Em nosso estudo do Salmo 23 que “é um testemunho
de Davi a respeito da fidelidade do Senhor ao longo de toda a sua vida. E, como
um hino de confiança, o salmo retrata o Senhor como pastor e rei de um
discípulo”[1].
Vimos que no salmo, o salmista, apresenta um
triplo testemunho, nada me faltará
(1), não temerei mal nenhum (4) e habitarei (6), resumindo o salmo e
dividindo-o em três partes: 1ª) a ovelha e o Pastor (vv.1-3); 2ª) o viajante e o
Companheiro (v.4) e; 3ª) o
convidado e o Anfitrião (vv.5, 6),
respectivamente ensinando a providência
de Deus, indicando situações que ocorrem na vida, sua proteção ao longo do
transcurso da vida e sua provisão agora e sempre.[2]
Hoje, vamos estudar o Salmo 24. É interessante observar que, messianicamente, há uma
sequência entre os Salmos 22, 23 e 24: o Salmo
22 mostra o Bom Pastor, Jesus, que dá
a vida pelas suas ovelhas; o Salmo
23 mostra o Bom Pastor, Jesus,
ressurreto, em seu cuidado, em sua supervisão e em sua provisão para as suas
ovelhas através de todos os vales da vida e além da morte; e o Salmo 24 mostra “o Senhor voltando, na condição de Rei da Glória, e diante do
qual todas as frontes se curvarão”[3].
As referencias messiânicas que o identificam como
Salmo Messiânico são: 1ª) Salmo 24.1
– 1Coríntios 10.26; 2ª) Salmo 24.3,
4 – Mateus 5.8; 3ª) Salmo 24.7-10 –
Mateus 24.30; 25.31. Além disso, esse salmo, “se encaixa aos Salmos 22 e 23 como uma perola num colar”[4].
Este salmo, possivelmente, foi escrito quando Davi, com alegria, fez subir a
arca de Deus da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi, Jerusalém – 2Samuel 6.12-19
(1Sm 5, 6; 2Sm 6).
O salmo se divide em três partes: 1ª) Um
hino de louvor ao Deus Criador – vv.1,
2; 2ª) Ensino sobre qualificações para adoração no templo – vv.3-6 e; 3ª) Poema ou cântico que
celebra a entrada e instalação da Arca da Aliança em Jerusalém – celebração ao
Rei da Glória – vv.7-10.
Nosso tema de hoje, no Salmo 24, é: “Princípios para Adoração
Pessoal e Comunitária”. 1º) Deus é adorado corretamente por quem sabe
quem Ele é – vv.1, 2; 2º)
Deus é adorado corretamente quando suas exigências mínimas são observadas –
vv.3-6; 3º) Deus é adorado corretamente quando somente
ele é o objeto da adoração – vv.7-10.
1º)
Princípio – Deus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2
1. v.1 – A terra física e o
mundo habitado pertencem a Deus! O Senhor nesse verso é enfático e poderia ser
dito do seguinte modo: “É ao Senhor que a
terra pertence!”. E esse Senhor de quem é a terra, é o Criador – Êx 19.5;
Dt 10.14; Sl 89.11; At 17.24-26; 1Co 10.26.
2. v.2 – Essa é uma descrição
poética e não científica da criação original – Conf.: Gn 1.9, 10; Sl 74.13;
136.6; 2Pe 3.5. A ênfase aqui está sobre aquele que criou – “ele”.
Só uma pessoa que sabe e
crê que Deus é o Criador e sustentador de todas as coisas, pela palavra de seu
poder, adora a Deus corretamente! (Hb 1.1-4; 11.3) Um adorador precisa entender
que “Deus possui todas as coisas porque criou-as todas”[5].
2º)
Princípio – Deus é adorado corretamente quando as suas exigências mínimas são
observadas – vv.3-6
1. v.3 – Estas perguntas retóricas
são feitas porque na litúrgica, para adoração no templo, elas eram usadas, provavelmente,
pelo sacerdote para que os adoradores respondessem em antífona (v.6). A
resposta a elas, respondem a nossa sobre a adoração correta: Que exigências mínimas Deus faz para ser
adorado corretamente?
2. v.4 – temos aqui uma dupla
exigência divina para adoração: 1ª)
O que é limpo de mãos e puro de coração – alto
padrão de honestidade; 2ª) ...
que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. – alto padrão de veracidade. Para Carson,
essas exigências são de caráter pessoal, espiritual e social.
ð
v.4 (NVI) –
Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos nem
jura por deuses falsos.
ð
v.4 (NTLH) –
Somente aquele que é correto no agir e limpo no pensar, que não adora ídolos,
nem faz promessas falsas.
3. v.5, 6 – Que assim se apresenta
diante do Deus Criador para adorá-lo, não somente o adora mas é abençoado e
edificado pela sua graça justificadora. Esses são chamados de geração dos que
buscam a face do Deus de Jacó – hoje o povo da nova aliança!
3º)
Princípio – Deus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração –
vv.7-10.
1. v.7, 9 – Aqui o salmista,
poeticamente, se dirige as portas de Jerusalém que diante do Senhor, o Rei da
Glória, apesar de sua grandeza e amplitude, não bastavam para dar-lhe passagem!
Mas, quem é esse Rei da Glória?
2. v.8, 10 – O salmista apresenta
aqui, o Senhor que redime o seu povo e derrota o seus inimigos, como o Senhor
“Rei em toda a sua glória, o Deus de total poder efetivo e total pode intrínseco”[6].
O único Deus digno de ser adorado é o Deus Criador (1). Somente ele é o Senhor
poderoso nas batalhas. O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória! Por isso,
nada, nem ninguém, pode ser adorado além de Deus, na vida pessoal, comunitária e
nas celebrações do seu povo.
Concluindo
Os Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária
que encontramos no Salmo 24 são:
ð
1º) Deus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2;
ð
2º) Deus é adorado corretamente quando suas exigências mínimas são
observadas –
vv.3-6;
ð
3º) Deus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração
– vv.7-10.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 21/04/13
[1] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 696.
[2] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova,
2009, p. 757.
[3] Lieth, Norbert. Salmos Messiânicos, Actual Edições, 2010,
p. 82.
[4] Ibid., p. 83.
[5] Ryrie, Charles Caldwell. A Bíblia Anotada, Mundo
Cristão e SBB, 1991, p. 710.
[6] Carson, p. 758.
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