Nos
dois estudos anteriores, aprendemos:
ð Que em Marcos 1.35, passagem da vida intima de Jesus com Deus, Jesus
tinha: 1º) Um momento especial, mesmo que tivesse que custar alguma coisa também
especial; 2º) Um lugar onde pudesse estar realmente as sós;
e 3º) Um diálogo com qualidade.
ð Que no Evangelho Segundo Lucas há uma
ênfase na vida devocional de Jesus e que o evangelho faz dez citações a
respeito da vida de oração e meditação de Jesus. Estas citações mostram as
várias situações em que Jesus orou. 1º)
Temos as citações dos momentos
particulares de orações de Jesus; 2º)
Temos as citações de momentos de orações
em público feitas por Jesus; e 3º)
Temos as citações daqueles momentos de
oração em meio a crises.
Nosso
estudo de hoje e em João 17. Este
capítulo tem sido aclamado como a passagem espiritual mais sublime do quarto
Evangelho. É chamado de “A oração sacerdotal de Jesus”. Sacerdotal porque o sacerdote era o homem
que intercedia a Deus pelo povo, e nesta oração Jesus está intercedendo – Rm 8.34; Hb 7.20-28.
Nesta
oração Jesus faz uma tríplice intercessão: 1º)
Por Ele mesmo – 17.1-5 – Lição: Jesus sabia quem era por isso sua oração era
simples; 2º) Pelos seus Discípulos
– 17.6-19 – Lição: Jesus sabia por quem e porque estava orando,
por isso sua oração era específica e; 3º)
Pelos que haveriam de crer depois – 17.20-26 – Lição: Jesus sabia que Deus estava no controle, por isso sua oração era com
confiança.
I. Jesus orou por ele mesmo
– 17.1-5
Ele
sabia quem era, por isso sua oração era simples.
Jesus
após informar aos seus discípulos o que o esperava e de mais uma vez levá-los a
dar uma profissão de fé, anima-os a ter paz em meio às aflições – Jo 16.25-33. Neste contexto emocionante
de expectativa, Jesus começa a orar, ou seja, a interceder diante de Deus:
1. v.1 – Jesus
sabia quem era, Filho de Deus.
Ele começa sua oração dizendo: Pai. Sem
nenhuma arrogância ele declarou ser Filho de Deus muitas vezes em seu
ministério: cf. Jo 5.17, 20; 8.18, 29;
10.30; 16.32; 20.17.
Todo crente sabe que é
filho de Deus – Jo 1.12; Ef 3.14, 15; 4.1-6; Gl 4.4-6.
2. v.2 – Jesus
sabia qual era o seu ministério – a fim de que conceda a vida eterna. Mas, sabia também, que este ministério
fora dado pelo Pai – como lhe conferiste.
Tudo o que o crente tem e é vem de Deus – Rm
12.36.
3. v.3 – Jesus
sabia que conhecer o Pai verdadeiro era a vida eterna. Esse conhecer indica
o conhecimento abstrato e também a aceitação, a fé, o amor e a obediência, não
só ao Pai, mas ao Filho também – cf. Jo
14.7, 9; 16.3; 17.25; 1Jo 2.3-6, 13-14; 3.1, 6; 4.7, 8; 5.20. Todo crente
deve ter isso como segurança da salvação.
4. v.4 – Jesus
sabia o que tinha feito. Todo crente deve estar ciente de sua responsabilidade
diante de Deus – cf. Hb 10.25; 13.1-9,
15-17.
5. v.5 – Jesus
sabia o que ia lhe acontecer após a morte. Todo crente deve ter a certeza
do que vai lhe acontecer após a morte – cf. Hb 9.27; Jo 6.47.
II. Jesus Orou Pelos
seus Discípulos – 17.6-19
Jesus
sabia por quem e porque estava orando, por isso sua oração era específica
1. Jesus
sabia por quem estava orando – os discípulos eleitos pelo Pai
v.6-7 – fala
da eleição – Jo 6.37-40, 44.
v.8 – ...transmitido as palavras que me deste... – palavras que ficariam
registradas nos Evangelhos e seriam explicadas nas cartas.
v.9 – Jesus
conhecia bem por quem estava orando – “É
por eles... por aqueles que me deste...”.
2. Jesus
sabia porque estava orando
vv.11-12 – guarda-os
em teu nome, para que eles sejam um! Filho da perdição?
v.13 – Jesus
queria que os seus discípulos tivessem alegria completa!
v.14 – Porque
o mundo odeia o crente? Princípio da reforma: Somente a Escritura!
vv.15-16 – Não
para sair do mundo, mas para guardar do mal!
v.17 – Santificação pela palavra!
ð Na
conversão – a fé vem
pelo ouvir – Rm 10.17.
ð Na
vida cristã normal – 1Ts 5.23.
ð Na
glorificação – 1Ts 2.12; 3.12, 13; 4.13-18.
vv.18-19 – Jesus
ora pela nossa missão!
II. Jesus orou pelos que
haveriam de crer depois – 17.20-26
Jesus
cabia que Deus estava no controle, por isso sua oração era com confiança.
1. v.20 – “... mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua
palavra”. Jesus tinha certeza que
muitos se converteriam.
ð Jesus
deixou claro que muitos creriam nele depois de seu sacrifício na cruz – cf. Jo 10.16; 11.51, 52; Ef
2.11-22; 1Pe 2.25.
ð Jesus
deixou claro, aqui, que o conhecimento e a fé para a salvação vem pela Palavra
de Deus – cf. Jo 5.24; Rm 1.16; 1Tm 1.15; Hb 4.12.
2. vv.21-23 “a
fim de que todos sejam um...” – Jesus
tinha certeza que se fosse pela Palavra a conversão, haveria unidade espiritual
em os crentes – cf. 1Co 12.13; Ef
2.19; 4.3-16; 2Co 1.11; Hb 10.25.
3. v.24 – “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que
me deste...” – Jesus respeitava a
soberania do Pai, apesar de saber a sua vontade – cf. Jo 12.16; 14.3.
4. v.25a – “Pai justo, o mundo não te conheceu...” – Jesus termina sua oração expressando sua confiança nos atributos
divinos (justiça) que o separam do mundo – Hb 7.26.
5. vv.25b, 26 – “...eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me
enviaste... a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles
esteja.” – Conhecer Deus pela fé real
em Cristo traz consigo o privilégio de ter Deus como Pai e sentir o seu amor
– cf. Rm 8.15-17; Gl 4.6, 7; Jo 14.23;
1Co 3.16, 17; 6.17-20.
Conclusão – Três lições importantes para nossa
vida cristã de oração:
1º) Assim
como Jesus nós sabemos quem somos, por isso devemos ser nos mesmos em nossas
orações.
2º) Assim
como Jesus devemos saber por que e por quem estamos orando, para não façamos
vãs orações.
Pr. Walter Almeida Jr.