Em
nossos estudos anteriores, no mês de janeiro, vimos:
1º) Em João 13.1-5 – O estilo de vida de Jesus, marcado pelo amor
doador; 2º) Em João 13.6-11 – três
lições ensinadas por Jesus aos seus doze discípulos sobre um coração ensinável;
3º) Em João 13-12-17 – quatro
atitudes básicas daquele que quer seguir o exemplo do seu Mestre; e 4º) Em João 13.18-30 – aprendemos três
lições no contexto descritivo da traição.
Hoje,
em João 13.31-38, vamos estudar
sobre as prioridades de um discípulo de
Jesus Cristo.
Havendo
Judas se retirado, os acontecimentos finais da vida de Jesus aqui no mundo
foram colocados em movimento. “Da perspectiva humana, a morte de Jesus pode ser
considerada um crime hediondo. Para Deus, porém, a morte de seu Filho na cruz
foi um momento de glória. Jesus foi glorificado e Deus foi glorificado nele
(vv.31, 32), no momento em que Ele morreu na cruz”.[1]
Jesus
está, aqui, se despedindo dos seus discípulos e indo para o Pai (v.33). “Mas
antes da coroa, havia a cruz. Jesus seria ferido e os seus discípulos seriam
dispersos, como profetizou Zacarias (Zc 13.7)”.[2] Então,
“em vez de centrar-se na agonia da cruz, Jesus encarou a cruz como fato
passado, antecipando a glória que teria com o Pai posteriormente”.[3] (Jo
17.4-5; Hb 12.2)
Nesse
contexto de despedida, Jesus dá aos seus discípulos um mandamento, que ele
mesmo chamou de “novo mandamento” – v.34. O mandamento bíblico do amor não era
novo em termos de tempo, pois, no Antigo Testamento em Dt 6.5 há a ordem para
amar a Deus e em Lv 19.18 há a ordem para amar o próximo como a si mesmo. No
Novo testamento a ordem para amar uns aos outros é repetida pelo menos doze
vezes – Jo 13.34; 15.9, 12, 17; Rm 13.8; 1Ts 4.9; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11, 23; 4.7, 11, 12; 2Jo 5).
O
mandamento de Jesus de amar é novo ou inédito de cinco maneiras e revelam,
também, as cinco prioridades que um discípulo deve ter em sua vida: 1) Ele
é novo em proeminência; 2) Ele é novo no seu referencial; 3) Ele
é novo em sua maneira de expressá-lo; 4)
Ele é novo em sua exclusividade; e 5) Ele
é novo em sua capacitação.
I. O mandamento de Jesus de amar é novo
em proeminência (v.34a) – porque, juntamente com o amar a Deus, o amar
uns aos outros é o maior de todos os mandamentos.
1. Mateus 22.34-40
a. v.39 – O
segundo, semelhante a este, é: Amaras o teu próximo como a ti mesmo.
b. v.40 –
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.
c. 1Jo 4.21 – Ora,
temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a
seu irmão.
2. Marcos 12.28-31
a. v.31b – Não
há outro mandamento maior do que estes.
3. 1Coríntios 13.1-3 – acima de tudo que falamos, de tudo o que sabemos,
de tudo o que cremos, de tudo o que damos ou fazemos, deve estar o amor – “...
que vos ameis uns aos outros...” (v.34a).
Assim, a
primeira prioridade na vida de um discípulo de Jesus deve ser: considerar o amor a Deus e ao próximo como o
maior de todos os mandamentos.
II. O mandamento de Jesus de amar é novo
no seu referencial (v.34b)
Jesus é o
nosso referencial de amor – “... assim
como eu vos amei...”
1. Jo 13.1 – O amor de
Jesus que está acima de qualquer coisa – “... sabendo Jesus que era chegada
a sua hora de passa deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no
mundo, amou-os até ao fim”.
2. 1Jo 3.16 – Ao entregar a
sua vida por nós, Jesus tipificou a verdadeira natureza do amor cristão –
Jo 15.12, 13; Fp 2.5-8; 1Pe 2.19-23. Ele nos chama a amar “uns aos outros de
acordo com o mesmo parâmetro de amor que ele usou para conosco”[4]. (1Jo
2.5, 6)
A segunda
prioridade na vida de um discípulo de Jesus é ter Jesus como único referencial de amor para o seu ministério.
III. O mandamento de Jesus de amar é
novo em sua maneira de expressá-lo (v.34c) – O amor deve ser expresso
através de ações concretas – “... que também vos ameis uns aos outros...”.
1. 1Jo 3.17, 18 – afirmar que se ama não é suficiente, o amor cristão
não é uma questão de sentimentos, mas de atitudes. “Onde não há esse tipo de
amor, a presença do amor de Deus é questionada”.[5]
2. Lucas 10.25-37 – v.37 –
Então lhe disse: Vai e procede tu de igual modo. Uma atitude concreta de amor
para com o semelhante em necessidade independe de lugar, de hora, de raça, de
cor, de sexo, de religião, ou de qualquer outra coisa. A ação do amor cristão
deve ser solidaria com o ser humano de forma integral.
A terceira
prioridade na vida de um discípulo de Jesus é enxergar quem quer que seja como seu próximo e agir em seu favor para a
salvação e solidariedade.
IV. O mandamento de Jesus de amar é novo
em sua exclusividade (v.35) – somente quem é discípulo de Jesus, pode amar
como ele amou – “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos...”.
1. Romanos 12 – o primeiro capítulo da segunda parte da carta aos
Romanos, que enfatiza o viver da teologia bíblica. Aqui, temos as diretrizes
para os discípulos de Jesus sobre o culto público, sobre a santificação, sobre
o uso dos dons e sobre o amor cristão que deve ser sem hipocrisia.
A quarta
prioridade na vida de um discípulo de Jesus é viver o amor de Deus em tudo o que faz. É como viver para a glória de
Deus. (1Co 10.31).
V. O mandamento de Jesus de amar é novo
em sua capacitação (v.35b) – só o
próprio Jesus pode nos capacitar a amar como ele amou – “... se tiverdes amor
uns aos outros”.
1. A obra de capacitação de Jesus aos seus discípulos começa no inicio da
vida cristã e vai até o final dela – Fp 1.6.
2. Paulo deixou muito claro de onde vinha a sua capacidade – 2Co 3.5;
9.8.
3. Deus é quem opera em nós – Fp 2.13.
4.
Por isso o amor de Deus foi derramado em nossos corações – Rm 5.5.
A quinta
prioridade na vida de um discípulo de Jesus é deixar-se envolver e ser guiado pelo amor de Deus. A capacidade de amar
as almas perdidas e a almas redimidas vem do amor de Deus, em nos pelo Espirito
Santo.
Concluindo
Então,
o mandamento de Jesus de amar é novo de cinco maneiras: Ele é novo em proeminência; no
seu referencial; em sua maneira de
expressá-lo; em sua exclusividade;
e em sua capacitação. Essas cinco
maneiras novas do mandamento do amor de Jesus, revelam as cinco prioridades que
um discípulo deve ter em sua vida: 1ª)
considerar o amor a Deus e ao próximo
como o maior de todos os mandamentos; 2ª) ter Jesus como único
referencial de amor para o seu ministério; 3ª) enxergar quem quer que
seja como seu próximo e agir em seu favor para a salvação e solidariedade; 4ª)
viver o amor de Deus em tudo o que faz; e 5ª) deixar-se envolver e ser
guiado pelo amor de Deus. A capacidade de amar as almas perdidas e a almas
redimidas vem do amor de Deus em nos pelo Espirito Santo.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – Jan/2013