Em
nosso estudo anterior:
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Vimos que, o
quarto mandamento abre espaço para a devoção. Um dia dentre sete deve ser
separado para deixar-se de lado todo o resto a fim de deleitar-se em Deus.
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O Senhor Jesus,
no que falou e no que fez, não revogou o quarto mandamento. Antes, tanto
cumpriu quanto atualizou as promessas do AT.
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A novidade
trazida pela ressurreição do Senhor Jesus, no domingo, toma lugar não apenas na
mente e no coração dos crentes, mas também no calendário cristão. Os irmãos,
agora, se reúnem para partir o pão no primeiro dia da semana – At 20.7.
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Assim, da criação
à ressurreição, o dia designado para descanso e devoção era o sétimo. A partir
da ressurreição, os cristãos passaram a reunir-se para cultuar a Deus no
primeiro dia da semana. Para esclarecer, o termo sábado não significa sétimo, e
sim, descanso. (Jo 20.1; At 20.7)
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Terminamos
meditando que é impressionante como Deus exige poucas coisas de nós: Que o amemos acima de tudo, que o amemos
como ele é e não a um ídolo forjado por nossa imaginação, que falemos dele com
amor e respeito e, por fim, que dediquemos tempo a ele e ao seu reino.
Nosso
estudo de hoje é sobre o quinto
mandamento – Êxodo 20.12 – Honra teu
pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu
Deus, te dá.
Deus,
no quinto mandamento, faz exigências a dois grupos de pessoas: filhos e pais. Essa referência à esfera
familiar deve-se “ao fato de que a família é a célula mais básica da vida
social humana e o modo como vivenciamos os relacionamentos nela afetam nossos
relacionamentos nas demais esferas”.[1]
Mas,
as orientações aqui, não se restringem apenas à família e podemos ampliar o
significado dos termos pais e filhos, atribuindo as eles a ideia de sujeição e
exercício de autoridade. Assim, o quinto mandamento, reforça o valor e
importância da autoridade.[2]
O
mandamento enfatiza que a honra devida é a ambos – Honra teu pai e tua mãe. (v.12) Como o termo honrar é geral e
abrangente, quero citar ações práticas, que creio, estão inclusas nessa
exigência:
1ª) Honrar aos pais ouvindo – Honramos
alguém quando o ouvimos e honrar pai e mãe significa desejar ouvi-los e fazer
deles nossos principais conselheiros. Provérbios
1.8 diz: “Filho meu, ouve o ensino
do teu pai...”.
2ª) Honrar aos pais considerando
– Filhos honram seus pais quando além de escutá-los, consideram e levam a sério
as suas opiniões. Por isso, o restante de Provérbios
1.8 diz: “... e não deixes a
instrução de tua mãe”.
3ª) Honrar aos pais obedecendo em
submissão – “A ausência de cláusulas de exceção e qualificativos aponta
para a ideia de que não há tempo em que pai deixe de ser pai e filho deixe de
ser filho. Essa ausência mostra que a obediência é a regra geral”.[3] Paulo em
Efésios 6.1, ao citar o quinto
mandamento, mostra que os filhos devem obedecer aos pais por causa de Deus e
não apenas pelos pais. Por ser a obediência a regra geral, “apenas a obediência
a Deus pode justificar a desobediência aos pais”.[4]
Mas, como fica o papel dos pais? Mais por implicação do que por afirmação direta, o
mandamento faz também exigências aos pais. Pois, ao exigir dos filhos a honra
aos pais, o mandamento pressupõe que os pais são responsáveis pelos filhos.[5] As
Escrituras, tanto do Antigo como do Novo Testamento, deixam isso claro – Dt 6.1-9; Ef 6.1-4.
Então,
a Palavra de Deus mostra que, se por um lado, filhos devem honrar seus pais,
devotando-lhes a obediência devida, por outro, os pais, investidos de
autoridade, devem exercê-la de modo responsável e respeitoso, cuidando para não
abusarem dela, provocando os filhos a ira.[6]
Embora
as primeiras implicações do quinto mandamento digam respeito à vida familiar,
ele expressa a necessidade, o valor e a importância da autoridade de um modo
geral e exige daqueles que estão investidos ou sujeitos à autoridade, que se
portem como pais e filhos.[7] O Catecismo Maior de Westminster, na pergunta 124, sustenta essa ideia do
seguinte modo:
As palavras
pai e mãe, no quinto mandamento, abrangem não somente os próprios pais, mas
também todos os superiores em idade e dons, especialmente todos aqueles que,
pela ordenação de Deus, estão colocados sobre nós em autoridade, quer na
família, quer na Igreja, quer no Estado.
O
Catecismo de Heidelberg, na pergunta 104, caminha nessa mesma
direção:
Que devo
prestar toda honra, amor e fidelidade ao meu pai, à minha mãe e a todos que tem
autoridade sobre mim; que eu devo submeter-me à boa instrução e disciplina
deles com a devida obediência; e também pacientemente suportar os seus defeitos
e as suas fraquezas, porque Deus se agrada em nos governar pelas mãos deles.
Concluindo
Citando
o quinto mandamento (v.12b) em Efésios 6.2, o apóstolo Paulo,
relaciona a honra aos pais e “consequentemente à autoridade, de modo geral, a
uma vida sábia, feliz e longeva”.[8]
A
correta relação entre pais e filhos é fundamental para o bem estar da alma. Por
meio de Cristo, pais e filhos, podem reaproximar-se uns dos outros. O poder de
Deus, pela sua Palavra, é suficiente para encher de amor a ambos, para perdão e
restauração. Um dos profetas do AT enxergou o dia em que Deus enviaria o
precursor do Senhor Jesus, abrindo caminho para essa reaproximação[9] – Malaquias 4.6.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira, 28/02/14
[1] Lição “Os Dez Mandamentos – Os Preceitos do Deus da
Aliança”, Editora Cultura Cristã, 1º Trimestre de 2014, Lição 7, p. 30.
[2] Ibid., p. 30.
[3] Ibid., p. 31.
[4] Ibid., p. 31.
[5] Ibid., p. 31.
[6] Ibid., p. 32.
[7] Ibid., p. 32.
[8] Ibid., p. 33.
[9] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do
discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 15.
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