domingo, 28 de abril de 2013

Enfrentado a crise com oração e confiança no Senhor


Salmo 31

Na semana passada, em nosso estudo do Salmo Messiânico, o Salmo 24, nosso tema foi: “Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária”. 1º) Deus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2; 2º) Deus é adorado corretamente quando suas exigências mínimas são observadas vv.3-6; 3º) Deus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração – vv.7-10.

Hoje, o nosso Salmo é o 31 e a referência messiânica que o identifica como Salmo Messiânico é: Salmo 31.5 – Lucas 23.46 (At 7.59). A diferença entre a afirmação de Davi e a de Jesus, “é que Davi orou estas palavras para não precisar morrer, enquanto Jesus orou assim porque queria morrer”[1].

O Salmo 31 mostra mais uma vez a caminhada de Davi por uma estrada da vida que o leva da angústia à segurança. Vemos por duas vezes ele afirmar como, “em meio a uma terrível provação, recorreu à oração e ao compromisso confiante (vv.1-8, 9-17), e de como o Senhor ouviu e agiu a seu favor (vv. 21, 22), dando-lhe motivo para incentivar outros a terem esperança semelhante”[2] (vv.23, 24).

Norbert Lieth afirma que, o salmista só alcançou o encorajamento total diante de sua situação naquele momento da vida, porque manteve sete verdades diante de seus olhos: 1ª) a justiça de Deusv.1; 2ª) a rocha do Senhorv.2, 3a; 3ª) o nome do Senhorv.3; 4ª) a fidelidade de Deusv.5; 5ª) a graça de Deusv.7-10; 6ª) o Deus salvadorv.14; 7ª) a oração a Deusv.17.

Nosso tema de hoje é “Enfrentado a crise com oração e confiança no Senhor”. O salmo ensina aos servos de Deus a enfrentar a crise com oração (vv.1-18), e garante a eficácia dessa atitude (vv.19-24).

I. Enfrentando a crise com oração e confiança – vv.1-18

Aqui temos um duplo testemunho do salmista: 1º) um testemunho de segurança e salvaçãovv.1-8; e 2º) um testemunho sobre sua real situaçãovv.9-18.

1. Um testemunho de segurança e salvaçãovv.1-8

a. v.1 – na hora das crises da vida, o Senhor é o refúgio de seus servos.

b. vv.2, 3 – aqui o salmista dá a receita vitoriosa para passar pelas crises na vida – buscar a Deus com oração, confiança e devoção.

c. v.4 – o salmista sabe que os inimigos lhe preparam armadilhas, mas ele encontra confiança e total lealdade no Deus que é a sua fortaleza.

d. vv.5, 6 – a oração confiante se baseia em tudo o que Deus revelou de si mesmo – ... Senhor, Deus da verdade. Por isso ele diz: ... confio no Senhor. “Fé verdadeira e lealdade única ao Senhor são inseparáveis”[3].

e. vv.7, 8 – Essa combinação de fé e oração, faz nascer a confiança no Deus onisciente – ... pois tens visto a minha aflição, conheceste as angústias de minha alma e não me entregaste nas mãos do inimigo; firmaste os meus pés em lugar espaçoso. Por isso eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade...

2. Um testemunho sobre sua real situaçãovv.9-18

Agora, o salmista, descreve em detalhes a sua real situação:

a. vv.9, 10 – esgotamento físico e psicológico; pecado e confissão;

b. v.11 – desprezado por seus adversários e abandonado pelos amigos;

c. v.12 – esquecido e ultrapassado;

d. v.13 – envolvido por uma conspiração assustadora;

Mas, ele reage e a sua resposta diante disso é a mesma dos vv.1-8:

a. vv.14, 15confiança – ... confio em ti, SENHOR. Eu disse: tu és o meu Deus. Nas tuas mãos, estão os meus dias...

b. vv.16, 17aoração – ... salva-me por tua misericórdia. ... SENHOR, pois te invoquei...

c. vv.17b, 18 – os salmos rejeitam a ação vingativa, mas permite orações pela intervenção divina contra os inimigos dos servos de Deus – Sl 25.1-3. Em situações como essa devemos observar – Lv 19.18; Pv 20.22; 25.21, 22; Rm 12.18-21.

A mão de Deus não é um lugar onde estamos imunes aos problemas da vida; é o lugar onde eles nos acontecem; nossa proteção não é dos problemas, mas nos problemas[4].

II. Desfrutando da eficácia da oração e confiança no Senhor – vv.19-24

Agora, Davi, retrospectivamente, olhando para a crise e sua vitória sobre ela, tira suas conclusões e faz algumas aplicações:

1. vv.19, 20 – O Senhor abriga os que confiam nele;

2. vv.21, 22 – O Senhor responde aos que o invocam em oração;

3. vv.23, 24 – O Senhor está acessível a todos os seus santos, preservando-os e garantido esperança. No v.24b – ... vós todos que esperais no SENHOR. “Esperar na Bíblia é confiar no que vai acontecer sem saber quando vai acontecer[5].

Concluindo

O Salmo 31 é uma prova de que podemos orar a Jesus sob as situações mais difíceis, que não precisamos ocultar nada diante dEle, mas que podemos trazer-Lhe tudo. Sim, podemos trazer diante dEle, em oração, até as coisas que absolutamente não entendemos e que nos causam incômodo, que talvez até nos causam dúvidas[6].

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 28/04/13



[1] Lieth, Norbert. Salmos Messiânicos, Actual Edições, 2010, p. 99.
[2] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, 2009, p. 763.
[3] Ibid., p. 763.
[4] Ibid., p. 764.
[5] Ibid., p. 764.
[6] Lieth, p. 109.

domingo, 21 de abril de 2013

Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária


Salmo 24

Em nosso estudo do Salmo 23 que “é um testemunho de Davi a respeito da fidelidade do Senhor ao longo de toda a sua vida. E, como um hino de confiança, o salmo retrata o Senhor como pastor e rei de um discípulo”[1].

Vimos que no salmo, o salmista, apresenta um triplo testemunho, nada me faltará (1), não temerei mal nenhum (4) e habitarei (6), resumindo o salmo e dividindo-o em três partes: 1ª) a ovelha e o Pastor (vv.1-3); 2ª) o viajante e o Companheiro (v.4) e; 3ª) o convidado e o Anfitrião (vv.5, 6), respectivamente ensinando a providência de Deus, indicando situações que ocorrem na vida, sua proteção ao longo do transcurso da vida e sua provisão agora e sempre.[2]

Hoje, vamos estudar o Salmo 24. É interessante observar que, messianicamente, há uma sequência entre os Salmos 22, 23 e 24: o Salmo 22 mostra o Bom Pastor, Jesus, que dá a vida pelas suas ovelhas; o Salmo 23 mostra o Bom Pastor, Jesus, ressurreto, em seu cuidado, em sua supervisão e em sua provisão para as suas ovelhas através de todos os vales da vida e além da morte; e o Salmo 24 mostra “o Senhor voltando, na condição de Rei da Glória, e diante do qual todas as frontes se curvarão[3].

As referencias messiânicas que o identificam como Salmo Messiânico são: 1ª) Salmo 24.1 – 1Coríntios 10.26; 2ª) Salmo 24.3, 4 – Mateus 5.8; 3ª) Salmo 24.7-10 – Mateus 24.30; 25.31. Além disso, esse salmo, “se encaixa aos Salmos 22 e 23 como uma perola num colar[4]. Este salmo, possivelmente, foi escrito quando Davi, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi, Jerusalém – 2Samuel 6.12-19 (1Sm 5, 6; 2Sm 6).

O salmo se divide em três partes: 1ª) Um hino de louvor ao Deus Criadorvv.1, 2; 2ª) Ensino sobre qualificações para adoração no templovv.3-6 e; 3ª) Poema ou cântico que celebra a entrada e instalação da Arca da Aliança em Jerusalém – celebração ao Rei da Glória vv.7-10.

Nosso tema de hoje, no Salmo 24, é: “Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária”. 1º) Deus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2; 2º) Deus é adorado corretamente quando suas exigências mínimas são observadas vv.3-6; 3º) Deus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração – vv.7-10.

1º) PrincípioDeus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2

1. v.1 – A terra física e o mundo habitado pertencem a Deus! O Senhor nesse verso é enfático e poderia ser dito do seguinte modo: “É ao Senhor que a terra pertence!”. E esse Senhor de quem é a terra, é o Criador – Êx 19.5; Dt 10.14; Sl 89.11; At 17.24-26; 1Co 10.26.

2. v.2 – Essa é uma descrição poética e não científica da criação original – Conf.: Gn 1.9, 10; Sl 74.13; 136.6; 2Pe 3.5. A ênfase aqui está sobre aquele que criou – “ele”.

Só uma pessoa que sabe e crê que Deus é o Criador e sustentador de todas as coisas, pela palavra de seu poder, adora a Deus corretamente! (Hb 1.1-4; 11.3) Um adorador precisa entender que “Deus possui todas as coisas porque criou-as todas”[5].

2º) PrincípioDeus é adorado corretamente quando as suas exigências mínimas são observadas – vv.3-6

1. v.3 – Estas perguntas retóricas são feitas porque na litúrgica, para adoração no templo, elas eram usadas, provavelmente, pelo sacerdote para que os adoradores respondessem em antífona (v.6). A resposta a elas, respondem a nossa sobre a adoração correta: Que exigências mínimas Deus faz para ser adorado corretamente?

2. v.4 – temos aqui uma dupla exigência divina para adoração: 1ª) O que é limpo de mãos e puro de coração – alto padrão de honestidade; 2ª) ... que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. – alto padrão de veracidade. Para Carson, essas exigências são de caráter pessoal, espiritual e social.

ð v.4 (NVI) – Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos nem jura por deuses falsos.
ð v.4 (NTLH) – Somente aquele que é correto no agir e limpo no pensar, que não adora ídolos, nem faz promessas falsas.

3. v.5, 6 – Que assim se apresenta diante do Deus Criador para adorá-lo, não somente o adora mas é abençoado e edificado pela sua graça justificadora. Esses são chamados de geração dos que buscam a face do Deus de Jacó – hoje o povo da nova aliança!

3º) PrincípioDeus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração – vv.7-10.

1. v.7, 9 – Aqui o salmista, poeticamente, se dirige as portas de Jerusalém que diante do Senhor, o Rei da Glória, apesar de sua grandeza e amplitude, não bastavam para dar-lhe passagem! Mas, quem é esse Rei da Glória?

2. v.8, 10 – O salmista apresenta aqui, o Senhor que redime o seu povo e derrota o seus inimigos, como o Senhor “Rei em toda a sua glória, o Deus de total poder efetivo e total pode intrínseco”[6]. O único Deus digno de ser adorado é o Deus Criador (1). Somente ele é o Senhor poderoso nas batalhas. O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória! Por isso, nada, nem ninguém, pode ser adorado além de Deus, na vida pessoal, comunitária e nas celebrações do seu povo.

Concluindo

Os Princípios para Adoração Pessoal e Comunitária que encontramos no Salmo 24 são:

ð 1º) Deus é adorado corretamente por quem sabe quem Ele é – vv.1, 2;
ð 2º) Deus é adorado corretamente quando suas exigências mínimas são observadas vv.3-6;
ð 3º) Deus é adorado corretamente quando somente ele é o objeto da adoração – vv.7-10.


Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 21/04/13


[1] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 696.
[2] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, 2009, p. 757.
[3] Lieth, Norbert. Salmos Messiânicos, Actual Edições, 2010, p. 82.
[4] Ibid., p. 83.
[5] Ryrie, Charles Caldwell. A Bíblia Anotada, Mundo Cristão e SBB, 1991, p. 710.
[6] Carson, p. 758.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Lições da ressurreição da filha de Jairo


Lucas 8.40-42, 49-56

Quando Jesus voltou da terra dos gerasenos, que fazia fronteira com a Galileia, para Cafarnaum, o texto afirma que: ... a multidão o recebeu com alegria, porque todos o estavam esperando. (v.40) Ao contrário da atitude dos habitantes de Gerasa, que rejeitaram o Senhor, aqui uma grande multidão esperava por ele com grande expectativa.

Mas, da multidão veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga. (v.41a) – Duas perguntas podemos fazer aqui: 1ª) O que era uma sinagoga? 2ª) Quem era e o que fazia um chefe da sinagoga?

1ª) O que era uma sinagoga?

A palavra “sinagoga” é usada com vários significados. 1ª) Era a designação da casa em que acontecia a reunião de culto (local de oração); 2ª) Um lugar para uma reunião dos representantes dessa comunidade; 3ª) Um lugar para educação formal das crianças.

Parece que antes do cativeiro babilônico não havia ainda sinagogas. No NT a sinagoga era conhecida como uma “instituição muito antiga”. No tempo de Jesus havia sinagogas em todos os lugares, mesmo nos menores (Nazaré, Mc 6.2). Em Jerusalém deve ter havido sinagogas em grande número (400 a 500). Cada clã tinha a sua. Mesmo no monte do templo menciona-se a existência de uma sinagoga. A isso se somavam diversas sinagogas na diáspora (At 14.21).

As organizações comunitárias tinham a obrigação de construir sinagogas. Os moradores eram obrigados a participar na construção. Tampouco era proibido a pagãos e prosélitos apoiarem a sinagoga financeiramente (Lc 7.5) e participar dos cultos.

O estilo arquitetônico das sinagogas via de regra era de três naves. Cafarnaum até possuía uma de cinco naves. Presume-se que havia várias entradas, cada nave com a sua própria.

Depois da entrada havia as fileiras de assentos, as quais dirigiam o olhar da comunidade para o interior da sinagoga (o lado oposto da porta). Geralmente era ali que se localizava, atrás de uma cortina, o sagrado. Era uma arca com um rolo da Torá e os demais textos sagrados. Todos eram escritos sobre pergaminho e igualmente enrolados. Durante o culto o sagrado era colocado à mostra.

Na direção do olhar da comunidade também se encontrava um local elevado, com um púlpito para o leitor e o orador.

O culto na sinagoga era formado pela leitura da Escritura, oração e pregação. Ao ser proferida a leitura as pessoas permaneciam em pé, na pregação ficavam sentadas. Até meninos de 12 anos podiam participar da leitura. Uma pregação podia ser feita por qualquer pessoa que tivesse mais de 30 anos e se anunciava previamente junto ao chefe. O Senhor Jesus e seus discípulos usaram com frequência essa oportunidade para anunciar o Evangelho.

2ª) Quem era e o que fazia um chefe da sinagoga?

O presidente da sinagoga, sempre um dos homens mais respeitados, era eleito entre os anciãos da comunidade. Era tarefa dele zelar pela ordem do culto, convidar leitores e pregadores para o serviço, censurar e barrar desordens.

Subordinado ao presidente da sinagoga, estava o zelador ou servidor da sinagoga. Ele chamava por nome os leitores, oradores e pregadores que lhe haviam sido indicados pelo presidente, para desempenharem sua função. Trazia-lhes os escritos sagrados e os guardava novamente com cuidado na arca sagrada após o uso. Ele também executava o castigo dos açoitamentos na sinagoga.

Nas portas de entrada da sinagoga recolhiam-se as esmolas, administradas por um tesoureiro nomeado para tal. Esse cargo também era muitas vezes ocupado pelos mais famosos rabinos e pelas pessoas mais respeitadas, embora no cargo fossem subordinadas ao presidente da sinagoga.

Então o nosso texto diz que veio a Jesus um dos presidentes da sinagoga de Cafarnaum, portanto, uma pessoa de prestígio na cidade. Os evangelhos de Marcos e Lucas se referem ao seu nome, Mateus o chama apenas de chefe: Jairo era o nome desse chefe de uma das sinagogas em Cafarnaum e significa: “o que traz luz”. Ele tem uma filha única de doze anos de idade e é por causa dela que ele vem a Jesus.

Esse fato miraculoso da ressurreição da menina é especial e nos ensina três lições: 1ª) Jesus ouve ao desesperado, seja ele quem for – v.40-42; 2ª) Jesus tem um objetivo primário no que faz – salvaçãov.49-53; e 3ª) Jesus realiza atos miraculosos naturalmentev.54-56.

Primeira LiçãoJesus ouve ao desesperado, seja ele quem for – v.40-42

Ao regressar Jesus, a multidão o recebeu com alegria, porque todos o estavam esperando. Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa.
Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte.
Enquanto ele ia, as multidões o apertavam.

1. ... homem chamado Jairo... chefe da sinagoga... (40, 41) – uma pessoa importante! Mas, inimigo religioso de Jesus. Pois Jesus contrariava muitos dos seus costumes religiosos. Um deles era a cura no sábado!

2. ... prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou... tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. (42a) – uma suplica desesperada!

Escute o que diz o livro dos salmos:

ð Salmos 12.5 – Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, eu me levantarei agora, diz o SENHOR; e porei a salvo a quem por isso suspira.

ð Salmos 69.33 – Porque o SENHOR responde aos necessitados e não despreza os seus prisioneiros.

ð Salmos 72.4 – Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor.

3. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam. (42b) – Jesus não se intimidou com a multidão para ir à casa de Jairo! Não há obstáculos que possam impedir Jesus de cumprir a sua missão!

Segunda LiçãoJesus tem um objetivo primário no que faz – salvação – v.49-51

 O texto mostra, além do objetivo de Jesus, algumas coisas interessantes:

1ª) Vozes contrarias

ð v. 49 – Falava ele ainda, quando veio uma pessoa da casa do chefe da sinagoga, dizendo: Tua filha já está morta, não incomodes mais o Mestre.

ð v.53 – E riam-se dele, porque sabiam que ela estava morta.

ð A resposta de Jesus as vozes contrariasv.50, 52 – Mas Jesus, ouvindo isto, lhe disse: Não temas, crê somente, e ela será salva. E todos choravam e a pranteavam. Mas ele disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme.

2ª) O milagre foi realizado apenas na presença de um grupo seleto – (v.51)

ð v.51 – Tendo chegado à casa, a ninguém permitiu que entrasse com ele, senão Pedro, João, Tiago e bem assim o pai e a mãe da menina.

O objetivo principal de Jesus em tudo o que ele fez e faz é a salvação eterna!

ð v.50 – Mas Jesus, ouvindo isto, lhe disse: Não temas, crê somente, e ela será salva.

ü  Não temas – não temer a morte e as suas consequências finais;
ü  crê somente – crer em Jesus é a única solução para a todos os efeitos funestos da morte;
ü  será salva –  salva da morte física e do inferno!

Terceira Lição Jesus realiza atos miraculosos naturalmente – v.54-56.

1. v.54 – Entretanto (naturalmente) tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina, levanta-te!

2. v.55 – O mandar dar-lhe comida, significa que a menina estava não somente ressuscitada mas em perfeita saúde!

3. v.56 – Seus pais ficaram maravilhados – metaforicamente aqui os pais representam a religião que diante da tragédia não sabe o que faz e cria um ambiente pior do que o ocorrido. Eles se maravilharam de que Jesus não precisasse de mais nada além de falar para a menina voltar a vida.

Concluindo

 Três lições:

ð 1ª) Jesus ouve ao desesperado, seja ele quem for – v.40-42;
ð 2ª) Jesus tem um objetivo primário no que faz – salvaçãov.49-53;
ð 3ª) Jesus realiza atos miraculosos naturalmentev.54-56.

Pr. Walter Almeida Jr.
IBLB Araras – 14/04/13

A ovelha e o Pastor, o viajante e o Companheiro, o convidado e o Anfitrião


Salmo 23

Em nosso estudo do Salmo 22 vimos que, ele mostra ao leitor um grande contraste de sentimentos. O lamento caracteriza os seus primeiros 21 versos, enquanto o louvor e a ação de graças descrevem os dez últimos. O salmo tem uma aplicação imediata em Davi e, em última analise, no descendente dele, aquele que estabeleceria o seu reino para sempre, o Messias – Jesus!

Concluímos afirmando que nós também podemos aprender a clamar a Deus (1-8; 11-18), a encontrar consolo e segurança no que é verdadeiro a nosso respeito (9) e no que aprendemos da verdade (10), e a encarar o futuro com confiança (22-31), porque Deus se mostrará fiel. Toda a gama de situações pelas quais passamos está aqui: desolação, hostilidade, dor, morte – pois ele (Jesus) foi provado de todas as formas, como nós somos (Hb 4.15).[1]

Hoje, vamos estudar o Salmo 23, que “é um testemunho de Davi a respeito da fidelidade do Senhor ao longo de toda a sua vida. Como um hino de confiança, o salmo retrata o Senhor como pastor e rei de um discípulo”[2].

Encontramos as referências messiânicas diretas e as repetições no NT que o identificam como Salmo Messiânico “em João 10, onde Jesus fala duas vezes de Si mesmo: Eu sou o bom pastor (vv.11-18)”[3]. Temos também como referências ou citações Hebreus 13.20; 1Pedro 2.25; 5.4.

O texto hebraico do Salmo 23 contém apenas cinquenta e cinco palavras; "nossas modernas traduções ocidentais utilizam duas vezes este número. Todavia, mesmo ao se traduzir, a economia patente no hebraico original não é desperdiçada... A poesia hebraica é uma linguagem de expressão vívida... O poeta hebreu ajuda-nos a ver, a ouvir, a sentir. As sensações físicas estão frescas e vivas... O poeta pensa imaginando quadros, e estes quadros são tirados do âmbito da vida diária, comum a todos os homens”.[4]

O triplo testemunho, nada me faltará (1), não temerei mal nenhum (4) e habitarei (6), resume o salmo, dividindo-o em três partes: a ovelha e o Pastor (1-3), o viajante e o Companheiro (4), o convidado e o Anfitrião (5, 6), respectivamente ensinando a providência de Deus, indicando situações que ocorrem na vida, sua proteção ao longo do transcurso da vida e sua provisão agora e sempre.[5]

I. A ovelha e o Pastor – vv.1-3 – “nada me faltará

1. v.1 – Davi usa a figura do pastor para falar do Senhor – seu cuidado, sua supervisão e sua provisão. Ele mesmo era um pastor experiente e sabia quais era as atribuições de um pastor de ovelhas – 1 Samuel 17.34-36.

a. A palavra hebraica usada aqui para pastor aparece oito vezes nos salmos –  Sl 23.1; 28.9; 37.3; 49.14; 78.71, 72; 80.1, 13.

b. As palavras ‘não faltará’ englobam “tudo o que pode ser de um bom objetivo e desejo, quer temporal ou espiritual, quer relativo ao corpo ou a alma; quer faça referência ao tempo ou a eternidade”.[6]

Esta é mensagem principal do salmo que Davi quer passar e é derivada do fato de que Deus é um pastor. “O significado é que, como um pastor, ele faria tudo o que fosse preciso e estaria à disposição para o seu rebanho, demonstrando toda a atenção adequada a ele”[7]. O que o salmista expressa é que Deus lhe dará tudo o que for preciso para sempre.

2. v.2, 3 – Aqui temos duas atividades que caracterizam o Senhor como pastor:

1ª) Provisão do sustento físico diário – v.2 – alimento e hidratação!
2ª) Provisão do sustento psíquico e espiritual diário – v.3 – refrigério e justiça.

Isto tudo pela sua graça seguida pela “base absoluta para a sua bondade, ou seja, por amor do seu nome”[8] – Sl 25.11; 31.3; 106.8; Is 43.25; 48.9; Ez 36.22-36.

II. O viajante e o Companheiro – v.4 – “não temerei mal nenhum

O vale da sombra da morte era um vale que existia na palestina, e ia de Jerusalém ao Mar Morto. Era uma trilha estreita e perigosa que cortava as montanhas. Sendo um caminho árduo seria muito fácil uma ovelha precipitar-se ribanceira abaixo. Tu neste ponto de perigo toma o lugar de 'ele', pois o pastor não está adiantado nem atrasado, para guiar, mas ao lado para escoltar. Em tempos de perigo o companheirismo é bom; e Ele está armado.[9]

A presença do pastor é suficiente para afastar o medo. Munido com sue bordão e seu cajado ele está pronto para guiá-las e defendê-las. Com o bordão, um bastão de madeira, manterá longe os inimigos, com o cajado, um pedaço longo de madeira com a extremidade superior arqueada, ele as guiará pelo caminho. O cajado é usado também para a correção e disciplina; e por incrível que pareça a correção serve de consolo para a ovelha.

Quando a situação ficar difícil, beirando a morte, aquele que confia não teme. Tem experiência do cuidado divino, sabe de sua companhia constante. Seu consolo vem do bordão (disciplina) e do cuidado (cajado). Deus cuida e ensina. Cuidado e disciplina caminham juntos.[10]

III. O convidado e o Anfitrião – vv. 5, 6 – “e habitarei”

1. v.5a – O salmista sabia que a providência do Senhor é maior que os seus inimigos, e que Ele tem tudo preparado.

2. v.5b – Era costume no antigo oriente, no meio da refeição, o anfitrião ungir a cabeça do convidado de honra, com uma gota de óleo perfumado. O óleo também simboliza o Espírito Santo. O Senhor ungiu e perfumou os cristãos com o seu Espírito Santo.

3. v.5c – Durante a refeição, de uma maneira geral, o cálice simbolizava a alegria. E a presença do Espírito Santo, traz uma alegria que transborda na vida cristã.

4. v.6a – O verbo seguir tem aqui o mesmo sentido, no hebraico, da palavra utilizada para descrever o ato de caçar de um animal selvagem. Quando o Senhor é o Pastor, ao invés dos crentes serem perseguidos por feras selvagens, são seguidos pela bondade e pela misericórdia, que descrevem o amor leal de Deus.

5. v.6b – O salmista deixa claro que, mais do que uma promessa terrena e material, esta palavra também é uma profecia do Reino eterno do Messias, nosso Senhor Jesus, em cuja presença os crentes estarão para sempre, usufruindo das suas promessas e de suas bênçãos, vivendo eternamente com Ele.

Concluindo

Os poucos versículos que compõem este Salmo, se apagados, deixariam um pequenino branco nas páginas de nossa Bíblia. Contudo, se os sentimentos nele expressados fossem apagados da vida, eles deixariam um buraco sem fundo no coração humano.  O coração faminto não encontraria alimento; o coração perdido, nenhuma orientação; e o coração moribundo, nenhuma esperança.  Afortunadamente, ele não foi apagado e cada homem que conhece o Senhor como Pastor, não sentirá falta de nada.  Tracemos a tese do Salmo, "O Senhor é o meu pastor, nada me faltará", através da tríplice ênfase do contexto.[11]

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 14/04/13


[1] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, 2009, p. 756.
[2] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 696.
[3] Lieth, Norbert. Salmos Messiânicos, Actual Edições, 2010, p. 67.
[4] An Introduction to the Revised Standard Version of the Old Testament, 1952, pp. 63, 64.

[5] Carson, p.757.
[6] http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/04/comentario-biblico-online-salmos-11.html
[7] Ibid.
[8] MacArthur, p. 696.
[9] http://www.jabesmar.com.br/edificacao/4-a-mensagem-do-salmo-23.html
[10] http://www.isaltino.com.br/2011/07/estudo-biblico-no-salmo-23/

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Lições da ressurreição do filho da viúva de Naim


Lucas 7.11-17

Após o Sermão do Monte, os Evangelhos em suas passagens paralelas, afirmam que “descendo ele (Jesus) do monte, grandes multidões o seguiram” (Mateus 8.1). Dessa hora em diante, Jesus estaria cercado de multidões por onde quer que fosse, veja comigo Lucas 7.1, 9, 11.

ð  Lucas 7.1 – Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum.

ü Cafarnaum foi a cidade onde Jesus escolhe para morar durante o seu  ministério terreno.

ð  Lucas 7.9 – Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta.

ð  Lucas 7.11 – Em dia subsequente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão.

Jesus, porém, não via os que o cercavam simplesmente como pessoas em massa. Ele os via como indivíduos com necessidades. A frase registrada em Lucas 7.13 expressa a atitude de Cristo: “Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela…”.

Esta passagem está dentro do grande ministério de Jesus na Galiléia. É uma parte do seu ministério que poderíamos intitular de “Jesus se importa!”. O capítulo 7 completo, contém quatro exemplos vívidos do cuidado e da compaixão de Jesus pelas pessoas ao Seu redor. Dois desses exemplos também se encontram no Livro de Mateus.

Com o que, segundo Lucas 7, Jesus se importa? 1º) Jesus se importa quando a doença chaga aos nosso lares Lucas 7.1-10; ) Jesus se importa quando a morte chega e entristece nossos coraçõesLucas 7.11-17; 3º) Jesus se importa quando a dúvida chega e tortura nossas mentesLucas 7.18-35; e 4º) Jesus se importa com a nossa situação diante de Deus – pecadores  – Lucas 7.36-50.

Nosso tema de hoje é “Três lições da ressurreição do filho da viúva de Naim”.

Na sequência da cura milagrosa à distância Lucas relata em seu material exclusivo um episódio em que o Senhor, com solícita misericórdia, ajuda uma viúva na miséria. O Senhor compadece-se não apenas de uma pessoa cuja grande fé é admirável, mas também demonstra sua comiseração quando o lamento na miséria fez desaparecer qualquer vestígio de fé.


1ª) Lição:
Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre toma a iniciativa
de vir ao nosso encontro.

Em dia subsequente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela.
vv.11, 12

1. v.11a – ...dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim...

Jesus caminhou entre um e dois dias para chegar a Naim, pois está cidade está, a mais ou menos, 50 Km de Cafarnaum. A cidade fica entre o Monte Tabor e o Monte Hermon. Aquela localidade significava e era chamada de “a encantadora” ou, segundo o Talmude, “a agradável”. Até o dia de hoje, a uns dez minutos de Naim, há um cemitério de tumbas de pedra onde os mortos são sepultados.

No momento certo, Jesus chega, acompanhado dos discípulos e de uma grande multidão, às proximidades do portão da cidade de Naim. O que acontece diante deste portão pode ser designado como uma prova perfeita da providência e condução divinas particularmente consoladoras.

2. v.11b, 12b – ... e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. ... e grande multidão da cidade ia com ela.

Temos duas grandes multidões, a que estava com Jesus e a que estava com a viúva. 1) Uma vinha alegre e esperançosa de ouvir mais sobre o reino de Deus e ver mais coisas milagrosa acontecerem por intermédio de Jesus; 2) A outra vinha chorosa e lamentado a perda de um jovem de sua cidade, possivelmente de forma trágica.

3. v.12a – Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva;
 
O fato de que o funeral se dirigia para fora da cidade não era um acontecimento fortuito, mas devia-se à circunstância de que os judeus não permitiam o sepultamento de seus mortos dentro da cidade (entre os vivos), somente podiam ser enterrados fora dos muros de suas localidades.

O Senhor teve de caminhar cinquenta quilômetros de Cafarnaum até Naim, como sempre, por uma estrada quente, poeirenta, sujeitando-se a sede e insolação torturantes, a fim de, aqui em Naim, devolver o único filho, falecido, a uma viúva enlutada e desesperada.

Os três elementos desse v. 12 descrevem uma tríplice aflição, que se intensifica a cada elemento e provoca uma compaixão cada vez maior.

1)      Um jovem havia falecido. Para o povo daquela época, morrer, na metade dos dias na terra, representava um juízo divino (Sl 55.23; 102.25).

2)      A morte do único filho era considerado um juízo particularmente duro e por isso é motivo de luto extraordinário. Em 1Reis 17.18 a viúva de Sarepta, na Fenícia, diz ao profeta Elias, quando seu único filho havia morrido: “Ó homem de Deus… Vieste a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares o meu filho!” Em vista disso, a amargura por causa da dor pelo único filho era até mesmo proverbial em Israel.

3)      A mãe enlutada era viúva. Naquele momento histórico, a condição de viúva era muito dura em Israel. Em numerosas passagens bíblicas é dito que uma viúva depende da compaixão, porque está sem arrimo e ajuda. De acordo com a opinião judaica, um castigo de Deus era especialmente duro quando transformava mulheres em viúvas. Por isso aqui o lamento é duas vezes maior (Rute 1.20s; 1Timóteo 5.5; Jó 24.3).

Então, diante da porta da cidade de Naim, duas caravanas completamente diferentes se encontraram: uma era movida pela morte, o rei dos terrores (Jó 18.14), a outra era conduzida pelo príncipe da vida, por Jesus, o Cristo. Segundo o costume oriental, as mulheres carpideiras e os tocadores de flauta e címbalos iam à frente do funeral. A viúva enlutada caminhava “na frente” do andor mortuário, e não atrás como nós costumamos fazer. O andor, carregado nos ombros por quarto homens, era uma tábua sem tampa, sobre a qual jazia o morto, enrolado em um pano de linho. Só seu rosto não estava coberto. Por último, o andor era seguido pelos amigos e conhecidos.

Não importa qual a nossa situação e em que circunstancia nos encontramos, o Senhor Jesus sempre vem ao nosso encontro. Em relação àqueles que já o receberam pela fé, a Bíblia é clara em afirmar que ele está com eles e nunca os desampara:

ð Mateus 28.20 – E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

ð Hebreus 13.5 – Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.

2ª) Lição
Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre tem o consolo certo.

Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!
Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! Sentou-se o que estivera morto e passou a falar;
e Jesus o restituiu a sua mãe.
vv.13-14

1. Primeiro, por causa de sua compaixãov.13a – Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela...

Essa compaixão divina é expressa na mais poderosa palavra de consolo dos evangelhos – ... e lhe disse: Não chores! (v.13b).

Suas palavras simples manifestam o mais intenso poder do consolo divino. Aquilo que ele declara à viúva, afundada em sua aflição, é um testemunho de seu amor compassivo para com todos os que choram. Representa um vigoroso prenúncio do grande e pleno “Não chores!” do vitorioso Leão da tribo de Judá (Ap 5.5; 21.4).

ð  Apocalipse 5.5 – Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
ð  Apocalipse 21.3-5 – Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.

2. Segundo, por causa de seu poderv.14 – Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!

Ignorando o fato de que , segundo a Lei, tocar o corpo de um morto ou em alguma coisa em que um morto tivesse contato, o tornaria uma pessoa religiosamente impura, ou contaminada cerimonialmente, Jesus mostrou, pessoalmente, o quão ele era imune a tais contaminações e ao tocar o esquife, além de não ser contaminado ainda poderosamente chamou o jovem à vida: Jovem, eu te mando: levanta-te!

Essa é a primeira das três ressurreições operadas por Jesus nos Evangelhos!

Com tensa expectativa a multidão calada observa o Senhor. A palavra de sua misericordiosa compaixão é sucedida pela soberana ação de socorro. Não se diz que ele tenha tocado o morto com a mão. O Senhor sobre vida e morte tocou somente o andor. O Senhor exerceu apenas um simples comando em autoridade própria.

Essa exclamação majestosa penetrou até o mundo dos mortos. O falecido recebera a palavra do Senhor. A palavra da vida, saída dos lábios do Príncipe da vida, gerou força vital no falecido. O morto aprumou-se. Não havia necessidade de auxílio de terceiros, de uma mão, para erguê-lo. O morto levantou-se sozinho e começou a falar. Vivia novamente como se jamais tivesse morrido. O Cristo (o Ungido), o Messias, acordou alguém da maca mortuária com a mesma rapidez e facilidade com que outra pessoa tenta despertar alguém do sono.

Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto? (João 11.25, 26)
3. Terceiro, por causa de sua prontidãov.15 – Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe.

3ª) Lição
Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre nos surpreende ensinando-os o verdadeiro significado das suas realizações miraculosas.

Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo. Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
vv. 16, 17

1. Primeiro, porque um milagre verdadeiro traz temor – Todos ficaram possuídos de temor... (v.16a)

2. Segundo, porque um milagre verdadeiro glorifica a Deus – ... e glorificavam a Deus... (v.16b)

3. Terceiro, porque um milagre verdadeiro conduz ao Grande Profeta, o Deus conosco, o Salvador – ... dizendo: Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo. (v.16c)

4. Quarto, porque um milagre verdadeiro espalha a mensagem salvadora por todos os lugares – Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança. (v.17)

Concluindo – Lições da ressurreição do filho da viúva de Naim

1ª) Lição: Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre toma a iniciativa de vir ao nosso encontro.

2ª) Lição: Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre tem o consolo certo.

3ª) Lição: Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre nos surpreende ensinando-os o verdadeiro significado das suas realizações miraculosas.


Pr. Walter Almeida Jr.
IBLB Araras – 07/04/13

domingo, 7 de abril de 2013

Lamento, oração e louvor


Salmo 22

Em nossos estudos antes da Páscoa, vimos os três primeiros Salmos Messiânicos:

ð Salmo 2 – que é desenvolvido em quatro pontos que se equilibram: 1º) A rebelião humana (vv.1-3); 2º) A reação divina (vv.4-6); 3º) O governo divino (vv.7-9); e 4º) A responsabilidade humana (vv.10-12);

ð Salmo 8 – que estudamos em dois pontos principais: 1º) A glória de Deusvv.1, 2 e 9 e; 2º) A dignidade humanavv. 3-8;

ð Salmo 16 – onde o salmista declara que assim como confiou no Senhor nesta vida (vv.1-8), assim confiará nele na sua morte e na eternidade (vv.9-11).

Hoje, vamos estudar o Salmo 22 que, assim como o Salmo 8, cerca de 1.000 a.C. já falava sobre os sofrimentos de Jesus descrevendo a sua crucificação. No NT há pelo menos 15 citações ou alusões messiânicas diretas a este salmo. Em trinta é um versículos que encontramos, temos doze afirmações que comprovadamente se cumpriram no NT e isso mostra as referências messiânicas diretas e as repetições no NT que o identificam como Salmo Messiânico.

1ª) Salmo 22.1 – Mateus 27.46; 2ª) Salmo 22.2 – Mateus 27.45; 3ª) Salmo 22.6-8 – Mateus 27.41-43; 4ª) Salmo 22.10 – Lucas 1.32; 5ª) Salmo 22.15 – João 19.28; 6ª) Salmo 22.16 – Marcos 15.16-20; Lucas 24.39; João 20.25; 7ª) Salmo 22.17 – Mateus 27.39-41; Lucas 23.35, 36; 8ª) Salmo 22.18 – João 19.23-25; 9ª) Salmo 22.22 – Hebreus 2.11, 12; 10ª) Salmo 22.25 – desde o Pentecoste encontra-se na Igreja; 11ª) Salmo 22.26 – João 6.58; 12ª) Salmo 22.31 – João 19.30.

Para Carson, citando Kidner, “nenhum cristão consegue ler este salmo sem ser vividamente confrontado com a crucificação”[1].

John MacArthur afirma que esse salmo mostra ao leitor um grande contraste de sentimentos. O lamento caracteriza os seus primeiros 21 versos, enquanto o louvor e a ação de graças descrevem os dez últimos. O salmo tem uma aplicação imediata em Davi e, em última analise, no descendente dele, aquele que estabeleceria o seu reino para sempre, o Messias – Jesus!

Seguindo essa linha, vamos usar, para nosso estudo, o esboço homilético simplificado da Bíblia de Estudo MacArthur:

I. A desesperança do salmista – vv. 1-10

1. Sua desesperança e a historia nacional – vv.1-5

2. Sua desesperança e a historia do seu nascimento – vv.6-10

II. A oração do Salmista – vv.11-21

1. Nenhuma visão de socorro – vv.11-18

2. A visão do socorro divino – vv.19-21

III. Os testemunhos e a adoração do Salmista – vv.22-31

1. Uma reação individual de louvor – vv.22-25

2. Uma reação ou solicitação coletiva de louvor – vv.26-31

Concluindo

Nós também podemos aprender a clamar a Deus (1-8; 11-18), a encontrar consolo e segurança no que é verdadeiro a nosso respeito (9) e no que aprendemos da verdade (10), e a encarar o futuro com confiança (22-31), porque Deus se mostrará fiel. Toda a gama de situações pelas quais passamos está aqui: desolação, hostilidade, dor, morte – pois ele (Jesus) foi provado de todas as formas, como nós somos (Hb 4.15).[2]

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira


[1] Carson, D. A. – Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, 2009, p. 755.
[2] Ibid., p.756.