Mas,
o que nos diz o capítulo um de Daniel? Ele, assim como o último capitulo, é
breve! É uma narrativa simples e direta e nos ensina lições que não deveríamos
esquecer nunca. O capítulo um se divide em quatro partes: 1º) A ida de Nabucodonosor a
Jerusalém – vv.1, 2; 2º) A
apresentação de Daniel e seus três companheiros – Hananias, Misael e Azarias
– vv.3-7; 3º) A posição ocupada por
Daniel e seus três companheiros – vv.8-16;
e 4º) O resultado da ação corajosa e espiritual de Daniel e os três – vv.17-21.
I. A ida de Nabucodonosor a Jerusalém –
vv.1, 2
Em
605 a.C. Nabucodonosor se torna rei da Babilônia e marcha contra Jerusalém –
sitia, invade, derrota e a faz cativa, levando para a sua terra o que deseja e
quer.
Por
oito anos Jeoaquim ainda permanece em Jerusalém, mas depois é completamente
destituído e humilhado.
O
templo é saqueado e os seus tesouros são levados para a Babilônia. Agora,
aquilo em que a apostasia confiava não mais tem valor, está totalmente
devastado.
Ao
invés de confiar em Deus o povo estava confiando no templo. Estavam certos de
que não importava como vivessem o templo os salvaria. Mas, isso não aconteceu!
Deus
é o único Senhor! Nada pode substituí-lo! Substituir Deus por algo feito por
mãos humanas é idolatria! E a idolatria derrotou o povo de Deus!
O
primeiro mandamento da Lei de Deus é: Não
terás outros deuses diante de mim. (v.3)
O Breve Catecismo de Westminster ao definir quais sãos os deveres exigidos no
primeiro mandamento afirma: Os deveres
exigidos no primeiro mandamento são: conhecer e reconhecer Deus como único verdadeiro
Deus, e nosso Deus; cultuá-lo e glorifica-lo como tal, pensar e meditar nele,
lembrar-nos dele, altamente apreciá-lo, honrá-lo, adorá-lo, escolhê-lo, amá-lo,
desejá-lo e teme-lo; crer nele, confiando, esperando, deleitando-nos e
regozijando-nos nele; ter zelo por ele; invocá-lo, dando-lhe todo louvor e
agradecimentos, prestando-lhe toda obediência e submissão do homem todo; ter
cuidado de o agradar em tudo, e tristeza quando ele é ofendido em qualquer
coisa; e andar humildemente com ele.[1]
Assim,
o primeiro mandamento nos ensina que “nada
deve ser considerado como mais amável ou importante do que Deus. Colocar
qualquer coisa à sua frente é idolatria”.[2] E
idolatria “é inventar ou ter alguma coisa
em que se deposite confiança, em lugar ou ao lado do único e verdadeiro Deus,
que se revelou na sua Palavra”.[3]
II. A apresentação de Daniel e seus três
companheiros – vv.3-7
Esses
versículos apresentam os principais personagens do livro – Nabucodonosor, seus assessores e Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
A
estratégia do Rei Nabucodonosor – “deportar a nobreza de cada nação conquistada
e integrá-las no serviço público da Babilônia”[4]. Foi
esse o método que ele usou quando conquistou Judá – v.3.
Os
selecionados para o abrangente programa de reeducação teriam acompanhamento e
treinamento vip – vv.4, 5. A idade
exigida para a reeducação pelos babilônios era entre 14 e 15 anos.
Era
parte da política babilônica mudar os nomes de todos os selecionados para a
reeducação e treinamento especial – vv.6,
7.
ð
Daniel que
significa “Deus é meu juiz”, recebeu o nome de Beltessazar que significa
“Guarda dos segredos ocultos de Bel” ou “Bel protege o Rei”.
ð
Hananias que
significa “O Senhor é Gracioso”, recebeu o nome de Sadraque que significa
“Ordem de Aku” outro deus babilônico.
ð
Misael que
significa “Quem é como o Senhor”, recebeu o nome de Mesaque que significa “Quem
é como Aku” ou uma antiga forma do nome da deusa Vênus.
ð
Azarias que
significa “O Senhor é meu ajudador ou o que me auxilia”, recebeu o nome de
Abede-Nego que significa “Servo de Nego” também chamado de Nebo, o deus da
vegetação.
Olhando
os quatro nomes originais dos jovens, vemos que dois deles terminam em “el”, que indica um dos nomes de Deus e
dois que terminam em “ias”, uma
versão abreviada do nome Jeová. Os babilônios alteraram os seus nomes para
outros que se referiam as suas divindades pagas – Bel, Marduque, Vênus e Nebo.
O
processo de reeducação alimentar, intelectual, psicológica e espiritual durava
três anos. Afastados de seus lares, instruídos a esquecer de Deus e reeducados
intensivamente numa cultura pagã, o que aconteceria a estes jovens? Resistiriam
ales a pressão? Permaneceriam fieis ao seu Deus e ao que sabiam ser correto? Ou
sucumbiriam?[5]
III. A posição ocupada por Daniel e seus
três companheiros – vv.8-16
O
que levou o povo para o cativeiro foi o pecado de idolatria. O exílio era um
castigo por todos os pecados da nação. O principal pecado deles foi a idolatria.
Agora,
diante daqueles jovens fora colocado um dos principais atos idolatras dos babilônios
– suas refeições, que eram todas
oferecidas aos seus deuses. Aqueles rapazes faziam parte do remanescente
fiel, aquele pequeno grupo do povo de Deus, que se recusou à pratica da
idolatria. Se não se envolveram antes com ela, não seria agora que o fariam.
A
linguagem do v. 8 demonstra cautela.
Daniel foi firme, mas foi educado e gentil! O caráter de Daniel é visto no fato
de não ter desistido e não ter voltado atrás
– vv.11-14.
Os
vv.15 e 16 mostram o efeito da dieta
de Daniel e de seus companheiros. “Isso
nos mostra que ninguém perde coisa alguma quando se recusa a comprometer sua fé.”[6]
Se
Daniel e seus três companheiros tivessem se comprometido no início de suas
vidas na Babilônia, como reagiriam ao serem confrontados mais tarde? “Por terem
honrado a Deus em uma coisa pequena, puderam honrá-lo também nas questões mais
importantes. Pessoas caem em pecados sérios somente porque aprenderam a tolerar
pecados menores.”[7]
Concluindo – O resultado da ação
corajosa e espiritual de Daniel e os três – vv.17-21
Nos
vv.17 a 21 temos o resultado
imediato da ação corajosa e espiritual dos jovens. O curso terminou e eles
foram aprovados com louvor. Colocaram a Deus acima de todas as outras
considerações e Ele os honrou despertando em suas vidas dons que nem imaginavam
possuir. Mas a Daniel Deus, também, concedeu outro dom que se destacaria mais
tarde na história. Escute o versículo na versão BLH – ... mas a Daniel deu também o dom de explicar visões e sonhos. (v.17b)
Se
não vivermos para Deus agora, nenhum de nós poderá fazer com que uma posição
mais elevada se torne valiosa para Ele. Se não estamos dispostos a permanecer
firmes e comprometidos com Ele em coisas pequenas, como o faremos nas grandes?
E possível ser fiel no muito, sem primeiro ter sido fiel no pouco? Se não
podemos resistir a tentações comparativamente pequenas, o que faremos quando
elas forem intensificadas?[8]
Para
Olyott, o ensino central deste capítulo pode ser resumido em 1Samuel 2.30b – ...
aos que me horam, honrarei, porém os que
me desprezam serão desmerecidos.
Pr. Walter Almeida Jr.
Limeira, 31/01 a 01/02/14
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