Efésios 2.1-3; Isaías 53.4-12
No
estudo anterior do Credo Apostólico sobre o tema Deus Pai Todo-poderoso, vimos:
ü
A primeira parte
do Credo: Deus Pai Todo-poderoso em
dois pontos: 1º) O
Deus Único é uma Trindade; 2º)
Deus
Pai Todo-poderoso.
ü
Terminamos
refletindo que “nós não pensamos em Deus apenas no passado, no relato de
Gênesis, mas o consideramos como dono de nossas vidas, o soberano que, hoje,
recebe nossa gratidão e adoração”.[1] (Romanos
11.33-36)
Nosso
estudo de hoje é sobre a segunda parte do Credo: Deus Filho – a história da redenção. Veremos esse assunto em três
pontos: 1º) Jesus Cristo nosso Redentor;
2º) Jesus Cristo verdadeiro Deus e
verdadeiro homem; 3º) Jesus
Cristo que morreu, ressuscitou e voltará.
Nessa
parte do Credo é necessário a reflexão sobre o que é a salvação e quem é o
Salvador. A palavra salvação significa libertação
do poder do pecado e é sinônimo de redenção. Precisa ser liberto quem é escravo ou está sob
um poder opressor. A pessoa sem Cristo está morta em seus pecados e segue o
curso do mundo, do diabo e da carne. (Cf. Efésios 2.1-3)
Mas
Deus prometeu enviar um Redentor que pagaria, com seu próprio sangue, o
preço pelos pecados cometidos. (Cf. Isaías 53.4-12)
Vejamos
essa parte do Credo Apostólico:
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu
da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado,
morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao
terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai
todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
O
Credo Apostólico após apresentar Deus Pai como onipotente criador, coloca
diante de nós o Deus Filho como Redentor. Jesus Cristo é o Redentor prometido no AT. Ele é o
“Verbo” (a Palavra encarnada) de
Deus que traz vida e luz aos homens. (Mateus 1.21; João 1.1-4)
Aqui,
o Credo, resume o ensino bíblico sobre o Senhor Jesus Cristo afirmando que ele
é o verdadeiro Deus e verdadeiro homem que morreu, ressuscitou, foi exaltado e
voltará.
II. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem
1. Jesus Cristo – verdadeiro Deus
Ele
é o “único Filho” de Deus – somente ele é gerado pelo Pai. Ele “nosso
Senhor” – deve ser adorado como Deus. (João 1.12; Romanos 8.15; Filipenses
2.9-11)
Veja comigo a pergunta
33 do Catecismo de Heidelberg
(CH):
Por que Cristo é chamado “o único Filho de Deus”, se
também somos filhos de Deus? Porque
só Cristo é, por natureza, o Filho eterno de Deus. Nós, porém, somos filhos
adotivos de Deus pela graça, por causa de Cristo.
A
revelação de sua divindade é reforçada pelo fato dele ter sido concebido por obra do Espírito Santo e
nascido da virgem Maria, daí ele ser
chamado de ente santo. (Lucas 1.34, 35; 1João 5.10)
2. Jesus Cristo – verdadeiro homem
De
acordo com o Credo, Jesus Cristo padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e
sepultado. Essas afirmações mostram que o Senhor Jesus Cristo tornou-se carne, ou seja, plenamente humano. (João 1.14; Gálatas 4.4)
Por que Jesus tornou-se homem?
Para
nos representar diante de Deus e oferecer ao Pai plena
obediência (cumprindo Mandamentos) tomando sobre si o castigo que
era destinado a nós (assumir as maldições e sentenças da lei). (Fp
2.5-8; 2Co 5.21; Gl 3.10, 13; 1Co 15.3) No sacrifício do Redentor encontra-se a chave para nossa consagração a Deus.
Veja comigo a pergunta
43 do Catecismo de Heidelberg
(CH):
Que importância o sacrifício e a morte de Cristo na
cruz têm para nós?
Pelo poder de Cristo, nosso velho homem é crucificado,
morto e sepultado com ele, para que os maus desejos da carne não mais nos
dominem, mas que nos ofereçamos a ele como sacrifício de gratidão.
III. Jesus Cristo que morreu,
ressuscitou e voltará
1. Em sua morte Jesus desceu ao
Hades
Depois
de ter sido crucificado, morto e
sepultado, Jesus desceu ao Hades.
Esse termo significa o lugar dos mortos
ou, ainda, o inferno. Isso significa que Jesus, nosso Redentor, suportou grande angústia ao entregar-se por
nós. Por seu sofrimento e morte fomos libertos do tormento infernal na
eternidade. Jesus percorreu
o caminho do homem pecador. Por isso, por ele somos perdoados e considerados
justos e temos a cesso ao pai. (Rm 8.1; Cl 1.13, 14; Rm 5.1)
Veja comigo a pergunta
44 do Catecismo de Heidelberg
(CH):
Por que se acrescenta: “desceu ao inferno”?
Porque meu Senhor Jesus Cristo sofreu, principalmente
na cruz, inexprimíveis angústias, dores e terrores. Por isso, até nas minhas
mais duras tentações, tenho a certeza de que ele me libertou da angústia e do
tormento do inferno.
2. Jesus ressuscitou
Ele
“ressurgiu dos mortos” a fim de confirmar a nossa justificação e nos
ressuscitar para uma nova vida. Por ele temos a garantia de também
ressuscitarmos em glória. (Rm 4.25;
Cl 3.1-3; 1Co 15.20-23)
3. Jesus exaltado
O
Senhor Jesus está no céu, assentado junto de Deus Pai todo-poderoso. Ele
intercede por nós junto do Pai e nos governa como cabeça. Uma vez que nós somos
o seu corpo, estaremos com ele eternamente. Para garantir isso ele nos enviou o
Espírito Santo. (Rm 8.34; Ef
1.20-23; Jo 14.2, 3; 2Co 5.5)
4. Jesus voltará
Por
meio da promessa de sua volta, enfrentamos todas as tribulações e infortúnios certos de que, como Justo Juiz, ele virá dos céus, e nos
levará para a glória celestial. (Mateus 25.31-34)
Concluindo
Em
todas estas afirmações, o Credo confirma a centralidade do Senhor Jesus
Cristo na obra de salvação. Como Profeta – aquele que traz a Palavra do Pai,
como Sacerdote – aquele que se oferece como sacrifício e
intercede por nós, e como Rei – aquele
que é a cabeça da igreja, ele consuma a nossa redenção. (1Timóteo
2.5)
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira 24/01/15
[1] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do
discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 41.
[2] A partir daqui o estudo segue o esboço dos slides do
livro “Os primeiros passos do discípulo” de Misael Batista do Nascimento,
adaptados a nossa realidade local e com cortes e acréscimos que julguei
necessário, p. 43-46.
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