segunda-feira, 10 de junho de 2013

Introdução ao Estudo da Carta de Paulo aos Filipenses


Atos 15.36-16.40; Filipenses 1.1

Paulo, após separar-se temporariamente de Barnabé e Marcos na missão de plantar e edificar novas igrejas – Atos 15.36-39 foi, em sua segunda viagem missionária, com Silas, Timóteo e Lucas aos seguintes lugares, plantando e confirmando as igrejas: Síria e Cilícia – Atos 15.40, 41 (Silas é citado aqui); Derbe, Listra e Icônio – Atos 16.1, 2 (Timóteo é citado aqui); Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número – Atos 16.5.

Nessa segunda viagem missionária, Paulo, percorrendo a região frígio-gálata – Atos 16.6a, foi impedido pelo Espírito Santo de pregar em alguns lugares: Ásia – Atos 166b; Mísia e Bitínia – Atos 16.7; Trôade – Atos 16.8. Impelido por uma visão, Paulo e seus companheiros viajaram a Filipos, passando por mais duas cidades, Samotrácia e Neápolis – Atos 16.9-11.

... e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias”. (Atos 16.12)

Filipos era uma cidade que ficava na estrada principal entre as províncias orientais e Roma. Seu nome foi dado em honra ao seu fundador, o Rei Filipe da Macedônia, o pai de Alexandre o Grande. Como colônia romana era habitada parcialmente por soldados romanos aposentados e por isso os seus habitantes desfrutavam dos privilégios da cidadania romana. Mais tarde tornou-se um posto militar estratégico e muito importante para o governo romano.

Deus fez uma obra extraordinária naquela cidade começando com a conversão de Lídia “... o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” – v.14b, Atos 16.13-15; a libertação de uma jovem possessa de espírito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores – v.16b, Atos 16.16-18; e a conversão do carcereiro e sua família – Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa – v.31, 32, Atos 16.19-40.

A igreja na cidade de Filipos foi a primeira que Paulo fundou na Europa e a ausência de citações do Antigo Testamento e de nomes judeus na carta, a ela, indica que a igreja Filipense era, em sua maior parte, gentílica.

A carta é cheia de alegria e gratidão pelo modo como Deus plantou a sua igreja e como a estava aperfeiçoando naquele lugar – “... aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” – Filipenses 1.6. Mas, ao mesmo tempo há um tom de gravidade na carta, por isso, Paulo, como seu pastor fundador, os encoraja a não se intimidarem pelos adversários na perseguição – Filipenses 1.27-30, nem se deixarem enganar por falsos ensinos dos cães e maus obreiros – Filipenses 3.2-11. Paulo estava alegre pelo progresso da fé da igreja, mas de olhos abertos em relação aos seus conflitos internos que poderiam por em risco seu testemunho sua capacidade de suportar os ataques do inimigo – Filipenses 1.27-2.18; 4.2-7.

Vamos, hoje, começar a estudar a carta de Paulo aos Filipenses e quero estudá-la com base no tema e esboço sugerido na Bíblia com as Referências e Anotações de Dr. C.I. Scofield:

A Carta da Experiência Cristã

Introdução

Saudação, Ação de Graças e Intercessão – 1.1-7

I. Uma experiência pessoal com Cristo – 1.8-30
Cristo a vida do Cristão: Regozijo apesar do sofrimento

  1. Alegria em Cristo que triunfa sobre o sofrimento – v.8-18
  2. Livramento em Cristo – uma expectativa Paulina – v.19-30

II. Uma experiência de vida com Cristo – 2.1-30
Cristo, o modelo cristão: Regozijando-se no serviço humilde

  1. Exortação à humildade e unidade em Cristo – v.1-4
  2. A humilhação (kenosis) e a exaltação de Jesus Cristo – v.5-11
  3. O resultado da salvação – v.12-16
  4. O exemplo apostólico – v.17-30

III. Uma experiência que envolve fé, desejo e expectativa – 3.1-21
Cristo, objeto da fé, do desejo e da expectativa cristã

  1. Advertência paulina contra os legalistas a sua justiça – v.1-7
  2. Cristo – razão da fé do crente quanto a justiça – v.7-9
  3. Cristo – razão do desejo do crente da comunhão no poder da ressurreição – v.10-14
  4. Apelo à unidade cristã com compromisso – v.15-19
  5. Cristo – razão da expectativa do cristão – v.20, 21

IV. Uma experiência de força em Cristo – 4.1-20
Cristo, a força do Cristão: Regozijando-se na ansiedade

  1. Exortação paulina para que tenham a mesma mente – v.1-3
  2. O segredo da paz de Deus – v.4-7
  3. A presença do Deus da paz – v.8-9
  4. A suficiência do cristão através de Cristo – v.10-20

Conclusão

Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus. Os irmãos que se acham comigo vos saúdam. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.
v.21-23
 
O nosso estudo de hoje é na Introdução de Paulo à carta aos Filipenses:
Saudação (apresentações e destinatários) – 1.1

I. Saudação (apresentações e destinatários) – 1.1

Em suas treze cartas no Novo Testamento, Paulo, usa como primeira palavra, em cada uma delas, seu próprio nome. Essa foi uma opção pessoal do apóstolo e como ele afirmou aos Tessalonicenses em sua segunda carta - A saudação é de próprio punho: Paulo. Este é o sinal em cada epístola; assim é que eu assino. (2 Tessalonicenses 3.17) – observamos que sua marca registrada era: O nome Paulo no início e assinatura de próprio punho no final. A versão NVI traduz este versículo assim: Eu, Paulo, escrevo esta saudação de próprio punho, a qual é um sinal em todas as minhas cartas. É dessa forma que escrevo.

Mesmo quando Paulo usava outra pessoa para redigir suas cartas, os chamados amanuenses, que eram escribas profissionais ou numa linguagem grego-romana burocratas que escreviam correspondências ou copiavam documentos, ele no final da carta, usaria a pena e autenticaria como sendo sua – Romanos 16.22; Gálatas 6.11; Filemom v.19.

1. Paulo e Timóteo... (v.1a)

  1. Paulo tinha um nome hebraico que foi lhe dado ao nascer: Saulo que significa pedido de Deus. Por ter nascido em território romano ou porque seu pai tinha adquirido a cidadania romana, ele tinha também um nome grego-romano: Paulo que significa pequeno.

  1. Timóteo, que Paulo encontrou pela primeira vez em Listra ou Derbe – Atos 16.1; 20.4, tornou-se um dos companheiros mais íntimos e confiáveis de Paulo. Ele trabalhou com Paulo na obra na Macedônia (Atos 18.5; 19.2), em Corinto – Atos 18.5 e em Éfeso – Atos 19.22. Timóteo estava com Paulo em Éfeso quando ele escreveu 1 Coríntios (4.17; 16.10) e quando escreveu 2 Coríntios (1.1) e Filemom (1).

2. ... servos de Cristo Jesus... (v.1b)

  1. servos – palavra grega doulos que é a tradução da palavra hebraica ‘ebed que significa literalmente escravos.  Essa palavra era usada no Antigo Testamento para identificar os servos escolhidos de Deus como seus mensageiros acreditados – Êxodo 14.31; Números 12.7; Salmo 105.26; Jeremias 25.4; Daniel 9.6, 10; Amós 3.7.
  2. em Cristo Jesus – O sentido paulino da palavra servos é verificado mais exatamente aqui, onde Paulo, considera os crentes como pertencentes a Cristo Jesus em virtude de sua redenção – 1 Coríntios 6.20; 7.23. Então, Paulo e Timóteo, eram servos escolhidos de Deus como seus mensageiros acreditados em Cristo Jesus.

3. ... a todos os santos em Cristo Jesus... (v.1c)

  1. A todos os santos... é o modo, como de costume, Paulo, chama os crentes. A palavra santos indica o fato de sermos separados por Deus e para ele, como um povo de Deus ligado a ele por uma aliança. A palavra se aplica a todos os crentes, e não a uns poucos escolhidos de espiritualidade especial ou de excelência moral. Os santos o são por vocação divina.

  1. ... em Cristo Jesus é um conceito paulino básico encontrado varias vezes aqui na carta. Para Paulo estar em Cristo significa, não apenas, estar ligado a ele individualmente, pela fé, confiança e dedicação, mas estar ligado ao seu povo. Estar em Cristo é o oposto de estar no pecado, em Adão – 1 Coríntios 15.22.

4. ... inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos... (v.1d)

  1. bispos – tradução da palavra episkopois que significa literalmente supervisores.

  1. diáconos – tradução da palavra diakonos que significa aqui servo ou aquele que serve. Os serviços aqui são as necessidades e responsabilidades matérias da igreja.

Concluindo

Para terminar nosso estudo de hoje, quero fazer quatro aplicações:

1ª) Os servos de Deus que dedicaram suas vidas ao ministério devem ser honrados (1a);

2ª) Como servos de Cristo Jesus, todos os cristãos devem estar submissos a ele (1b);

3ª) Todos os cristãos foram separados para Deus em Cristo Jesus (1c); e

4ª) Todos os cristão necessitam diariamente da Palavra de Deus (1d).


Pr. Walter Almeida Jr.
IBLB Araras 02/06/13

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