Filemom
17-25
Introdução
Nos estudos anteriores, vimos o seguinte:
1º) A Introdução ao Estudo
da Carta de Paulo aos Filipenses:
Que segundo Carlos Oswaldo Pinto em seu livro Foco e Desenvolvimento
no Novo Testamento, o propósito de Filemom é “encorajar a aplicação completa do princípio da igualdade dos irmãos em
Cristo por meio do perdão de Onésimo, o escravo, por Filemom, um senhor de
escravos”.
Que a carta foi escrita por volta de 62 (61) d.C. quando Paulo estava
em sua primeira prisão em Roma. Outras cartas
escritas neste período foram: Efésios, Filipenses e Colossenses.
Que, possivelmente, Filemom, juntamente com Arquipo eram líderes
(anciãos) da igreja em Colossos. O que se vê na carta, também, é que Filemom
colocava a sua casa a disposição da igreja – (v.2)... e à igreja que está em tua casa...
Que o assunto principal da carta é
um escravo chamado Onésimo, nome grego comum que significa útil. Ele era
escravo de Filemom e tinha fugido de casa, possivelmente roubando alguma coisa,
ou, tinha fugido por roubar algo (v.18, 19), o que lhe custaria a vida, segundo
as leis romanas.
2º) Na primeira exposição
dos versículos de 1 à 3 sobre o tema “Cativo
pelo Amor”, vimos:
Que no v.1 Paulo vê: Jesus acima de si, Filemom diante de si e
Timóteo ao seu lado.
No v.2 quem era Áfia,
Arquipo e a Igreja em Colossenses.
E no final, no v.3, graça e
paz – charis shalom!
3º) Na segunda exposição dos versículos de 4 à 7,
sobre o tema “Marcas do Verdadeiro
Cristianismo”, vimos:
No v.4 – vida de oração;
No v.5 – Pratica da fé pelo
amor;
No v.6 – Comunhão de fé
eficaz e;
No v.7 – Vida Cristã
Prática.
4º) Na terceira exposição dos versículos de 8 a
16, sobre o tema “O Sentido e o Poder Transformador do Evangelho”, vimos:
Nos versículos 8 a 10 – O Sentido do Evangelho
– a) Um argumento poderoso – v.8; b) Um argumento do amor – v.9; A estratégia
de um advogado espiritual – v.10.
Nos versículos de 11 a 16 – O Poder Transformador
do Evangelho – a) O poder
transformador do Evangelho torna útil o que era inútil – v.11; b) o poder transformador do Evangelho
restaura – v.12; c) O poder
transformador do Evangelho esclarece – v.13; d) O poder transformador do Evangelho respeita a nossa vontade –
v.14; e) O poder transformador do
Evangelho traz ao coração do crente a confiança na soberania de Deus. Ele está
no controle de tudo em nossas vidas – v.15; f) O poder transformador do Evangelho elimina todas as diferenças –
v.16.
Hoje, vamos expor os versículos de 17 à 25 sobre
o tema “Um apelo convincente e uma despedida calorosa”.
Depois dessa pausa para mostrar o sentido e o
poder transformador do Evangelho, Paulo, volta a interceder a favor de Onésimo,
com uma atitude de um verdadeiro advogado, que com dedicação defende o seu
cliente.
I. Um apelo
convincente – v.17-21
1. Se,
portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim mesmo. (v.17) – Três coisas importantes aqui, isto é, teoria e pratica da
aceitação sem acepção!
a. Primeira
Coisa – Se,
portanto, me consideras companheiro...
– A teoria deve ser acompanhada da
prática – Paulo aproveita o testemunho de Filemom para interceder por
Onésimo. Se Filemom realmente era companheiro de Paulo, ele receberia o escravo
de volta.
Companheiro significa: alguém que compartilha algo com outra pessoa.
Participante, parceiro, acompanhante, que anda o mesmo caminho e tem o mesmo
destino, a mesma atitude.[1]
Será que na hora decisiva, estaremos realmente dispostos a colocar em
pratica nossas afirmações de fidelidade, amizade, amor, fraternidade, etc.?
b. Segunda
Coisa – ...
recebe-o,
como se fosse a mim mesmo. – na
nossa prática cristã não deve haver acepção de pessoas – Paulo, agora, faz
um pedido a Filemom, que é difícil de discernir: Comparar Paulo a um escravo
fugitivo que está de volta. O que a Bíblia fala sobre os irmãos na fé:
Atos 10.34 – Então, falou
Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;
Romanos 2.11 – Porque para com
Deus não há acepção de pessoas.
Efésios 6.9 – E vós, senhores,
de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o
Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com ele não há acepção
de pessoas.
Colossenses 3.25 – pois aquele
que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção
de pessoas.
Tiago 2.1 – Meus irmãos, não
tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de
pessoas.
Tiago 2.9 – se, todavia, fazeis
acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como
transgressores.
1 Pedro 1.17 – Ora, se invocais
como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um,
portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação,
b. Terceira
coisa – Assim como pela sua misericórdia, Deus, nos
recebeu em Jesus Cristo, devemos receber os irmãos.
Romanos 15.7 – Portanto,
acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de
Deus.
Romanos 14.1-3 – Acolhei ao que
é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode
comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que
não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu.
Filipenses 2.29 – Recebei-o,
pois, no Senhor, com toda a alegria, e honrai sempre a homens como esse;
2. E, se
algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo em minha conta. Eu,
Paulo, de próprio punho, o escrevo: Eu pagarei—para não te alegar que também tu
me deves até a ti mesmo. (v.18, 19) – assumindo responsabilidades de irmãos.
Paulo estava disposto assumir a dívida de
Onésimo. Ele estava disposto a arcar com a injustiça no lugar de Onésimo e
saldar a dívida. Aqui aprendemos o seguinte:[2]
a. Primeiro – Como lidar com a culpa – Onésimo tinha recebido o perdão dos seus
pecados em Jesus. O Senhor Jesus tinha levado sua carta de dívida para a Cruz,
como nos diz Colossenses 2.14 – tendo
cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças,
o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;...
Deus nos deu o ministério da reconciliação e
colocou em nós a palavra da reconciliação[3],
como está escrito em 2 Coríntios 5.18, 19 – Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de
Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em
Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
b. Segundo – O significado do amor cristão – O amor cristão não mantém uma lista
de pecados cometidos ou injustiças cometidas, pelo contrário, não as leva em
conta – Romanos 12.9-21.
3. Sim,
irmão, que eu receba de ti, no Senhor, este benefício. Reanima-me o coração em
Cristo. (v.20) – perdão de Deus e dos irmãos gera alegria em duas áreas:
a. Primeira
– v.20a
– na área dos benefícios – Se Onésimo
fosse perdoado e aceito por Filemom, muitas outras pessoas seriam abençoadas:
Filemom e sua família, Paulo e a igreja.
2 Coríntios 4.15 – Porque todas
as coisas existem por amor de vós, para que a graça, multiplicando-se, torne
abundantes as ações de graças por meio de muitos, para glória de Deus.
Romanos 12.13, 14 – ...
compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; abençoai os
que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
Romanos 12.17-19 – Não torneis
a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se
possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim
me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.
b. Segunda
– v.20b
– na área dos sentimentos – Paulo aqui fala de regozijo, alegria, reanimação,
fortalecimento.
Romanos 12.15 – Alegrai-vos com
os que se alegram e chorai com os que choram.
Filipenses 2.18 – Assim, vós
também, pela mesma razão, alegrai-vos e congratulai-vos comigo.
Filipenses 3.1 – Quanto ao
mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor.
Filipenses 4.4 – Alegrai-vos
sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.
4. Certo,
como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que farás mais do que
estou pedindo. (v.21) a confiança como limite do que se pode fazer. Temos duas coisas aqui:
a. Certo,
como estou, da tua obediência, eu te escrevo... (v.21a) – ou como diz a versão
RCF ... confiado na tua obediência...
– Para Paulo, aqui, “tudo deve acontecer de forma voluntária. Ainda assim ele
pressupõe concordância e espera obediência. Ele apela para o livre arbítrio de
Filemom, mas espera que ele atenda em obediência”.[4]
O apostolo podia ir até onde a confiança lhe permitia ir.[5]
Romanos 16.19 – Pois a vossa
obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso respeito; e quero
que sejais sábios para o bem e símplices para o mal.
1 Pedro 1.2 – eleitos, segundo
a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a
aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.
1 Pedro 1.14 – Como filhos da
obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa
ignorância;
1 Pedro 1.22 – Tendo purificado
a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal
não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente,
b. eu te
escrevo, sabendo que farás mais do que estou pedindo. (v.21b) – Aqui, Paulo, reconhece
que Filemom era alguém que não media esforços no que se referia a agir em prol
de outros. Assim ele esperava a mesma ação em relação a Onésimo. “Quanto mais
podemos confiar em alguém, mais esperaremos dele e confiaremos a ele”.[6]
2 Coríntios 8.22 – Com eles,
enviamos nosso irmão cujo zelo, em muitas ocasiões e de muitos modos, temos
experimentado; agora, porém, se mostra ainda mais zeloso pela muita confiança
em vós.
2 Tessalonicenses 3.4 – Nós
também temos confiança em vós no Senhor, de que não só estais praticando as
coisas que vos ordenamos, como também continuareis a fazê-las.
II. Uma
Despedida Calorosa – v.22-25
Aqui nos versículos finais da carta, Paulo,
expressa sua total confiança nas orações da igreja, que estava na casa de
Filemom. Se despede com a saudação de seus cooperadores na obra e manifesta seu
desejo final – A graça do Senhor Jesus
Cristo seja com o vosso espírito. (v.25)
1. Com confiança nas orações da Igreja – E, ao mesmo tempo, prepara-me também pousada, pois espero que, por
vossas orações, vos serei restituído. (v.22)
2. Com a saudação de seus cooperadores na obra de Deus – Saúdam-te Epafras, prisioneiro comigo, em
Cristo Jesus, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores. (v.23, 24)
3. Com a graça, acima de tudo – A
graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. (v.25)
Conclusão
No estudo da carta de Paulo a Filemom vimos, em
primeiro lugar, como vivem e agem os
cristãos que são cativos pelo amor (v.1-3), em segundo lugar, quais são as marcas do verdadeiro
cristianismo (v.4-7), em terceiro lugar, o sentido e o poder do Evangelho de Jesus Cristo (v.8-16), e em
quarto lugar, vimos um apelo convincente para a pratica do perdão e amor
cristão e uma despedida cheia da graça de Deus (v.17-25).
Afinal, tudo deve ser avaliado do ponto de vista
espiritual. Vamos, pois, edificar somente sobre a graça de nosso Senhor Jesus
Cristo![8]
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