quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O falso discípulo


João 13.18-30

Em nossos estudos anteriores vimos:

1º) Em João 13.1-5 – diante do estilo de vida de Jesus, marcado pelo amor doador, a resposta a três perguntas que sugerimos com base no texto: Em seu estilo de vida marcado pelo amor doador: 1ª) O que Jesus sabia naquele momento? 2ª) O que Jesus sentiu naquele momento? 3º) O que Jesus fez naquele momento?

2º) Em João 13.6-11 – três lições ensinadas por Jesus aos seus doze discípulos sobre um coração ensinável: 1º) Procura aceitar os planos e ações de Deus, mesmo que muitas vezes não os compreenda de imediato (v.6, 7); 2º) Procura entender que há um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, para a salvação e manutenção desta (v.8, 9); e 3º) Procura reconhecer e submeter-se a Jesus, pois ele é o único que sabe realmente quem somos (v.10-11).

3º) Em João 13-12-17 – como Jesus desafiou seus discípulos com base no que ele mesmo tinha feito. Portanto, aquele que quer seguir o exemplo do seu Mestre, deve ter, no mínimo, quatro atitudes básicas que identificamos na passagem: 1ª) Atitude identificar necessidades e agir para supri-las (v.12); 2ª) Atitudeensinar pelo exemplo (v.13-15); 3ª) Atitude – reconhecer seu lugar na obra de Deus (v.16); e 4ª) Atitudeser feliz, mais pelo que faz do que pelo que sabe (v.17).

Hoje, em João 13.18-30, vamos ver o falso discípulo entre aqueles escolhidos pelo próprio Senhor Jesus e a clara existência deles no meio da igreja desde a sua fundação até hoje. Por isso nosso tema de hoje é “o falso discípulo”.

“A história de Judas é o máximo da tragédia, provavelmente a maior tragédia que já foi vivida. Ele é o exemplo primário do que significa ter a oportunidade e então perdê-la”.[1] Sejam quais forem as razões que levaram Judas a fazer o que fez, temos que observar que, isso aconteceu gradualmente. Ele não se tornou traidor da noite para o dia, isso cresceu dentro dele e o tornou em um homem que só pensava em si mesmo e no que poderia ganhar no ministério apostólico. Assim, “a sua vida terminou em desastre absoluto, o maior exemplo de oportunidade perdida que já se viu”[2].

Judas era um nome comum na época do Novo Testamento e Iscariotes designava o seu lugar de origem “homem de Queriote” (v.26). Ele era o único dos doze discípulos vindo da Judéia.
No capítulo, especificamente no v.13a, está claro o amor de Jesus pelos seus discípulos, mas isso não impediu a traição. Judas traiu Jesus, apesar do amor incondicional que recebeu dele. É nesse contexto descritivo da traição que podemos  aprender, ou não, três coisas: 1) Jesus conhece os seus seguidoresv.18a; 21-26; 2) Jesus confiava e vivia pela Escriturav.18b-20; 3) Jesus respeita as decisões humanasv.26-30.

I. Jesus conhece os seus seguidores – v.18a; 20-26

1. Jesus conhece em particular – v.18a, 21-26; 6.66-70.

2. Jesus conhece a fé – v.19; (Lc 17.3-6).

3. Jesus conhece a disposição – v.20; 15.16.

Todo seguidor leal do Senhor Jesus não deve se abater com os falsos e traidores, mas continuarem firmes em sua missão de embaixadores de Deus. (2Co 5.20)

II. Jesus confiava e vivia pela Escritura – v.18b-20

1. Jesus confiava no cumprimento da Escritura – v.18b – Jo 17.12; Sl 41.9; 55.12-14, 20, 21; Zc 11.12, 13; At 1.16.

2. Jesus vivia as Escrituras – v.19 – não só aqui, mas em Jo 8.24, 28, 58 e 18.5 Jesus usa a expressão “Eu Sou” afirmando sua deidade de modo irrefutável.

a. “Eu Sou” é o nome de Deus – Êx 3.14, 15; Is 43.11; 48.12.

3. v.20 – o que, creio, realmente que Jesus queria dizer aqui é o seguinte: “Aconteça o que acontecer, isso não rebaixa o comissionamento de vocês e não altera o seu chamado. Vocês continuam sendo meus representantes. Ainda que haja um traidor entre vocês, isso não muda nada. Vocês representam Deus no mundo”.[3]

III. Jesus respeita as escolhas humanas – v.26-30

1. v.26 – Jesus respeita as escolhas e oferece oportunidades.

a. Ao dar o pedaço de pão molhado a Judas, Jesus lhe deu mais uma oportunidade de mudança, mas ele “rejeitou a última e mais poderosa oferta de amor de Jesus e o pecado contra o Espírito Santo foi consumado”[4].
b. Judas se tornou um apostata e é um exemplo clássico das Escrituras sobre o assunto. (Conf.: Hebreus 6.4-6).

2. v.27 – Jesus, durante todo o período de seu ministério estendeu a mão a Judas em amor, mas ele cruzou a linha da graça e se deixou possuir por Satanás.
a. Há uma advertência séria de Paulo sobre isso em Ef 4.25-5.2.
b. A atitude de Jesus mudou radicalmente diante da escolha maléfica de Judas. Jesus agora o exorta a agir de acordo com a sua escolha – O que pretendes fazer, faze-o depressa – v.27b.

3. v.28, 29 – os onze discípulos não perceberam o clímax da conversa e das afirmações de Jesus. “Eles não conseguiram ligar as palavras de despedida (v.27), com a ação simbólica de identificação do traidor (v.26)”[5].

4. v.30... saiu logo. E era noite. – “Era mais do que mera noite física, era noite eterna na alma de Judas”[6]. Sempre é noite quando alguém rejeita o amor e o perdão de Jesus.

Existem Judas em todas as épocas da igreja. Talvez eles sejam hoje mais comuns do que nunca. A igreja militante está cheia de pessoas que vendem diariamente Jesus Cristo e “... estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.6).

Concluindo

Que Deus nos ajude a termos aprendidos essas três coisas:

1ª) Que Jesus nos conhece e sabe por que o estamos seguindo;
2ª) Que Jesus confiava e vivia pela Escritura e esse deve ser nosso compromisso também;
3ª) Que Jesus respeita as nossas escolhas, mas não deixa de exortar-nos para que acertemos nelas.

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 24/01/13




[1] John MacArthur – Como ser um crente em um mundo de descrentes, CEP, 2003, p. 29.
[2] Ibid., p. 30.
[3] Ibid., p. 37.
[4] Ibid., p. 43.
[5] Lima, Josadak. O Padrão do Mestre, AD Santos, 2012, p. 39.
[6] MacArthur, p. 44.

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