domingo, 8 de setembro de 2013

Bases e Bênçãos da Segurança do Crente


Salmo 91

Nosso Salmo Messiânico anterior foi o Salmo 89, e o tema foi: Os atributos de Deus que garantem o cumprimento das suas promessas nas Escrituras, não somente na aliança davídica, mas em todas as suas alianças e dispensações. Os atributos são: 1º) Fidelidadevv.1-5; 2º) Podervv.6-18; 3º) Bondadevv.19-29; 4º) Graçavv.30-37; 5º) Santidadevv.38-51; e 6º) Glóriav.52.

O Salmo Messiânico de hoje é o Salmo 91. As referências messiânicas que o identificam como salmo messiânico são: Salmo 119.11, 12 – Mateus 4.6-7.

O Salmo 91 “descreve a contínua e soberana proteção de Deus para o seu povo em relação aos perigos e terrores que estão sempre presentes e cercam a humanidade. Os crentes de todas as épocas podem ler este salmo e aprender que nada pode afetar um filho de Deus, a menos que o Senhor permita”[1].

Creio que este salmo é um testemunho pessoal (vv.2, 9), e que “aqui o testemunho humano é envolvido por um testemunho divino e confirmado pela Palavra de Deus (vv.1, 14-16, 3-8, 9-13). O conjunto todo é uma forma altamente artística de expressar um fato profundamente importante: que nós estamos sempre totalmente seguros”[2].

Diariamente o cristão verdadeiro enfrenta perigos, como ciladas armadas contra sua vida física, emocional e espiritual. Alguns deles “rastejam furtivamente (vv.3, 6); alguns são os nossos próprios terrores, reais ou imaginários, outros refletem hostilidade (v.5); alguns nós encontramos no curso da vida (vv.12, 13). A vida é assim. Mas, a fé simples nos coloca num lugar onde contamos com forte proteção (v.2), calor pessoal do cuidado divino, defesa prometida solenemente (v.4) e um exército de guardiães celestiais para nos proteger a cada passo (v.11)”[3].

Nosso tema de hoje é Bases e Bênçãos da Segurança do Crente.

Vamos estudar isso em dois pontos: 1º) As bases da segurança do crente se encontram no caráter e no cuidado de Deusvv.1-8; 2º) As bênçãos da segurança do crente são a proteção e o amor de Deusvv.9-16.

I. As bases da segurança do crente se encontram no caráter e no cuidado de Deus – vv.1-8

1. No caráter de Deus – vv.1, 2 – temos aqui quatro nomes usados para se referir a Deus – Altíssimo, Onipotente, Senhor e Deus.

Os muitos nomes de Deus na Bíblia apresentam uma revelação adicional de seu caráter. Não são meros títulos dados pelas pessoas, mas, em sua maioria, descrições que ele fez de si mesmo. Sendo assim, revelam aspectos de seu caráter.

a. Altíssimo – El Elyon em hebraico que significa “O Deus Altíssimo”, enfatiza a força, a soberania e a supremacia de Deus. Foi usado pela primeira vez em Gn 14.19, quando Melquisedeque abençoou a Abraão.

b. Onipotente – significa que Deus é Todo-Poderoso e pode fazer tudo o que seja coerente com sua própria natureza. Essa expressão é sinônima de “Todo-Poderoso” que é usada apenas para referir-se a Deus na Bíblia, ocorrendo 56 vezes, e essa é a base do conceito de onipotência.

c. Senhor – Esse é o nome pessoal de Deus (YHWH ou Yahweh) nas Escrituras, pelo qual ele era conhecido por Israel. Esse nome ocorre cerca de 5.321 vezes no Antigo Testamento e era considerado sagrado, ao ponto de não ser pronunciado pelo povo de Deus do AT. Por isso, esse nome passou a ser usado como Adonai (Senhor) que no Novo Testamento é kyrios. Esse nome enfatiza a auto existência imutável de Deus, assegura que Ele está no meio de seu povo e está ligado ao Seu poder para operar em benefício de seu povo e para manter sua aliança com ele.

d. Deus – Esse é o primeiro nome que aparece nas Escrituras em relação a Deus – Gn 1.1. É o termo Elohim que é um plural trinitariano e majestático, isto é, a Deidade triúna é percebida e entendida no uso dessa forma na leitura do AT à luz da revelação do NT, e esse plural de majestade demonstra a grandeza e a supremacia ilimitada de Deus. No NT esse nome é Theos.[4]

A segurança do crente neste mundo está no único Deus verdadeiro,
inigualável, transcendente e salvador!

2. No cuidado de Deus – vv.3-8 – a ênfase aqui está em coisas que acontecem com o cristão sem motivo aparente. Aqui, como em outras partes da Bíblia, “a promessa não é de segurança contra, mas de segurança em”[5].

O salmista demostra firme confiança no caráter e cuidado de Deus, nesses oito versos, evidenciando três resultados da proteção divina para o seu povo: 1º) segurança amplavv.1-4; 2º) segurança constantevv.5, 6; e 3º) segurança pessoalvv.7, 8.

II. As bênçãos da segurança do crente são a proteção e o amor de Deus – vv.9-16

1. Proteção de Deus – v.9-13 – Esses versos ressaltam os perigos encontrados no dia a dia da vida cristã – “... para que te guardem em todos os teus caminhos” (v.11b) – e o tipo de proteção divina para esses perigos: v.9proteção espiritual, v.10proteção familiar, v.11, 12proteção angelical – (conf.: Hb 1.14) e v.13proteção contra as forças do mal.

2. Amor de Deus – v.14-16 – vemos o amor de Deus em ação pelo seu povo, aqui, em oito promessas: 1ª) v.14bresgate, ação interventora; 2ª) v.14csegurança, fora do alcance do perigo; 3ª) v.15bresposta à oração; 4ª) v.15ccompanheirismo na necessidade; 5ª) v.15dlivramento de perigos constantes; 6ª) v.15eprova de inocência; 7ª) v.16arealização pessoal; e 8ª) v.16b – alegria da salvação. Uma coisa que chama a atenção é que “as promessas partem de uma ação de salvamento inicial e vão até o pleno gozo da salvação, cobrindo todas as necessidades intermediárias[6].

Concluindo

Outra coisa a observar, também, é que na Bíblia, Deus faz promessas incondicionais e promessas condicionais. As promessas que acabamos de ver, tem condições e elas são: 1ª) v.14a – Porquanto tão encarecidamente me amou... – amor que faz querer estar junto do Amado; 2ª) v.14d – ... porque conheceu o meu nome... – viver com o Senhor à luz do que ele revelou sobre si mesmo; e 3ª) v.15a – Ele me invocará... – comunhão, oração.

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 08/09/13


[1] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 750.
[2] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, 2009, p. 826.
[3] Ibid., p.825.
[4] Ryrie, Charles Caldwell. Teologia Básica, Editora Mundo Cristão, 2004, p. 46, 53-58.
[5] Carson, p. 826.
[6] Carson, p. 826.

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