Verdades bíblicas pregadas e ensinadas por Walter Almeida Jr., além de mensagens, comentários e opiniões de cristãos igualmente comprometidos e sem preconceitos religiosos. Simplesmente pela graça divina!
domingo, 30 de março de 2014
sábado, 29 de março de 2014
Nono Mandamento
No
estudo anterior, o oitavo mandamento:
ð
Vimos que, o mandamento apresenta nossa obrigação moral
para com o nosso próximo no tocante ao dinheiro e à propriedade. Proíbe a apropriação
dos bens alheios e exige a preservação dos bens e propriedades do próximo.
Significa não possuir coisa alguma que não tenha sido obtida por meios lícitos
e honestos.
ð
Vimos, também, as
práticas pecaminosas proibidas no oitavo mandamento tanto no contexto do Antigo
com do Novo Testamento: Furto ou roubo;
Sequestro e tráfico de seres humanos;
Negócios desonestos e injustiça social;
Má administração de recursos: acúmulo e
desperdício.
ð
E os deveres exigidos
pelo oitavo mandamento: Confiança na
providência divina; Proteção dos bens
e da propriedade; Trabalho, negócios
honestos e socorro material dos necessitados; e Moderação, simplicidade e frugalidade.
ð
Terminamos
afirmando que o oitavo mandamento diz
muito sobre quem somos e, ao invés de caminharmos voltados para a satisfação de
nossas próprias ambições, podemos prosseguir respeitando-nos, auxiliando-nos
mutuamente e sustentando a causa divina.
Nosso
estudo de hoje é sobre o nono mandamento – Êxodo 20.16 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
No
nono mandamento, juntamente com o terceiro, somos lembrados de que as nossas
palavras têm consequências emocionais, sociais e espirituais. “O que dizemos pode preservar, defender,
condenar ou destruir uma pessoa. Mais ainda, pode dividir ou unir uma
comunidade. A língua estremece, pulveriza ou fortalece relacionamentos. Somos
convocados por Deus a testemunhar em favor do que é verdadeiro e bom”.[1]
Está
claro, pelo seu contexto, que o nono mandamento “é mais uma maneira de
expressarmos amor ao nosso próximo; neste caso, preservando a sua honra por
meio de nossas palavras”.[2]
A
observância do nono mandamento contribuirá para a harmonia no convívio social,
pois ninguém deve causar dano ao próximo por meio de palavras proferidas por
sua boca, antes, deve fazer uso de palavras para falar bem e a verdade para
todos.
Observemos
agora as proibições e os deveres contidos no nono mandamento:
I. Proibições do nono mandamento
1. A mentira – A mentira não deve fazer parte da vida do cristão –
Lv 19.11; Pv 12.22; Sl 119.163; Pv 30.3. O compromisso do crente é com a
verdade – Cl 3.9; Ef 4.25.
2. Juízos falsos e calunias – Esse mandamento alerta para a cautela que o cristão
deve ter quando abrir a sua boca para se referir ao seu próximo. Ninguém deve
manchar a reputação de seu próximo com juízos falsos, principalmente em
público. (cf. Lv 19.15; Pv 19.5; 6.19; Sl 15.3)
3. Boatos falsos, fofocas e
tagarelices – Todos os boatos sem fundamento, fofocas e conversas
infrutíferas que visam prejudicar a reputação de alguém são modos de quebra o
nono mandamento. (cf. Tg 4.11; Tt 3.2; Pv 16.28; Lv 19.16; 1Co 15.33)
4. Insultos, xingamento e
maledicência – O insulto é uma maneira de violência, por palavras, contra
alguém que visa destruir sua reputação e acabar com sua vida. Jesus proibiu o
insulto, pois o considerou, figuradamente, uma forma de assassinar uma pessoa –
Mt 5.22. O termo usado por Jesus aqui é racá
e traduz todo o espírito do insulto que significa dizer que uma pessoa não vale nada ou é um nada.
5. Falsidade e falsos profetas
– Aqui temos a proibição tanto dos que mentem para depreciar a reputação de
alguém quanto aos bajuladores. (cf. Sl 12.2; Lc 18.11) Uma coisa para o que se
deve atentar aqui, também, é para aqueles que tentam depreciar o próprio Deus,
os falsos profetas – Jr 14.13-15.
II. Deveres do nono mandamento
1. Amar e falar a verdade – Uma das evidências de obediência cristã quanto ao
nono mandamento é o amor à verdade, sempre. “Quem ama de fato a Deus e ao
próximo como a si mesmo deve ter sua real satisfação em falar a verdade”.[3] (cf. 1Co
13.6; Ef 4.29; Cl 3.9, 10; Mt 5.37)
2. Zelar pela boa reputação do
próximo – Os cristãos são chamados a defender a verdade de Deus, a defender
uns aos outros e a não se calarem diante de mentiras proferidas contra eles e
contra a Igreja de Jesus Cristo. (cf. Rm 2.2; 1Co 5.8; 2C0 13.8; Ef 5.9; Fp 4.8; Tg
3.14)
3. Domínio próprio – Essa é uma
das virtudes cristãs que mais está relacionada ao nono mandamento – Gl 5.23; Tg
3.1-12.
Concluindo
O
puritano Thomas Brooks (1608-1680) disse o seguinte: “... nós conhecemos os metais pelo som que produzem e os homens por aquilo
que falam!”. Na verdade, as palavras que saem da boca de um homem são uma
expressão bem clara de quem ele é de fato. Deus se preocupa muito com as
palavras que proferimos por isso ele nos deu o nono mandamento.[4] (cf. Mt
12.34; Mt 12.36, 37)
Termino
citando o Catecismo de Heidelberg, pergunta 112 – O que é exigido no nono mandamento?
Que eu não dê
falso testemunho contra ninguém, e nem falsifique as suas palavras; que eu não
seja mexeriqueiro ou caluniador; que eu não julgue, e nem ajude a condenar
qualquer homem de modo leviano e sem que ele seja ouvido; mas devo evitar todo
tipo de mentiras e enganos como obras próprias do diabo, para que eu não caia
sob a pesada ira de Deus; do mesmo modo, que em julgamento e em qualquer outra
ocasião, devo amar a verdade, falar a verdade e confessá-la francamente; também eu
devo defender e promover, tanto quanto puder,a honra e a
boa reputação do meu próximo.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 29/03/14
domingo, 23 de março de 2014
quinta-feira, 20 de março de 2014
Oitavo Mandamento
Êxodo 20.15
No
estudo anterior, o sétimo mandamento:
ð
Vimos que, o sétimo mandamento revela o padrão de Deus
para a pureza da mente e do corpo, bem como da fidelidade pactual.
ð
Enfatizamos que, na busca de uma liberdade anárquica e em
busca de realizações egoístas, o ser humano substitui o Deus verdadeiro por um
falso. Do mesmo modo, alegando que merece ser feliz pisa o cônjuge e troca-o
por outra pessoa que o satisfaça. Em ambos os casos deixa de amar o real para
abraçar o imaginário, ilusório e passageiro.
ð
Observamos como
guardar a nossa mente e o nosso corpo do adultério de modo prático: 1º) Guardar
a mente por meio do cuidado com o que se vê; 2º) Guardar a mente por meio do cuidado com o que se ouve; 3º) Guardar a mente por meio do cuidado com o que
se lê.
ð
E concluímos
afirmando que, para os verdadeiros cristãos, os compromissos pactuais exigem
uma aliança de pureza pessoal: Pertenço a
Deus, por isso me consagro a ele; pertenço a meu cônjuge, dou-me somente a ele.
Deus e meu cônjuge são minha alegria e prazer.
Nosso
estudo de hoje é sobre o oitavo mandamento – Êxodo 20.15 – Não furtarás.
O
mandamento apresenta nossa obrigação moral para com o nosso próximo no tocante
ao dinheiro e à propriedade. Proíbe a apropriação dos bens alheios e exige a
preservação dos bens e propriedades do próximo. Significa não possuir coisa
alguma que não tenha sido obtida por meios lícitos e honestos.[1]
Todas
as pessoas possuem coisas tangíveis e intangíveis e ninguém tem o direito de
tomá-las, a menos que lhe seja concedido isso. O que as pessoas têm ou obtém
pode ser dádiva ou recompensa. Dádiva é o que alguém recebe de outrem.
Recompensa é o que uma pessoa obtém com resultado de seu trabalho, isto é, o que
acumula em decorrência de seu esforço e disciplina.
As práticas pecaminosas proibidas no
oitavo mandamento no contexto do Antigo e do Novo Testamentos são:
1ª) Furto ou roubo – Êx 22.1-15; Ef 4.28; 2ª) Sequestro
e tráfico de seres humanos – Êx
21.16; 1Tm 1.10; 3ª) Negócios desonestos e injustiça social –
Dt 15.7-9; Lv 19.3; Am 8.4-6; Rm 4.4; Tg 5.4; 4ª) Má administração de
recursos: acúmulo e desperdício – Pv
21.20; Lc 12.15; Lc 15.11-32; Pv 6.6; 28.19.
Os deveres exigidos pelo oitavo
mandamento são:
1º) Confiança na providência divina
– O mandamento estimula os cristãos a confiarem em Deus como a suficiente
garantia para a sobrevivência e a não se deixarem iludir pela confiança nos
próprios recursos – Sl 24.1; 1Cr 29.14; Sl
37.25; Mt 6.33.
2º) Proteção dos bens e da
propriedade – O cristão deve empenhar-se por preservar a sua dignidade
financeira e material e também a do seu próximo – Dt 19.14; Lv 6.4, 5. A possibilidade de possuir confere dignidade à
pessoa. Ao respeitar aquilo que outra pessoa possui reconhecemos sua dignidade.
Cabe aqui, reconhecer que a prática da generosidade é um meio de concessão de
dignidade humana. (cf. Dt 15.11; Pv
19.17; 22.9)
3º) Trabalho, negócios honestos e
socorro material dos necessitados – Trabalho honesto e diligente e socorro
material são formas de erradicar o furto – Ef
4.28; 1Tm 6.11-19; At 2.42-47; 4.32-37; Sl 128.2.
4º) Moderação, simplicidade e
frugalidade – Um entendimento correto e completo do oitavo mandamento
ensina o cristão a viver com moderação em relação as coisas deste mundo – Lc 12.15; Cl 3.5; Hb 13.5; Fp 4.5; 1Tm 6.6;
Jo 6.12.
Assim,
o oitavo mandamento deve orientar todas as relações possíveis do cristão com os
bens materiais, os seus direitos e deveres, e em relação à propriedade sua e
alheia.
Concluindo
Termino
citando o Catecismo de Heidelberg.
Pergunta 110: O que Deus proíbe do oitavo mandamento?
Deus não
somente proíbe aqueles furtos e ou roubos que são punidos pelas autoridades,
mas também classifica como roubo todos os maus propósitos e as práticas
maliciosas, por meio dos quais tentamos nos apropriar dos bens que pertencem ao
nosso próximo, seja pela força, seja pela aparência de direito, como a
falsificação de peso, de medidas, a propaganda enganosa, as moedas falsas, a
usura, ou por qualquer outro meio proibido por Deus.
Pergunta 111: Mas o que Deus ordena nesse mandamento?
Que eu devo
promover, tanto quanto possível, o bem do meu próximo, e tratá-lo como quero
que os outros me tratem; e também que eu devo fazer fielmente o meu trabalho
para que possa ajudar ao necessitado.
Lendo
criticamente essas perguntas e respostas, podemos afirmar que isso, também, diz
algo sobre a prática de dedicar a Deus dízimos e ofertas. Consagramos a Deus
tudo o somos e temos. Agora, o que os
dízimos e ofertas têm a ver com o oitavo mandamento, que consta entre os
deveres para com o próximo? É que os recursos arrecadados pela igreja devem
ser investidos no sustento das causas do reino, ou seja, na evangelização local
e mundial, nos cuidado dos pobres, no sustento dos vocacionados e na adequação
das estruturas da igreja de modo a oferecer conforto as pessoas de todas as
faixas etárias, especiais e enfermos. (cf. Ml
3.10, 11; 2Co 9.6-8; At 4.34, 35)
Finalmente,
o oitavo “mandamento diz muito sobre quem somos. Ao invés de caminharmos voltados
para a satisfação de nossas próprias ambições, podemos prosseguir
respeitando-nos, auxiliando-nos mutuamente e sustentando a causa divina.”[2]
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 20/03/14
domingo, 16 de março de 2014
sábado, 15 de março de 2014
Sétimo Mandamento
Em
nossos estudos anteriores, temos adquirido a compreensão de que “todos os dez
mandamentos interagem de maneira que um se liga aos outros, sob um propósito
comum, que é o de amar a Deus sobre todas as coisas e, como resultado disto,
amar ao próximo”.[1]
João, em sua primeira carta, trata esse assunto – 1Jo 2.9-11.
Portanto,
“aprendemos a amar o próximo, primeiramente amando os nossos pais, valorizando
a vida do próximo e, por fim, de maneira prática e desafiadora, amando nosso
cônjuge, assim, demonstraremos amor a Deus”.[2]
Nosso
estudo de hoje é sobre o sétimo
mandamento – Êxodo 20.14 – Não
adulterarás.
O
mandamento está inserido na parte do decálogo que se costumou chamar de segunda tábua da Lei. Isso tem base no
entendimento de que os quatro primeiros mandamentos fazem uma referência direta
ao amor a Deus e os demais apontam
para o amor ao próximo. Assim, o
sétimo mandamento tem como função, propor esse amor ao próximo começando pela
pessoa mais próxima daqueles que são casados, o cônjuge. Mas, creio também, que
o sétimo mandamento foi colocado aqui como uma ponte que indica o valor
espiritual da família na formação e no caráter das pessoas que querem amar a
Deus acima de tudo.[3]
Na
compreensão mais comum do que é o adultério, ele, significa abandonar a
fidelidade conjugal por meio de uma relação fora dos laços do matrimônio. A
expressão latina ad alterum torum,
literalmente significa: na cama de outro.
Mas, o adultério tem raízes mais profundas, pois já é real antes mesmo de se
consumar em um ato sexual extraconjugal.[4] Por
isso, creio que, “o sétimo mandamento revela
o padrão de Deus para a pureza da mente e do corpo, bem como da fidelidade
pactual.”[5]
O
potencial destruidor da imaginação, sem o poder purificador da Palavra de Deus,
já foi indicado no segundo mandamento – Êx
20.3-5; Ef 5.26; Rm 12.1, 2. Na busca de uma liberdade anárquica e em busca
de realizações egoístas, o ser humano substitui o Deus verdadeiro por um falso.
Do mesmo modo, alegando que merece ser feliz pisa o cônjuge e troca-o por outra
pessoa que o satisfaça. Em ambos os casos deixa de amar o real para abraçar o
imaginário, ilusório e passageiro.
Vejamos,
de modo prático, pela Escritura, como guardar a nossa mente e o nosso corpo do
adultério.
1º) Guardar a mente por meio do cuidado
com o que se vê. Segundo a Bíblia, o
adultério tem lugar na mente. Da mente ele desce para o coração, subjuga a
vontade e manifesta-se em ação – Mt
5.27, 28 (cf. Tg 4.1-9). Se a mente é a fábrica onde se processa o
adultério, os olhos são um dos canais de abastecimento da matéria prima impura.
Por esse canal o pecado é apresentado de duas maneiras:
ð
Por sugestão
– exemplos disso: Gn 39.7 – A mulher de Potifar; e Davi – 2Sm 11.2;
ð
Por imagem consumada – através das cenas de nudez e relações sexuais pelos meios de
comunicação, bem como do sexo explícito da pornografia. Pornografia é definida
pelo Dicionário Houaiss como: ... coleção de pinturas ou gravuras obscenas;
caraterística do que se fere o pudor (numa publicação, num filme, etc.);
obscenidade; indecência; licenciosidade; qualquer coisa feita com o intuito de
ser pornográfico, de explorar o sexo tratado de maneira chula, como atrativo...
violação ao pudor, ao recato... libertinagem, imoralidade. Na Bíblia, a
palavra usada e traduzido por impureza,
adultério, fornicação e prostituição é a mesma – porneia. “A palavra pornografia pode ser entendida como impureza visualizada”.[6] (ver Sl 101.3-4; Jó 31.1-4; 1Co 6.9-11)
2º) Guardar a mente por meio do cuidado
com o que se ouve. Outro canal de
entrada de impureza que se deve resguardar são os ouvidos. Conversas e músicas
impuras sujam a mente e prejudicam nossa pureza moral e espiritual. (cf. Fp 4.8) Para que se possa resistir a
esses impulsos carnais deve-se buscar a Deus, pela oração e pela Escritura, e
afastar-se de toda fonte de impureza – Gn
39.12; Mt 5.29, 30; 2Tm 2.22; Mt 6.33.
3º) Guardar a mente por meio do cuidado com
o que se lê. A Bíblia recomenda ao
cristão a leitura e o estudo, não somente das Escrituras, mas também de outras
literaturas. Mas, em matéria de moral e espiritualidade sadia, Ela, é a única
que deve ser guardada no coração – Sl
119.9-12; 1Ts 5.21-24.
Concluindo
Para
os cristãos verdadeiros, “os compromissos pactuais exigem uma aliança de pureza
pessoal: Pertenço a Deus, por isso me
consagro a ele; pertenço a meu cônjuge, dou-me somente a ele. Deus e meu
cônjuge são minha alegria e prazer.”[7]
O
compromisso cristão de fidelidade conjugal envolve muito mais do isso, trata-se
de dedicação incondicional e vitalícia ao bem estar do cônjuge. O sétimo
mandamento é quebrado quando os cônjuges deixam
de amar, honrar, cuidar ou permanecer honestos um para com o outro. (cf. Hb 13.4)
Por
fim, creio que, o sétimo mandamento inibe o divórcio, pois na Bíblia, os únicos
motivos válidos para a separação conjugal são o adultério ou o abandono obstinado – Ml 2.13-16; Mt 5.31, 32; 1Co 7.10-15.
Quero
terminar citando a pergunta 139 do
Catecismo Maior de Westminster: Quais são os pecados proibidos no sétimo
mandamento?
Os pecados
proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são o
adultério, a fornicação, o rapto, o incesto, a sodomia e todas as
concupiscências desnaturais; todas as imaginações, os pensamentos, os propósitos e os afetos
impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os
olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imodesto, a proibição
de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; [...] permitir,
tolerar ou ter bordéis e a frequentação deles; os votos embaraçadores de
celibato; a demora
indevida de casamento; ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo
tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a
sociedade impura; os cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e
todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós
mesmos, quer nos outros.
Este
mandamento provém do Deus libertador. Somos verdadeiramente felizes
e livres quando lidamos com a sexualidade e os relacionamentos conforme
a orientação do Criador.[8]
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 15/03/14
[1] Lição “Os Dez Mandamentos – Os Preceitos do Deus da
Aliança”, Editora Cultura Cristã, 1º Trimestre de 2014, Lição 9, p. 40.
[3] Ibid., p. 40.
[4] Ibid., p. 41.
[5] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do
discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 19.
[6] Ibid., p. 19.
[7] Ibid., p.20.
[8] Ibid., p. 22.
sábado, 8 de março de 2014
Sexto Mandamento
Em
nosso estudo anterior, sobre o quinto mandamento:
ð
Citamos ações
práticas, que creio, estão inclusas nessa exigência: honrar aos pais ouvindo; honrar
aos pais considerando; e honrar aos
pais obedecendo em submissão.
ð
Vimos, pela Palavra
de Deus que, se por um lado, filhos devem honrar seus pais, devotando-lhes a
obediência devida, por outro, os pais, investidos de autoridade, devem
exercê-la de modo responsável e respeitoso, cuidando para não abusarem dela,
provocando os filhos a ira.
ð
Observamos que,
embora as primeiras implicações do quinto mandamento digam respeito à vida
familiar, ele expressa, também, a necessidade, o valor e a importância da
autoridade de um modo geral e exige daqueles que estão investidos ou sujeitos à
autoridade, que se portem como pais e filhos.
ð
Terminamos
afirmando que, a correta relação entre
pais e filhos é fundamental para o bem estar da alma. Por meio de Cristo, pais
e filhos, podem reaproximar-se uns dos
outros. O poder de Deus, pela sua Palavra, é suficiente para encher de amor a
ambos, para perdão e restauração.
Nosso
estudo de hoje é sobre o sexto
mandamento – Êxodo 20.13 – Não
matarás.
Esse
mandamento proíbe o homicídio doloso e culposo e “demonstra a elevada
prioridade que Deus dá à vida humana”.[1] Ele se
revela como o autor da vida desde Gênesis e é o único que possui autoridade
para tirá-la – Gn 1.1-2.1, 17; Dt 32.39.
Para
uma compreensão correta do sexto mandamento precisamos de uma base teísta para
a valorização da vida. O reducionismo
biológico, embora reafirme que o homem é um ser racional, trata o ser
humano como um simples animal conduzido unicamente pela lei da sobrevivência do
mais apto, onde matar o fraco deixa de ser amoral e se torna encaminhamento
natural e até necessário. A cosmologia
mística, por sua vez, assenta-se sobre a ideia, ainda que não articulada
conscientemente, de que tudo o que existe é divino, ou seja, o panteísmo. Ainda
que propondo algo diferente do reducionismo biológico, a cosmologia mística nos
conduz a resultados semelhantes.[2] Assim,
não há um alicerce adequado para a dignidade humana por esses caminhos.
A
Bíblia ensina que a vida humana é preciosa porque é criação singular de Deus. “Pela
estrutura do relato de Gênesis, que parte do simples para o complexo, da
preparação do arcabouço pertinente à vida, até o clímax da criação no sexto
dia, quando surge o homem”[3] (Gn 1.1-31 (cf. 1.26, 27), o relato é
cuidadoso e destaca a criação das coisas conforme ou segundo a sua espécie – Gn 1.11, 12, 21, 24, 24, 25. Mas, em Gn 1.26 fica claro que o ser humano é
uma criatura distinta das demais.
Assim,
a dignidade humana não pode ser constatada a partir de um paradigma meramente
biológico (materialismo), nem muito menos místico (panteísmo), mas, sim a
partir da aceitação de um Deus criador e pessoal, que fez o ser humano à sua
imagem e semelhança (Gn 1.26, 27).
Esse é o único lastro consistente para a articulação de qualquer conceito da
dignidade da vida humana. Esse ponto de vista é chamado de Teísmo Cristão.
Mas,
o sexto mandamento, também, revela e coíbe o ímpeto homicidada existente no
coração humano por causa da queda. Vemos que nos primeiros capítulos da Bíblia,
a morte é mencionada quatro vezes: Em Gn
2.17 – apresentada como possibilidade;
em Gn 3.19 – apontada com resultado imediato da queda, ou como destino; e em Gn 4, a morte é um fato por duas vezes
– 4.8, 23 – isso demonstra a
existência de um ímpeto homicida no coração humano decaído.
O
Senhor Jesus ensinou em Mc 7.21 que
o coração humano depravado pelo pecado é a fonte do homicídio. Assim, esse
mandamento é dado a fim de revelar e estancar essa fonte.
O
sexto mandamento da Lei de Deus é desafiador para as relações humanas. O ensino
do Senhor Jesus sobre a dignidade humana, como imagem de Deus, traz uma
advertência séria sobre isso – Mt 5.21,
22; cf. Hb 12.14-17. Para ele, a
ira abrigada na alma já é um homicídio em potencial. Jesus afirma, ainda, que a falta de acerto na
relação com próximo impede o culto – Mt
5.23-26; cf. Is 58.3, 4.
O
mandamento confronta o ódio que leva ao desejo de vingança, ambição
desenfreada, banalização da vida humana e autocomiseração. O ódio ou a raiva
pode manifestar-se de três modos: 1º)
Em fúria – claramente publicado; 2º) em
indiferença ou trato polido – percebido por alguns; e 3º) disfarçado sob um verniz
de amabilidade – sutilmente oculto. Em todos os casos há violência, que
pode ser: agressão física, moral, psíquica e espiritual. O ódio produz obsessão (onde se dedica todas as
energias à destruição ou apagamento do outro), distanciamento (quando se considera o outro morto), doença mental (quando obcecado pelo mal
do outro, se adoece) e doença espiritual (falta de comunhão com Deus).[4]
Mesmo
sabendo que no mundo em que vivemos teremos inimigos, pela defesa de nossa fé e
dos princípios morais absolutos da Palavra de Deus, a Bíblia nos constrange a
buscarmos a paz com todos os homens e depositar nossas causas nas mãos de Deus
– Mt 5.9; Rm 12.9-21.
O
sexto mandamento implica, também, em nosso
cuidado pessoal e na função social das autoridades constituídas, isto é, em
que não devemos fazer mal a nós mesmos e isso coíbe tanto o ato extremo do
suicídio quanto o descuido com nosso equilíbrio pessoal, e que as autoridades
constituídas receberam a incumbência de manter a ordem social e, para isso,
podem e somente elas podem, usar a força para coibir o mal e motivar o bem.[5] (cf. Ef 5.29; 1Tm 4.16; At 20.2, 3; Rm 13.4)
No
controverso tema do uso da violência em legitima defesa, o Senhor Jesus
recomenda a vigilância – Mt 24.43; Lc
22.35-38.
Concluindo
No
Catecismo de Heidelberg, pergunta 105, temos: O que Deus exige
no sexto mandamento?
Que eu não
devo desonrar, odiar, ferir ou matar meu próximo, seja eu pessoalmente, ou por
meio de outros, mas que devo abandonar todo desejo de vingança; e também que eu
não fira a mim mesmo, e nem deliberadamente me exponha a qualquer perigo. Para
isso, as autoridades dispõem de armas para evitar homicídios.
No
Catecismo Maior de Westminster, pergunta 135, temos: Quais são os
deveres exigidos no sexto mandamento?
... a justa
defesa (da vida) contra a violência; a paciência em suportar a mão de Deus; o sossego de
espírito, a alegria de coração e o uso sóbrio da comida, da bebida, de remédios,
do sono, do trabalhos e dos recreios; pensamentos caridosos, amor, compaixão,
mansidão, benignidade, bondade, comportamento e palavras pacíficos, brandos e
corteses; a longanimidade; a prontidão para se reconciliar, suportando
pacientemente e perdoando as injúrias, pagando o mal com o bem; confortar e
socorre os aflitos; e proteger e defender os inocentes.
Creio
que, por último, o mandamento sugere
sentimentos, atitudes, hábitos e comportamentos construtivos.[6]
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira, 08/03/14
[1] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova,
2009, p. 172.
[2] Lição “Os Dez Mandamentos – Os Preceitos do Deus da
Aliança”, Editora Cultura Cristã, 1º Trimestre de 2014, Lição 7, p. 35.
[3] Ibid., p. 36.
[4] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do
discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 16.
[5] Ibid., p. 16.
[6] Ibid., p. 17.
sábado, 1 de março de 2014
Três verdades imprescindíveis reveladas por Jesus
João 12.20-36
Para
muitos cristãos o Evangelho de João é livro mais precioso do Novo Testamento.
Como literatura, ele é a biografia
mais fascinante de Jesus. Teologicamente,
o texto mais profundo acerca da divindade de Jesus, ou seja, o livro de João é “a biografia mais fascinante de Jesus e o texto mais profundo acerca da
sua divindade”[1].
O
Evangelho de João foi escrito com o objetivo de persuadir os seus leitores a
crer em Jesus – Jo 20.30, 31. “Nos
sinais escritos, a divindade de Jesus é revelada; na fé, temos a reação que
estes sinais devem produzir; na vida eterna, o resultado que a fé traz”[2]. Mas, a
ênfase de João está na necessidade do ser humano pecador crer em Jesus, como
ele é apresentado nas Escrituras. Assim, ele, usa a palavra crer ou fé 98 vezes, no evangelho, para ensinar que a fé em Jesus é
indispensável para a salvação da humanidade.
Para
efeitos didáticos pode ser divido em três partes: 1ª) Parte – O Ministério
Público de Jesus, seus discursos e seus milagres – João 1-12; 2ª) Parte – O Ministério Particular de Jesus, suas
instruções aos discípulos mais íntimos – João
13-17 – os quais estava preparando para serem seus apóstolos, oferecendo um
conjunto de prioridades pelas quais deveriam pautar suas vidas sob a orientação
do Espírito Santo; e 3ª) Parte – A Paixão de Jesus, o Filho de Deus, sua
missão redentora é vindicada por sua morte expiatória e sua ressurreição – João 18-21.
Então,
a partir do final do capítulo 12, Jesus deixa as multidões e se retira para um
círculo íntimo de seus discípulos. Esse capítulo registra o final do ministério
público de Jesus que, vai para Jerusalém passando por Betânia, por ser o seu
destino a cruz e depois a glória. Mas, antes de ser humilhado e morrer, Jesus é honrado com um jantar e com uma
unção em Betânia – vv.1-10, é aclamado triunfalmente em Jerusalém – vv.11-19, é honrado pelos gregos que desejam conhecê-lo pessoalmente – vv.20-36, e ele mesmo faz um resumo do seu ensino, com uma
explicação sobre a incredulidade dos judeus e uma descrição da verdadeira fé
– vv.37-50.
Depois
de sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus vai ao templo e, pela segunda vez
expulsa de lá os comerciantes, isto de acordo com um estudo da harmonia dos
Evangelhos, que tenta traçar a vida e o ministério de Jesus em ordem
cronológica. Uma coisa digna de nota aqui é como Jesus foi honrado
triunfalmente ao entrar na cidade de Jerusalém. Observe comigo os seguintes
versículos: v.13a – Jesus
honrado como Rei Salvador – Hosana
palavra que significa “salve agora”
ou “nós te imploramos, ó Deus, salva-nos
agora”; v.13b – Jesus honrado como o Messias prometido pelas
Escrituras – O povo cantava o Salmo
118.26: “Bendito é o que vem em nome do Senhor”. Jesus é o enviado bendito! e vv.14,
15 – Jesus honrado com Rei da Paz
– Cumprindo a profecia de Zacarias 9.9,
Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho. Jesus é o Rei da paz, manso e humilde.
A
entrada triunfal e limpeza do templo em Jerusalém, por Jesus, provavelmente
chamou a atenção dos gregos que estavam ali e participavam da festa – v.20. Essa festa era a Páscoa, uma das
sete festas principais do povo de Israel, instituída pelo próprio Deus. Em Levítico 23, Deus ordenou, através de
Moisés, que Israel celebrasse sete festas, as chamadas festas solenes do Senhor. As primeiras
quatro festas são celebradas na primavera – Páscoa, Primícias, Pães Asmos e Pentecostes. As três últimas, no outono – Trombetas, Expiação e Tabernáculos.
Esses
gregos que participavam da festa, se
dirigiram a Filipe... e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. (v.21) É
interessante observar, também, a atitude de Filipe no v.22 – Filipe foi dizê-lo a
André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. O que esse modo de agir de
Filipe e André sugere? Ordem, organização,
hierarquia, respeito, submissão e reverência.
A
partir desse pedido, o Senhor Jesus revela três verdades imprescindíveis: Primeira verdade – Jesus fala da sua morte – vv.23,
24; Segunda verdade – Jesus fala daqueles que desejam segui-lo
– vv.25, 26; e Terceira Verdade – Jesus fala
da sua missão – vv.27-36.
I. Primeira verdade imprescindível – Jesus fala da sua morte – vv.23, 24
Jesus
ensina, aqui, acerca da sua morte, ressurreição, ascensão e coroação, deixando
para nós três lições:
1.
A morte de Jesus aconteceu exatamente no tempo certo, o tempo determinado por
Deus - É chegada a hora... (v.23a) (cf. Jo 7.30; 17.1; Gl 4.4, 5)
2.
A morte de Jesus foi absolutamente necessária – v.24a – Em verdade, em
verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só...
3.
A morte de Jesus produziu e produz ainda muitos frutos – v.24b –... mas, se morrer,
produz muito fruto. (cf. Is 53.11, 12; Ap 1.5-7; 5.9, 10)
II. Segunda verdade imprescindível –
Jesus fala daqueles que desejam segui-lo – vv.25, 26
Falando
daqueles que por sua morte comprou com o seu sangue, Jesus, deixar claro que a
partir do momento em que pela graça são
salvos por meio da fé passam a viver uma nova vida, pois, se alguém está em Cristo, é nova criatura;
as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (Ef 2.8; 2Co 5.17) Por isso ele afirma: Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que
odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. (v.25)
Assim,
para segui-lo pelo resto de suas vidas é necessário observar três coisas
básicas:
1. Seguir a sua norma – v.26a
– Se alguém me serve, siga-me,... –
Alguém já disse que seguir Jesus é o mais fascinante projeto de vida!
2. Usar os seus recursos – v.26b
– ... e, onde eu estou, ali estará
também o meu servo. O maior recurso dado por Jesus àqueles que o seguem é o
fato dele estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos – Mt 28.20b. Por isso é correto
afirmarmos que ele está no céu, ele está conosco e nós estaremos pessoalmente
com ele no céu no futuro. (cf. Jo 14.3; 17.24)
3. Desfrutar do resultado de segui-lo – v.26c – E, se alguém me
servir, o Pai o honrará. (cf. 1Co 15.58; Hb 6.9-12)
III. Terceira verdade imprescindível –
Jesus fala da sua missão – vv.27-36
Cumprir
a missão que lhe foi dada pelo Pai não seria fácil, mas, Jesus, apesar da
angustia não desistiu e reafirmou a sua decisão espontânea de entregar sua vida
para salvar a humanidade perdida – v.27.
Jesus,
na presença de todos atribui toda a glória da redenção a Deus e é honrado pelo
Pai – v.28. A voz de Deus foi um
testemunho publico de que Jesus era realmente o seu filho e estava fazendo a
sua vontade – v.29, 30.
Ao
explicar a sua missão, ele, diz que por sua morte na cruz, duas bênçãos
aconteceriam:
1. O mundo seria julgado e o seu príncipe, Satanás, seria expulso – v.31. Na cruz Jesus venceu o pecado e
despojou todos os principados e potestades espirituais do mal – Cl 2.14, 15.
2. Ele atrairia, isto é, salvaria pessoas de todos os lugares – v.32, 33. (cf. Tt 2.11; Jo 1.12; Ap 5.9,
10)
Concluindo
As
pessoas que ouviram essa explicação de Jesus sobre a sua morte e os resultados
extraordinários dela, infelizmente não creram. A multidão de maioria religiosa
judaica e apegada a sua religião legalista, tentaram contra argumentar com
Jesus citando o que a sua vida toda aprenderam com seus líderes na Lei – v.34. Jesus lhes respondeu a indagação
com amor fazendo três afirmações (vv.35,
36), que usarei como minha conclusão hoje:
1ª) Ele é a luz que veio a este
mundo trazendo salvação, vida, santidade e direção.
2ª) Viver sem ele neste mundo é
andar nas trevas do pecado e na ignorância espiritual.
3ª) Todo aquele que nele crê,
torna-se um filho da Luz (filho de Deus).
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 28/02/14
Assinar:
Postagens (Atom)