1João 2.28-3.24
Estamos
estudando a Primeira Carta de João do ponto de vista da “Comunhão que Deus Preparou para o Seu Povo”. Já estudamos:
1º) Introdução ao Estudo
da Primeira Carta de João
As Cartas e sua Classificação no NT. 1João
– Carta Geral. Autoria e Data – João, 90 d. C.
2º) 1João 1.1-4 – Onde
Começa a Nossa Comunhão
1) Começa com Deus; 2) Leva a Comunhão na Igreja; 3)
Leva a Plena Alegria
3º) 1João 1.5-2.2 – As
Condições para a Comunhão
1) Conformidade com um Padrão; 2) Confissão de Pecados
4º) 1João 2.3-27 – A
Conduta na Comunhão
1) O Caráter da Nossa Comunhão –
Imitação; 2) O Mandamento para a
Nossa
Comunhão – Separação; 3) O Credo para a Nossa Comunhão – Afirmação
Hoje
vamos continuar o nosso estudo enfatizando: As Características da Comunhão em 1João 2.28-3.24. E faremos isso
em três pontos: 1º) Em relação à nossa expectativa – pureza – 2.28-3.3; 2º) Em relação
à nossa posição – justiça e amor – 3.4-18; e 3º) Em relação as nossas orações
– respostas – 3.19-24.
I. Em relação à nossa expectativa
– pureza – 2.28-3.3
1. v.28a – a afirmação de João enfatiza que a
preparação para a segunda vinda de Jesus é permanecer nele. Esta afirmação está
de acordo com o ensino do Novo Testamento. Mas, uma observação é importante: permanecer por estar salvo, não para a
salvação! (cf. Jo 8.31; 15.4-7, 10;
At 11.23; 14.22; 1Co 16.13; 2Ts 2.15).
2. v.28b – manifestou do grego parousia, significa: manifestação. Aqui, prontidão é a ênfase de João (cf. Mt 24.42; 26.41).
3. v.29 – a comunhão com Deus, o novo
nascimento não é uma coisa para ficar guardada, escondida, mas sim, para
manifestar a justiça de Deus. Jesus ensinou isso em Mt 5.13-16; 5.20.
4. 3.1-3
v.1ª – Vejam como é grande
o amor.... O termo
grego traduzido por vejam é uma exclamação! João enfatiza duas coisas aqui a respeito do amor – ágape: 1ª) sua qualidade e distinção; e 2ª)
o relacionamento do amor com a filiação.
Por analogia o v.1
revela quatro verdades:
1ª) a fonte do amor – Deus, o Pai; 2ª) o amor é um dom gratuito; 3ª) o amor confere filiação; 4ª) o amor confere confirmação (cf. Jo 1.12).
v.1b – a manifestação do amor divino na
vida cristã é a grande diferença entre o salvo e o perdido. Assim como o mundo
rejeita o amor de Deus, rejeita também os que foram alcançados por esse amor.
Isso aconteceu com Jesus – cf. Jo 17.14;
1.11.
v.2 – aqui de novo a parousia, e a afirmação da segurança da salvação. (1) seremos semelhantes a ele (2) e o veremos como ele é! (cf. Romanos 8.29; João 17.24).
v.3 – a nossa comunhão, que vem pela
manifestação do amor de Deus em Jesus Cristo, e a nossa esperança de vida
eterna no céu, deve nos motivar e estimular a uma vida pura. (cf. 2Cor 7.1; Rm 15.13 – Deus exige pureza
tripla – 1Ts 5.23).
II. Em relação à nossa posição
– justiça e amor – 3.4-18
João
em sua carta mais uma vez chega num ponto que, tem que combater outra doutrina
falsa – a do perfeccionismo. Ela era ensinada pelos falsos mestres da sua
época. Esse ensino ainda hoje tem grande força no meio cristão evangélico e
protestante reformado. Por isso, aqui, João traça uma linha entre os
verdadeiros filhos de Deus e os filhos do Diabo.
Justiça
1. v.4a – ... comete (pratica
o) pecado... – ou
seja, vive habitualmente no pecado.
O
termo grego usado por João para designar pecado aqui e hamartia que é igual ao
termo hebraico usado no Antigo Testamento chattath e significa incapacidade
de atingir o alvo. Esses termos afirmam, que primeiro o pecado é
cometido contra Deus e depois contra a humanidade. É o que poderíamos dizer
pecado religioso e ético. Na verdade, João, tanto no Evangelho com nas cartas
mostra que o pecado pertence ao reino das trevas que se opõe ao reino da luz.
2. v.4b – ... porque o
pecado é iniquidade (a transgressão da lei). João afirma agora, que o pecado é rebeldia, porque o
termo grego que ele usa para transgressão da lei é anomia e significa sem lei, ilegal, anarquia. A aplicação é
que, pecado é a violação de um estado
moral sustentado pela lei.
3. v.5 – Este versículo
mostra duas verdades: 1ª) ...ele se manifestou para tirar os nossos pecados... – o
objetivo da vida de Jesus Cristo; e 2ª)
...e nele não existe (há) pecado. – a
impecabilidade de Jesus Cristo.
4. v.6 – aqui João coloca um assunto muito
sério e que precisamos entender.
v.6a – não pratica o pecado
(não vive pecando) –
A pessoa que permanece em Jesus Cristo após a sua conversão não vive na pratica
do pecado – cf. v.9.
v.6b – qualquer que permanece
em pecado (aquele que vive pecando) –
A pessoa que se converte mas continua na pratica do pecado não nasceu de novo.
Escute o restante do versículo – não o
viu nem o conheceu – cf. v.8.
5. v.7 – João faz mais uma advertência
contra os falsos mestres – ninguém vos
engane (não vos deixeis enganar por
ninguém). João coloca uma coisa que ele aprendeu com Jesus, a questão dos
frutos – cf. Mt 7.15, 16. Em outras
palavras cuidado com os que só falam, aquela turma do faça o que eu digo, mas
não faça o que eu faço.
Cl 2.8-15 – um texto esclarecedor do poder de
Cristo sobre o diabo, mas que o falso ensino quer que os crentes não saibam
disso (cf. Cl 2.16-23; Hb 2.14).
7. v.10 – Aqui é colocado a diferença entre
os filhos de Deus e os filhos de diabo: (1)
A conduta reta (na justiça) é evidencia de
que a pessoa é filha de Deus; (2)
A conduta injusta é evidencia de que a
pessoa é filha do Diabo; (3) E o amor é o padrão pelo qual a conduta é
medida.
Até
aqui, João deixa claro a posição do crente nascido de novo em relação a sua
conduta diante de Deus e do mundo: não vive na pratica do pecado, mas na
pratica da justiça. Essa justiça deve estar de acordo com o ensino de
Jesus em Mt 5.17-20.
Amor
1. v.11 – Então, João, repete outra vez a
nova concepção que eles receberam de Jesus sobre o mandamento do amor de Deus
derramado no coração dos salvos – cf. Jo
13.34; Rm 5.5.
2. v.12 – Agora João coloca diante de seus
leitores a triste história de Caim e Abel – Gn 4.8. Caim era irmão de Abel? Caim o ama como irmão? Caim se
deixou dominar pela inveja, pelo ódio, pelo homicídio. Caim matou o irmão
porque a suas obras eram más. O ato de Caim foi a expressão natural de uma vida
pecaminosa. Será possível acontecer isso hoje?
3. v.13 – Da forma como Caim odiava seu irmão
o mundo nos odeia, porque o ódio é do mundo. Uma das diferenças entre o crente
e o incrédulo é o amor de Deus – cf. Jo
15.18, 19.
4. vv.14, 15 – Aqui está uma das características
internas da convicção de que um crente tem a vida eterna e do descrente que não
tem a vida eterna, mas parece ter: ...
porque amamos os irmãos” – v.14b. João iguala o sentimento, ódio,
a uma ação – um homicídio. Porque um descrente quando odeia uma pessoa, a
primeira coisa que pensa em fazer é tirar a vida dela. Escute o que Jesus disse
– Mt 5.21-26. Tudo começa com um
sentimento! No pensamento de Jesus, quem odeia quer matar! Por isso não apenas:
“Não matarás”, mas não odiarás, não insultarás, etc. Veja o contraste nos
versículos a seguir:
5. vv.16-18 – Quem ama faz justamente o contrário:
Segue o exemplo de Cristo que deu a vida pelos pecadores. Doa a sua vida – seu tempo, seus talentos, seu sangue – v.16. Usa seus bens – v.17. Não com palavras demagogas, mas
torna real as suas palavras – v.18 (cf. Tiago 2.14-17).
O amor do cristão autêntico é um amor
do tipo do de Deus – v.17c. Um amor
pratico, que age em favor do amado. Essa é uma característica da nossa comunhão
em relação a nossa posição diante de Deus.
III. Em relação as nossas
orações – respostas – 3.19-24
1. vv.19, 20 – João faz uma afirmação aqui que
deixa muito claro o seguinte: Só
reconhecemos que estamos na verdade e temos a certeza disso, quando o amor de
Deus que está em nossa vida se torna uma pratica em nosso viver cotidiano. Por isso o nosso coração pode ficar tranquilo.
Se por um acaso houver dúvida em nosso coração: Deus é maior que o nosso coração, ele sabe todas as coisas! João
aqui invoca um atributo divino – onisciência!
2. vv.21, 22 – Então, João, explica aos seus
leitores que na vida de comunhão uma
consciência limpa, a obediência aos princípios da Palavra de Deus e a adoração
leva o crente a ter a certeza da resposta as suas orações.
3. vv.23, 24 – João, agora, faz uma síntese do que
vem enfatizando – o mandamento de Deus é: (1)
Crer em Jesus Cristo e amar de forma
pratica os irmãos – cf. Jo 13.34;
14.11; (2) Se os crentes viverem dessa forma pratica, eles permanecem em Deus e
Deus permanece neles – v.24a.
João termina essa sessão de seu
comentário sobre as características da comunhão, em relação a resposta das
nossas orações, com a afirmação de que o crente sabe que permanece em Deus e
Deus nele, pelo Espírito Santo que recebeu na conversão, que veio do próprio
Senhor – v.24b.
Conclusão – As Características da Comunhão
1.
Em relação à nossa expectativa – pureza.
2.
Em relação à nossa posição – justiça e
amor.
3.
Em relação as nossas
orações – respostas de orações.
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