sábado, 31 de janeiro de 2015

Estudos no Credo Apostólico (2) - Deus Filho – A história da redenção

Efésios 2.1-3; Isaías 53.4-12

No estudo anterior do Credo Apostólico sobre o tema Deus Pai Todo-poderoso, vimos:

ü A primeira parte do Credo: Deus Pai Todo-poderoso em dois pontos: 1º) O Deus Único é uma Trindade; 2º) Deus Pai Todo-poderoso.

ü Terminamos refletindo que “nós não pensamos em Deus apenas no passado, no relato de Gênesis, mas o consideramos como dono de nossas vidas, o soberano que, hoje, recebe nossa gratidão e adoração”.[1] (Romanos 11.33-36)

Nosso estudo de hoje é sobre a segunda parte do Credo: Deus Filho – a história da redenção. Veremos esse assunto em três pontos: 1º) Jesus Cristo nosso Redentor; 2º) Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem; 3º) Jesus Cristo que morreu, ressuscitou e voltará.

I. Jesus Cristo nosso Redentor[2]

Nessa parte do Credo é necessário a reflexão sobre o que é a salvação e quem é o Salvador. A palavra salvação significa libertação do poder do pecado e é sinônimo de redenção. Precisa ser liberto quem é escravo ou está sob um poder opressor. A pessoa sem Cristo está morta em seus pecados e segue o curso do mundo, do diabo e da carne. (Cf. Efésios 2.1-3)

Mas Deus prometeu enviar um Redentor que pagaria, com seu próprio sangue, o preço pelos pecados cometidos. (Cf. Isaías 53.4-12)

Vejamos essa parte do Credo Apostólico:

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

O Credo Apostólico após apresentar Deus Pai como onipotente criador, coloca diante de nós o Deus Filho como Redentor. Jesus Cristo é o Redentor prometido no AT. Ele é o “Verbo” (a Palavra encarnada) de Deus que traz vida e luz aos homens. (Mateus 1.21; João 1.1-4)

Aqui, o Credo, resume o ensino bíblico sobre o Senhor Jesus Cristo afirmando que ele é o verdadeiro Deus e verdadeiro homem que morreu, ressuscitou, foi exaltado e voltará.

II. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem

1. Jesus Cristo – verdadeiro Deus

Ele é o “único Filho” de Deus – somente ele é gerado pelo Pai. Ele “nosso Senhor” – deve ser adorado como Deus. (João 1.12; Romanos 8.15; Filipenses 2.9-11)

Veja comigo a pergunta 33 do Catecismo de Heidelberg (CH):

Por que Cristo é chamado “o único Filho de Deus”, se também somos filhos de Deus? Porque só Cristo é, por natureza, o Filho eterno de Deus. Nós, porém, somos filhos adotivos de Deus pela graça, por causa de Cristo.

A revelação de sua divindade é reforçada pelo fato dele ter sido concebido por obra do Espírito Santo e nascido da virgem Maria, daí ele ser chamado de ente santo. (Lucas 1.34, 35; 1João 5.10)

2. Jesus Cristo – verdadeiro homem

De acordo com o Credo, Jesus Cristo padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Essas afirmações mostram que o Senhor Jesus Cristo tornou-se carne, ou seja, plenamente humano. (João 1.14; Gálatas 4.4)

Por que Jesus tornou-se homem?

Para nos representar diante de Deus e oferecer ao Pai plena obediência (cumprindo Mandamentos) tomando sobre si o castigo que era destinado a nós (assumir as maldições e sentenças da lei). (Fp 2.5-8; 2Co 5.21; Gl 3.10, 13; 1Co 15.3) No sacrifício do Redentor encontra-se a chave para nossa consagração a Deus.

Veja comigo a pergunta 43 do Catecismo de Heidelberg (CH):

Que importância o sacrifício e a morte de Cristo na cruz têm para nós?
Pelo poder de Cristo, nosso velho homem é crucificado, morto e sepultado com ele, para que os maus desejos da carne não mais nos dominem, mas que nos ofereçamos a ele como sacrifício de gratidão.

III. Jesus Cristo que morreu, ressuscitou e voltará

1. Em sua morte Jesus desceu ao Hades

Depois de ter sido crucificado, morto e sepultado, Jesus desceu ao Hades. Esse termo significa o lugar dos mortos ou, ainda, o inferno. Isso significa que Jesus, nosso Redentor, suportou grande angústia ao entregar-se por nós. Por seu sofrimento e morte fomos libertos do tormento infernal na eternidade. Jesus percorreu o caminho do homem pecador. Por isso, por ele somos perdoados e considerados justos e temos a cesso ao pai. (Rm 8.1; Cl 1.13, 14; Rm 5.1)

Veja comigo a pergunta 44 do Catecismo de Heidelberg (CH):

Por que se acrescenta: “desceu ao inferno”?
Porque meu Senhor Jesus Cristo sofreu, principalmente na cruz, inexprimíveis angústias, dores e terrores. Por isso, até nas minhas mais duras tentações, tenho a certeza de que ele me libertou da angústia e do tormento do inferno.

2. Jesus ressuscitou

Ele “ressurgiu dos mortos” a fim de confirmar a nossa justificação e nos ressuscitar para uma nova vida. Por ele temos a garantia de também ressuscitarmos em glória. (Rm 4.25; Cl 3.1-3; 1Co 15.20-23)

3. Jesus exaltado

O Senhor Jesus está no céu, assentado junto de Deus Pai todo-poderoso. Ele intercede por nós junto do Pai e nos governa como cabeça. Uma vez que nós somos o seu corpo, estaremos com ele eternamente. Para garantir isso ele nos enviou o Espírito Santo. (Rm 8.34; Ef 1.20-23; Jo 14.2, 3; 2Co 5.5)

4. Jesus voltará

Por meio da promessa de sua volta, enfrentamos todas as tribulações e infortúnios certos de que, como Justo Juiz, ele virá dos céus, e nos levará para a glória celestial. (Mateus 25.31-34)

Concluindo

Em todas estas afirmações, o Credo confirma a centralidade do Senhor Jesus Cristo na obra de salvação. Como Profetaaquele que traz a Palavra do Pai, como Sacerdoteaquele que se oferece como sacrifício e intercede por nós, e como Reiaquele que é a cabeça da igreja, ele consuma a nossa redenção. (1Timóteo 2.5)


Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira 24/01/15


[1] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 41.
[2] A partir daqui o estudo segue o esboço dos slides do livro “Os primeiros passos do discípulo” de Misael Batista do Nascimento, adaptados a nossa realidade local e com cortes e acréscimos que julguei necessário, p. 43-46.

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