domingo, 21 de abril de 2013

Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária


Salmo 24

Em nosso estudo do Salmo 23 que “é um testemunho de Davi a respeito da fidelidade do Senhor ao longo de toda a sua vida. E, como um hino de confiança, o salmo retrata o Senhor como pastor e rei de um discípulo”[1].

Vimos que no salmo, o salmista, apresenta um triplo testemunho, nada me faltará (1), não temerei mal nenhum (4) e habitarei (6), resumindo o salmo e dividindo-o em três partes: 1ª) a ovelha e o Pastor (vv.1-3); 2ª) o viajante e o Companheiro (v.4) e; 3ª) o convidado e o Anfitrião (vv.5, 6), respectivamente ensinando a providência de Deus, indicando situações que ocorrem na vida, sua proteção ao longo do transcurso da vida e sua provisão agora e sempre.[2]

Hoje, vamos estudar o Salmo 24. É interessante observar que, messianicamente, há uma sequência entre os Salmos 22, 23 e 24: o Salmo 22 mostra o Bom Pastor, Jesus, que dá a vida pelas suas ovelhas; o Salmo 23 mostra o Bom Pastor, Jesus, ressurreto, em seu cuidado, em sua supervisão e em sua provisão para as suas ovelhas através de todos os vales da vida e além da morte; e o Salmo 24 mostra “o Senhor voltando, na condição de Rei da Glória, e diante do qual todas as frontes se curvarão[3].

As referencias messiânicas que o identificam como Salmo Messiânico são: 1ª) Salmo 24.1 – 1Coríntios 10.26; 2ª) Salmo 24.3, 4 – Mateus 5.8; 3ª) Salmo 24.7-10 – Mateus 24.30; 25.31. Além disso, esse salmo, “se encaixa aos Salmos 22 e 23 como uma perola num colar[4]. Este salmo, possivelmente, foi escrito quando Davi, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi, Jerusalém – 2Samuel 6.12-19 (1Sm 5, 6; 2Sm 6).

O salmo se divide em três partes: 1ª) Um hino de louvor ao Deus Criadorvv.1, 2; 2ª) Ensino sobre qualificações para adoração no templovv.3-6 e; 3ª) Poema ou cântico que celebra a entrada e instalação da Arca da Aliança em Jerusalém – celebração ao Rei da Glória vv.7-10.

Nosso tema de hoje, no Salmo 24, é: “Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária”. 1º) Deus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2; 2º) Deus é adorado corretamente quando suas exigências mínimas são observadas vv.3-6; 3º) Deus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração – vv.7-10.

1º) PrincípioDeus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2

1. v.1 – A terra física e o mundo habitado pertencem a Deus! O Senhor nesse verso é enfático e poderia ser dito do seguinte modo: “É ao Senhor que a terra pertence!”. E esse Senhor de quem é a terra, é o Criador – Êx 19.5; Dt 10.14; Sl 89.11; At 17.24-26; 1Co 10.26.

2. v.2 – Essa é uma descrição poética e não científica da criação original – Conf.: Gn 1.9, 10; Sl 74.13; 136.6; 2Pe 3.5. A ênfase aqui está sobre aquele que criou – “ele”.

Só uma pessoa que sabe e crê que Deus é o Criador e sustentador de todas as coisas, pela palavra de seu poder, adora a Deus corretamente! (Hb 1.1-4; 11.3) Um adorador precisa entender que “Deus possui todas as coisas porque criou-as todas”[5].

2º) PrincípioDeus é adorado corretamente quando as suas exigências mínimas são observadas – vv.3-6

1. v.3 – Estas perguntas retóricas são feitas porque na litúrgica, para adoração no templo, elas eram usadas, provavelmente, pelo sacerdote para que os adoradores respondessem em antífona (v.6). A resposta a elas, respondem a nossa sobre a adoração correta: Que exigências mínimas Deus faz para ser adorado corretamente?

2. v.4 – temos aqui uma dupla exigência divina para adoração: 1ª) O que é limpo de mãos e puro de coração – alto padrão de honestidade; 2ª) ... que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. – alto padrão de veracidade. Para Carson, essas exigências são de caráter pessoal, espiritual e social.

ð v.4 (NVI) – Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos nem jura por deuses falsos.
ð v.4 (NTLH) – Somente aquele que é correto no agir e limpo no pensar, que não adora ídolos, nem faz promessas falsas.

3. v.5, 6 – Que assim se apresenta diante do Deus Criador para adorá-lo, não somente o adora mas é abençoado e edificado pela sua graça justificadora. Esses são chamados de geração dos que buscam a face do Deus de Jacó – hoje o povo da nova aliança!

3º) PrincípioDeus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração – vv.7-10.

1. v.7, 9 – Aqui o salmista, poeticamente, se dirige as portas de Jerusalém que diante do Senhor, o Rei da Glória, apesar de sua grandeza e amplitude, não bastavam para dar-lhe passagem! Mas, quem é esse Rei da Glória?

2. v.8, 10 – O salmista apresenta aqui, o Senhor que redime o seu povo e derrota o seus inimigos, como o Senhor “Rei em toda a sua glória, o Deus de total poder efetivo e total pode intrínseco”[6]. O único Deus digno de ser adorado é o Deus Criador (1). Somente ele é o Senhor poderoso nas batalhas. O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória! Por isso, nada, nem ninguém, pode ser adorado além de Deus, na vida pessoal, comunitária e nas celebrações do seu povo.

Concluindo

Os Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária que encontramos no Salmo 24 são:

ð 1º) Deus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2;
ð 2º) Deus é adorado corretamente quando suas exigências mínimas são observadas vv.3-6;
ð 3º) Deus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração – vv.7-10.


Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 21/04/13


[1] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 696.
[2] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, 2009, p. 757.
[3] Lieth, Norbert. Salmos Messiânicos, Actual Edições, 2010, p. 82.
[4] Ibid., p. 83.
[5] Ryrie, Charles Caldwell. A Bíblia Anotada, Mundo Cristão e SBB, 1991, p. 710.
[6] Carson, p. 758.

Nenhum comentário:

Postar um comentário