No
estudo da semana passada em Mc 1.35-39,
descobrimos algo muito importante a respeito da vida pessoal de Jesus Cristo –
“Ele gostava de estar sós com Deus, o seu
Pai”. Momentos de preparação para os muitos desafios do seu ministério
terreno e momentos de comunhão, diálogo e intimidade com Deus. Jesus sabia que
o êxito de sua missão estava em grande parte associado à sua vida pessoal com
Deus.
As
lições que aprendemos desta passagem da vida intima de Jesus com Deus, foram: 1º) v.35a – “De madrugada, quando ainda
estava escuro...” – Um Momento Especial, Mesmo que Tivesse que Custar
Alguma Coisa também Especial; 2º) v.35b
– “Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto...” – Um
Lugar Onde Pudesse Estar Realmente as Sós; e 3º) v.35c – “onde ficou orando.” – Um Diálogo com Qualidade.
Hoje,
dando continuidade à série de estudos da vida devocional de Jesus, vamos
estudar outra passagem – Lc 5.12-16.
Nosso texto: Após outro dia de atividades intensas,
Jesus se retirou para um lugar solitário para estar orando. O texto mostra algo interessante: Jesus não tinha um só lugar para orar, e esses lugares eram solitários.
Isto quer dizer que, onde quer que fosse
para anunciar o Reino e realizar coisas milagrosas, ele também tinha um lugar
onde pudesse estar em comunhão com Deus.
Outra
coisa interessante que o texto mostra é a atitude do homem com lepra. Da sua
atitude de ir a Jesus, prostrar-se com rosto em terra e lhe pedir a cura
da lepra, podemos tirar algumas lições sobre como apresentar nossos pedidos ao
Senhor.
As lições podem ser:
1º) A
atitude daquele homem de ir a Jesus nos ensina que é a Deus que devemos dirigir
as nossas petições; 2º) A
atitude daquele homem de prostrar-se com rosto em terra nos ensina que Deus é
soberano e ele é quem decide com responder nossas petições e que devemos estar
dispostos a aceitar um sim, um não ou um espere; e 3º) A atitude daquele homem
de citar o que ele queria, nos ensina que devemos ser específicos em nossas
petições ao Senhor.
Lucas
é o Evangelho onde há uma ênfase na vida devocional de Jesus. Ele faz dez
citações a respeito da vida de oração e meditação de Jesus – Lc 3.21; 5.16; 6.12; 9.18, 28, 29; 10.21;
11.1; 22.39-46; 23.34, 46.
Estas
citações mostram as várias situações em
que Jesus orou: 1º) Temos as citações dos momentos particulares
de orações de Jesus; 2º) Temos as citações de momentos de orações em
público feitas por Jesus; e 3º) Temos as citações daqueles momentos de
oração em meio a crises.
Vamos,
então, ler e procurar entender as atitudes de oração de Jesus.
I. Momentos Particulares
de Oração
1. Lucas 3.21 – ... e, estando ele a orar, o céu se abriu... Jesus tinha uma vida
devocional equilibrada a tão ponto, que até em momentos de maior alegria ele
não deixava de orar. Três perguntas para refletirmos: O que fazemos quando estamos alegres? A que e a quem atribuímos nossa felicidade? Como comemoramos uma vitória em nossa vida?
2. Lucas 5.16 – ... se
retirava para lugares solitários e orava. Ele tinha, a onde quer que fosse, sempre um lugar
especial onde pudesse ter um momento a sós com Deus. Três perguntas para
refletirmos: Você já tem o seu lugar
especial/especifico para sua hora silenciosa? Você já começou a seu momento a sós com Deus? Como está sendo esta experiência para você?
3. Lucas 6.12 – ...
retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. O interessante é que Jesus também
realizava vigílias de oração. Quando havia necessidade, ele dedicava uma noite
inteira para estar diante, na presença, de Deus. Nesse caso, em especial, ele
após uma noite inteira de oração pode decidir entre os seus discípulos, quem
seriam seus doze apóstolos, seus doze homens de confiança.
Uma
pergunta para reflexão: Quando precisamos tomar decisões, quanto
tempo passamos na presença de Deus?
4. Lucas 9.18a – Estando
ele orando à parte, achavam-se presentes os discípulos... – Jesus agora começa a treinar, a
ensinar na prática, os seus doze apóstolos sobre a importância de uma vida
devocional equilibrada. Eles estavam no mesmo lugar, mas a prática devocional
era em particular.
Após
aquele momento de oração, Jesus fez duas perguntas: Quem dizem as multidões que sou eu? v.18b. Após a resposta a primeira, ele fez a segunda: Mas vós, perguntou ele, quem dizeis que eu
sou? v.20. Por que ele fez essas duas
perguntas, logo após um momento a sós com Deus? Por que ele queria ensinar aos seus apóstolos duas
coisas: 1ª) Uma visão correta do mundo (cosmovisão cristã), e de quem é Deus vem
pelo conhecimento pessoal de Deus; e 2ª)
Uma profissão de fé bíblica vem pelo
conhecimento e pela pratica de uma vida de comunhão com Deus pela sua Palavra e
pela oração.
Paulo
entendeu também essa lição, por isso deixou a recomendação 1Ts 5.16-19 – Regozijai-vos
sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus
em Cristo Jesus para convosco. Não apagueis o Espírito.
II. Momentos de Oração
em Público
1. Lucas 10.21 – Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te
dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios
e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu
agrado.
Jesus
nesse momento de testemunho e alegria dos setenta e dois discípulos, enfatiza a
necessidade de maior regozijo pela segurança da salvação do que pelas coisas
grandiosas que acontecem quando se anuncia o Reino de Deus, e faz uma oração de
louvor ao Pai em voz alta.
Nessa
oração, ele mais uma vez deixa claro alguns aspectos da oração: Exaltação – louvor e adoração; Aceitação
da vontade de Deus; Confiança; e Dependência de Deus.
Em nossas orações
públicas devemos enfatizar nossa total dependência de Deus.
2. Lucas 11.1 – De uma
feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus
discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos
seus discípulos.
Apesar
de estarem sendo treinados por Jesus para uma vida devocional eficaz, os
discípulos tinham a necessidade de ter uma oração modelo, tipo um manual, por
onde eles pudessem se guiar em suas orações particulares e em público.
Atendendo
seu pedido, Jesus, deu-lhes uma oração modelo, não para que fosse usada como
reza de forma repetitiva e estática, mas uma que continha os passos e os
aspectos necessários para uma vida de oração edificante, prática.
A
oração no contexto bíblico tem pelo menos cinco elementos, que não precisam
necessariamente estar em todas as nossas orações. Na oração modelo que Jesus ensinou
para os seus discípulos, ele teve o cuidado de inserir todos esses
aspectos/elementos – Mateus 6.8-13;
Lucas 11.1-4:
ð Adoração – É
de coração exaltar a Deus pelo que ele é – Sl 136.
ð Ações de Graças (louvor) – É exaltar a Deus
pelo que ele fez, está fazendo e fará por nós – Sl 103.2; Lc 17.17.
ð Confissão – É
abrir o coração para Deus e contar para ele todos os seus pecados de qualquer
natureza, admitindo sempre a sua culpa – 1Jo 1.9-2.2.
ð Intercessão – É
exercitar-se no altruísmo e orar em favor dos sofrimentos, dos problemas e das
necessidades dos outros, assim como o fez Jesus – Lc 22.32; Jo 17.20; Rm 8.34; Hb 7.25. A intercessão não é uma escolha, mas uma ordem – Tg 5.16. Devemos interceder até pelos que nos perseguem – Mt 5.44.
ð Súplica – É
apresentar diante de Deus as suas próprias necessidades, familiares e
comunitárias, costumeiras ou esporádicas – Fp 4.6.
III. Momentos de Oração em Meio a Crises
1. Lucas 22.39-46 – v.39, 40 – E,
saindo, foi, como de costume, para o monte das Oliveiras; e os discípulos o
acompanharam. Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não
entreis em tentação.
Dentre as muitas crises enfrentadas por Jesus em seu
ministério, essa era uma das piores, pois ele estava lutando contra si mesmo. Sua
natureza divina dizia: Estamos aqui
para realizar a vontade do Pai. Sua natureza humana dizia: É muito sofrimento não vou aguentar. Por
isso, Ele aconselhou os seus discípulos a orarem para que não fossem vencidos
pela tentação.
v.41 – Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de
pedra, e, de joelhos, orava,
v.42 – dizendo: Pai, se queres, passa de mim este
cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.
v.43 – A situação era tão critica, que Deus permitiu que
um anjo do céu o fortalecesse.
v.44 – E, estando em agonia, orava mais intensamente. E
aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.
Mesmo com a presença de um anjo para o fortalecer, a
angustia de Jesus não passava, e a sua atitude foi de orar mais e mais. A sua
angustia chegou a tal ponto, que seu organismo reagiu transpirando sangue. Jesus
é o exemplo por excelência de persistência na oração em meio a crises!
2. Lucas 23.34 – Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes. Já na
cruz, entre dois malfeitores, intercede pelos seus algozes. Essa é uma oração
que expressa a resposta daquele momento de oração antes de ser preso.
3. Lucas 23.46 – Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas
mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou. Essa é a última oração
que Jesus faz antes de sua morte.
É uma oração que enfatiza a esperança e a convicção
de todo salvo. Ao morrer um salvo, o seu espírito, vai direto para as mãos de
Deus! – Ec 12.7 – “o pó volte a terra, de onde veio, e o espírito
volte a Deus, que o deu”.
Essa oração também demonstra que a morte de Jesus foi
real. Assim como sua vida. Pois só morre que está vivo.
Concluindo
– Que esse exemplo de uma vida de oração de Jesus, o filho de Deus, nos
estimule a uma vida de oração intensa.
ð
Que possamos orar diariamente em particular, no
nosso momento a sós com Deus.
ð
Que possamos orar na congregação com os outros
irmãos.
ð
Que possamos orar em meio as maiores crises de nossas
vidas.
Vamos
orar?!
Pr. Walter
Almeida Jr.
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