domingo, 27 de julho de 2014

Jesus – suas escolhas, sua família e os seus críticos

Marcos 3.19-35

Na mensagem anterior, tratando nesse mesmo capítulo vimos:

ü  Que Jesus estava enfrentando a oposição em meio ao sucesso. Ele estava, aqui, no auge da sua popularidade ministerial. Jesus é o maior líder espiritual e com ele não foi diferente, pagou o preço de trabalhar enfrentando a oposição.
ü  Que no início do capítulo, Jesus sai para a beira mar, porque os religiosos da sua época, no caso fariseus e herodianos, chegaram a um acordo de como o matariam – vv.6, 7a E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam. E retirou-se Jesus com os seus discípulos para o mar...
ü  Que as necessidades humanas motivam as pessoas a irem ao encontro de Jesus; que não existe distância ou obstáculo que possa impedir um necessitado de buscar a Jesus; e que o testemunho de pessoas das grandes coisas que Jesus fazia motiva as pessoas a irem a ele.
ü  Como Jesus tratou as pessoas que o buscavam: Ele recebeu a todos, curou as pessoas física e espiritualmente, ensinou a todos e impediu que o demônio o manifestasse.

Hoje, vamos tratar das respostas dadas por Jesus sobre a sua família e aos seus críticos. Mas, antes, vamos ver, em síntese, a escolha dos apóstolos feita por Ele.

Nesse capítulo, além do já citei, temos a dinâmica do ministério de Jesus: Ele vai a sinagoga3.1, à praia3.7, e para casa3.20. Mas o texto diz que ele foi, também, ao monte – vv.13-19. Nesses versículos, onde lemos que Ele subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar, E para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios... Aprendemos três lições importantes:

1ª) LiçãoA soberania da escolha de Jesusv.13a – ... chamou para si os que ele quis...;

2ª) LiçãoOs propósitos da escolhav.14b, 15 – ... para que estivessem com ele e os mandasse a pregar, E para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios... Era uma tarefa tríplice: comunhão, missões e libertação completa.

3ª) LiçãoA particularidade da escolhavv.16-19 – cada um foi chamado pelo seu nome e com a sua personalidade.

Outra lição que aprendemos aqui é que, alguém para ser apóstolo, nesse sentido, precisa ter sido pessoalmente escolhido por Jesus, ter sido testemunha ocular da ressurreição de Jesus e qualificado para ensinar ou escrever com autoridade divina. Por isso, nesse sentido, ninguém pode ser apóstolo hoje.

Agora, vamos ver como Jesus reagiu à atitude de sua família e as críticas de seus inimigos:

I. Primeiro – A atitude da família de Jesus – Jesus está fora de si – v.21.

1. vv.20, 21 – Temos aqui duas informações importantes sobre Jesus: 1ª) Jesus era um homem de família – Ele morava em Nazaré e temos registros bíblicos suficientes sobre a sua família, pai, mãe e seus irmãos e irmãs – Mt 12.46, 47; 13.55; Mc 6.3; Lc 8.19, 30; Jo 2.12; 7.32-35; 2ª) Os seus familiares não criam nele e acharam que ele estava sofrendo de um transtorno mental – Jo 7.5.

2. A resposta de Jesus a atitude de sua família foi dada nos vv.31-35. Temos aqui duas verdades importantes: 1ª) Servir a Deus, isto é, fazer a sua vontade exige uma definição de prioridadesvv.32, 34; 2ª) Qualquer pessoa que fizer a vontade de Deus é integrante da família de Jesusv.35a – e isso exige arrependimento, fé e confissão.

II. Segundo – A crítica dos inimigos de Jesus – Jesus está possesso pelo príncipe dos demônios – v.22.

1. Jesus dá uma resposta dupla à crítica dos seus inimigos:

1ª) Uma resposta lógica (argumento lógico) – vv.23-26 – Satanás não trabalharia contra si mesmo!

2ª) O segredo de sua vitória sobre os demônios está na sua missãov.27. Esse é um argumento teológico de Jesus – seu nascimento, sua vida e sua missão (morte e ressurreição).

Concluindo

Jesus termina sua resposta à atitude da sua família e a crítica dos seus inimigos com uma exortação muito séria – vv.28-30. Que é blasfêmia contra o Espírito Santo? No contexto, é uma atitude consciente e deliberada dos fariseus de negar que a fonte do poder pela qual Jesus cura e liberta não provem do Espírito Santo de Deus.

Algumas perguntas para respondermos pessoalmente: 1ª) Fazemos parte da família de Deus pela fé em Jesus? 2ª) Quem tem a prioridade em nossa vida? 3ª) Como vemos a obra de Jesus hoje?

Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 27/07/14

Boletim IBL Limeira - Nº 64 - 27/07/2014

Panorama do AT – Gênesis

Gênesis 1.1, 2

No estudo anterior vimos:

ü Como Deus se fez conhecer de forma indireta, através das obras da criação, do senso de moralidade na consciência dos homens e sua intuição religiosa e através da história da humanidade; e de forma direta, através de seu Filho Jesus Cristo e da sua Palavra, a Bíblia.
ü Como Deus usou os homens na inspiração das Escrituras, ou seja, a sua supervisão sobre os autores humanos da Bíblia, de maneira tal, que eles redigiram e registraram sem erro a sua Palavra à humanidade.
ü Terminamos afirmando que o objetivo da Bíblia é mostrar quem Deus é, quem os homens são e o que Deus quer que os homens sejam por meio de Jesus Cristo.

Hoje, vamos começar um estudo panorâmico sobre os livros da Bíblia. E vamos começar por Gênesis, seu primeiro livro, que faz parte da sua primeira divisão, o Pentateuco.

I. O Pentateuco

O Pentateuco é como são chamados os primeiros cinco livros da Bíblia, no AT – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

A palavra Pentateuco é composta de dois termos gregos, penta, que significa cinco e teuco que significa um utensílio, um vaso, um estojo. O termo diz respeito a um vaso onde ficava um rolo de papiro de aproximadamente nove metros, onde estava escrita a Lei de Moisés. Em hebraico é chamado de hamissâ humtse hatôrah, que traduzido significa os cinco quintos da Lei. Nos tempos do AT, os hebreus o chamavam de várias maneiras, sendo a mais conhecida há torâha instrução.  No entendimento dos hebreus, a Lei de Deus tem cinco partes e toda ela está ali, naquele livro. Para eles o Pentateuco é a totalidade da Lei Divina.[1] Portanto, Pentateuco significa livro em cinco volumes.

Para uma visão global do ensino do Pentateuco, o Prof. Karl Janzen, apresenta o seguinte esquema da ênfase sobre Deus e sobre o seu programa nos cinco livros:

1.    Ênfase na pessoa de Deus1) GênesisSoberania de Deus sobre a criação, o homem e as nações; 2) ÊxodoPoder de Deus para julgar o pecado e redimir o seu povo; 3) LevíticoSantidade de Deus e sua provisão para a vida santa do homem; 4) NúmerosSeveridade e benevolência de Deus ao disciplinar o seu povo; 5) DeuteronômioFidelidade de Deus ao cumprir suas promessas.

2.    Ênfase no programa de Deus 1) GênesisCriação e Preparação do regulamento da nação de Israel; 2) ÊxodoInauguração e legislação da nação de Israel; 3) LevíticoOrganização espiritual da nação de Israel; 4) NúmerosOrganização politica da nação de Israel; 5) DeuteronômioReorganização da nação de Israel para a vida em Canaã.[2]

O Prof. Karl Janzen apresenta, também, “uma visão gráfica dos livros do Pentateuco, mostrando o conteúdo geral de cada livro, a sua ideia chave, o que cada livro ressalta sobre Deus e o que cada livro ressalta no homem”.[3]

LIVRO
CONTEÚDO
IDEIA CHAVE
DEUS
HOMEM
Gênesis
Origens e Patriarcas hebraicos
Princípios
Soberania
Queda
Êxodo
Livramento do Egito e o Tabernáculo
Libertação
Poder
Redenção
Levítico
Regulamentos religiosos e morais
Legislação
Santidade
Comunhão
Números
Peregrinação no deserto
Provação
Severidade
Orientação
Deuteronômio
Repetição da Lei
Recordação
Fidelidade
Destino

II. O Livro de Gênesis

Gênesis vem de uma palavra grega usada na primeira tradução da Bíblia Hebraica para o Grego, a Septuaginta, e significa origem ou princípio correspondendo de um modo geral ao conteúdo do livro. Na Bíblia hebraica, ele recebe o nome correspondente à primeira palavra do livro Bereshit, que é traduzida comumente para o português por “No princípio” – Gênesis 1.1a.

Esse livro foi escrito por Moisés, possivelmente, antes do Êxodo e antes da sua morte, entre 1445 e 1405 a.C. Moisés “conhecia tanto os registros escritos quanto a tradição oral sobre a história dos primórdios e, sob a orientação a orientação do Espirito Santo, valeu-se desses recursos para escrever acerca de acontecimentos anteriores à sua vida”[4]. Mas, é claro que, alguma outra pessoa acrescentou o registro de sua morte em Deuteronômio 34.

O conteúdo do livro de Gênesis pode ser estudado em três partes: 1ª) Primórdios – Gn 1-11; 2ª) Patriarcas – Gn 12-36; 3ª) Descida para o Egito – Gn 37-50.[5]

A primeira parte, o período dos primórdios, se resume em três expressões: Criação, Dilúvio e Babel. A segunda parte, o período dos patriarcas, em três nomes: Abraão, Isaque e Jacó. A terceira parte, o período da descida para o Egito, em três fases: Até o Egito, até a exaltação e até a morte.

Agora, vamos olhar com mais atenção essas três partes, começando com os Primórdios e suas três expressões:

1. Primórdios – Gênesis 1-11 – Esse período inicial é dividido em três fases:

a. Primeira fase – CriaçãoGn 1-5 – Não apenas a citação geral e a criação do ser humano, mas também a descrição do Éden, a queda, a mensagem aos descendentes imediatos de nossos primeiros pais, até o capítulo 5 onde tem uma genealogia. Isso é o quero englobar nesta fase da Criação.

ð Em Gn 1 temos o relato da criação em seis dias, dividido em duas partes: 1ª) Gn 1.1-10Deus cria as estruturas fundamentais do nosso mundoa) o tempo – vv.3-5; b) o espaço – vv.6-10. O espaço é delimitado verticalmente – vv.6-8, e horizontalmente – vv.9-10; 2ª) Gn 1.11-28Deus cria dentro do mundo já estruturado, os seres vivos e as condições para sua sobrevivênciaa) a criação da natureza (plantas) – vv.11-13; b) a criação do sol e da lua como marcadores do dia e da noite – vv.14-19; c) a criação dos animais – vv.20-25; d) a criação dos seres humanos – vv.26-28. Dentro de seu plano criativo, Deus acrescenta, ainda, providências quanto à reserva alimentar do planeta – vv.29-30, e um parecer final registrando a satisfação do Criador com a sua criação – v.31.

ð Em Gn 2 temos o relato de detalhes da criação do homem, do Édem e da mulher. Temos, também, o estabelecimento dos limites da ação e do domínio do ser humano em relação a criação e o Criador, bem como, o primeiro matrimônio e o estabelecimento da família como célula principal da sociedade que iria ser formada a partir do primeiro casal.

ð Em Gn 3 temos os detalhes da queda do ser humano e suas consequências imediatas e futuras, bem como, a promessa de redenção futura.

ð Em Gn 4 temos o relato do crescimento da primeira família fora do Éden e as consequências da queda, se manifestando de maneira destruidora nos relacionamentos familiares, com a intolerância e o primeiro homicídio. E o pior de tudo é a reação do homem em relação ao seu Criador – v.9. A partir dai a corrupção do ser humano cresce assustadoramente, mas também nasce uma geração que começa a invocar o nome do Senhor – vv.19-24, 25, 26. Em Gn 5 temos a genealogia de Adão a parti de Sete.

b. Segunda Fase – Dilúvio – Gn 6-10 – Aqui, além da narração referente à corrupção do gênero humano e o anúncio do dilúvio (6.1-7.9), conta-se como Noé e sua família entraram na arca e o período que ficaram lá (7.10-24), bem como, saíram da arca e receberam a promessa de Deus de não mais destruir a terra pelas águas (8). Temos, também, a menção do Pacto que Deus fez com Noé e das primeiras famílias constituídas após o dilúvio. No capítulo 10 temos uma nova genealogia, a dos descendentes de Noé.

c. Terceira fase – Babel – Gn 11 – A terra, até em tão, falava a mesma língua (vv.1, 2). Mas, a partir daqui, Deus, como castigo pelo orgulho e idolatria humana (vv.3-6), confunde as línguas e espalha o homem por toda a face da terra (vv.7-9). E, para terminar a fase, temos uma nova genealogia – vv.10-32.

Concluindo – Vamos concluir essa primeira parte do livro de Gênesis uma observação interessante e três lições para a nossa vida:

1)   Observação: Uma coisa interessante para se notar é que todas as fases dessa primeira parte de Gênesis terminam com uma genealogia. A primeira genealogia até Noé, a segunda, a partir de Noé e a terceira até Terá, pai de Abraão.

2)   Lições da primeira parte – Primórdios: 1ª) Todas as coisas tem um começo – Deus; 2ª) Deus é um Deus de oportunidades, mas há um limite; 3ª) Deus age a favor do ser humano mesmo sem esse entender de imediato e o ajuda a recomeçar.

Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 27/07/14


[1] Filho, Isaltino Gomes Coelho. O Pentateuco e sua contemporaneidade, JUERP, 2000, p. 11, 12.
[2] Janzen, Prof. Karl. Apostila de Antigo Testamento da Faculdade Teológica Batista de Brasília.
[3] Filho, p. 24.
[4] Ryrie, Charles C. A Bíblia Anotada, SBB e MC, 2007, p.5.
[5] Essa divisão é sugerida por Júlio Andrade Ferreira em seu livro: Conheça sua Bíblia, Volume 1 – Gênesis a Levítico. Com algumas modificações e acréscimos usamos a ideia do livro em nosso esboço.

Boletim IBL Limeira - Nº 63 - 20/07/2014



domingo, 20 de julho de 2014

Como Jesus trata as pessoas que o buscam

Marcos 3.6-12

Nesse capítulo do Evangelho de Marcos, Jesus enfrenta a oposição em meio ao sucesso. Ele estava, aqui, no auge da sua popularidade ministerial. Jesus é o maior líder espiritual e com ele não foi diferente, pagou o preço de trabalhar enfrentando a oposição.

Nosso texto, em particular, fala da saída de Jesus para a beira do mar, porque os religiosos da sua época, no caso fariseus e herodianos, chegaram a um acordo de como o matariam – vv.6, 7a E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam. E retirou-se Jesus com os seus discípulos para o mar...

Nos vv.7-8 nos vemos a multidão que buscava a Jesus e podemos tirar três lições importantes para nós hoje:

1ª) Liçãovv.7b, 8c ... e seguia-o uma grande multidão... ... uma grande multidão...As necessidades humanas motivam as pessoas a irem ao encontro de Jesus;

2ª) Lição – vv.7c, 8b – ... uma grande multidão da Galiléia e da Judéia, E de Jerusalém, e da Iduméia, e de além do Jordão, e de perto de Tiro e de Sidom...Não existe distância ou obstáculo que possa impedir um necessitado de buscar a Jesus.

3ª) Lição – v.8c – ... ouvindo quão grandes coisas fazia, vinha ter com ele. – O testemunho de pessoas das grandes coisas que Jesus fazia motiva as pessoas a irem a ele.

Mas, a nossa questão hoje é: Como Jesus tratou as pessoas que o buscavam? Como Ele trata as pessoas que o buscam? Nos vv.9-12 temos a nossa resposta e afirmação:

1º) Jesus recebeu a todosv.10Porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem.

2º) Jesus cura as pessoas física e espiritualmentevv.10, 11Porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem. E os espíritos imundos vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus.

3º) Jesus ensina a todos v.9E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que o não oprimisse. O uso do barquinho aqui era o seguinte: proteção e estratégia de comunicação. Ele ensinava do barco usando a acústica da água. (cf. Mc 4.1; Lc 5.3)

4º) Jesus proibiu que os demônios falassemv.12E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem. Duas coisas: 1ª) Jesus não queria publicidade com interesses escusos – os demônios queriam a morte de Jesus, mas ainda não era o tempo; 2ª) Jesus não chamou os demônios para serem seus evangelistas, eles são inimigos do Evangelho.

Concluindo

Diante do modo como Jesus recebe as pessoas que vem a ele, o que você vai fazer, vai vir a ele hoje? Ele o recebera de braços abertos, ele perdoara os seus pecados, ele passará a ensiná-lo sobre o seu reino e fará de você um testemunho vivo de seu evangelho.

Pr. Walter Almeida Jr.

IBL Limeira – 20/07/14

Revelação e Inspiração

Hebreus 4.12-16

No estudo anterior vimos:

ü  O que significa a palavra Bíblia;
ü  Como ela foi preparada, em quanto tempo e sobre os seus escritores;
ü  Sobre os seus dois testamentos (AT e NT) e suas línguas originais (Hb, Gr e Ar);
ü  E sobre o propósito redentor de Deus que foi revelado nas Escrituras, em seus cinco temas recorrentes que são constantemente enfatizados: 1) a natureza de Deus; 2) a maldição do pecado e da desobediência; 3) a bênção sobre a fé e a obediência; 4) o Senhor Salvador e o sacrifício pelo pecado e; 5) o reino vindouro e sua glória.

Hoje, vamos estudar como Deus se fez conhecer e como ele usou os homens para escreverem sua revelação final, a Bíblia Sagrada.

I. Como Deus se fez conhecer – revelação

Tudo o que sabemos de Deus, e o que sabemos do nosso passado, presente e futuro, sabemos porque Deus nos fez conhecer. Ele veio a nós e se manifestou, se fez conhecer, tanto direta quanto indiretamente.[1]

1. Revelação geral ou indireta de Deus“Revelação é o ato de Deus comunicar a sua existência e a sua vontade aos homens”.[2] Deus se fez conhecer, por iniciativa própria, ao homem, indiretamente das seguintes maneiras: a) Através das obras da criação – Sl 19.1-4; Rm 1.20; b) Através do senso de moralidade na consciência dos homens e sua intuição religiosa – Rm 2.14, 15; At 17.22-31; e c) Através da história da humanidade – Et 4.14; Ed 1.2; Rm 9.17.

2. Revelação especial ou direta de Deus – De modo especial e com absoluta clareza, Deus se fez conhecer por meio da sua Palavra, a Bíblia Sagrada. Então, “a mais completa e inteligível autorevelação foi por meio das proposições das Escrituras – 1Co 2.6-16; 2Tm 3.16. A Palavra revelada e escrita de Deus é única no sentido de que é a única revelação de Deus que é completa e que tão claramente declara a pecaminosidade humana e a provisão de Deus de um Salvador.”[3]

Salmo 19.7-11 acf – A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro, e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é limpo, e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa.

II. Como Deus usou os homens – inspiração

Inspiração é a supervisão de Deus sobre os autores humanos da Bíblia de maneira tal que eles redigiram e registraram sem erro a sua Palavra à humanidade. Portanto, afirmar que a Bíblia é a Palavra de Deus não é simplesmente uma forma de expressão, mas um testemunho literal do que a própria Bíblia diz de si mesma – 2Tm 3.16; 2Pe 1.19-21; Ef 6.17; Hb 4.12.

Os escritores, tanto do AT como do NT afirmam que Deus mostrou a eles o que deveriam escrever, por exemplo: JeremiasJr 1.5-9; 30.2; Êx 17.14; Paulo1Co 2.10-13; JoãoAp 1.11; 21.5.

Jesus confiava na Escritura e seu ministério foi pautado nela – Jo 7.38; Mt 22.29; Jo 10.35; Lc 4.31. Ele usou as Escrituras em seu ministério (Jo 5.39), no combate aos falsos ensinos (Mt 5.31, 32; Mc 7.9-13), para fortalecer os seus apóstolos (Mt 26.54), para abençoar os seus discípulos (Jo 17.17) e para combater o inimigo (Mt 4.4; 7, 10).

Concluindo

Quero terminar nosso estudo de hoje afirmando que, a Bíblia não e um livro de ciências ou de história, mas simplesmente o livro de Deus para humanidade. Seu objetivo é mostrar quem Deus é, quem os homens são e o que Deus quer que os homens sejam por meio de Jesus Cristo. (cf. Hb 1.1-3; 4.12-16)

Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 18/07/14



[1] Lição Examinai as Escrituras, Editora Cristã Evangélica, 2013, Lição 2, p. 12.
[2] Casimiro, Arival Dias. Revista Exposição Bíblica – Estudos Expositivos na Carta aos Hebreus, Z3 Editora, 2013, 1ª Lição, p. 7.
[3] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. xvi.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O amor de Deus

1 João 4.8

Qual é a motivação divina para nos alcançar pela sua graça, como diz a carta a Tito 2.11 – Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens...?

A razão da graça e da vocação de Deus para conosco é o seu amor! O amor é a perfeição de Deus que faz com que ele trate de forma bondosa todas as suas criaturas e de maneira especial os seus eleitos pela fé, que vem pelo ouvir a Palavra de Deus.

Hoje, veremos as características do amor de Deus para conosco, que é um dos seus atributos comunicáveis:

I. O amor de Deus é eterno

Assim como Deus é eterno o seu amor também é! Escute e leia comigo Jeremias 31.3:
De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei;
por isso, com benignidade te atraí.

II. O amor de Deus é incondicional

Efésios 2.4-7 – Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.

2 Tessalonicenses 3.5 – Ora, o Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo.

1 Timóteo 1.14 – Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.

III. O amor de Deus age

Romanos 5.8 – Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.

1 João 3.16-18 – Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.

IV. O amor de Deus é soberano

Assim como Deus é soberano, seu amor também é soberano e isso significa que:

1. Deus decide quando demonstrar o seu amor

1 João 4.9 – Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.

Gálatas 4.3-6 – Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!
 
2. Deus decide como demonstrar o seu amor

1 João 5.3 – Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos...

1 João 3.1 – Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.

3. Deus decide por quem demonstrar seu amor
 
Romanos 9.13 – Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.

Efésios 2.4 – Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou...

Conclusão

E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.

1 João 4.16

Boletim IBL Limeira - Nº 62 - 13/07/2014

domingo, 6 de julho de 2014

Estudos Expositivos em Hebreus - Introdução

Hebreus 1.1-4
Introdução ao Estudo da Carta aos Hebreus e Jesus Cristo é a Revelação Superior

Introdução

A Carta aos Hebreus foi escrita com o propósito de encorajar os cristãos perseguidos por causa da sua fé no início do cristianismo. Esses destinatários originais eram judeus convertidos que estavam sofrendo agressões físicas e o roubo de seus bens materiais (Hb 10.32-24). Alguns deles, por conta disso, não estavam suportando e já começavam a negligenciar a sua salvação, deixando de crescer espiritualmente, se endurecendo pelo engano do pecado e deixando de congregar-se (Hb 2.1; 3.13; 5.11, 12; 10.25).

O autor de Hebreus exorta aos cristãos a permanecerem na fé cristã, sendo fiéis ao ensino do Evangelho (Hb 13.22), pois as consequências da apostasia são irreversíveis e horríveis (Hb 6.4-8; 10.31).

O estudo da Carta aos Hebreus é relevante, para nós hoje, pelo menos por três razões: 1ª) Por sua relevância teológica – “ela ensina a teologia da pessoa e da obra de Jesus Cristo, como cumprimento do ensino teológico do Antigo Testamento”[1]. “Há 29 citações diretas do AT, além de 53 alusões claras e várias outras passagens”[2]. Ela exorta por meio do ensino bíblico e teológico. Nela Jesus é o Profeta, o Sacerdote e o Rei; 2ª) Por sua relevância pastoral – “ela começa como um tratado, procede como um sermão e termina como uma carta”[3] pastoral. O autor a chama de palavra de exortação (13.22); 3ª) Por sua relevância apologética – a carta defende que Jesus Cristo é superior a tudo e a todos.

Hebreus foi escrita, ao que tudo indica, por evidências internas e externas, no final da década de 60 d.C. Nela não há indicação de autoria e muitas opiniões se tem dado a respeito de quem seria seu autor. Os nomes mais indicados são: Paulo, Apolo, Lucas, Barnabé, Àquila e Priscila, Clemente de Roma e Silas. No seu último capítulo, o das saudações finais, a carta dá três informações importantes sobre sua autoria: 1ª) O autor da carta é um pastor que envia uma exortação escrita para o seu rebanhov.22; 2ª) O autor conhecia Timóteo e mantinha relacionamento fraternal com elev.23; e 3ª) O autor escreveu de Roma ou a seus leitores que residiam em Romav.24.

O tema da carta é “A superioridade de Cristo”. Em seu esboço, a carta, mostra como esse “tema é desenvolvido ao provar que Jesus Cristo é superior tanto em sua pessoa quanto em seu sacerdócio”[4].

Um esboço simples e prático é o usado por Charles C. Ryrie na Bíblia Anotada Expandida: 1) A superioridade da Pessoa de Cristo1.1-4.16; 2) A superioridade do sacerdócio de Cristo5.1-10.39; 3) A superioridade do poder de Cristo11.1-13.25.

Hoje, vamos estudar os vv.1-4 do capítulo 1, com o seguinte tema: Jesus Cristo á a Revelação Superior.

“Revelação é o ato de Deus comunicar a sua existência e a sua vontade aos homens. A Teologia Sistemática ensina que Deus se revela de quatro maneiras”[5]: 1ª) Deus se revela através da criaçãoSl 19.1-6; Rm 1.19-21; 2ª) Deus se revela na consciência dos homensRm 2.14, 15; 3ª) Deus se revela pela Bíblia – 2Tm 3.16; Jo 5.39; 4ª) Deus se revela por intermédio de JesusJo 1.18.

Nas três primeiras formas em que Deus se revela ao homem, ele dá o conhecimento de sua existência, mas, somente por intermédio de Jesus Cristo, ele se dá a conhecer pessoalmente e concede a vida eterna aos homens que nele creem.

Uma coisa que não devemos esquecer é que a revelação divina é progressiva, começa no Antigo Testamento e termina no Novo Testamento. Por isso o autor começa falando do passado até chegar ao presente.

I. No v.1 – seis lições importantes sobre a revelação divina no passado:

1. Quem falou? – v.1a – Deus. Assim o conhecimento que temos de Deus não é por nossa busca pessoal, mas por sua revelação.

2. Quando ele falou? – v.1b – antigamente – Refere-se a todo o tempo de revelação feita antes de Jesus.

3. Quantas vezes ele falou – v.1c – muitas vezes. Literalmente em muitas partes ou porções.

4. Como ele falou – v.1d – de muitas maneiras. Significa usando diversos métodos.

5. Para quem ele falou – v.1e – aos pais. A ênfase aqui é aos primeiros destinatários, ou seja, aos nossos ancestrais começando por Adão.

6. Por quem ele falou – v.1f – pelos profetas. Isso mostra que Deus fez uso do instrumento humano para se comunicar com o ser humano. De Genesis a Malaquias essa comunicação foi escrita como lei, história, salmos, provérbios e profecias. Os escritores da Escritura receberam a revelação de Deus.

II. No v.1 – três destaques importantes sobre a revelação divina por meio de Jesus:

1. Quando ele falou? – v.1 – nestes últimos dias. Esse é o período que começou com a primeira vinda de Jesus e terminará com a sua segunda vinda.

2. A quem ele falou? – v.1 – a nós falou-nos. O alvo dessa revelação são todas as gerações desde a primeira vida de Cristo até a sua segunda vinda. Nós somos esse alvo.

3. Como ele nos falou? – v.1 – pelo Filho. Jesus é superior a todos os profetas que existiram antes dele. Ele é o Filho de Deus que nos trouxe a revelação definitiva e completa.

III. Nos vv.2-4 – a superioridade de Jesus Cristo como profeta.

O autor de Hebreus demonstra quanto à nova revelação está acima da velha, afirmando sete coisas pelas quais o Filho de Deus se mostra superior àqueles por quem Deus falará no passado.

1. v.2a Jesus é o herdeiro de todas as coisas – Sl 2.8; Gl 4.7; Rm 11.36; Cl 1.16; Mt 28.18; Fp 2.6-9.

2. v.2b Jesus é o criador de tudo – Jo 1.2, 3.

3. v.3aJesus é o resplendor da glória de Deus – Jo 1.14.

4. v.3bJesus é a expressão exata da divindade – Jo 1.1; Cl 1.15.

5. v.3cJesus é o sustentador de todas as coisas – Cl 1.17.

6. v.3dJesus é quem nos purifica de todo o pecado – At 2.38.

7. v.3eJesus está assentado à direita de Deus – 1Pe 1.22; Rm 8.34; Hb 4.16.

Concluindo

O autor termina sua argumentação afirmando que Jesus recebeu um nome superior ao dos anjos – v.4. Que nome é esse? Creio que é Senhor (Fp 2.9-11).

Para sermos encorajados a não desistirmos da fé, como os primários leitores da Carta as Hebreus, “precisamos olhar para a superioridade de Jesus. Ele é o Filho de Deus, o profeta, o herdeiro, o criador, o resplendor, o sustentador, o salvador e o Senhor. Ele é incomparável, insuperável e insubstituível”[6].

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 06/07/2014


[1] Casimiro, Arival Dias. Revista Exposição Bíblica – Estudos Expositivos na Carta aos Hebreus, Z3 Editora, 2013, 1ª Lição, p. 4.
[2] Ryrie, Charles. A Bíblia Anotada e Expandida, Mundo Cristão e SBB, 2007, p. 1196.
[3] Casimiro, p. 4.
[4] Ryrie, p. 1196.
[5] Casimiro, p. 7.
[6] Casimiro, p. 10.