domingo, 6 de janeiro de 2013

A necessidade de uma nova vida


(Mensagem pregada na IBL Bereana em Araras, dia 06/01/13)
João 3.1-4

Para muitos cristãos o Evangelho de João é livro mais precioso do Novo Testamento. Como literatura, ele é a biografia mais fascinante de Jesus. Teologicamente, o texto mais profundo acerca da divindade de Jesus.

Para efeitos didáticos pode ser divido em três partes: 1ª) Parte – O Ministério Público de Jesus, seus discursos e seus milagres – João 1-12; 2ª) Parte – O Ministério Particular de Jesus, suas instruções aos discípulos mais íntimos – João 13-17 – Jesus os estava preparando para serem seus apóstolos, oferecendo um conjunto de prioridades pelas quais deveriam pautar suas vidas sob a orientação do Espírito Santo; e 3ª) Parte – A Paixão de Jesus, o Filho de Deus, sua missão redentora é vindicada por sua morte expiatória e sua ressurreição – João 18-21.

Nosso texto está no capítulo 3, que, segundo Warren W. Wiersbe apresenta Jesus de três modos: 1º) como o Mestre – 3.1-21; 2º) como o Noivo – 3.22-30; e 3º) como a Testemunha – 3.31-36. Na condição de Mestre, ele ensina sobre o novo nascimento para uma nova vida.

Esse ensino trata de uma questão de vida ou morte, de entrar ou ficar de fora no reino de Deus, ser salvo ou continuar perdido. Este ensino é ministrado através de um diálogo entre Jesus e Nicodemos – v.1, 2. Aqui surgem duas perguntas: Quem é Jesus? Quem é Nicodemos?

1ª) Quem é Jesus?

Não é de hoje que se faz esta pergunta. O próprio Jesus fez esta pergunta aos seus discípulos quando da sua primeira vinda a este mundo.

Lucas 9.18, 19 – “Estando ele orando à parte, achavam-se presentes os discípulos, a quem perguntou: Quem dizem as multidões que sou eu?” “Responderam eles: João Batista, mas outros, Elias; (Jeremias/Isaías – Mateus 16.14) e ainda outros dizem que ressurgiu um dos antigos profetas”.

Portanto, esta pergunta é tão antiga quanto o Evangelho. Ainda hoje é assim, há muitos conceitos inadequados sobre Jesus. Por exemplo:

Há quem diga, por exemplo, que Jesus Cristo foi o maior homem que já viveu, homem perfeito, o homem ideal, o homem-modelo-dos-outros.

Outros classificaram Jesus Cristo como um grande mestre, um grande filósofo.

O Jesus Cristo das seitas da ciência da mente (Ciência Cristã, Ciência Religiosa, Escola Unitária do Cristianismo, etc.) não é diferente de qualquer outro ser humano. Cristo é uma ideia espiritual de Deus e não uma pessoa.

Há aqueles que ensinam que antes de nascer nesta terra, Jesus era Miguel, o Arcanjo. Ele é um deus, mas não o Deus Jeová.

Jesuso bilionário” – os chamados pregadores do movimento da fé e da prosperidade promovem um Jesus que foi materialmente próspero.

Jesus é o Filho do Deus Vivo – esta afirmação não é minha, mas do próprio Deus e Pai, Criador e Sustentador dos céus e da terra. Escute o que diz a Palavra de Deus, a Bíblia:

Mateus 3.17 – “E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.

Mateus 17.5 – “Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”.

Atos 13.32, 33 – “Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei”.

Hebreus 1.5 – “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?”.

2 Pedro 1.17 – “pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.

Quando a Bíblia diz que Jesus é Filho de Deus, ela quer dizer que ele é Deus. João 1.18 diz – “Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer”.

E porque ele é Deus ele tem atributos de Deus, qualidades inerentes somente a Deus, como:

CriadorJoão 1.2, 3 – “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”.

OnipotênciaMateus 28.18 – “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”.

OnipresençaMateus 18.20 – “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”.
OnisciênciaJoão 1.48 – “Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira”.

Vida EternaJoão 5.26 – “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo”.

Perdoador de pecadosMateus 9.2 – “E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados”.

2ª) Quem é Nicodemos – Nicodemos é tão claramente identificado em João 3.1-7, que é possível ter uma imagem clara de sua personalidade e do propósito de sua visita a Jesus.

Nicodemos era: 1) uns dos principais dos judeus (fariseus) – a fraternidade mais religiosa de toda a religião judaica; 2) Líder dos judeus – integrava o supremo organismo jurídico permitido pelos romanos, o Sinédrio, encarregado da liderança moral e espiritual do povo e; 3) mestre em Israel – teólogo preocupado com a verdadeira compreensão e ensino da revelação dada por Deus.

O Evangelho de João narra três episódios que envolvem Nicodemos e Jesus: 1º) Um diálogo a noite sobre o novo nascimento e o Reino de Deus – João 3.1-15; 2º) Uma defesa do ministério de Jesus – João 7.44-52 e; 3º) O cuidado com Jesus na hora da sua morte – João 19.18-42.

Então, nesse ensino de Jesus que trata de uma questão de vida ou morte, de entrar ou não no reino de Deus, de ser salvo ou continuar perdido. Jesus fala claramente sobre a necessidade do novo nascimento, para o começo de uma nova vida, a vida cristã, observamos no dialogo de Jesus com Nicodemos três detalhes: 1º) Um esclarecimento extraordinário – v.3a. 2º) Um requisito indispensável – v.3b. 3º) Uma experiência única – v.3c.

I. Um esclarecimento extraordinário – v.3a
“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo...”

Diante de Jesus estava um homem que o via como um mestre, mas que tinha visto mais do isso nos seus milagres e no seu ensino. Por isso tinha muito a perguntar. Na verdade, Nicodemos queria saber a verdade: Jesus era ou não o Filho de Deus, o Salvador!

Jesus respondeu do modo mais direto possível naquele momento. Ele disse: Em verdade, em verdade te digo, ou seja, você quer saber a verdade, eu te digo!

Exemplo: Condoleezza Rice na Conferência Global para Líderes 2012 em Campinas.

Essa compreensão é extraordinária da verdade de quem é Jesus, mostra um requisito indispensável para entra no reino de Deus – o novo nascimento!

II. Um requisito indispensável – v.3b
“... que, se alguém não nascer de novo...”

O verbo nascer aqui está na voz passiva indicando “ser gerado do alto” ou “nascer de cima”. Jesus foi ao amago da necessidade de Nicodemos, ou seja, a necessidade de transformação espiritual ou regeneração produzida pelo Espírito Santo.

Essa necessidade de Nicodemos, do novo nascimento, desafiou o direito dele de fazer uma avaliação puramente humana a respeito de Jesus. A resposta de Jesus foi muito além da pergunta implícita de Nicodemos no texto.

O novo nascimento é um ato de Deus pelo qual a vida eterna é concedida aos que creem em Jesus e também é o ato de tornar-se filho de Deus pela fé no nome de Jesus.

Significa receber de Deus uma nova natureza, novos princípios, novos afetos e novos objetivos na vida.  E esta é a necessidade de qualquer pessoa, até mesmo dos mais religiosos como Nicodemos. Jesus disse a ele: Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. (v.7)

A compreensão da necessidade do novo nascimento é um requisito indispensável para entrar no Reino de Deus gera uma experiência única na vida do cristão!

III. Uma experiência única – v.3c
“... não pode ver o reino de Deus.”

A palavra ver, aqui, significa “experimentar, encontrar, participar em”. Ver o reino, aqui, é ter a vida eterna. Jesus queria dizer a Nicodemos que viver no reino é estar sob o governo, a autoridade e o cuidado do Rei.

A experiência de viver num mundo que jaz no maligno, ou seja, que está debaixo da autoridade do Diabo todos, sem exceção, neste mundo já tem. Mas a experiência de entrar no reino de Deus, começando pelo novo nascimento, ainda aqui no mundo, só tem aqueles que reconhecerem a Jesus como o Filho de Deus e Salvador Pessoal e o receberem como tal pela fé, confessando os seus pecados!

Concluindo

Para que neste novo ano, 2013, desfrutemos de paz real, segurança total e felicidade plena, que é o que todos queremos, Jesus disse: ... importa-vos nascer de novo (v.7b).

Eu e você precisamos mais do nunca, hoje, desse esclarecimento extraordinário, desse requisito indispensável e dessa experiência única para sermos salvos e fazermos parte do Reino de Deus, aqui e no porvir!

Pr. Walter Almeida Jr.

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