Nosso Salmo Messiânico anterior foi o Salmo 89, e
o tema foi: Os atributos de Deus que garantem o cumprimento das
suas promessas nas Escrituras, não somente na aliança davídica, mas em todas as
suas alianças e dispensações. Os
atributos são: 1º) Fidelidade – vv.1-5; 2º) Poder – vv.6-18; 3º) Bondade – vv.19-29; 4º) Graça – vv.30-37; 5º) Santidade – vv.38-51; e 6º) Glória – v.52.
O Salmo Messiânico de hoje é o Salmo 91. As referências messiânicas
que o identificam como salmo messiânico são: Salmo 119.11, 12 – Mateus 4.6-7.
O
Salmo 91 “descreve a contínua e soberana proteção de Deus para o seu povo em
relação aos perigos e terrores que estão sempre presentes e cercam a
humanidade. Os crentes de todas as épocas podem ler este salmo e aprender que
nada pode afetar um filho de Deus, a menos que o Senhor permita”[1].
Creio
que este salmo é um testemunho pessoal (vv.2, 9), e que “aqui o testemunho
humano é envolvido por um testemunho divino e confirmado pela Palavra de Deus
(vv.1, 14-16, 3-8, 9-13). O conjunto todo é uma forma altamente artística de
expressar um fato profundamente importante: que nós estamos sempre totalmente
seguros”[2].
Diariamente
o cristão verdadeiro enfrenta perigos, como ciladas armadas contra sua vida
física, emocional e espiritual. Alguns deles “rastejam furtivamente (vv.3, 6);
alguns são os nossos próprios terrores, reais ou imaginários, outros refletem
hostilidade (v.5); alguns nós encontramos no curso da vida (vv.12, 13). A vida
é assim. Mas, a fé simples nos coloca num lugar onde contamos com forte
proteção (v.2), calor pessoal do cuidado divino, defesa prometida solenemente
(v.4) e um exército de guardiães celestiais para nos proteger a cada passo
(v.11)”[3].
Nosso
tema de hoje é Bases e Bênçãos da
Segurança do Crente.
Vamos
estudar isso em dois pontos: 1º) As bases da segurança do crente se encontram
no caráter e no cuidado de Deus – vv.1-8;
2º) As bênçãos da segurança do crente são a proteção e o amor de Deus –
vv.9-16.
I. As bases da segurança do crente se
encontram no caráter e no cuidado de Deus – vv.1-8
1. No caráter de Deus – vv.1, 2 – temos aqui quatro nomes usados para se referir a
Deus – Altíssimo, Onipotente, Senhor e Deus.
Os
muitos nomes de Deus na Bíblia apresentam uma revelação adicional de seu
caráter. Não são meros títulos dados pelas pessoas, mas, em sua maioria,
descrições que ele fez de si mesmo. Sendo assim, revelam aspectos de seu
caráter.
a. Altíssimo – El Elyon em hebraico que significa
“O Deus Altíssimo”, enfatiza a força, a soberania e a supremacia de Deus. Foi
usado pela primeira vez em Gn 14.19, quando Melquisedeque abençoou a Abraão.
b. Onipotente – significa que Deus é Todo-Poderoso e pode fazer
tudo o que seja coerente com sua própria natureza. Essa expressão é sinônima de
“Todo-Poderoso” que é usada apenas para referir-se a Deus na Bíblia, ocorrendo
56 vezes, e essa é a base do conceito de onipotência.
c. Senhor – Esse é o nome pessoal de Deus (YHWH ou Yahweh) nas
Escrituras, pelo qual ele era conhecido por Israel. Esse nome ocorre cerca de
5.321 vezes no Antigo Testamento e era considerado sagrado, ao ponto de não ser
pronunciado pelo povo de Deus do AT. Por isso, esse nome passou a ser usado
como Adonai (Senhor) que no Novo
Testamento é kyrios. Esse nome
enfatiza a auto existência imutável de Deus, assegura que Ele está no meio de
seu povo e está ligado ao Seu poder para operar em benefício de seu povo e para
manter sua aliança com ele.
d. Deus – Esse é o primeiro nome que aparece nas Escrituras
em relação a Deus – Gn 1.1. É o termo Elohim
que é um plural trinitariano e majestático, isto é, a Deidade triúna é
percebida e entendida no uso dessa forma na leitura do AT à luz da revelação do
NT, e esse plural de majestade demonstra a grandeza e a supremacia ilimitada de
Deus. No NT esse nome é Theos.[4]
A segurança
do crente neste mundo está no único Deus verdadeiro,
inigualável,
transcendente e salvador!
2. No cuidado de Deus – vv.3-8 – a ênfase aqui está em coisas que acontecem com o
cristão sem motivo aparente. Aqui, como em outras partes da Bíblia, “a promessa
não é de segurança contra, mas de segurança em”[5].
O
salmista demostra firme confiança no caráter e cuidado de Deus, nesses oito
versos, evidenciando três resultados da proteção divina para o seu povo: 1º) segurança
ampla – vv.1-4; 2º) segurança
constante – vv.5, 6; e 3º) segurança
pessoal – vv.7, 8.
II. As bênçãos da segurança do crente
são a proteção e o amor de Deus – vv.9-16
1. Proteção de Deus – v.9-13 – Esses versos ressaltam os perigos encontrados no
dia a dia da vida cristã – “... para que te guardem em todos os teus caminhos”
(v.11b) – e o tipo de proteção
divina para esses perigos: v.9 – proteção espiritual, v.10 – proteção familiar, v.11, 12
– proteção angelical – (conf.: Hb
1.14) e v.13 – proteção contra as forças do mal.
2. Amor de Deus – v.14-16 – vemos o amor de Deus em ação pelo seu povo, aqui,
em oito promessas: 1ª) v.14b – resgate, ação interventora; 2ª) v.14c – segurança, fora do alcance do perigo; 3ª) v.15b – resposta à oração;
4ª) v.15c – companheirismo na necessidade; 5ª)
v.15d – livramento de perigos
constantes; 6ª) v.15e – prova de inocência; 7ª) v.16a – realização
pessoal; e 8ª) v.16b – alegria
da salvação. Uma coisa que chama a atenção é que “as promessas partem de uma ação de salvamento inicial e vão até o pleno
gozo da salvação, cobrindo todas as necessidades intermediárias”[6].
Concluindo
Outra
coisa a observar, também, é que na Bíblia, Deus faz promessas incondicionais e promessas
condicionais. As promessas que acabamos de ver, tem condições e elas são: 1ª) v.14a – Porquanto tão
encarecidamente me amou... – amor que faz
querer estar junto do Amado; 2ª)
v.14d – ... porque conheceu o meu nome... – viver com o Senhor à luz do que ele revelou sobre si mesmo; e 3ª) v.15a – Ele me invocará... – comunhão, oração.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 08/09/13
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