Em nosso estudo anterior, vimos a décima oitava
estrofe do Salmo 119, 137-144, que começa com a décima oitava letra do alfabeto
hebraico tsade e significa armadilha
ou anzol. Esta letra era usada para indicar o numeral 90 e é normalmente
transliterada como as letras com um som parecido com T + S em português. Nosso tema foi: O Deus justo e a sua Palavra perfeita.
Hoje, nossa estrofe do Salmo 119 é 145-152, que
começa com a décima nona letra do alfabeto hebraico letra koph (Cof) que significa
“prisão” ou “capacete”. Essa letra era usada para indicar o numeral 100 e é transliterada
em português como a letra k.
Nosso tema de hoje é “Perto do Senhor (em oração) que está perto (Sua providência)”.
De modo bem simples, a estrofe mostra a vida
devocional do salmista, mais especificamente sua vida de oração. Aqui vemos
como ele orava (145), pelo que orava (146), quando orava (147), por quanto
tempo orava (148), baseado em que orava (149), o que aconteceu quando orava (150),
como foi socorrido em resposta as suas orações (151) e que testemunho ele podia
dar de todo este processo (152).
Essa estrofe tem coisas interessantes, como:
1º) As duas partes dela
correspondem a Tiago 4.8 – “Chegai-vos a Deus...” (v.8a) – vv.145-148; “... e
ele se chegará a vós outros.” (v.8b) – vv.149-152.
2º) Os vv.145 e 146 são ligados pela palavra clamo (invoco); os vv.147 e
148 começam com o mesmo verbo (lit.) antecipo-me
e antecipam-se, e juntos formam um
período de 24 horas de oração e meditação; o v.149 esclarece que a oração não está baseada em compromissos
humanos, mas no amor do Senhor; o vv.150
e 151 fazem um contraste entre duas extremidades e; o v.152 encerra a estrofe com a verdade da Palavra eterna do Deus
eterno.
Assim, vamos estudar a estrofe em dois pontos: 1º) Perto
do Senhor (em oração) – vv.145-148
e; 2º) O Senhor que está perto (Sua providência) – vv.149-152.
I. Perto do
Senhor (em oração) – vv.145-148
Da vida de oração do salmista, expressa aqui,
aprendemos três lições:
1. A oração é inseparável da vida obediência – v.145 – “... invoco... ouve-me... observo...” – “Sem um compromisso
moral sério a intercessão é meramente egoísta”.[1]
2. A oração é inseparável da autonegação – vv.146, 147a – “não que a nossa urgência torne a oração eficaz, mas
na verdadeira oração existe um elemento de compromisso sacrificial”.[2]
3. A oração é inseparável da Palavra de Deus – vv.147, 148 – Sem a Escritura, “não temos condições de saber o que
esperar ou pedir”[3].
Quando se tem sede
verdadeira de Deus, quando Ele e buscado de todo o coração, então, encontra-se
o caminho para se estar frente a frente com Ele. “A oração sincera tem um objetivo e aqueles que se dedicam a orar desta
maneira aguardam um resultado concreto. O Salmista busca a resposta de Deus
porque todas as suas expectativas estão exclusivamente em Deus. O Salmista sabe
que só poderá ser ouvido por Deus se ele mesmo estiver ouvindo a Deus” [4].
II. O
Senhor que está perto (Sua providência) – vv.149-152
1. v.149 – o salmista confia que
Deus ouve suas orações por Sua bondade e que renova a sua vida pela
Sua Palavra.
O Salmista descarta
completamente a possibilidade de ser ouvido por méritos próprios. Ele confia na
bondade de Deus. Quando Deus ouve uma oração baseada em Sua bondade Ele: ignora qualquer imperfeição que possa existir na oração; perdoa os pecados daquele que está orando; e garante a satisfação do
pedido feito, mesmo que o ofertante da oração não mereça absolutamente nada.[5]
2. vv.150,
151 – os
inimigos do salmista estão se aproximando dele com intenções malignas, porque
se afastam da Palavra de Deus. Mas, ele, sabe que o Senhor está perto!
A palavra perto, aqui no v.151, está “ligada ao ‘resgatador’, o parente mais
próximo. O Senhor se comprometeu a ser
o nosso parente mais próximo, aquele que quando estamos desamparados, assumi a
responsabilidade pelo suprimento de todas as nossas necessidades”[6].
3. v.152 – o salmista conhece ao
Deus eterno e imutável, por isso fez essa afirmação. Um Deus eterno e imutável tem e estabelece soberanamente Sua Palavra
para sempre.
Concluindo – algumas perguntas para
nossa reflexão e aplicação:
1) Como está nossa vida de oração? Quanto tempo temos investido em
oração? Qual é nossa atitude quando estamos orando?
2) Temos certeza que somente Deus é poderoso o suficiente para nos ajudar
verdadeiramente?
3) Quando oramos, descansamos no fato de que Deus nos ouve baseado
exclusivamente em Sua bondade? (Rm 8.26).
4) Temos convicção e coragem de afirmar que o Deus eterno e imutável está
perto de nós?
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – janeiro de
2013
Bom dia que explicação maravilhosa me ajudou muito nos meus estudos
ResponderExcluirMuito obrigada