segunda-feira, 10 de junho de 2013

Introdução: Saudação, Ação de Graças e Intercessão


Filipenses 1.1-7

Terminamos a Introdução a Carta de Paulo aos Filipenses afirmando que a igreja na cidade de Filipos foi a primeira que Paulo fundou na Europa e a ausência de citações do Antigo Testamento e de nomes judeus na carta, a ela, indica que a igreja Filipense era, em sua maior parte, gentílica.

Informamos, ainda, que a carta é cheia de alegria e gratidão pelo modo como Deus a plantou e como a estava aperfeiçoando naquele lugar – “... aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” – Filipenses 1.6. Mas, ao mesmo tempo, observamos que há um tom de gravidade na carta, por isso, Paulo, como seu pastor fundador, os encoraja a não se intimidarem pelos adversários na perseguição – Filipenses 1.27-30, nem se deixarem enganar por falsos ensinos dos cães e maus obreiros – Filipenses 3.2-11. Paulo estava alegre pelo progresso da fé da igreja, mas de olhos abertos em relação aos seus conflitos internos que poderiam por em risco seu testemunho e sua capacidade de suportar os ataques do inimigo, de falsos obreiros e falsos irmãos – Filipenses 1.27-2.18; 4.2-7.

Nosso estudo de hoje é na Introdução de Paulo a carta onde há
Saudação, Ação de Graças e uma Intercessão em favor da Igreja – 1.1-7.

I. Saudação – 1.1, 2

Em suas treze cartas no Novo Testamento, Paulo, usa como primeira palavra, em cada uma delas, seu próprio nome. Essa foi uma opção pessoal do apóstolo e como ele afirmou aos Tessalonicenses em sua segunda carta - A saudação é de próprio punho: Paulo. Este é o sinal em cada epístola; assim é que eu assino. (2 Tessalonicenses 3.17) – observamos que sua marca registrada era: O nome Paulo no início e assinatura de próprio punho no final. A versão NVI traduz este versículo assim: Eu, Paulo, escrevo esta saudação de próprio punho, a qual é um sinal em todas as minhas cartas. É dessa forma que escrevo.

Mesmo quando Paulo usava outra pessoa para redigir suas cartas, os chamados amanuenses, que eram escribas profissionais ou numa linguagem grego-romana burocratas que escreviam correspondências ou copiavam documentos, ele no final da carta, usaria a pena e autenticaria como sendo sua – Romanos 16.22; Gálatas 6.11; Filemom v.19.

1. Paulo e Timóteo... (v.1a)

  1. Paulo tinha um nome hebraico que foi lhe dado ao nascer: Saulo que significa pedido de Deus. Por ter nascido em território romano ou porque seu pai tinha adquirido a cidadania romana, ele tinha também um nome grego-romano: Paulo que significa pequeno.
  2. Timóteo, que Paulo encontrou pela primeira vez em Listra ou Derbe – Atos 16.1; 20.4, tornou-se um dos companheiros mais íntimos e confiáveis de Paulo. Ele trabalhou com Paulo na obra na Macedônia (Atos 18.5; 19.2), em Corinto – Atos 18.5 e em Éfeso – Atos 19.22. Timóteo estava com Paulo em Éfeso quando ele escreveu 1 Coríntios (4.17; 16.10) e quando escreveu 2 Coríntios (1.1) e Filemom (1).

2. ... servos de Cristo Jesus... (v.1b)

  1. servos – palavra grega doulos que é a tradução da palavra hebraica ‘ebed que significa literalmente escravos.  Essa palavra era usada no Antigo Testamento para identificar os servos escolhidos de Deus como seus mensageiros acreditados – Êxodo 14.31; Números 12.7; Salmo 105.26; Jeremias 25.4; Daniel 9.6, 10; Amós 3.7.
  2. em Cristo Jesus - O sentido paulino da palavra servos é verificado mais exatamente aqui, onde Paulo, considera os crentes como pertencentes a Cristo Jesus em virtude de sua redenção – 1 Coríntios 6.20; 7.23. Então, Paulo e Timóteo, eram servos escolhidos de Deus como seus mensageiros acreditados em Cristo Jesus.

3. ... a todos os santos em Cristo Jesus... (v.1c)

  1. A todos os santos é o modo, como de costume, Paulo, chama os crentes. A palavra santos indica o fato de sermos separados por Deus e para ele, como um povo de Deus ligado a ele por uma aliança. A palavra se aplica a todos os crentes, e não a uns poucos escolhidos de espiritualidade especial ou de excelência moral. Os santos o são por vocação divina.
  2. Em Cristo Jesus é um conceito paulino básico encontrado varias vezes aqui na carta. Para Paulo estar em Cristo significa, não apenas, estar ligado a ele individualmente, pela fé, confiança e dedicação, mas estar ligado ao seu povo. Estar em Cristo é o oposto de estar no pecado, em Adão – 1 Coríntios 15.22.

4. ... inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos... (v.1d)

  1. bispos – tradução da palavra episkopois que significa literalmente supervisores.
  2. diáconos – tradução da palavra diakonos que significa aqui servo ou aquele que serve. Os serviços aqui são as necessidades e responsabilidades matérias da igreja.

5. ... graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. (v.2)

  1. graça e paz era a saudação cristã paulina na igreja primitiva, combinando a forma grega de saudação graça (charis) com a hebraica paz (shalon).
  2. Com isso Paulo queria dizer que a existência cristã só é possível pela graça, da parte de Deus, nosso Pai, que nos dá a paz mediante a fé no Senhor Jesus Cristo, ou que vem do Senhor Jesus – Romanos 5.1, 2; Éfesios 2.8.
  3. Paulo vê Jesus, não somente como Salvador, mas, também como Senhor. Aqui ele conserva o monoteísmo do Antigo Testamento, quando em Jesus Cristo se vê não somente a autoridade de Deus, mas a também a sua presença.

II. Ação de Graças e Intercessão – 1.3-5

1. Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós... (v.3)
(Na NVI “Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês.”)

Paulo inicia sua carta com essa forte nota de agradecimento a Deus - Dou graças ao meu Deus (v.3a), que é desencadeada por tudo que ele se lembra dos filipenses - por tudo que recordo de vós (v.3b). Todas as vezes que Paulo se lembrava da Igreja em Filipos ele dava graças a Deus.

2. ... fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações... (v.4)

  1. A ação de graças, o louvor, a Deus pelos irmãos em Filipo, era feita por Paulo sempre, com alegria (v.4a). A alegria de Paulo aqui não era se ele estava bem, mas pela simples lembrança de seus irmãos em Cristo.
  2. O louvor com alegria de Paulo, era transformado em súplica por todos vós... (v.4b).
  3. Essa súplica por toda a Igreja era feita por Paulo em todas as suas orações (v.4c).
  4. Paulo, todas as vezes que se lembrava dos filipenses, agradecia a Deus e intercedia por eles, e isso em todas as vezes que orava! Mas esse agradecimento com suplica era...

3. ... pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora. (v.5)

  1. Cooperação – tradução da palavra koinonia que é riquíssima em significado no Novo Testamento. Ela foi traduzida de varias maneiras aqui, como: cooperação, comunhão, participação ou comunicação. A idéia básica é de se ter algo em comum ou em conjunto.
  2. Paulo considerava que a vida que compartilhamos em Cristo é a koinonia do Filho de Deus, a que somos chamados – 1 Coríntios 1.9.
  3. Paulo também chama essa comunhão de a koinonia do Espírito Santo – 2 Coríntios 13.13.
  4. Mas que cooperação no Evangelho é essa que Paulo fala aqui? Ver Filipenses 4.10-20.
  5. Paulo estava muito grato a Deus pela cooperação da Igreja em Filipos para o seu ministério. Essa cooperação era de três modos: Aceitação do Evangelho, Permanência no Evangelho e Contribuição ara o Evangelho.

Conclusão

Paulo encerra a sua saudação, ação de graças e uma intercessão em favor da Igreja afirmando sua convicção sobre a obra redentora de Deus na vida dos filipenses e sobre o que estava em seu coração em relação aos irmãos.

Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo.
Filipenses 1.6, 7

Pr. Walter Almeida Jr.
IBLB Araras 09/06/13

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