Em
nosso estudo anterior em João 13.6-11 vimos três lições ensinadas por Jesus aos
seus doze discípulos sobre um coração ensinável: 1º) Procura aceitar os planos
e ações de Deus, mesmo que muitas vezes não os compreenda de imediato (v.6,
7); 2º) Procura entender que há um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo, para a salvação e manutenção desta (v.8, 9); e 3º) Procura reconhecer e submeter-se a Jesus, pois ele é
o único que sabe realmente quem somos (v.10-11).
Hoje,
em João 13.12-17, vamos ver o que Jesus quis dizer, quando afirmou, que o seu
exemplo deveria ser seguido. Nosso tema é Seguindo
o exemplo do Mestre.
Após
lavar os pés dos discípulos como exemplo do seu amor doador e de ensiná-los
sobre a disposição do coração que cada seguidor deve ter, Jesus, faz uma
pergunta retórica: Compreendeis o que vos fiz? (v.12b) Com esta pergunta ele
começa a ensiná-los sobre o que acabara de fazer.
“A
pedagogia das perguntas de Jesus se constitui uma metodologia de ensino
interessante”[1]
e eficaz. As perguntas “são um dos métodos mais eficazes de ensino no contexto
do discipulado”[2].
Mas,
o texto chave aqui é o v.15 – Porque
eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Todo
cristão, discípulo de Jesus, deve andar como ele andou. João em sua primeira
carta diz: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como
ele andou. (1Jo 2.6)
Aqui
nos vv.12-17, Jesus desafia seus discípulos com base no que ele mesmo tinha
feito. Portanto, aquele que quer seguir o exemplo do seu Mestre, deve ter, no mínimo,
quatro atitudes básicas que identificamos na passagem: 1ª) Atitude – identificar
necessidades e agir para supri-las (v.12); 2ª) Atitude – ensinar pelo
exemplo (v.13-15); 3ª) Atitude –
reconhecer seu lugar na obra de Deus (v.16); e 4ª) Atitude – ser feliz, mais
pelo que faz do que pelo que sabe (v.17).
I. Primeira atitude – identificar necessidades e agir para
supri-las (v.12)
Os
discípulos de Jesus precisavam compreender o porquê de sua atitude! Sem essa
compreensão eles não agiriam corretamente. Jesus sabia que eles tinham
limitações na área do entendimento das coisas espirituais. Ao responder a sua
própria pergunta, Jesus recorreu primeiro ao seu relacionamento com eles
(Mestre, Senhor – v.13) e, em seguida, a seu exemplo (deveis lavar os pés uns
dos outros – v.14b).[3]
Quais
necessidades Jesus identificou e o que ele fez para supri-las?
1. Necessidades identificadas: Pés
que precisavam ser lavados e falta de compreensão das coisas espirituais.
2. Iniciativas para suprimento: lavou os pés e usou esse serviço para
ensino de verdades espirituais.
O
discípulo aprende pelo preceito e pelo exemplo. Saber o que fazer na teoria não
é tão difícil, mas praticar no contexto da igreja já não é tarefa fácil[4].
II. Segunda atitude – ensinar pelo exemplo (v.13-15)
O
que mais influencia no aprendizado de um discípulo é a vida e personalidade do
seu discipulador, que deve ser um crente exemplar. O cristão, como discípulo e
discipulador, ensina através do que diz; mas ensina muito mais através do que
faz, mas principalmente, através do que ele é.
O
que Jesus fez foi exatamente isso, ele é Mestre e Senhor, mas com objetivos
pedagógicos, lavou os pés dos seus discípulos. O que ele queria com isso? A
resposta está nos vv.14b, 15 – ... vós
deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como
eu vos fiz, façais vós também.
Conferir
as recomendações de Paulo – 1Co 4.6, 16;
11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6.
III. Terceira atitude – reconhecer seu lugar na obra de Deus
(v.16)
Jesus
já havia dito quem era o Mestre e o Senhor e o que ele fazia. Agora, ele deixa
claro para os seus discípulos que eles deveriam reconhecer os seus lugares na
obra de Deus. Eles seriam os apóstolos do Senhor, não o Senhor!
Em
Efésios 4.11-16 temos o esclarecimento necessário para o reconhecimento de
nossa função na igreja, e, mais ainda, porque nos foi dado tal
responsabilidade.
IV. Quarta atitude – ser feliz, mais pelo que faz do que pelo que
sabe (v.17)
A
palavra bem-aventurado vem de um adjetivo no grego que significa feliz ou aquele que desfruta da felicidade plena.
Essa palavra tem como raiz um termo grego que significa ser feliz, mas não no sentido usual baseado em circunstâncias
exteriores positivas.
Jesus
usando a mesma raiz da palavra disse que esta felicidade é a alegria que ninguém
pode tirar – João 16.22: Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez
vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar.
Olhando
as bem-aventuranças em Mateus 5.1-12, percebemos que quando Jesus fala em
bem-aventurança, ele está oferecendo bênção e felicidade com base em um novo
modo de vida. É o estilo de vida que distingue o crente de qualquer época. Esse
ensino nos convida a um novo padrão de vida. A vontade dele aqui é que sejamos
felizes. Por isso concede-nos princípios por meio dos quais podemos sê-lo. O
que ele quer dizer é que se vivermos conforme os seus princípios seremos
diferentes e felizes de verdade.
Concluindo
“Jesus
havia dado uma demonstração prática de humildade. Agora ele afirma que esta
virtude consiste numa obrigação permanente na comunidade do Reino, como um ato
de honra de uns para com os outros”[5]. O
cristão que segue o exemplo de Jesus e pratica a humildade em tudo o que faz,
desfruta da felicidade oferecida por ele. O principio bíblico da felicidade
duradoura está aqui! “O discípulo se realiza não por causa do sabe, mas por
causa do que pratica”[6].
Que
Deus nos ajude a seguirmos o exemplo do nosso Mestre e Senhor, Jesus, para que
possamos na identificação da real
necessidade dos nossos irmãos, agirmos para supri-las, sendo assim, um exemplo para eles. Reconhecendo também
nossa função na obra de Deus e desfrutando de felicidade plena.
Pr.
Walter Almeida Jr.
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