Em
nossos estudos anteriores vimos que:
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O primeiro
mandamento nos ensina que “nada deve ser
considerado como mais amável ou importante do que Deus. Colocar qualquer coisa
à sua frente é idolatria”. E idolatria “é
inventar ou ter alguma coisa em que se deposite confiança, em lugar ou ao lado
do único e verdadeiro Deus, que se revelou na sua Palavra”.
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O segundo
mandamento proíbe a idolatria, isto é, a
fabricação de imagens para a adoração. O texto contém duas ordens: não faras imagens (v.4) e não as adorarás (v.5).
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O segundo
mandamento está intimamente ligado ao primeiro, por isso deve ser compreendido
à luz dele. “No primeiro mandamento, Deus
proíbe que o povo tenha outros deuses, que não o Senhor. No segundo, ele proíbe que o povo cultue ou revele sua
devoção a qualquer outro deus, se curvando diante de uma imagem de escultura”.
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No segundo
mandamento, Deus, proíbe tanto a idolatria como o culto falso e, também, “exige
a exclusividade de nossa adoração e a pureza de nosso serviço cúltico”.
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“O segundo
mandamento nos ajuda a manter nossa visão sobre nós mesmos, livrando-nos de
pensar de nós além do que convém, o que está diretamente relacionado à
moderação e, consequentemente, à sabedoria (Rm 12.3)”.
O
nosso estudo de hoje é sobre o terceiro
mandamento “um nome para ser honrado”:
Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus,
em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
(Êxodo 20.7)
[1]Dentre os nomes da Bíblia, o nome de Deus é o que
melhor define o caráter de seu possuidor. Deus é um só, contudo, revelou-se por
meio de vários nomes. Esses nomes indicam a sua natureza e também as obras que
faz. Os nomes de Deus são eternos e foram revelados para nos ensinar sobre o
seu caráter, poder, natureza e atributos – Êx
3.15b. Assim, quando Deus anuncia seus nomes, está dizendo algo sobre si
mesmo ou sobre o que está disposto a fazer por nós. Vários dos nomes de Deus
são bem conhecidos pelos leitores da Bíblia: Elohim (Gn 1.1), El Shaday
(Gn 28.3) e Adonai (Dt 10.17), por
exemplo.
A
palavra nome no mandamento, não tem o
propósito de apontar para um nome específico, mas para o próprio Deus. É nosso
dever reverenciar e temer a Deus por tudo o que ele é e faz. Mas, pelo contexto
da passagem aponta para o nome Yahweh
como o primordial para o entendimento da Lei.
Esse
nome foi revelado a Moisés no meio da sarça ardente em Êx 3.1-6. Ele é o tetragrama YHWH
e é a representação do nome Iavé ou Yahweh, ou mesmo Jeová. Ele representa a fidelidade de Deus e o seu propósito de
cumprir todas as promessas feitas a Abraão e aos patriarcas.
Os
judeus ortodoxos não pronunciam o nome YHWH. Eles o substituem por Adonai (Senhor), ou por Ha Shem (O Nome) ou ainda por El Olam (O Eterno). Duas razões eles
usam para esse procedimento: primeira, o nome YHWH é considerado
impronunciável, pois não existe uma verbalização para o tetragrama; segunda, o
fato de esse nome ser considerado santíssimo, o que de fato é.
A
relação entre Deus e o povo que recebeu o Decálogo foi fortemente dirigida pelo
entendimento de que quem os resgatava era o Eu Sou. Este nome foi anunciado no
preâmbulo dos mandamentos (Êx 20.2)
e em todo o seu transcorrer – Êx 20.5,
7, 10-12. Aqui no terceiro mandamento, é esse o nome usado para se referir
a Deus, tanto quanto para se referir ao vingador daquele que tomar o seu nome em vão – Êx 20.7.
A
palavra hebraica usada por vão é Shaw e literalmente significa irreal. Em outros textos essa palavra é
traduzida por falsidade – Êx 23.1; Sl
24.4. Assim, tomar o nome de Deus em
vão é o mesmo que usá-lo de maneira imprópria, vazia de sentido, insincera, frívola,
ou para finalidades que nada têm a ver com o verdadeiro propósito de Deus nos
ter dado o seu nome.
Podemos,
aqui, destacar três maneiras de usar
impropriamente o nome de Deus, que estão proibidas neste mandamento.
1ª) Conduta profana – Tomar o
nome de Deus em vão, entre outras coisas, é fazer uso equivocado deste nome,
desprezando sua majestade e pureza. Deus proibia toda a conduta que profanasse
o seu nome – Êx 36.20-22; Lv 19.11-12;
22.32.
2ª) Obras ímpias – o mandamento
também proíbe o uso do nome de Deus para aquilo que não é justo e santo ou para
levar outros a se desviarem. Deus proíbe que o seu nome seja usado para
enganar, roubar e desviar o seu povo do caminho reto. Este é um problema que
tem acompanhado a historia da Igreja de Cristo. (Jr 23.25-27; Mt 7.22, 23)
3ª) Juramento falso – Deus
proíbe o juramento falso e em particular quando é feito em seu nome – Zc 5.3, 4. Deus nos ensina que é melhor
não prometer do que prometer e não cumprir – Ec 5.4, 5; Mt 5.33-37.
Podemos,
ainda, observar alguns motivos para não tomarmos o nome de Deus em vão:
1º) Deus é o Juiz – Tomar o nome
de Deus em vão é provocar o zelo de Deus e se colocar em uma condição de
reprovação diante do Juiz – Ez 36.21-23.
O julgamento daquele que tomar o nome do Senhor em vão será segundo as bases
formais do seu pacto, isto é, a sua Lei – Is
42.6-8. (cf. Mq 6.1-5)
2º) Deus ama o seu povo – Aqui
temos o lado positivo da Lei, o amor de Deus para com o seu povo. Deus deseja
que vivamos em plena comunhão com ele. Tomar o seu nome com amor, reverência e
temor é o princípio de uma vida consagrada e santa ao Senhor. Isto é um grande
privilégio que Deus nos concede – Ez
39.25-29.
Concluindo
A
lei de Deus não pode ser ignorada e seremos honestos se reconhecermos que, por
causa de nossa natureza pecaminosa, não conseguimos guarda-la perfeitamente.
Mas, Deus, por sua graça, nos socorre em Jesus Cristo, cujo nome, ele exaltou
acima de todo o nome – Ef 1.21.
Quando
Deus exalta o nome de Jesus acima de todo om nome e a ele conduz todos os
homens para o adorarem, está nos dizendo que Jesus é o Senhor do pacto, nele é
que nossas almas realmente encontrarão o descanso prometido. Assim, cumprimos o
mandamento de honrar o nome de Deus, honrando o nome de Jesus – Fp 2.10, 11.
Deus
veio em nosso socorro ao enviar Jesus Cristo, o único capaz de honrar o seu
nome de maneira perfeita. A santidade e obediência de Jesus nos abençoaram e
nos deram vida – Rm 8.3, 4.
Jesus,
por meio do ministério do Espirito Santo, nos ajuda a tomar o nome de Deus e
honrá-lo. Pois, o Espírito Santo aplica as virtudes de Jesus em nosso coração –
Ez 36.27; Jo 16.14; Rm 8.14-17.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira, 14/02/14
[1] A parti daqui faço uma transcrição direta, com
interpretações, modificações e cortes pessoais, da lição “Os Dez Mandamentos – Os Preceitos do Deus da Aliança”,
Editora Cultura Cristã, 1º Trimestre de 2014, Lição 5, p. 20-24.
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