Em nosso estudo anterior dos salmos messiânicos,
vimos o Salmo 41 e o tema foi: Bem-aventurança,
consciência e gratidão. Para uma compreensão mais proveitosa do salmo,
estudamo-lo em três pontos: 1º) A bem-aventurança da misericórdia – vv.1-3; 2º) Consciência – pecados
pessoais e luta espiritual – vv.4-10;
e 3º) Gratidão e Louvor – vv.11-13.
No salmo messiânico de hoje é o Salmo 45. A referência messiânica
direta, que o identifica como salmo messiânico, é: Salmo 45.6, 7 – Hebreus 1.8, 9.
O Salmo 45 foi composto pelos filhos de Corá.
Aqueles que não morreram na rebelião que o levita Corá e outras pessoas
influentes do povo de Israel, levantaram contra Moisés e Arão. (Conf.: Números
16.11, 31-33; 26.9-11) A esses filhos de Corá são atribuídos a autoria de onze
salmos bíblicos, entre os quais está o Salmo 45, “no qual transparece a
estreita comunhão deles com Deus”[1].
Uma curiosidade bíblica é que o profeta Samuel veio da descendência de Corá –
1Cr 6.16-23.
Esse salmo foi composto para um casamento real,
possivelmente o de Salomão, e motivado pela dedicação a um rei terreno, mas,
como todos os outros salmos reais, “ultrapassa o que qualquer rei terreno
poderia ser e chega até ao tão esperado Messias, em que todas as glórias são
verdadeiras. Do mesmo modo, ele fala de forma impressionante à Noiva de Cristo
a respeito de sua verdadeira posição, beleza e dedicação (2Co 11.2; Ef 5.27; Ap
14.4; 19.7; 21.9)”[2].
Nesse salmo, composto para um casamento real, o
salmista fala do noivo-rei (Jesus) –
suas qualidades, seus feitos, sua
grandeza, e eminência (vv.1-9); e da noiva-princesa
(Igreja) – seu desafio, seu cortejo
seus futuros filhos (vv.10-17).
I. O
noivo-rei – suas qualidades, seus feitos,
sua grandeza, e eminência (vv.1-9)
1. Suas qualidades – formosura e graça (bondade)
v.1 – temos nessas palavras
o entusiasmo do salmista pelo rei. Ele “está absolutamente emocionado por causa
da circunstância do casamento do rei”[3].
v.2 – No AT um dos
pré-requisitos para ser rei era ser formoso, ou a beleza física – Conf.: 1Sm
9.2; 10.23; 16.2; 2Sm 14.25; 1Rs 1.6; Ct 5.10; Is 33.17. Mas essa
característica deveria ser evidenciada principalmente na bondade de suas
palavras. Em Jesus Cristo temos tudo isso, ele supera “em muito a todas as
pessoas, de todos os tempos, em qualquer sentido, tanto no que se refere à Sua
personalidade como à Sua beleza”[4]
– Lc 4.22; Jo 1.17; 7.46; Sl 21.6; Dn 7.24.
2. Seus feitos – domínio mundial
vv.3-5 – Nesses versos, “o
salmista deseja ao rei vitória nas futuras batalhas”[5].
Os reis da época conquistavam pela guerra, daí o salmista usar termos militares
aqui. Observar Is 9.1-7. Em relação ao Rei dos reis, conferir – Ap 1.16;
19.11-16.
v.4 – justiça aqui, no
hebraico é “humildade-justiça”, ou seja, justiça em sua humildade essencial –
Conf.: Zc 9.9; Mt 11.29; 2Co 10.1; Fp 2.7, 8.
3. Sua grandeza e eminência
v.6 – natureza divina; v.7 – governo justo e superioridade; v.8 – opulência, magnificência; v.9 – reconhecimento de sua nobreza.
Carson chama os vv.6-9 de as sete glórias do rei e enfatiza que a sétima glória é a sua noiva. A
lista das sete glórias começa “com o rei em seu trono (6) e termina com o trono
compartilhado, a noiva ao lado do rei (9)”[6].
II. A
noiva-princesa – seu desafio, seu cortejo
seus futuros filhos (vv.10-17)
1. vv.10,
11 – o
desafio da noiva-princesa está em que ela como filha e noiva de rei, será
esposa de rei. Gn 2.24 exige que, do casamento em diante, o filho passe a ser
em, primeiro lugar, marido e a filha, esposa. “Agora toda a sua devoção deve
ser para o rei, correspondendo ao seu amor, sensível à sua dignidade e aceitando
seu status”[7].
2. vv.12-15
– O
cortejo da noiva até o palácio real é muito significativo para o casamento
real. Os súditos do rei, agora são súditos dela, ela desfruta de glória e
esplendor, mas, acima de tudo, ela está intimamente ligada ao rei e passará a
morar com ele no palácio.
3. vv.16,
17 – “O
poeta alegre e leal fala, agora, das bênçãos dos filhos esperados como fruto
dessa união”[8].
Concluindo – Esse salmo messiânico
fala do que Cristo fez por nós, seu povo, sua igreja, e como ele está
preparando-nos para sua vinda no arrebatamento da noiva (a Igreja) como também
no retorno visível de Jesus para Israel.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira - 30/06/13
[1] Lieth, Norbert. Salmos Messiânicos, Actual Edições,
2010, p. 162.
[2] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova,
2009, p. 779.
[3] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 714.
[4] Lieth, p. 164.
[5] MacArthur, p. 714.
[6] Carson, p. 779.
[7] Ibid., p.779.
[8] MacArthur, p. 714.