João 12.20-36
Para
muitos cristãos o Evangelho de João é livro mais precioso do Novo Testamento.
Como literatura, ele é a biografia
mais fascinante de Jesus. Teologicamente,
o texto mais profundo acerca da divindade de Jesus, ou seja, o livro de João é “a biografia mais fascinante de Jesus e o texto mais profundo acerca da
sua divindade”[1].
O
Evangelho de João foi escrito com o objetivo de persuadir os seus leitores a
crer em Jesus – Jo 20.30, 31. “Nos
sinais escritos, a divindade de Jesus é revelada; na fé, temos a reação que
estes sinais devem produzir; na vida eterna, o resultado que a fé traz”[2]. Mas, a
ênfase de João está na necessidade do ser humano pecador crer em Jesus, como
ele é apresentado nas Escrituras. Assim, ele, usa a palavra crer ou fé 98 vezes, no evangelho, para ensinar que a fé em Jesus é
indispensável para a salvação da humanidade.
Para
efeitos didáticos pode ser divido em três partes: 1ª) Parte – O Ministério
Público de Jesus, seus discursos e seus milagres – João 1-12; 2ª) Parte – O Ministério Particular de Jesus, suas
instruções aos discípulos mais íntimos – João
13-17 – os quais estava preparando para serem seus apóstolos, oferecendo um
conjunto de prioridades pelas quais deveriam pautar suas vidas sob a orientação
do Espírito Santo; e 3ª) Parte – A Paixão de Jesus, o Filho de Deus, sua
missão redentora é vindicada por sua morte expiatória e sua ressurreição – João 18-21.
Então,
a partir do final do capítulo 12, Jesus deixa as multidões e se retira para um
círculo íntimo de seus discípulos. Esse capítulo registra o final do ministério
público de Jesus que, vai para Jerusalém passando por Betânia, por ser o seu
destino a cruz e depois a glória. Mas, antes de ser humilhado e morrer, Jesus é honrado com um jantar e com uma
unção em Betânia – vv.1-10, é aclamado triunfalmente em Jerusalém – vv.11-19, é honrado pelos gregos que desejam conhecê-lo pessoalmente – vv.20-36, e ele mesmo faz um resumo do seu ensino, com uma
explicação sobre a incredulidade dos judeus e uma descrição da verdadeira fé
– vv.37-50.
Depois
de sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus vai ao templo e, pela segunda vez
expulsa de lá os comerciantes, isto de acordo com um estudo da harmonia dos
Evangelhos, que tenta traçar a vida e o ministério de Jesus em ordem
cronológica. Uma coisa digna de nota aqui é como Jesus foi honrado
triunfalmente ao entrar na cidade de Jerusalém. Observe comigo os seguintes
versículos: v.13a – Jesus
honrado como Rei Salvador – Hosana
palavra que significa “salve agora”
ou “nós te imploramos, ó Deus, salva-nos
agora”; v.13b – Jesus honrado como o Messias prometido pelas
Escrituras – O povo cantava o Salmo
118.26: “Bendito é o que vem em nome do Senhor”. Jesus é o enviado bendito! e vv.14,
15 – Jesus honrado com Rei da Paz
– Cumprindo a profecia de Zacarias 9.9,
Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho. Jesus é o Rei da paz, manso e humilde.
A
entrada triunfal e limpeza do templo em Jerusalém, por Jesus, provavelmente
chamou a atenção dos gregos que estavam ali e participavam da festa – v.20. Essa festa era a Páscoa, uma das
sete festas principais do povo de Israel, instituída pelo próprio Deus. Em Levítico 23, Deus ordenou, através de
Moisés, que Israel celebrasse sete festas, as chamadas festas solenes do Senhor. As primeiras
quatro festas são celebradas na primavera – Páscoa, Primícias, Pães Asmos e Pentecostes. As três últimas, no outono – Trombetas, Expiação e Tabernáculos.
Esses
gregos que participavam da festa, se
dirigiram a Filipe... e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. (v.21) É
interessante observar, também, a atitude de Filipe no v.22 – Filipe foi dizê-lo a
André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. O que esse modo de agir de
Filipe e André sugere? Ordem, organização,
hierarquia, respeito, submissão e reverência.
A
partir desse pedido, o Senhor Jesus revela três verdades imprescindíveis: Primeira verdade – Jesus fala da sua morte – vv.23,
24; Segunda verdade – Jesus fala daqueles que desejam segui-lo
– vv.25, 26; e Terceira Verdade – Jesus fala
da sua missão – vv.27-36.
I. Primeira verdade imprescindível – Jesus fala da sua morte – vv.23, 24
Jesus
ensina, aqui, acerca da sua morte, ressurreição, ascensão e coroação, deixando
para nós três lições:
1.
A morte de Jesus aconteceu exatamente no tempo certo, o tempo determinado por
Deus - É chegada a hora... (v.23a) (cf. Jo 7.30; 17.1; Gl 4.4, 5)
2.
A morte de Jesus foi absolutamente necessária – v.24a – Em verdade, em
verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só...
3.
A morte de Jesus produziu e produz ainda muitos frutos – v.24b –... mas, se morrer,
produz muito fruto. (cf. Is 53.11, 12; Ap 1.5-7; 5.9, 10)
II. Segunda verdade imprescindível –
Jesus fala daqueles que desejam segui-lo – vv.25, 26
Falando
daqueles que por sua morte comprou com o seu sangue, Jesus, deixar claro que a
partir do momento em que pela graça são
salvos por meio da fé passam a viver uma nova vida, pois, se alguém está em Cristo, é nova criatura;
as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (Ef 2.8; 2Co 5.17) Por isso ele afirma: Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que
odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. (v.25)
Assim,
para segui-lo pelo resto de suas vidas é necessário observar três coisas
básicas:
1. Seguir a sua norma – v.26a
– Se alguém me serve, siga-me,... –
Alguém já disse que seguir Jesus é o mais fascinante projeto de vida!
2. Usar os seus recursos – v.26b
– ... e, onde eu estou, ali estará
também o meu servo. O maior recurso dado por Jesus àqueles que o seguem é o
fato dele estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos – Mt 28.20b. Por isso é correto
afirmarmos que ele está no céu, ele está conosco e nós estaremos pessoalmente
com ele no céu no futuro. (cf. Jo 14.3; 17.24)
3. Desfrutar do resultado de segui-lo – v.26c – E, se alguém me
servir, o Pai o honrará. (cf. 1Co 15.58; Hb 6.9-12)
III. Terceira verdade imprescindível –
Jesus fala da sua missão – vv.27-36
Cumprir
a missão que lhe foi dada pelo Pai não seria fácil, mas, Jesus, apesar da
angustia não desistiu e reafirmou a sua decisão espontânea de entregar sua vida
para salvar a humanidade perdida – v.27.
Jesus,
na presença de todos atribui toda a glória da redenção a Deus e é honrado pelo
Pai – v.28. A voz de Deus foi um
testemunho publico de que Jesus era realmente o seu filho e estava fazendo a
sua vontade – v.29, 30.
Ao
explicar a sua missão, ele, diz que por sua morte na cruz, duas bênçãos
aconteceriam:
1. O mundo seria julgado e o seu príncipe, Satanás, seria expulso – v.31. Na cruz Jesus venceu o pecado e
despojou todos os principados e potestades espirituais do mal – Cl 2.14, 15.
2. Ele atrairia, isto é, salvaria pessoas de todos os lugares – v.32, 33. (cf. Tt 2.11; Jo 1.12; Ap 5.9,
10)
Concluindo
As
pessoas que ouviram essa explicação de Jesus sobre a sua morte e os resultados
extraordinários dela, infelizmente não creram. A multidão de maioria religiosa
judaica e apegada a sua religião legalista, tentaram contra argumentar com
Jesus citando o que a sua vida toda aprenderam com seus líderes na Lei – v.34. Jesus lhes respondeu a indagação
com amor fazendo três afirmações (vv.35,
36), que usarei como minha conclusão hoje:
1ª) Ele é a luz que veio a este
mundo trazendo salvação, vida, santidade e direção.
2ª) Viver sem ele neste mundo é
andar nas trevas do pecado e na ignorância espiritual.
3ª) Todo aquele que nele crê,
torna-se um filho da Luz (filho de Deus).
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 28/02/14
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