terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Daniel 1

continuação...

Mas, o que nos diz o capítulo um de Daniel? Ele, assim como o último capitulo, é breve! É uma narrativa simples e direta e nos ensina lições que não deveríamos esquecer nunca. O capítulo um se divide em quatro partes: 1º) A ida de Nabucodonosor a Jerusalémvv.1, 2; 2º) A apresentação de Daniel e seus três companheiros – Hananias, Misael e Azariasvv.3-7; 3º) A posição ocupada por Daniel e seus três companheirosvv.8-16; e 4º) O resultado da ação corajosa e espiritual de Daniel e os trêsvv.17-21.

I. A ida de Nabucodonosor a Jerusalém – vv.1, 2

Em 605 a.C. Nabucodonosor se torna rei da Babilônia e marcha contra Jerusalém – sitia, invade, derrota e a faz cativa, levando para a sua terra o que deseja e quer.

Por oito anos Jeoaquim ainda permanece em Jerusalém, mas depois é completamente destituído e humilhado.

O templo é saqueado e os seus tesouros são levados para a Babilônia. Agora, aquilo em que a apostasia confiava não mais tem valor, está totalmente devastado.

Ao invés de confiar em Deus o povo estava confiando no templo. Estavam certos de que não importava como vivessem o templo os salvaria. Mas, isso não aconteceu!

Deus é o único Senhor! Nada pode substituí-lo! Substituir Deus por algo feito por mãos humanas é idolatria! E a idolatria derrotou o povo de Deus!
O primeiro mandamento da Lei de Deus é: Não terás outros deuses diante de mim. (v.3) O Breve Catecismo de Westminster ao definir quais sãos os deveres exigidos no primeiro mandamento afirma: Os deveres exigidos no primeiro mandamento são: conhecer e reconhecer Deus como único verdadeiro Deus, e nosso Deus; cultuá-lo e glorifica-lo como tal, pensar e meditar nele, lembrar-nos dele, altamente apreciá-lo, honrá-lo, adorá-lo, escolhê-lo, amá-lo, desejá-lo e teme-lo; crer nele, confiando, esperando, deleitando-nos e regozijando-nos nele; ter zelo por ele; invocá-lo, dando-lhe todo louvor e agradecimentos, prestando-lhe toda obediência e submissão do homem todo; ter cuidado de o agradar em tudo, e tristeza quando ele é ofendido em qualquer coisa; e andar humildemente com ele.[1]

Assim, o primeiro mandamento nos ensina que “nada deve ser considerado como mais amável ou importante do que Deus. Colocar qualquer coisa à sua frente é idolatria”.[2] E idolatria “é inventar ou ter alguma coisa em que se deposite confiança, em lugar ou ao lado do único e verdadeiro Deus, que se revelou na sua Palavra”.[3]

II. A apresentação de Daniel e seus três companheiros – vv.3-7

Esses versículos apresentam os principais personagens do livro – Nabucodonosor, seus assessores e Daniel, Hananias, Misael e Azarias.

A estratégia do Rei Nabucodonosor – “deportar a nobreza de cada nação conquistada e integrá-las no serviço público da Babilônia”[4]. Foi esse o método que ele usou quando conquistou Judá – v.3.

Os selecionados para o abrangente programa de reeducação teriam acompanhamento e treinamento vip – vv.4, 5. A idade exigida para a reeducação pelos babilônios era entre 14 e 15 anos.

Era parte da política babilônica mudar os nomes de todos os selecionados para a reeducação e treinamento especial – vv.6, 7.

ð  Daniel que significa “Deus é meu juiz”, recebeu o nome de Beltessazar que significa “Guarda dos segredos ocultos de Bel” ou “Bel protege o Rei”.
ð  Hananias que significa “O Senhor é Gracioso”, recebeu o nome de Sadraque que significa “Ordem de Aku” outro deus babilônico.
ð  Misael que significa “Quem é como o Senhor”, recebeu o nome de Mesaque que significa “Quem é como Aku” ou uma antiga forma do nome da deusa Vênus.
ð  Azarias que significa “O Senhor é meu ajudador ou o que me auxilia”, recebeu o nome de Abede-Nego que significa “Servo de Nego” também chamado de Nebo, o deus da vegetação.

Olhando os quatro nomes originais dos jovens, vemos que dois deles terminam em “el”, que indica um dos nomes de Deus e dois que terminam em “ias”, uma versão abreviada do nome Jeová. Os babilônios alteraram os seus nomes para outros que se referiam as suas divindades pagas – Bel, Marduque, Vênus e Nebo.

O processo de reeducação alimentar, intelectual, psicológica e espiritual durava três anos. Afastados de seus lares, instruídos a esquecer de Deus e reeducados intensivamente numa cultura pagã, o que aconteceria a estes jovens? Resistiriam ales a pressão? Permaneceriam fieis ao seu Deus e ao que sabiam ser correto? Ou sucumbiriam?[5]

III. A posição ocupada por Daniel e seus três companheiros – vv.8-16

O que levou o povo para o cativeiro foi o pecado de idolatria. O exílio era um castigo por todos os pecados da nação. O principal pecado deles foi a idolatria.

Agora, diante daqueles jovens fora colocado um dos principais atos idolatras dos babilônios – suas refeições, que eram todas oferecidas aos seus deuses. Aqueles rapazes faziam parte do remanescente fiel, aquele pequeno grupo do povo de Deus, que se recusou à pratica da idolatria. Se não se envolveram antes com ela, não seria agora que o fariam.

A linguagem do v. 8 demonstra cautela. Daniel foi firme, mas foi educado e gentil! O caráter de Daniel é visto no fato de não ter desistido e não ter voltado atrás vv.11-14.

Os vv.15 e 16 mostram o efeito da dieta de Daniel e de seus companheiros. “Isso nos mostra que ninguém perde coisa alguma quando se recusa a comprometer sua fé.”[6]

Se Daniel e seus três companheiros tivessem se comprometido no início de suas vidas na Babilônia, como reagiriam ao serem confrontados mais tarde? “Por terem honrado a Deus em uma coisa pequena, puderam honrá-lo também nas questões mais importantes. Pessoas caem em pecados sérios somente porque aprenderam a tolerar pecados menores.”[7]

Concluindo – O resultado da ação corajosa e espiritual de Daniel e os três – vv.17-21

Nos vv.17 a 21 temos o resultado imediato da ação corajosa e espiritual dos jovens. O curso terminou e eles foram aprovados com louvor. Colocaram a Deus acima de todas as outras considerações e Ele os honrou despertando em suas vidas dons que nem imaginavam possuir. Mas a Daniel Deus, também, concedeu outro dom que se destacaria mais tarde na história. Escute o versículo na versão BLH – ... mas a Daniel deu também o dom de explicar visões e sonhos. (v.17b)

Se não vivermos para Deus agora, nenhum de nós poderá fazer com que uma posição mais elevada se torne valiosa para Ele. Se não estamos dispostos a permanecer firmes e comprometidos com Ele em coisas pequenas, como o faremos nas grandes? E possível ser fiel no muito, sem primeiro ter sido fiel no pouco? Se não podemos resistir a tentações comparativamente pequenas, o que faremos quando elas forem intensificadas?[8]

Para Olyott, o ensino central deste capítulo pode ser resumido em 1Samuel 2.30b – ... aos que me horam, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos.

Pr. Walter Almeida Jr.
Limeira, 31/01 a 01/02/14




[1] Catecismo Maior de Westminster, Pergunta 104.
[2] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 12.
[3] Catecismo de Heidelberg, pergunta 95.
[4] Olyott, p. 19.
[5] Olyott, p. 21.
[6] Ibid., p. 23.
[7] Ibid., p. 24.
[8] Olyott, p. 26.

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