Jonas 2
Introdução
Na mensagem anterior vimos que: Deus se
revelou ao homem de três formas:
Através das obras
da criação;
Através da condução
da história e;
Através da Bíblia
Sagrada, sua revelação escrita!
Na sua revelação escrita ao homem, a
Bíblia, Deus revela o seu ser através de seus atributos. Atributos são qualidades, propriedades, virtudes ou características
próprias de uma pessoa.
A classificação, que acredito ser, mais
adequada é a que divide as qualidades de Deus em qualidades incomunicáveis e qualidades
comunicáveis.
Qualidades
Incomunicáveis – São aquelas que revelam características que somente Deus
possui.
Qualidades
Comunicáveis – São assim chamadas porque ao criar o ser humano à sua imagem e
semelhança, aprouve a Deus comunicar-lhes ou transmitir-lhes essas qualidades,
embora em medida infinitamente menor.
Então,
ao expormos o livro do profeta Jonas, vamos fazê-lo com o propósito de
compreendermos mais sobre a Pessoa do
nosso Grande e Maravilhoso Deus. Assim, creio que, sabendo mais sobre Deus,
poderemos aprender mais sobre nós mesmos e o que Deus quer que sejamos.
Esse
livro é primeiramente um livro sobre Deus e não sobre um profeta, ou um peixe
ou uma nação. Vamos, agora, observar o que ele ensina sobre Deus em cada um de
seus capítulos?
1º) O
capítulo 1 ensina que Deus
é firme – Ele tem um propósito especial para a humanidade e para cada
pessoa em particular. Deus é firme na realização da sua vontade.
2º) No capítulo 2
ensina que Deus está presente – Ele, em sua firmeza, se mostra presente em
todas as situações no estabelecimento de sua vontade.
3º) Os capítulo 3 e 4
ensinam que Deus é poderoso e paciente – o arrependimento e a conversão de
toda a cidade de Nínive é uma manifestação extraordinária do poder de Deus. E a
maneira paciente de Deus tratar o profeta Jonas mostra sua maravilhosa
longanimidade!
Podemos
confiar completamente nEle para a realização dos seus propósitos, pois é firme,
presente, poderoso e paciente. A firmeza, a presença, o poder e a paciência de
Deus são, portanto, qualidades divinas que encontramos nós quatro capítulos de
Jonas, um em cada capítulo em particular.
Meu tema de hoje é Deus está presente – Ele, em sua firmeza, se mostra presente em todas as
situações no estabelecimento de sua vontade. Vamos ver isso no capítulo 2 do
livro, que descreve a experiência do
profeta e atribui a sua salvação a Deus.
Observe o contraste desta experiência e da
atitude de Jonas. Ele que não orou para
decidir o que fazer – 1.3; que não orou quando veio a tempestade –
1.4; que não orou quando todos invocavam seus deuses – 1.5; que não orou quando a verdade sobre a sua fuga se tornou pública – 1.10, 11; que não orou quando os marinheiros oravam – 1.14; e que estando no navio,
se recusava a levantar-se e invocar o nome de seu Deus – 1.6,
agora se sentia constrangido a orar ao
Senhor seu Deus, do ventre do peixe – 2.1.
Outra coisa para entendermos aqui é que a
oração do profeta foi transformada em um Salmo de ação de graças, isto é, um
cântico de louvor a Deus pela sua salvação. Jonas após a sua libertação do
ventre do peixe transformou sua oração em um cântico. Isto é muito típico das
narrativas do Antigo Testamento, um Salmo de ação de graças e celebração pela
libertação e misericórdia do Senhor.
Desse fato da vida do profeta aprendemos
que: 1º) Deus está presente em qualquer situação; 2º) Deus está presente quando oramos em qualquer lugar e; 3º) Deus está presente quando erramos e quando acertamos.
I. Deus
está presente em qualquer situação – v.1, 2
1.
v.1a
– ventre do peixe – Jonas estava
dentro de um grande peixe. Cientificamente só existe um tipo de animal marinho
que poderia engolir Jonas inteiro e ele ainda ficar vivo, é a baleia do tipo “cachalote” encontrada no Mediterrâneo.
Esse tipo não tem a garganta estreita como as outras baleias normais.
2.
v.1b
– orou ao Senhor, seu Deus – a
estrutura literária da oração do profeta é típica de um Salmo de ações de
graças:
Petição
por livramento – v.2
Exposição
do problema – v.3-6
Descrição
da libertação – v.6, 7
Louvor
pela libertação – v.8, 9
3.
v.2a
– na minha angustia, clamei ao Senhor, e
ele me respondeu
Pense um pouco na angustia, no desespero do
profeta quando abriu os olhos e se viu dentro da barriga de um peixe.
Salmo 120.1; 118.5; Lamentações 3.55.
4.
v.2b
– do ventre do abismo, gritei, e tu me
ouviste a voz – aqui temos um caso típico do paralelismo da poesia
hebraica. Vamos comparar a primeira parte deste verso com a sua segunda parte.
a. ventre do abismo – observe a diferença entre ventre do
peixe e ventre do abismo. A palavra hebraica usada para ventre do abismo é sheol e significa lugar dos mortos ou inferno, pois era o lugar para onde iam as
pessoas sem Deus, consideradas sem comunhão com Deus no Antigo Testamento. Pode
também significar sepultura nas
profundezas do mar.
b. tu me ouviste a voz – O profeta enfatiza a presença de
Deus naquele lugar de angustia, a ponto de ouvir sua voz.
Não importa onde você e eu estejamos se
somos salvos, filhos de Deus, ele está conosco – Mateus 28.20b; Salmo 139.1-10;
Hebreus 13.5.
II. Deus
está presente quando oramos em qualquer lugar – v.3-8
1. Escute e leia na
Bíblia como Jonas descreve o lugar onde ele estava:
v.3 – no profundo, no
coração dos mares
v.4 – lançado estou de
diante de teus olhos
v.5 – o abismo me
rodeou
v.6 – desci até aos
fundamentos dos mares
Podemos entender claramente que o sofrimento de Jonas
era resultado da disciplina divina sobre a sua desobediência! Deus ama os seus
filhos e os disciplina corretivamente – Hebreus 12.4-13.
2. Jonas tinha pavor
da morte e ainda mais quando estava em desobediência, pois morrer sem comunhão com
Deus no Antigo Testamento significava separação eterna da presença de Deus –
Salmo 88.4, 5, 10-12.
3. Jonas se lembra do
templo de Deus, sinal de sua presença entre o povo – v.4b.
A
pior coisa na vida de um crente em Cristo é lembrar-se do que fez e do que não
faz mais para o Senhor por pura desobediência, como a de Jonas.
4.
v.6b
– fizeste subir da sepultura a minha vida
Sepultura
aqui é usada aqui para descrever o domínio da morte.
Aqui
vemos também a misericórdia divina em restaurar Jonas à comunhão de Deus.
5.
v.7, 8
– Estes dois versos mostram à resposta de
Deus a oração de Jonas e o contrataste entre a idolatria vã e a fé genuína no
Deus Vivo e Verdadeiro.
III.
Deus está presente quando erramos e quando acertamos – v.9, 10
1.
v.9a
– com voz do agradecimento – Um
arrependimento sincero vem sempre acompanhado de ação de graças.
2.
v.9b
– eu te oferecerei sacrifícios – Na
época de Jonas os sacrifícios eram de animais, hoje o sacrifício que Deus exige
é o de Cristo já feito na cruz. Temos apenas que viver a nossa fé em obediência
ao ensino de Jesus Cristo.
3.
v.9c
– o que votei pagarei – Na época de
Jonas o povo de Deus fazia votos ou juramentos, hoje não necessitamos mais de
fazer votos ou juramentos, temos apenas que viver o ensino de Jesus em Mateus
5.33-37.
4.
v.9d
– Ao Senhor pertence a salvação! – O
profeta agora reconhece que só Deus é que salva. É interessante observarmos
aqui o que acontece quando Deus leva o homem à salvação:
Jonas
– da desobediência ao arrependimento.
Ninivitas
– os levará da idolatria à fé – Jonas
3.5-10.
Homens
de hoje – soberanamente, Deus, os leva ao
arrependimento e a fé – Atos 11.17, 18.
5.
v.10
– Este texto mais uma vez mostra a criação respondendo com obediência às ordens
soberanas de Deus. Esta é a quarta vez que aparece este tipo de acontecimento
no livro de Jonas – Jonas 1.4, 15, 17.
O
comentário de rodapé da Bíblia de Estudo de Genebra diz o seguinte sobre este
texto: “O peixe, que poderia ter sido a
arma de Deus para a morte do profeta, pela graça se tornou em instrumento de
libertação”.
Conclusão
1) Deus está presente
em qualquer situação;
2) Deus está presente
quando oramos em qualquer lugar;
3) Deus está presente
quando erramos e quando acertamos.
Pr. Walter Almeida Jr.
PIBLI Limeira
Agosto de 2012
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