2 Pedro 1.16-21; Gálatas 4.4
Introdução
A
Profecia bíblica tem dois significados:
1º)
Em uma definição mais abrangente, refere-se a “tudo que Deus tem a dizer para Suas criaturas racionais. A Bíblia,
portanto, como revelação específica de Deus à humanidade, é um livro
completamente profético – 2 Pedro 1.19-21. Trata-se da proclamação de Deus
acerca das coisas que não poderíamos saber de outra maneira”.[1]
2º)
A Profecia como predição de Deus, ou seja, as
revelações que nos permitem saber o que vai acontecer. Essa habilidade de
prever o futuro está em quase um terço das Escrituras, e é declarada por Deus
como sendo a maior prova de que somente Ele é Deus:[2] “... Eu
sou Deus e não há outro; Eu sou Deus e não há outro semelhante a mim, que desde
o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade as coisas que
ainda não sucederam...” (Is 46.9-10).
Quase
todas as profecias preditivas falam sobre
o povo de Israel e a vinda do Messias, Jesus Cristo. Deus, em sua
soberania, “declara aos israelitas que eles seriam um sinal para o mundo,
glorificando-se a Si mesmo neles e através deles (Is 46.13). Em Isaías 43.10,
11 Deus lhes diz: “Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, o meu servo a
quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e
que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu
sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.” Em outras palavras, Deus usará
aos judeus e à sua terra como “testemunhas”, tanto para eles mesmos quanto para
o mundo. Isso se dá não somente quanto à Sua existência, como também mostrando
que Ele está ativamente envolvido em desenvolver a história de Israel e a
cumprir Seu propósito para toda a humanidade. A Profecia declara o plano de Deus de antemão. E o propósito é que nós todos possamos conhecê-lo, crer nEle e
“entender” que somente Ele é Deus. A Profecia é a prova convincente não
apenas da existência de Deus, mas também de que a Bíblia é exatamente o que diz
ser, a Palavra de Deus”.[3]
Olhando
a profecia deste modo, podemos afirmar que: “Deus é o Deus da Profecia. Ele é também o Deus da nossa salvação; e a
Profecia sublinha e aponta para a salvação. Israel foi escolhido por Deus para
o propósito primário de trazer o Messias ao mundo”[4] “...
para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3.17).
Ao
nos prepararmos para estudar as profecias ou as promessas da 1º vinda de Jesus
Cristo, ou a sua encarnação, temos que considerar que a “sua vinda ao mundo nada teve de casual, e nem mesmo de inesperada. O
plano divino da encarnação tinha sido, desde os primórdios da raça humana,
anunciado de muitas formas e maneiras, por intermédio de muitas pessoas
inspiradas diretamente pelo próprio Deus”[5].
Em
nossos estudos, a partir de hoje, vamos considerar as várias promessas
relacionadas à sua primeira vinda, bem como o planejamento, antes da fundação
do mundo, da encarnação da segunda pessoa da trindade – Jesus Cristo!
Hoje,
em nosso primeiro estudo, vamos tratar da preexistência
de Cristo. A ideia da preexistência
de Cristo significa que ele existia antes de nascer. Também significa que ele
existia antes da criação e antes do tempo.[6]
Vamos ver então, (1º) as evidências da preexistência,
(2º) a eternidade do Cristo preexistente (pré-encarnado), e (3º) as atividades
do Cristo preexistente (pré-encarnado).
I.
Evidências da preexistência de Cristo
1. Sua origem celestial – textos bíblicos que afirmam a
origem celestial de Cristo, comprovam sua pré-existência – João 3.13, 31-36.
2. Sua obra na criação – se ele estava envolvido na
criação, é logico que existia antes dela – João 1.3; Colossenses 1.16; Hebreus
1.2.
3. Seus atributos (qualidades) – Colossenses 2.9 – em
Cristo, diz o texto, habita a plenitude da divindade.
4. Seu relacionamento com João Batista – João 1.15, 30 –
João Batista reconheceu a existência de Jesus antes dele.
II. A
eternidade do Cristo pré-existente (pré-encarnado)
Eternidade
não significa, apenas, que Cristo existia antes de seu nascimento
ou mesmo
antes da criação, mas que ele sempre existiu.[7]
Se a eternidade de Cristo for negada, automaticamente,
pode-se afirmar que não existe a Trindade, Cristo não possui a divindade
absoluta, e ele mentiu. Mas, a Bíblia, afirma claramente a eternidade de
Cristo.
1. Em seu relacionamento com Deus, o Pai – Hebreus 1.3.
O termo grego usado aqui para expressão
exata indica que Cristo é a representação exata da natureza ou essência de
Deus.
2. Em seus atributos divinos (eternidade) – Miqueias
5.2; Habacuque 1.12; Isaías 9.6.
3. Ele (Cristo) mesmo afirmou sua eternidade – João
8.58.
4. João afirma claramente a eternidade de Cristo – João
1.1. Se o verbo, que é Cristo, era Deus, então, ele é eterno, pois Deus é
eterno!
III. As
obras do Cristo pré-existente (pré-encarnado)
Em Sua ação com Criador:
1. Ele estava envolvido na criação de todas as coisas –
João 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2. Isso é uma demonstração de seu poder – “o fato de ser capaz de criar todas as coisas”.
2. Todas as coisas foram criadas por ele – Cl 1.16. Isso
é uma demonstração de suas prerrogativas – “o
fato de fazer com que a criação
servisse aos seus propósitos”.
3. Ele também sustenta a criação – Cl 1.17. Isso é uma
demonstração de sua presença constante – “o
fato de que continua a sustentar a
criação”.
Concluindo
Em nosso texto base, Gálatas 4.4, para os estudos que
introduzimos hoje, observamos que no tempo designado por Deus, isto é, “quando
as precisas condições religiosas, culturais e politicas exigidas pelo seu plano
perfeito haviam atingido o auge, Jesus veio ao mundo”.[8]
Observamos, também, que o fato de o Pai ter enviado
seu filho, Jesus, “ao mundo ensina a respeito de sua preexistência como o
eterno membro da Trindade!”.[9]
(Conf.: Fp 2.6, 7; Hb 1.3-5; Rm 8.3,
4)
Pr. Walter Almeida Jr.
IBLA Jd. das Palmeiras
11/12/2016
[1] T. A. MacMahon –
TBC – http:/www.chamada.com.br
[2] T. A. MacMahon –
TBC – http:/www.chamada.com.br
[3] T. A. MacMahon –
TBC – http:/www.chamada.com.br
[5] Oliveira, Kelson Mota T. – Cristologia – A Pessoa e a
Obra de Nosso Senhor Jesus Cristo, pg. 1.
[6] Ryrie, Charles C. – Teologia Básica ao alcance de
todos, pg. 273.
[8] John MacArthur, Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010,
p. 1592.
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