No
estudo anterior, o sétimo mandamento:
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Vimos que, o sétimo mandamento revela o padrão de Deus
para a pureza da mente e do corpo, bem como da fidelidade pactual.
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Enfatizamos que, na busca de uma liberdade anárquica e em
busca de realizações egoístas, o ser humano substitui o Deus verdadeiro por um
falso. Do mesmo modo, alegando que merece ser feliz pisa o cônjuge e troca-o
por outra pessoa que o satisfaça. Em ambos os casos deixa de amar o real para
abraçar o imaginário, ilusório e passageiro.
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Observamos como
guardar a nossa mente e o nosso corpo do adultério de modo prático: 1º) Guardar
a mente por meio do cuidado com o que se vê; 2º) Guardar a mente por meio do cuidado com o que se ouve; 3º) Guardar a mente por meio do cuidado com o que
se lê.
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E concluímos
afirmando que, para os verdadeiros cristãos, os compromissos pactuais exigem
uma aliança de pureza pessoal: Pertenço a
Deus, por isso me consagro a ele; pertenço a meu cônjuge, dou-me somente a ele.
Deus e meu cônjuge são minha alegria e prazer.
Nosso
estudo de hoje é sobre o oitavo mandamento – Êxodo 20.15 – Não furtarás.
O
mandamento apresenta nossa obrigação moral para com o nosso próximo no tocante
ao dinheiro e à propriedade. Proíbe a apropriação dos bens alheios e exige a
preservação dos bens e propriedades do próximo. Significa não possuir coisa
alguma que não tenha sido obtida por meios lícitos e honestos.[1]
Todas
as pessoas possuem coisas tangíveis e intangíveis e ninguém tem o direito de
tomá-las, a menos que lhe seja concedido isso. O que as pessoas têm ou obtém
pode ser dádiva ou recompensa. Dádiva é o que alguém recebe de outrem.
Recompensa é o que uma pessoa obtém com resultado de seu trabalho, isto é, o que
acumula em decorrência de seu esforço e disciplina.
As práticas pecaminosas proibidas no
oitavo mandamento no contexto do Antigo e do Novo Testamentos são:
1ª) Furto ou roubo – Êx 22.1-15; Ef 4.28; 2ª) Sequestro
e tráfico de seres humanos – Êx
21.16; 1Tm 1.10; 3ª) Negócios desonestos e injustiça social –
Dt 15.7-9; Lv 19.3; Am 8.4-6; Rm 4.4; Tg 5.4; 4ª) Má administração de
recursos: acúmulo e desperdício – Pv
21.20; Lc 12.15; Lc 15.11-32; Pv 6.6; 28.19.
Os deveres exigidos pelo oitavo
mandamento são:
1º) Confiança na providência divina
– O mandamento estimula os cristãos a confiarem em Deus como a suficiente
garantia para a sobrevivência e a não se deixarem iludir pela confiança nos
próprios recursos – Sl 24.1; 1Cr 29.14; Sl
37.25; Mt 6.33.
2º) Proteção dos bens e da
propriedade – O cristão deve empenhar-se por preservar a sua dignidade
financeira e material e também a do seu próximo – Dt 19.14; Lv 6.4, 5. A possibilidade de possuir confere dignidade à
pessoa. Ao respeitar aquilo que outra pessoa possui reconhecemos sua dignidade.
Cabe aqui, reconhecer que a prática da generosidade é um meio de concessão de
dignidade humana. (cf. Dt 15.11; Pv
19.17; 22.9)
3º) Trabalho, negócios honestos e
socorro material dos necessitados – Trabalho honesto e diligente e socorro
material são formas de erradicar o furto – Ef
4.28; 1Tm 6.11-19; At 2.42-47; 4.32-37; Sl 128.2.
4º) Moderação, simplicidade e
frugalidade – Um entendimento correto e completo do oitavo mandamento
ensina o cristão a viver com moderação em relação as coisas deste mundo – Lc 12.15; Cl 3.5; Hb 13.5; Fp 4.5; 1Tm 6.6;
Jo 6.12.
Assim,
o oitavo mandamento deve orientar todas as relações possíveis do cristão com os
bens materiais, os seus direitos e deveres, e em relação à propriedade sua e
alheia.
Concluindo
Termino
citando o Catecismo de Heidelberg.
Pergunta 110: O que Deus proíbe do oitavo mandamento?
Deus não
somente proíbe aqueles furtos e ou roubos que são punidos pelas autoridades,
mas também classifica como roubo todos os maus propósitos e as práticas
maliciosas, por meio dos quais tentamos nos apropriar dos bens que pertencem ao
nosso próximo, seja pela força, seja pela aparência de direito, como a
falsificação de peso, de medidas, a propaganda enganosa, as moedas falsas, a
usura, ou por qualquer outro meio proibido por Deus.
Pergunta 111: Mas o que Deus ordena nesse mandamento?
Que eu devo
promover, tanto quanto possível, o bem do meu próximo, e tratá-lo como quero
que os outros me tratem; e também que eu devo fazer fielmente o meu trabalho
para que possa ajudar ao necessitado.
Lendo
criticamente essas perguntas e respostas, podemos afirmar que isso, também, diz
algo sobre a prática de dedicar a Deus dízimos e ofertas. Consagramos a Deus
tudo o somos e temos. Agora, o que os
dízimos e ofertas têm a ver com o oitavo mandamento, que consta entre os
deveres para com o próximo? É que os recursos arrecadados pela igreja devem
ser investidos no sustento das causas do reino, ou seja, na evangelização local
e mundial, nos cuidado dos pobres, no sustento dos vocacionados e na adequação
das estruturas da igreja de modo a oferecer conforto as pessoas de todas as
faixas etárias, especiais e enfermos. (cf. Ml
3.10, 11; 2Co 9.6-8; At 4.34, 35)
Finalmente,
o oitavo “mandamento diz muito sobre quem somos. Ao invés de caminharmos voltados
para a satisfação de nossas próprias ambições, podemos prosseguir
respeitando-nos, auxiliando-nos mutuamente e sustentando a causa divina.”[2]
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 20/03/14
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