quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Estudos Bíblicos no Livro de Daniel - Uma lição para nunca esquecer

Daniel 1

Introdução

Ao ler o livro “Ouse ser Firme – O livro de Daniel” de Stuart Olyott, publicado pela Editora Fiel, fui mais uma vez estimulado a ler o livro de Daniel “pelo valor do próprio livro e ver que sua mensagem é para o nosso tempo”.[1]

Os primeiros seis capítulos do livro são narrativos e os últimos seis são “repletos de símbolos aparentemente misteriosos, sobre os quais tem havido grande controvérsia, mas que, de fato, não são difíceis. O livro inteiro é bastante prático – especialmente para crentes que se encontram solitários, mesmo estando entre colegas de escola, ou de trabalho, ou entre seus familiares e amigos”.[2]

Daniel, “a partir de 7.2, escreve de maneira autobiográfica, na primeira pessoa do singular e deve ser distinguido dos outros três ‘Daniéis’ do Antigo Testamento”[3] (cf. 2Cr 3.1; Ed 8.2; Ne 10.6). Veja o texto: Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande.

Antes de vermos o capítulo um de Daniel, vamos ver, brevemente, um panorama histórico que levou o povo de Deus até ao cativeiro babilônico em 605 a.C., que foi quando veio Nabucodonosor – No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. (v.1)

Tudo começou quando Deus escolheu um homem, Abraão, “e prometeu que por meio dele e de sua descendência todas as famílias da terra seriam abençoadas”.[4]

ð  [5]Assim, esse homem escolhido por Deus se tornou uma família e a família uma nação;
ð  Essa nação foi para o Egito e permaneceu lá quatrocentos anos;
ð  Depois desse período, a nação saiu do Egito e guiada por um homem, também chamado por Deus, Moisés, peregrinou no deserto onde recebeu a Lei de Deus – Lei Cerimonial, Lei Civil e Lei Moral (Dez Mandamentos);
ð  Após a peregrinação no deserto, sob a liderança de Josué, a nação de Israel entrou na terra prometida e antes da morte deste, a terra foi conquistada, em grande parte, e dividida entre as doze tribos;
ð  Dai chegamos à época dos juízes, homens a quem Deus levantou para livrar a nação de sucessivos conquistadores;
ð  Veio, então, o período dos reis – Saul, Davi, Salomão e Roboão;
ð  No inicio do reinado de Roboão a nação se dividiu em duas: Reino do Norte – Israel ou Efraim, com dez tribos e sua capital foi Samaria; Reino do Sul – Judá, com duas tribos e sua capital foi Jerusalém.
ð  No Reino do Norte, em suas várias dinastias, nenhum rei temente a Deus se assentou no trono. As dez tribos foram levadas em cativeiro, em 722 a.C., pela Assíria, após serem advertidas seriamente por Deus através do seus profetas quanto à sua apostasia. Infelizmente, com o tempo, perderam a sua identidade como povo de Deus.
ð  No Reino do Sul, todos os seus reis foram da dinastia davídica. Mas, apesar disso, a nação teve altos e baixos em sua vida espiritual e infelizmente, também, a apostasia cresceu. E cresceu a tal ponto que, Deus, pelos seus profetas, advertiu muitas vezes a nação que, se não houvesse arrependimento, haveria julgamento, mas seus avisos não foram ouvidos.
ð  Assim, então, do além do horizonte, em 605 a.C., veio Nabucodonosor. E durante os vinte e três anos seguintes, em quatro estágios sucessivos, ele levou quase todo o povo de Judá para a Babilônia.
ð  E, as margens dos rios da Babilônia, o povo de Deus se assentava e chorava, quando se lembrava de Sião – Salmo 137.1-6.
ð  Mas, dentro dessa nação apostata, existia um pequeno grupo de pessoas que se mantinham fiéis a Deus, como os profetas haviam predito. Esse pequeno remanescente fiel viveu durante os 70 anos do cativeiro, amando a Deus e vivendo para agradá-lo, mesmo na longínqua Babilônia.
ð  Nos dias do cativeiro, esse pequeno grupo fiel foi representado por Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Numa época em que ninguém mais se importava, Deus e sua Palavra continuavam a ter importância para este pequeno grupo.

O livro de Daniel “revela como podemos permanecer fiéis a Deus em um ambiente hostil. Mostra-nos como viver para Deus quando tudo está contra nós”.[6]

“É possível uma pessoa viver para Deus quando as circunstâncias lhe são totalmente contrárias. Espiritualidade e integridade de caráter não exigem condições ideais para se desenvolverem. Não são plantas que se desenvolvem sob a proteção da estufa, mas crescem melhor quando expostas à neve, ao vento, ao granizo, à seca e ao sol escaldante”.[7]

Pense em Daniel, um garoto que tinha entre 14 e 15 anos, quando foi levado para Babilônia onde foi submetido a uma forma de instrução poderosa e sutil para afastar-se do Deus vivo. Esteve rodeado pela mal, na juventude, na maturidade e na velhice. Quase não há tentação conhecida que ele não tenha enfrentado, entretanto, propôs em seu coração que agradaria a Deus e nunca se apartou desse propósito. Por isso, vemos que, é possível vivermos para Deus em um mundo hostil, pois, a verdadeira santidade pode desenvolver-se e florescer diante de condições não ideais.[8]

Ao pensarmos em dificuldades, de quais nos lembramos ao não ser das nossas?! Esse livro de Daniel “nos denuncia completamente. Prova que a verdadeira espiritualidade nunca dependeu de circunstâncias fáceis”.[9]

Qual foi o segredo de Daniel? Foi simples:

1º) OraçãoDn 2.17-19 – o que Daniel fez antes de interpretar o sonho de Nabucodonosor?; Dn 6.10 – porque houve uma conspiração contra Daniel?; Dn 9 – qual o assunto desse capítulo? “Uma adequada vida de oração é uma parte do segredo de permanecer fiel a Deus em um mundo hostil”[10].

2º)  Leitura das EscriturasDn 9.2 – o que Daniel fazia? Dn 9.11 e 13 – a que Daniel se referiu ali? Daniel lia a conhecia as Escrituras. Ele permaneceu firme servindo a Deus em um mundo hostil, simplesmente, porque lia sua Bíblia e orava.[11]

Precisamos enfatizar a prática dessas verdades simples hoje, pois uma grande parte do povo de Deus pensa que, o segredo de uma vida cristã firme e fiel está em uma nova e excepcional experiência com Deus. O que mais ouvimos hoje são aquelas frases de efeito do tipo: “O melhor de Deus está por vir!” “O mais de Deus”.

Mas, o que nos diz o capítulo um de Daniel? Ele, assim como o último capitulo, é breve! É uma narrativa simples e direta e nos ensina lições que não deveríamos esquecer nunca. O capítulo um se divide em quatro partes: 1º) A ida de Nabucodonosor a Jerusalémvv.1, 2; 2º) A apresentação de Daniel e seus três companheiros – Hananias, Misael e Azariasvv.3-7; 3º) A posição ocupada por Daniel e seus três companheirosvv.8-16; e 4º) O resultado da ação corajosa e espiritual de Daniel e os trêsvv.17-21.

continua...


[1] Olyott, Stuart. Ouse ser Firme – O Livro de Daniel, Editora Fiel, Segunda Edição 2011, p. 9.
[2] Ibid., p. 9.
[3] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 1073.
[4] Olyott, p. 11.
[5] Olyott, síntese das páginas 11 a 13.
[6] Olyott, p. 13.
[7] Ibid., p. 14.
[8] Ibid., p. 14.
[9] Ibid., p. 15.
[10] Ibid., p. 15.
[11] Ibid., 15.

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