terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Série: 7 Sinais - (2) Lições de uma cura a distância

João 4.43-54

A semana passada vimos:

ð Que João selecionou sete sinais (milagres – feitos extraordinários com um objetivo específico): 1º) A transformação da água em vinho2.1-12; 2º) A cura a distância de um rapaz4.46-54; 3º) A cura do paralítico 5.1-47; 4º) A multiplicação dos pães e peixes6.1-14; 5º) Jesus anda sobre o mar6.15-21; 6º) A cura do cego de nascença9.1-41; e 7º) A ressurreição de Lázaro11.1-57.
ð Que ele, João, também usou sete reivindicações da divindade de Jesus feitas por Jesus: 1ª) Eu sou o pão da vida8.12; 2ª) Eu sou a luz do mundo8.12; 3ª) antes de Abraão eu sou 8.58; 4ª) Eu sou o bom pastor10.11; 5ª) Eu sou a ressurreição e a vida11.25; 6ª) Eu sou o caminho, a verdade e a vida14.6; e 7ª) Eu sou a videira verdadeira15.1.
ð Que as principais características do Evangelho são: 1ª) É um evangelho de festas – quase todos os eventos e discursos estão relacionados com as festas judaicas – 2.13, 23; 6.4; 7.2; 10.2; 11.55; 12.1; 13.2-10; 18.28; 2ª) É um evangelho de testemunhos – exemplos: João Batista1.34, Natanael 1.49, Pedro6.69, Jesus10.36, Marta11.27; Tomé20.28; 3ª) É um evangelho com simbolismos – números e metáforas; 4ª) É um evangelho de fé – (1.12; 20.30, 31) sua base (ouvir e receber a Palavra) e os seus resultados (liberdade, descanso, paz, poder e vida eterna); 5ª) É um evangelho da encarnação – Deus se fez homem e habitou entre nós – 1.1-18.[1]
ð Que por isso, João começa o seu evangelho apresentando a identidade de Jesus. Tudo o que ele escreve a respeito de Jesus, no decorrer de sua narrativa, está em síntese nos dezoito versículos inicias: 1º) 1.1-3 – Jesus é Deus – cinco aspectos: ele é o verbo, é eterno, é uma pessoa, é Deus e é o Criador; 2º) 1.4, 5 – Jesus é a vida e a luz – duas palavras chaves que ensinam verdade profundas: vida – ela tem origem e Jesus e se encontra nele (8.12; 14.6), e luz – a luz é uma manifestação resplandecente da vida (12.46; 3.19-21); 3º) Jesus é homem perfeito – ele é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, de forma inconfundível, imutável, indivisível e inseparável. Jesus assumiu a natureza humana e viveu sem pecar até a sua morte. Ele se identificou conosco em todas as nossas fraquezas (4.6,7; 6.53; 8.40; 11.33-35; 12.27; 13.21; 19.28).[2]

Na mensagem em João 2.1-12, a transformação da água em vinho, aprendemos três lições: 1ª) A presença de Jesus no casamento requer convitevv.1, 2; 2ª) A presença de Jesus no casamento não impede que coisas desagradáveis aconteçamvv.3-5; 3ª) A presença de Jesus no casamento é funcionalvv.6, 7; e 4ª) A presença de Jesus no casamento é transformadoravv.8-11.

Hoje, nosso texto é João 4.43-54 que, João chama de o segundo milagre – A cura de um filho de um oficial do rei, a distância Jesus fez este segundo milagre, quando ia da Judéia para a Galiléia. (v.54)

Olhemos o seu contexto:

ð Após a festa de casamento em Caná da Galileia, Jesus foi ao templo e a festa da Páscoa em Jerusalém – 2.13-25.
E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos,
vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. (v.23)

ð Ainda era noite, e Jesus recebe a visita de um membro do Sinédrio chamado Nicodemos – onde Ele ensina sobre o novo nascimento. Nessa passagem (3.1-36) Jesus é apresentado por João de três modos: 1º) como, o Mestre3.1-21; 2º) como, o Noivo da Igreja3.22-30; e 3º) como, a Testemunha do Pai3.31-36.

ð Voltando para Galileia Jesus teve três conversas significativas: 1ª) Com uma mulher samaritana4.1-30; 2ª) com seus próprios discípulos – 4.31-42; e 3ª) com um oficial do Rei sobre a enfermidade e cura do seu filho4.43-54.

Nosso texto de hoje – 4.43-54:

ð vv.43-45 – Esses versículos falam da entrada de Jesus na Galileia vindo da Judéia. Jesus ficou dois dias com os samaritanos e depois foi para a Galileia, onde foi bem recebido pelos galileus. Ele havia começado a viagem para Galileia no v.3.

·      v.44 – A que terra Jesus estava se referindo? A sua terra natal Nazaré na Galileia ou a sua terra em termos nacionais – Israel. 1º) Se ele estava se referindo a Judéia em termos nacionalistas, a razão para a ida à Galiléia seria devido à falta de hospitalidade e à hostilidade do povo, na Judéia. Mas, 2º) se estava falando da Galileia é por que sabia que em sua terra natal terá pouca aceitação e consequentemente também pouca publicidade. Ainda não havia chegado a sua hora!
·      v.45 – Mas, Jesus recebe boa acolhida na Galiléia. A Páscoa congregava em Jerusalém judeus de toda a Palestina. Por isso muitas pessoas da Galiléia também haviam presenciado a atuação de Jesus em Jerusalém. No começo talvez tenham ficado orgulhosos de seu conterrâneo que realizava sinais desse tipo, chamando a atenção geral. Por isso o acolheram de bom grado.[3]

ð vv.46-50 – Essa é a segunda vez que Jesus vai à Caná da Galileia após o início de seu ministério público.

·      v.46 – João deixa claro que é o mesmo lugar onde ele transformara a água em vinho, em seu primeiro milagre. Chegando em Caná, estava ali vindo de Cafarnaum um oficial do rei, ou seja, alguém de confiança de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, de 4 a.C. a 49 d.C.[4]
·      v.47 – O oficial real não foi a Caná da Galileia para resolver questões oficiais, mas pessoais – Ouvindo este que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele... O motivo era o seguinte: ... e rogou-lhe que descesse, e curasse o seu filho, porque estava à morte. Aquele pai viajou entre 25 e 32 km, para pedir a Jesus pela cura de seu filho.
·      vv.48-49 – A resposta de Jesus ao pedido daquele pai desesperado não foi somente dirigida a ele, mas a todos os que estavam ali, os galileus – Se não virdes sinais e milagres, não crereis. O que vemos aqui é Jesus sendo buscado como o milagreiro que precisa ajudar na aflição da enfermidade, como os benzedeiros. Jesus, porém, acaba de vir de Samaria, onde pessoas despertaram para a verdadeira fé nele como Salvador do mundo sem qualquer sinal e prodígio (cf. 4.42). Esse fato deve ter influenciado na palavra dita aqui. Os judeus, aos quais também pertencia o oficial da corte, não são capazes do que os samaritanos foram.[5] Mas, Jesus não despreza os que tem esse tipo de atitude, antes ele os procura levar à fé verdadeira – a fé salvadora, que crê nele acima das adversidades da vida.
·      v.50 – Aqui, num ato miraculoso da graça divina, Jesus realiza a cura do filho daquele pai. Embora a fé oficial estivesse apenas no que Jesus poderia fazer em termos físicos, Jesus com esse milagre o traz à fé salvadora.
·      Diante dessas palavras de Jesus, há somente duas possibilidades: (1ª) distanciar-se, decepcionado, de um homem que tem apenas palavras, ou (2ª) agarrar com fé precisamente essa palavra. É uma fé que não exige mais ver sinais e prodígios, mas que confia exclusivamente na palavra e, assim, na própria pessoa que a profere. É essa a fé que Jesus deseja ver. É a fé nele por meio da palavra.[6] E essa foi a atitude de fé daquele homem!

ð vv.51-54 – Um milagre com um objetivo:

·      vv.51-53a – os milagres de Jesus, algumas vezes, não têm uma explicação científica, mas eles podem ser comprovados. Os milagres realizados por Jesus, sempre tem testemunhas oculares, pessoas de boa fé e confiáveis que possam testemunhar.
Os milagres realizados por Jesus eram para glória de Deus e para testificar a divindade de Jesus!
·      v.53b – quando uma pessoa crê em Jesus de verdade, ele testemunha a sua fé a outras pessoas. Foi o que aconteceu com todos os da casa daquele oficial – e creu ele, e toda a sua casa.
O oficial da corte tivera fé na palavra de Jesus e correra com fé para casa. Agora, porém, após a experiência plena do poder e da graça de Jesus creu ele de um modo abrangente. Agora ele olha com confiança permanente e integral para Jesus. Ele leva toda a sua casa nessa confiança. Sua mulher, o filho curado, os servos, que sem dúvida faziam parte de sua casa, todos eles reconhecem agora que Jesus é o Salvador, que vence a morte e é capaz de conceder vida.[7]
·      v.54 – Este sinal aponta que Jesus é Deus onipotente e onipresente! O seu poder não se limita ao espaço.[8]

Lições negativas e positivas:

1ª) Lições Negativas da fé do oficial do rei:
Aquele homem tinha uma fé defeituosa quando veio a Jesus.

ð Ele tinha uma fé na fé dos outros
ð Ele tinha uma fé que exige sinais
ð Ele tinha uma fé egocêntrica
ð Ele tinha uma fé autoritária[9]

2ª) Lições positivas da fé que Jesus deu ao oficial do rei:
Jesus concedeu àquele homem uma fé genuína!

ð Uma fé pessoalpara que aquele homem não precisasse depender das experiências dos outros. É isso que ele quer fazer com você!
ð Uma fé generosa para que aquele homem ao invés de exigir de Jesus o que precisava, desfrutasse da graça maravilhosa de Deus em cuidar dele e de sua família.
ð Uma fé cristocêntrica para que aquele homem deixasse o egocentrismo que queria que Deus se ajustasse à sua vontade, para conformar-se a vontade de Deus que é boa, agradável e perfeita.
ð Uma fé submissa para que aquele homem abandonasse uma fé autoritária e se submetesse a graça soberana de Deus.[10]

Aplicações para nossa vida hoje:

1ª) Ouça a Palavra de Deusvocê precisa conhecer quem Deus é, quem você realmente é e o que Deus quer para você!

2ª) Creia na Palavra de DeusAceite de modo confiante o que Deus fala em sua palavra para você e para a sua família!

3ª) Obedeça a Palavra de DeusViva a sua fé. Seja prático.  “Coloque sua fé em ação. Siga a orientação de Deus em sua Palavra.”[11]

4ª) Descanse na Palavra de DeusViva tranquilo nessa confiança na Palavra de Deus. Descanse e confie que Deus cumprirá as suas promessas em relação ao povo de Israel, ao mundo, a igreja e a você em particular!

Pr. Walter Almeida Jr.
IBLA – Jd. das Palmeiras
18/12/2016



[1] Casimiro, Arival Dias. Estudos Bíblicos em João – A verdade que liberta, Z3 Editora, 2011, p. 4.
[2] Casimiro, p. 4, 5.
[3] Boor, Werner de. Comentário Esperança – Evangelho de João 1. Editora Evangélica Esperança, 2002, p. 71
[4] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 1391.
[5] Boor, p. 72.
[6] Boor, p. 72.
[7] Boor, p. 73.
[8] Casimiro, p. 27.
[9] Rogers, Adrian. Creia em Milagres, mas confie em Jesus, Editora Eclesia, 2000, p. 70.
[10] Rogers, p. 70.
[11] Rogers, p. 71.

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