Em
nosso estudo anterior, expomos Filipenses 1.8-30, de acordo com o primeiro
subtema da carta: Uma experiência
pessoal com Cristo – “Cristo a vida
do Cristão: Regozijo apesar do sofrimento”. Vimos isso em dois pontos: 1º) Alegria em Cristo que triunfa sobre
o sofrimento – v.8-18; e 2º)
Livramento em Cristo – uma expectativa Paulina – v.19-26.
Terminamos
afirmando que: Paulo reconhece que ter uma experiência pessoal com Cristo é viver por modo digno do evangelho de
Cristo (v.27a) e que isso leva
os irmãos a estarem firmes em um só
espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica (v.27b – do
evangelho – ARC). Essa firmeza e luta pela fé fortalece os crentes a não se
intimidarem pelos adversários
(v.28a), e a reafirmarem a sua confissão de fé da salvação, e isto da parte de Deus (v.28b). Assim, ele termina sua
argumentação encorajando os filipenses do seguinte modo: Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente
de crerdes nele, pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora,
ouvis que é o meu. (v.29, 30)
Hoje,
vamos começar a expor Filipenses 2.1-30
sob o seguinte tema: Uma experiência de
vida com Cristo – “Cristo, o modelo cristão: Regozijando-se no serviço
humilde”. Para uma compreensão mais clara do texto, vamos estudá-lo
dividindo-o em quatro partes: 1ª)
Exortação à humildade e unidade em Cristo – v.1-4; 2ª) A humilhação (kenosis)
e a exaltação de Jesus Cristo – v.5-11; 3ª)
O resultado da salvação – v.12-16; 4ª)
O exemplo apostólico – v.17-30.
I. Exortação à
humildade e unidade em Cristo – v.1-4
Aqui em sua exortação, Paulo espera
que a igreja reconheça que a unidade cristã depende da realidade da existência
deles em Cristo. Para Paulo, que
sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz
com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente
com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? (2
Coríntios 6.14-16) Esses quatro versículos têm um caráter poético
e tornam as
palavras de Paulo muito vigorosas.
Há aqui um apelo quádruplo na
repetição “se... alguma” (v.1)
1. Se há, pois...
(v.1a) – (ei tiv oun) Tem sido traduzido de varias maneiras para o português:
- (ARC) Portanto, se há...
- (ARR) Portanto, se há...
- (BLH) Por estarem...
- (NVI) Se por estarmos em...
- Uma tradução sugerida e
entendida como melhor é “Visto que
há...”
- Para haver unidade, comunhão e
participação comum no Corpo de Cristo, a Igreja, os que buscam essas
realidades precisam fazer parte do Corpo, isto é, é absolutamente
necessário estarem em Cristo.
2. ... alguma
exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se
há entranhados afetos e misericórdias...
(v.1b)
- ...
alguma exortação em Cristo... – a palavra exortação é a
tradução de paraklësis que
expressa literalmente um “chamado para o lado”. O chamado para o lado aqui
pode ser entendido como um chamado para admoestação, defesa, consolação ou
conforto.
- ... alguma consolação de amor... – A idéia de amor de Paulo aqui, esse
amor que propicia consolação é a disposição de se relacionar com outrem
para o bem dessa pessoa, não importando o preço que o autor devesse pagar.
A palavra consolação aqui também poderia ser traduzida com persuasão.
- ... alguma comunhão do Espírito... – A palavra comunhão é a tradução do
termo koinonia que nas cartas
de Paulo é básica para indicar uma vida comum ou compartilhada. Espírito é
realmente o Espírito Santo.
- ... se há entranhados afetos e misericórdias...
Indicam a terna afeição que vem adequadamente do coração pela comunhão do
Espírito.
Paulo quer dizer que o motivo pelo
qual temos o encorajamento de Cristo,
somos
consolados pelo amor
de Deus, temos a comunhão do Espírito Santo
e uma terna afeição no coração é porque já estamos em Cristo.
3. ... completai a
minha alegria... (v.2a) –
Já havia no coração do apóstolo alegria pela obra de Deus na vida dos
filipenses (1.6), mas essa alegria
seria completa se eles vivessem acima de
tudo, por modo digno do evangelho de Cristo. (1.27) E isso implica em oito características internas, isto é, do
coração:
- ... de modo que penseis a mesma coisa... (v.2b)
- ... tenhais o mesmo amor...
(v.2c)
- ... sejais unidos de alma...
(v.2d)
- ... tendo o mesmo sentimento.
(v.2e)
- Nada
façais por
partidarismo... (v.3a)
- ... ou vanglória... (v.3b)
- ... mas por humildade...
(v.3c)
- ... considerando cada um os outros superiores a si mesmo.
(v.3d)
Concluindo
A
ênfase na unidade cristã aqui é muito forte. Paulo tem essa característica de
enfatizar a unidade em Cristo, como em 1.27
– “... no tocante a vós outros, que
estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé
evangélica.” Na verdade, essas qualidades interiores ou intenções cristãs
só são visualizadas quando estamos servindo a Cristo em sua comunidade remida,
por isso Paulo diz: Não tenha cada um em
vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.
(v.4) Quando é que nos preocupamos com as necessidades e interesses dos outros?
Quando nos envolvemos e servimos uns aos outros! Olha só a recomendação de João
em 1 João 3.18 – Filhinhos, não amemos de palavra, nem de
língua, mas de fato e de verdade.
Pr. Walter Almeida Jr.
IBLB Araras - 14/07/13
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