No
estudo anterior, o oitavo mandamento:
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Vimos que, o mandamento apresenta nossa obrigação moral
para com o nosso próximo no tocante ao dinheiro e à propriedade. Proíbe a apropriação
dos bens alheios e exige a preservação dos bens e propriedades do próximo.
Significa não possuir coisa alguma que não tenha sido obtida por meios lícitos
e honestos.
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Vimos, também, as
práticas pecaminosas proibidas no oitavo mandamento tanto no contexto do Antigo
com do Novo Testamento: Furto ou roubo;
Sequestro e tráfico de seres humanos;
Negócios desonestos e injustiça social;
Má administração de recursos: acúmulo e
desperdício.
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E os deveres exigidos
pelo oitavo mandamento: Confiança na
providência divina; Proteção dos bens
e da propriedade; Trabalho, negócios
honestos e socorro material dos necessitados; e Moderação, simplicidade e frugalidade.
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Terminamos
afirmando que o oitavo mandamento diz
muito sobre quem somos e, ao invés de caminharmos voltados para a satisfação de
nossas próprias ambições, podemos prosseguir respeitando-nos, auxiliando-nos
mutuamente e sustentando a causa divina.
Nosso
estudo de hoje é sobre o nono mandamento – Êxodo 20.16 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
No
nono mandamento, juntamente com o terceiro, somos lembrados de que as nossas
palavras têm consequências emocionais, sociais e espirituais. “O que dizemos pode preservar, defender,
condenar ou destruir uma pessoa. Mais ainda, pode dividir ou unir uma
comunidade. A língua estremece, pulveriza ou fortalece relacionamentos. Somos
convocados por Deus a testemunhar em favor do que é verdadeiro e bom”.[1]
Está
claro, pelo seu contexto, que o nono mandamento “é mais uma maneira de
expressarmos amor ao nosso próximo; neste caso, preservando a sua honra por
meio de nossas palavras”.[2]
A
observância do nono mandamento contribuirá para a harmonia no convívio social,
pois ninguém deve causar dano ao próximo por meio de palavras proferidas por
sua boca, antes, deve fazer uso de palavras para falar bem e a verdade para
todos.
Observemos
agora as proibições e os deveres contidos no nono mandamento:
I. Proibições do nono mandamento
1. A mentira – A mentira não deve fazer parte da vida do cristão –
Lv 19.11; Pv 12.22; Sl 119.163; Pv 30.3. O compromisso do crente é com a
verdade – Cl 3.9; Ef 4.25.
2. Juízos falsos e calunias – Esse mandamento alerta para a cautela que o cristão
deve ter quando abrir a sua boca para se referir ao seu próximo. Ninguém deve
manchar a reputação de seu próximo com juízos falsos, principalmente em
público. (cf. Lv 19.15; Pv 19.5; 6.19; Sl 15.3)
3. Boatos falsos, fofocas e
tagarelices – Todos os boatos sem fundamento, fofocas e conversas
infrutíferas que visam prejudicar a reputação de alguém são modos de quebra o
nono mandamento. (cf. Tg 4.11; Tt 3.2; Pv 16.28; Lv 19.16; 1Co 15.33)
4. Insultos, xingamento e
maledicência – O insulto é uma maneira de violência, por palavras, contra
alguém que visa destruir sua reputação e acabar com sua vida. Jesus proibiu o
insulto, pois o considerou, figuradamente, uma forma de assassinar uma pessoa –
Mt 5.22. O termo usado por Jesus aqui é racá
e traduz todo o espírito do insulto que significa dizer que uma pessoa não vale nada ou é um nada.
5. Falsidade e falsos profetas
– Aqui temos a proibição tanto dos que mentem para depreciar a reputação de
alguém quanto aos bajuladores. (cf. Sl 12.2; Lc 18.11) Uma coisa para o que se
deve atentar aqui, também, é para aqueles que tentam depreciar o próprio Deus,
os falsos profetas – Jr 14.13-15.
II. Deveres do nono mandamento
1. Amar e falar a verdade – Uma das evidências de obediência cristã quanto ao
nono mandamento é o amor à verdade, sempre. “Quem ama de fato a Deus e ao
próximo como a si mesmo deve ter sua real satisfação em falar a verdade”.[3] (cf. 1Co
13.6; Ef 4.29; Cl 3.9, 10; Mt 5.37)
2. Zelar pela boa reputação do
próximo – Os cristãos são chamados a defender a verdade de Deus, a defender
uns aos outros e a não se calarem diante de mentiras proferidas contra eles e
contra a Igreja de Jesus Cristo. (cf. Rm 2.2; 1Co 5.8; 2C0 13.8; Ef 5.9; Fp 4.8; Tg
3.14)
3. Domínio próprio – Essa é uma
das virtudes cristãs que mais está relacionada ao nono mandamento – Gl 5.23; Tg
3.1-12.
Concluindo
O
puritano Thomas Brooks (1608-1680) disse o seguinte: “... nós conhecemos os metais pelo som que produzem e os homens por aquilo
que falam!”. Na verdade, as palavras que saem da boca de um homem são uma
expressão bem clara de quem ele é de fato. Deus se preocupa muito com as
palavras que proferimos por isso ele nos deu o nono mandamento.[4] (cf. Mt
12.34; Mt 12.36, 37)
Termino
citando o Catecismo de Heidelberg, pergunta 112 – O que é exigido no nono mandamento?
Que eu não dê
falso testemunho contra ninguém, e nem falsifique as suas palavras; que eu não
seja mexeriqueiro ou caluniador; que eu não julgue, e nem ajude a condenar
qualquer homem de modo leviano e sem que ele seja ouvido; mas devo evitar todo
tipo de mentiras e enganos como obras próprias do diabo, para que eu não caia
sob a pesada ira de Deus; do mesmo modo, que em julgamento e em qualquer outra
ocasião, devo amar a verdade, falar a verdade e confessá-la francamente; também eu
devo defender e promover, tanto quanto puder,a honra e a
boa reputação do meu próximo.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 29/03/14
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