastia dos Herodes. O partido era da situação, aceitando o domínio romano e dos Herodes. Os herodianos eram favorecidos pelos governadores e, em troca, procuravam fazer de tudo para amenizar os valores morais judeus e diminuir o fervor religioso do povo para torná-los mais submissos ao poder.

ð Os zelotes – Era o partido de resistência política aos herodianos e aos romanos. Eram tão nacionalistas na política quanto os fariseus na religião. Eles eram adversários ferrenhos dos herodianos. Estes rebeldes das montanhas da Galiléia recorreram à luta armada no início do reinado de Herodes o Grande e foram derrotados sem piedade na ocasião, assim como em oportunidades posteriores à vida de Jesus. O nome que tinham indica o zelo que tinham pela sua causa.

ð Os galileus – Os nascidos na Galiléia eram menosprezados pelos judeus do sul que os consideravam um povo rústico e ignorante. Galileu passou a ser usado como um termo pejorativo. Onze dos doze discípulos de Jesus (menos Judas Iscariotes) eram galileus (At 1.11). Os galileus tinham um temperamento forte e apaixonado. Muitos se tornaram zelotes. Na época do recenseamento narrado em Lucas 2, o historiador judeu Josefo nos informa que uma resistência séria foi organizada por um zelote chamado Judas. O recenseamento tinha por finalidade servir de base ao sistema de tributação do povo. O governo romano reprimiu a resistência e matou Judas, mas a atitude de insubmissão persistiu e se tornou motivo de preocupação para os romanos. É por isso que o termo galileu se tornou quase que sinônimo de violência e rebelião. É por isso que os judeus acusavam Jesus de ser um galileu quando ele foi denunciado a Pilatos.

ð Os publicanos – Eram os coletores de impostos do poder civil. Os agentes de impostos da província dividiam o seu território em distritos e vendiam o direito de recolher imposto no distrito por sistema de leilão a coletores locais (publicanos) que conheciam a população. O coletor de impostos vencedor pagava ao agente do governo o valor combinado e depois saía extorquindo o quanto pudesse da população. O valor excedente recolhido ficava no bolso do coletor. Os publicanos judeus eram odiados pela população e menosprezados, sendo qualificados como os elementos mais baixos da população. Os publicanos, apesar de judeus, eram vistos como agentes corruptos a serviço do poder estrangeiro de ocupação. Eram vistos como traidores da pátria e de Deus.

ð Os pecadores – Eram o povo comum, tanto judeus não praticantes da sua religião e todos os povos não judeus, chamados de gentios e pagãos.

2. Discípulos – No entanto, veremos, ao estudarmos o texto, que Jesus dirige seus ensinamentos para seus discípulos. Jesus fala sobre o caráter de seus seguidores. Jesus toca em pontos como ética, espiritualidade e atitudes de um discípulo para um viver feliz ou bem-aventurado, estável, sem ansiedade que ele mesmo compara à vida de uma pessoa que constrói sua casa sobre a rocha (Mateus 7.26, 27).

Os discípulos de Jesus ao que o texto se refere são basicamente aqueles que espontaneamente o seguiam e os doze, que se tornaram apóstolos por escolha do próprio Jesus. Os doze, de acordo com a ordem em Mateus 10.2-4, são: Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão (o Cananita) e Judas Iscariotes.

3. Monte – A identificação mais provável desse monte é a que o localiza ao norte das praias do mar da Galiléia, entre Cafarnaum e Tabga, conhecido hoje como o Monte das Bem-aventuranças, onde há uma capela, na lateral do monte, em homenagem a esse Sermão proferido por Jesus.

III. A pedagogia do Mestre Jesus – v.1b, 2

No Novo Testamento há quarenta e cinco referências a Jesus ensinando e quando pregava, ele pregava e ensinava. O Sermão do Monte é o maior exemplo disso. Ele viu no ensino a oportunidade para formar caracteres, atitudes e ideais no homem e, por isso, ensinou a toda hora e em qualquer lugar. Ele conhecia, mais que qualquer outro, os princípios que devem nortear o ensino: conhecimento da matéria, compreensão da natureza humana e método adequado.

1. Conhecimento da matéria – Uma das leis do ensino diz: O professor deve conhecer muito bem o assunto que está sendo ensinado.

Jesus conhecia o mundo, pois o mundo foi criado por Ele; conhecia o homem, pois foi Ele quem o criou, conhecia toda a verdade, pois Ele é a própria verdade – Jo 1.3; 14.6.

O Sermão do Monte nunca precisou ser corrigido. Nada teve que ser acrescentado ou excluído. Nunca precisou ser atualizado. Ele é sempre atual e relevante. Ele conhecia profundamente as Escrituras. E não somente as conhecia, como as aplicava à sua vida. (Mt 5.21-48; Lc 24.27)

2. Compreensão da natureza humana – Outra lei do ensino diz: O professor precisa conhecer seus alunos.

Jesus conhecia e compreendia a natureza humana. Ele foi mestre na compreensão daquilo que se passava no íntimo das pessoas – Lc 5.22; 6.8; 9.46-47; Jo 2.23-25; 4.29.

Ele se interessou mais pelas pessoas do que por coisas. Interessou-se mais por pessoas do que por si mesmo. Amou a todos e se preocupou com seus problemas buscando soluções para eles.

3. Método adequado – Ainda outra lei do ensino diz: O ensino deve partir do conhecido para o desconhecido, do próximo para o remoto, do concreto para o abstrato. O professor deve variar seus métodos de aula.

Jesus não enunciou nenhum princípio pedagógico, nenhuma lei do ensino, nenhuma teoria da educação, mas mostrou um profundo conhecimento metodológico e aplicou-o com a maior eficiência.[17] O seu procedimento para ensinar as grandes verdades do Sermão do Monte foi:

a. Começou com coisa simples até chegar as complexas – Utilizou a analogia dos pássaros do céu, dos lírios do campo, da casa construída na rocha e na areia – Mt 6.26-28; 7.24-26.

b. Partiu do conhecido para o desconhecido – Usou as figuras do sal, da luz, da traça, da ferrugem, do ladrão, do argueiro no olho – Mt 5.13, 14; 6.19; 7.3.

c. Sempre fez uso da pergunta – Para que serve o sal?; Qual a recompensa de amar os que vos amam?; Pode alguém colher uvas do espinheiro? – Mt 5.13, 46; 7.16.

d. Contou histórias, conversou, discutiu, dramatizou, ilustrou, planejou, aplicou. Suas lições tinham começo, meio e fim. (Mt 7.24-27) Ele foi e continua sendo o Mestre por excelência!
Concluindo

Assentado e falando naturalmente como o Mestre dos mestres, Jesus que é Rei dos reis e Senhor dos senhores proferiu o Sermão do Monte.

O Sermão do Monte é um autêntico pronunciamento de Jesus. Seu conteúdo é relevante para o mundo moderno e seus padrões foram estabelecidos para serem cumpridos pelos cidadãos do Reino, aqueles que passaram pelo novo nascimento e fazem parte da família de Deus.[18]

“Façamos do padrão de Jesus o nosso padrão de vida. Falemos a Palavra com autoridade. Tenhamos um caráter integro: Amemos mesmo quando não esperamos receber amor, façamos o bem sem esperar recompensas. Tenhamos como objetivo supremo da nossa vida fazer a vontade do Pai, obedecer à Sua Palavra, obedecer aos Seus ensinamentos”.[19]

Pr. Walter Almeida Jr.
Limeira, SP – 23/11/13




[1] Stott, John R. W. Contracultura Cristã, A mensagem do Sermão do Monte, ABU Editora, 1981, p. 5.
[2] Ibid., p. 5.
[3] Ibid., p. 5.
[4] Ibid., p. 6.
[5] Ibid. p. 8-10.
[6] Ibid. p. 10.
[7] Ibid. p. 11.
[8] Pontos Salientes. JUERP, 1996, p. 117.
[9] Stott, John R. W. Série Crescimento Espiritual – Sermão do Monte, Vida Nova, 2009, p. 5-6.
[10] Ibid., p. 6.
[15] Ibid.
[16] Esse ponto é da apostila da ETBL. Novo Testamento 1 – Evangelhos, Pr. Kenneth Eagleton, p. 11-14.
[17] Oliveira, Profa. Odila Braga de. O Sermão do Monte, Lição 1, Editora Cristã Evangélica, p.11.
[18] Ibid., 11
[19] Ibid., p. 7-9.