Vimos
em nosso estudo anterior, que, Paulo estava muito grato a Deus pela cooperação
da Igreja em Filipos para o seu ministério. Essa cooperação era de três modos: Aceitação do Evangelho, Permanência no Evangelho e Contribuição para o Evangelho. Ele,
Paulo, encerra a sua saudação, ação de
graças e uma intercessão em favor da Igreja afirmando sua convicção sobre a
obra redentora de Deus na vida dos filipenses e sobre o que estava em seu
coração em relação aos irmãos.
Estou plenamente certo de que aquele
que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo
Jesus. Aliás, é justo que eu assim
pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas
algemas, seja na defesa e confirmação
do evangelho, pois todos sois
participantes da graça comigo.
Filipenses 1.6, 7
Hoje,
vamos continuar nosso estudo e expor os versículos de 8 a 30 do capítulo 1º, do
seguinte ponto de vista de acordo com o primeiro subtema da carta: Uma experiência pessoal com Cristo – “Cristo a vida do Cristão: Regozijo apesar
do sofrimento”. Vamos dividir este texto em dois pontos: 1º) Alegria em Cristo que triunfa sobre
o sofrimento – v.8-18; e 2º) Livramento
em Cristo – uma expectativa Paulina – v.19-26.
I. Alegria em Cristo
que triunfa sobre o sofrimento – v.8-18
1. Com sinceridade e
oração – v.8-11
Nesse
início de carta, Paulo invocava a Deus como sua testemunha – Pois minha testemunha é Deus... v.8a. Mas não só aqui, freqüentemente
ele faz isso em questões internas – do coração, da alma e do espírito – Romanos 1.9; 9.1; 2 Coríntios 1.23; 11.31;
Gálatas 1.20; 1 Tessalonicenses 2.5, 10. Na verdade, ninguém poderia saber
de verdade se Paulo tinha ou não saudades dos irmãos em Filipos, só Deus é quem
sabe todas as coisas, por isso ele usa esse argumento: Deus é minha testemunha da saudade que tenho de todos vós –
v.8b. Mas isso só era real por causa da terna
misericórdia de Cristo Jesus – v.8c.
Agora,
Paulo ora pelos seus irmãos filipenses, para que o amor aumente mais e mais (v.9a) – Paulo não nega que os irmãos ali tinham
amor, mas está orando para que o amor já existente aumente mais e mais. Esse
amor crescente tinha que ser em pleno
conhecimento e toda a percepção (v.9b). Não era um amor cego do tipo da
paixão romântica, que deixa a pessoa sem noção do certo e do errado. Esse amor
crescente na vida dos filipenses levaria a igreja a aprovar as coisas excelentes e a serem sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo
– v.10. Isso também tornaria os
irmãos cheios do fruto de justiça, o
qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus – v.11.
2. Com realismo –
v.12-14
Paulo
queria deixar bem claro para a igreja, que as coisas que lhe aconteceram, que
ele chama de minhas cadeias, em Cristo
(v.13a), têm, antes, contribuído
para o progresso do evangelho – v.12b. O seu sofrimento pela prisão por
simplesmente pregar a mensagem da cruz, como em 1 Coríntios 15.3, 4: Antes
de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras. Resultou no alcance de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; e a maioria dos
irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais
desassombro a palavra de Deus – v.13b, 14.
O
que aconteceu aqui? Paulo estava feliz, não pela prisão e sofrimento, mas pelo
que isso possibilitou para o avanço do Evangelho de Jesus Cristo: 1º) O alcance da guarda imperial
romana, cerca de 9.000 soldados; e 2º)
Pelo estimulo que isso deu aos irmãos, para, no Senhor, falar a Palavra de
Deus.
3. Com discernimento –
v.15-18
O
apóstolo, agora, com discernimento, reconhece e revela que o Evangelho pode efetivamente (v.15a) ser proclamado
pelas seguintes intenções: a) por inveja
e porfia – pregando a Cristo, por
discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias – v.15b,
17; b) de boa vontade – estes, por
amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho – v.15c, 16.
Apesar
de Paulo não concordar nem aprovar o Evangelho ser pregado por inveja, porfia,
discórdia e insinceramente, ele se regozija no fato de que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer
por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei – v.18.
II. Livramento em
Cristo – uma expectativa Paulina – v.19-26
1. Pela súplica – Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica...
(v.19a). Paulo sabia que Deus ouve a oração da sua igreja. Ele, mesmo já tinha
sido libertado milagrosamente de uma prisão em Eféso – Atos 16.25, 26.
Possivelmente conhecia o testemunho de Pedro em Atos 12.1-12.
2. Pelo Espírito Santo – Porque estou certo de que isto mesmo... pela provisão do Espírito de
Jesus Cristo... (v.19b). O Espírito Santo que Paulo havia recebido na sua
conversão, como todos os cristãos, da parte de Deus não era o espírito de covardia, mas de poder, de amor
e de moderação – 2 Timóteo 1.7.
A libertação que Paulo esperava com ardente expectativa e esperança seria
para engrandecer a Cristo no seu corpo, quer
pela vida, quer pela morte – v. 20.
Ele tinha a seguinte convicção: Se
fosse livre da prisão com ousadia continuaria
pregando a Cristo e se fosse morto
na prisão ou fora dela por pregar a Cristo isso
seria um testemunho de morrer por
Cristo. Por isso ele afirmou:
Porquanto, para mim, o
viver é Cristo, e o morrer é lucro
– v.21.
3. Da dúvida interior – v.22 – Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu
trabalho, já não sei o que hei de
escolher.
- ...
estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. (v.23b)
- ...
é mais necessário permanecer na carne. (v.24b)
E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé, a fim de que aumente, quanto a
mim, o motivo de vos gloriardes em Cristo Jesus, pela minha presença, de novo,
convosco.
v.25, 26
Conclusão
Paulo
reconhece que ter uma experiência pessoal com Cristo é viver por modo digno do evangelho de Cristo (v.27a) e que isso leva os irmãos a estarem firmes em um só espírito, como uma só
alma, lutando juntos pela fé evangélica (v.27b – do evangelho – ARC). Essa
firmeza e luta pela fé, fortalece os crentes a não se intimidarem pelos adversários (v.28a), e a
reafirmarem a sua confissão de fé da salvação,
e isto da parte de Deus (v.28b). Ele termina essa argumentação encorajando
os irmãos filipenses do seguinte modo: Porque
vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes
nele, pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é
o meu. (v.29, 30)
Pr. Walter Almeida Jr.
IBLB - 30/07/13
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