terça-feira, 17 de abril de 2012

Mensagem Pregada na PIBL em Araras


Colossenses 1.1-14
O que caracteriza uma vida que agrada a Deus?

Introdução

Colossenses, a igreja a quem Paulo escreve, não foi fundada por ele diretamente, mas por Epafras. Na verdade, Paulo tinha amigos importantes naquela igreja: Epafras, possivelmente fundador da igreja, Filemom, Áfia e Arquipo – destinatários da carta à Filemom, possivelmente (Pai, mãe e filho), e Onésimo – escravo de Filemom que se converteu pelo testemunho de Paulo.

Alguém já afirmou que a carta aos Colossenses é o ensino teórico – a doutrina, e a carta a Filemom é o exemplo da prática, da doutrina ou do ensino, por isso muitos comentaristas escrevem sobre estas cartas juntas.

A igreja da carta é basicamente formada de pagãos convertidos e poucos judeus, por isso Paulo teve muita preocupação para ajudá-los quanto aos perigos que enfrentavam em sua nova fé. O mal básico que confrontava aquela jovem igreja era: 1) O perigo de retorno ao paganismo com sua imoralidade; 2) O perigo de se aceitar a conhecida heresia colossense – a fé em Cristo não é suficiente (falsa filosofia, cerimonialismo judaico, adoração de anjos, ascetismo).

Um tema para a carta pode ser: “Jesus Cristo – Único e Suficiente Salvador”. Nosso texto está dentro da introdução da carta.

Nessa introdução paulina temos:

1) A Saudação – v.1, 2

(1)Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, (2)aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.
 
2) A Gratidão pela fé – v.3-8

Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
quando oramos por vós... (v.3)

a)      desde que ouvimos da vossa fé e amor – v.4
b)     por causa da esperança – v.5
c)         pelo crescimento desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade – v.6
d)     pela instrução de Epafras – v.7
e)      do vosso amor no Espírito – v.8

3) Uma oração por crescimento – v.9-14

Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos,
não cessamos de orar por vós e de pedir... (v.9a)

a)      ... que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade... (v.9b)
b)     ... em toda a sabedoria e entendimento espiritual... (v.9c)
c)      ... a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado... (v.10a)
d)     ... frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus... (v.10b)
e)      ... sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade... (v.11a)
f)       ... dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. (v.12)

Paulo termina essa parte introdutória de sua carta aos Colossenses reafirmando o que Cristo fez pelos crentes:

(13)Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, (14)no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.

Meu tema de hoje é uma pergunta: O que caracteriza uma vida que agrada a Deus? Pretendo responde-la expondo o texto bíblico e fazendo uso dos quatro gerúndios da afirmação paulina nessa sua introdução:

1º)   ... frutificando em toda boa obra... (v.10b)

2º)   ... crescendo no pleno conhecimento de Deus... (v.10b)

3º)   ... sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade... (v.11a)

4º)   ... com alegria dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. (v.11b; 12)

Então, o que caracteriza uma vida que a agrada a Deus?

I. Frutos – Frutificando em toda boa obra (v.10b)

Paulo dedica em suas cartas grande valor as boas obras como fruto e não como raiz da salvação. Seu comentário sobre isso está em Efésios 2.8-10:

(8)Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; (9)não de obras, para que ninguém se glorie. (10)Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.

Escute o que Jesus disse em Mateus 5.13-16:

(13)Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. (14)Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; (15)nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. (16)Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Jesus chama isso de frutos em João 15.16:

Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
 
Que frutos temos que produzir e em que ordem?

1)      Frutos dignos de arrependimento – Mateus 3.8 – Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...

2)      Fruto do Espírito Santo – Gálatas 5.22-24 – Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.

a)      v.4 – ... desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos...
b)     v.8 – ... o qual também nos relatou do vosso amor no Espírito.

3)      Frutos que permaneçam – ... e o vosso fruto permaneça... João 15.16b

a)      Romanos 1.11-17 – dom espiritual entre os cristãos e salvação entre os não cristãos!
b)     Um dia, o que nós como cristãos estamos fazendo por Deus e por sua obra será provado – 1 Coríntios 3.11-15 – ... Ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha... ...e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará.

O que caracteriza uma vida que agrada a Deus?

1º)   Frutos – ... frutificando em toda boa obra...

II. Crescimento – Crescendo no pleno conhecimento de Deus (v.10b)

Uma coisa a observar aqui é que Paulo mostra que o pleno conhecimento de Deus deve ser tanto o ponto de partida (v.9), como a característica resultante (v.10b) de uma vida que agrada a Deus.

Uma coisa que precisamos entender é que: embora Deus possa ser conhecido, ele jamais será totalmente compreensível, pela natureza humana. A sua grandeza é demais para nós, meros seres humanos. O Salmista disse: Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir. (Salmo 139.6)

Tudo o que o homem sabe sobre Deus, foi por iniciativa divina, do próprio Deus! O nosso conhecimento de Deus é na medida em que ele se revela a nós, isto é, toda a revelação que temos sobre Deus veio dele mesmo!

Deus se revelou ao homem de três formas: Através das obras da criação; Através da condução da história e; Através da Bíblia Sagrada, sua revelação escrita!

Tenho afirmado, por onde vou ministrar a Palavra de Deus, seja na pregação ou no estudo bíblico, que creio que a Bíblia nos foi dada por muitas razões, mas, que há três que são principais: 1ª) Para revelar quem Deus é; 2ª) Para revelar que nós somos; e 3ª) Para revelar o que Deus quer que sejamos!

Escute o que diz Daniel e Oséias:

Daniel 11.32 – Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo.

Oséias 6.3 – Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.

Nosso primeiro conhecimento correto de Deus vem pelo ouvir a Palavra de Deus – Romanos 10.17: E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.

Após nossa conversão, nosso conhecimento de Deus deve aumentar e isso vem pela nossa vida devocional e congregacional!

Escute essa declaração simples, mas verdadeira, de Sam Doherty:
O que somos, como oramos, como adoramos, como evangelizamos, como vivemos e como lidamos com os nossos problemas, tudo depende de nosso conceito ou compreensão de Deus”.

O que podemos entender e compreender nessa declaração sobre o nosso conceito sobre Deus? 1) Como nós O vemos; 2) Quanto nós o conhecemos; 3) Quanto nós nos centralizamos n’Ele.

O Dr. Tozer disse em seu livro “O Conhecimento de Deus” que: “o maior problema hoje é que muitos de nós, como cristãos, não sabemos realmente como Deus é”.

O Dr. J. I. Packer em seu livro “Conhecendo a Deus” escreveu:
A ignorância quanto a Deus, ignorância tanto dos Seus caminhos como da prática da comunhão com Ele, resulta em igrejas fracas como muitas de hoje”.

O Pr. Charles Spurgeon disse nos seus primeiros dias como pastor Batista em Londres:

“Eu creio que o estudo apropriado do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado de um cristão é a Divindade. Nada aumentará tanto o intelecto e engrandecerá tanto a alma completa de um homem, como uma investigação contínua, séria e dedicada do grande tema da Divindade”.

Escute o que Pedro diz em 2 Pedro 3.18... antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.

O que caracteriza uma vida que agrada a Deus?

1º)   Frutos – ... frutificando em toda boa obra...

2º)   Crescimento – ... crescendo no pleno conhecimento de Deus...

III. Fortalecimento – Sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria (v.11a)

Uma coisa muito interessante irmãos, é que o aforismo “conhecimento e força”, é verdadeiro na vida espiritual, mais do que em qualquer outra área da vida. Quando uma pessoa cresce no pleno conhecimento de Deus, sua força e coragem aumentam. A presença de Deus pela sua palavra na vida do crente o capacita a dizer “Posso todas as coisa naquele que me fortalece” (Fp 4.13).

Amados o que torna um crente forte e ativo? Daniel 11.32 – Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo.

Paulo ainda diz: segundo a força da sua glória. Segundo aqui é mais forte “de” ou “pela”. Aqui cabe o exemplo de um multimilionário que doa de sua fortuna e dou segundo as suas riquezas. O Espírito Santo dá não apenas de, mas segundo. Olhe comigo Efésios 1.15-23.

Como essa força ativa se manifesta no cristão? ... em toda a perseverança e longanimidade...

a.      Perseverança – é a bravura de permanecer; é a recusa de sucumbir ao desespero ou covardia. É um atributo concedido ao ser humano e é revelada em relação às coisas, isto é, circunstâncias que envolvem a pessoa: aflição, sofrimento, perseguição, etc.

b.      Longanimidade – é a graça de suportar e perdoar pessoas, que nos ensinos de Paulo está ligada a benignidade, misericórdia, amor, bondade, compaixão, mansidão, humildade, tolerância e um espírito de perdão.

O que caracteriza uma vida que agrada a Deus?

1º)   Frutos – ... frutificando em toda boa obra...

2º)   Crescimento – ... crescendo no pleno conhecimento de Deus...

3º)   Fortalecimento – ... sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade...

IV. Ação de Graças – Dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. (v.12)

Observe comigo, que um viver de modo que agrada a Deus é ter uma atitude de ação de graças. Nesta instância, as razões pelas quais os irmãos, crentes, em colossenses deveriam agradecer ao Pai estão aqui no final do versículo 12 e nos 13 e 14:

...(11b)com alegria (12)dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. (13)Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, (14)no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.

Assim como na Antiga Dispensação, Deus providenciou para Israel uma herança terrena que foi distribuída pelas doze tribos, assim também ele, Deus, providenciou uma herança para os colossenses – herança dos santos na luz.

Esse povo, assim como nós, vindo do mundo pagão haviam sido anteriormente, segundo Paulo, aos Efésios 2.12, 13:... sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.

Uma coisa a notar aqui é que esta parte na herança divina é uma questão da soberana graça de Deus. Na verdade, uma pessoa recebe uma herança de presente; ela não trabalha para ganhá-la.

Essa herança dos santos é ao mesmo tempo a herança na luz, e está é a ... iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo (2 Co 4.6); é o amor de Deus que é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado (Rm 5.5); é a paz de Deus, que excede todo o entendimento, (e que) guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus (Fp 4.7); é a alegria indizível e cheia de glória (1 Pe 1.8).

É a alegria completa que João fala em 1 João 1.4 – Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa. Essa alegria na pratica da ação de graças nada mais é do que o que Hebreus 13.15 diz: Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.

E isso não esta ligado as circunstâncias temporais da vida humana. Paulo esclarece dizendo: Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. (Romanos 8.18)

Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Romanos 8.37-39

ConclusãoO que caracteriza uma vida que agrada a Deus?

1º)   Frutos – ... frutificando em toda boa obra... (v.10b)

2º)   Crescimento – ... crescendo no pleno conhecimento de Deus... (v.10b)

3º)   Fortalecimento – ... sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade... (v.11a)

4º)   Ação de Graças – ... dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. (v.12)


Pr. Walter Almeida Jr.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Paulo confiava na experiência?


Paulo confiava na experiência?
John MacArthur Jr.

O que dizer do apóstolo Paulo? À semelhança de Pedro, ele também foi alguém dotado de maneira incomum. E, com certeza, passou por experiências espantosas, como a conversão súbita na viagem para Damasco. Viu uma luz tão brilhante que o cegou. Ouviu uma voz. Caiu ao chão. Num instante, ele foi transformado de assassino de cristãos em escravo do Senhor Jesus Cristo (At 9).

Quando Paulo começou a pregar e ensinar, fez de sua experiência o ponto central da mensagem? O texto de Atos 17.2 e 3 torna clara a origem bíblica de seu discurso: “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio” (ênfase acrescentada).

Mesmo depois que Paulo foi levado ao terceiro céu (2 Co 12.1-4), Ele não teve permissão de falar o que viu. Evidentemente, que Deus não achava que essa experiência causaria mais impacto ou credibilidade à mensagem do evangelho do que a simples pregação de sua verdade. Isso contrata profundamente com a abordagem do movimento contemporâneo de sinais e maravilhas (ver Capítulo 6).

Perto do final de sua vida, Paulo teve uma argumentação sobre a Palavra de Deus. Enquanto era mantido preso em Roma, “vieram em grande número ao encontro de Paulo na sua própria residência. Então, desde a manhã até à tarde, lhes fez uma exposição em testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a respeito de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas” (At 28.23).

É lastimável que muitos carismáticos não sigam os passos de Paulo. Em vez disso, seguem a trilha dos teólogos liberais e neo-ortodoxos, existencialistas, humanistas e pagãos. É inquestionável que a maior parte dos carismáticos faz isso de modo involuntário. Eles diriam: “Cremos na Bíblia. Não queremos contradizer as Escrituras; desejamos defender a Palavra de Deus”. Apesar disso, os carismáticos são vítimas de uma terrível tensão, enquanto tentam defender a Bíblia e, ao mesmo tempo, fazem da experiência a autoridade prática. Os conceitos dos líderes e teólogos carismáticos demonstram esse conflito.

Por exemplo, Charles Farah tentou harmonizar a tensão entre a palavra de Deus e as experiências. Atentando ao fato de que existem dois vocábulos gregos traduzidas por “palavra”, ele criou a teoria de que logos é a Palavra objetiva e histórica, e rhema é a Palavra pessoal, subjetiva. O problema com essa conceituação é que nem o significado do grego nem o uso neotestamentário fazem qualquer distinção desse tipo. Logos, disse Farah, transforma-se em rhema quando se dirige a você. O termo logos é forense, ao passo que rhema é experimental. Farah escreveu: “O logos nem sempre se transforma em rhema, a Palavra de Deus para você”. Ou seja: o logos se transforma em rhema quando fala pessoalmente a você. O logos histórico e objetivo, no sistema de Farah, carece de impacto transformador, até transformar-se em rhema — a palavra divina pessoal para você.

Isso soa perigosamente semelhante ao que os teólogos neo-ortodoxos têm dito há anos: a Bíblia se torna a Palavra de Deus apenas quando se dirige a você. Todavia, a Palavra de Deus é a Palavra de Deus, quer alguém experimente o seu poder, quer não. A Bíblia não depende da experiência de seus leitores, para que se torne a Palavra de Deus inspirada. Paulo afirmou que a Escritura era capaz, em e por si mesma, de tornar Timóteo “sábio para a salvação” (2 Tm 3.15). Ela não precisava da experiência de Timóteo para validá-la.

E Paulo acrescentou: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (3.16). Ele declarou que as Escrituras eram inspiradas e úteis, e não que elas se tornariam inspiradas e úteis, dependendo da experiência do leitor. Evidencia-se que a Palavra de Deus é completamente suficiente.

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Fonte: O Caos Carismáticos, John MacArthur Jr., Editora Fiel, págs. 46-48.