sábado, 1 de março de 2014

Três verdades imprescindíveis reveladas por Jesus

João 12.20-36

Para muitos cristãos o Evangelho de João é livro mais precioso do Novo Testamento. Como literatura, ele é a biografia mais fascinante de Jesus. Teologicamente, o texto mais profundo acerca da divindade de Jesus, ou seja, o livro de João é a biografia mais fascinante de Jesus e o texto mais profundo acerca da sua divindade[1].

O Evangelho de João foi escrito com o objetivo de persuadir os seus leitores a crer em Jesus – Jo 20.30, 31. “Nos sinais escritos, a divindade de Jesus é revelada; na fé, temos a reação que estes sinais devem produzir; na vida eterna, o resultado que a fé traz”[2]. Mas, a ênfase de João está na necessidade do ser humano pecador crer em Jesus, como ele é apresentado nas Escrituras. Assim, ele, usa a palavra crer ou 98 vezes, no evangelho, para ensinar que a fé em Jesus é indispensável para a salvação da humanidade.

Para efeitos didáticos pode ser divido em três partes: 1ª) ParteO Ministério Público de Jesus, seus discursos e seus milagres – João 1-12; 2ª) ParteO Ministério Particular de Jesus, suas instruções aos discípulos mais íntimos – João 13-17 – os quais estava preparando para serem seus apóstolos, oferecendo um conjunto de prioridades pelas quais deveriam pautar suas vidas sob a orientação do Espírito Santo; e 3ª) ParteA Paixão de Jesus, o Filho de Deus, sua missão redentora é vindicada por sua morte expiatória e sua ressurreição – João 18-21.

Então, a partir do final do capítulo 12, Jesus deixa as multidões e se retira para um círculo íntimo de seus discípulos. Esse capítulo registra o final do ministério público de Jesus que, vai para Jerusalém passando por Betânia, por ser o seu destino a cruz e depois a glória. Mas, antes de ser humilhado e morrer, Jesus é honrado com um jantar e com uma unção em Betâniavv.1-10, é aclamado triunfalmente em Jerusalémvv.11-19, é honrado pelos gregos que desejam conhecê-lo pessoalmentevv.20-36, e ele mesmo faz um resumo do seu ensino, com uma explicação sobre a incredulidade dos judeus e uma descrição da verdadeira févv.37-50.

Depois de sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus vai ao templo e, pela segunda vez expulsa de lá os comerciantes, isto de acordo com um estudo da harmonia dos Evangelhos, que tenta traçar a vida e o ministério de Jesus em ordem cronológica. Uma coisa digna de nota aqui é como Jesus foi honrado triunfalmente ao entrar na cidade de Jerusalém. Observe comigo os seguintes versículos: v.13a Jesus honrado como Rei SalvadorHosana palavra que significa “salve agora” ou “nós te imploramos, ó Deus, salva-nos agora”; v.13bJesus honrado como o Messias prometido pelas Escrituras – O povo cantava o Salmo 118.26: “Bendito é o que vem em nome do Senhor”. Jesus é o enviado bendito! e vv.14, 15Jesus honrado com Rei da Paz – Cumprindo a profecia de Zacarias 9.9, Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho. Jesus é o Rei da paz, manso e humilde.

A entrada triunfal e limpeza do templo em Jerusalém, por Jesus, provavelmente chamou a atenção dos gregos que estavam ali e participavam da festa – v.20. Essa festa era a Páscoa, uma das sete festas principais do povo de Israel, instituída pelo próprio Deus. Em Levítico 23, Deus ordenou, através de Moisés, que Israel celebrasse sete festas, as chamadas festas solenes do Senhor. As primeiras quatro festas são celebradas na primavera – Páscoa, Primícias, Pães Asmos e Pentecostes. As três últimas, no outono – Trombetas, Expiação e Tabernáculos.

Esses gregos que participavam da festa, se dirigiram a Filipe... e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. (v.21) É interessante observar, também, a atitude de Filipe no v.22Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. O que esse modo de agir de Filipe e André sugere? Ordem, organização, hierarquia, respeito, submissão e reverência.

A partir desse pedido, o Senhor Jesus revela três verdades imprescindíveis: Primeira verdadeJesus fala da sua mortevv.23, 24; Segunda verdadeJesus fala daqueles que desejam segui-lovv.25, 26; e Terceira VerdadeJesus fala da sua missãovv.27-36.

I. Primeira verdade imprescindível – Jesus fala da sua morte – vv.23, 24

Jesus ensina, aqui, acerca da sua morte, ressurreição, ascensão e coroação, deixando para nós três lições:

1. A morte de Jesus aconteceu exatamente no tempo certo, o tempo determinado por Deus - É chegada a hora... (v.23a) (cf. Jo 7.30; 17.1; Gl 4.4, 5)

2. A morte de Jesus foi absolutamente necessária – v.24aEm verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só...

3. A morte de Jesus produziu e produz ainda muitos frutos – v.24b –... mas, se morrer, produz muito fruto. (cf. Is 53.11, 12; Ap 1.5-7; 5.9, 10)

II. Segunda verdade imprescindível – Jesus fala daqueles que desejam segui-lo – vv.25, 26

Falando daqueles que por sua morte comprou com o seu sangue, Jesus, deixar claro que a partir do momento em que pela graça são salvos por meio da fé passam a viver uma nova vida, pois, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (Ef 2.8; 2Co 5.17) Por isso ele afirma: Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. (v.25)

Assim, para segui-lo pelo resto de suas vidas é necessário observar três coisas básicas:

1. Seguir a sua norma – v.26aSe alguém me serve, siga-me,... – Alguém já disse que seguir Jesus é o mais fascinante projeto de vida!

2. Usar os seus recursos – v.26b – ... e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. O maior recurso dado por Jesus àqueles que o seguem é o fato dele estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos – Mt 28.20b. Por isso é correto afirmarmos que ele está no céu, ele está conosco e nós estaremos pessoalmente com ele no céu no futuro. (cf. Jo 14.3; 17.24)

3. Desfrutar do resultado de segui-lo – v.26cE, se alguém me servir, o Pai o honrará. (cf. 1Co 15.58; Hb 6.9-12)

III. Terceira verdade imprescindível – Jesus fala da sua missão – vv.27-36

Cumprir a missão que lhe foi dada pelo Pai não seria fácil, mas, Jesus, apesar da angustia não desistiu e reafirmou a sua decisão espontânea de entregar sua vida para salvar a humanidade perdida – v.27.

Jesus, na presença de todos atribui toda a glória da redenção a Deus e é honrado pelo Pai – v.28. A voz de Deus foi um testemunho publico de que Jesus era realmente o seu filho e estava fazendo a sua vontade – v.29, 30.

Ao explicar a sua missão, ele, diz que por sua morte na cruz, duas bênçãos aconteceriam:

1. O mundo seria julgado e o seu príncipe, Satanás, seria expulso – v.31. Na cruz Jesus venceu o pecado e despojou todos os principados e potestades espirituais do mal – Cl 2.14, 15.

2. Ele atrairia, isto é, salvaria pessoas de todos os lugares – v.32, 33. (cf. Tt 2.11; Jo 1.12; Ap 5.9, 10)

Concluindo

As pessoas que ouviram essa explicação de Jesus sobre a sua morte e os resultados extraordinários dela, infelizmente não creram. A multidão de maioria religiosa judaica e apegada a sua religião legalista, tentaram contra argumentar com Jesus citando o que a sua vida toda aprenderam com seus líderes na Lei – v.34. Jesus lhes respondeu a indagação com amor fazendo três afirmações (vv.35, 36), que usarei como minha conclusão hoje:

1ª) Ele é a luz que veio a este mundo trazendo salvação, vida, santidade e direção.
2ª) Viver sem ele neste mundo é andar nas trevas do pecado e na ignorância espiritual.
3ª) Todo aquele que nele crê, torna-se um filho da Luz (filho de Deus).

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 28/02/14




[1] Casimiro, Arival Dias, Estudos Expositivos em João – Capítulo 1 a 11, 2011, p. 03.
[2] Ibid., p. 03.

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