Em
nosso estudo anterior em Malaquias 1.6-14 com o tema adorando e servindo a Deus em espírito e em verdade, vimos (1º) que Deus dá provas de que os
sacerdotes e o povo estavam desprezando o culto – vv.7, 8; (2º) que Deus
diz que não aceita aquele tipo de culto – vv.13,
9; (3º) que Deus mostra que o culto que eles estavam oferecendo era uma profanação – vv. 12,7; e (4º) como Deus amaldiçoa o enganador – aquele
que pretende prestar culto prometendo algo, mas que não o faz como deveria – v.14, 9.
Terminamos
afirmando que o nosso culto público hoje, pode seguir ensino de Paulo em Ef 5.13-21; Cl 3.12-17, e assim
estaremos adorando a Deus, como igreja, em espírito e em verdade – Jo 4.23, 24.
Hoje,
dando continuidade ao estudo do livro de Malaquias, vamos expor Malaquias 2.1-9, com o tema: Advertência sobre a fidelidade da pregação
e do ensino da Palavra de Deus no culto.
Temos
visto no capítulo 1 de Malaquias que Deus
ama o seu povo, que ele mesmo escolheu, e quer o melhor deles. Agora, no
início do capítulo 2 vemos que Deus ama o
seu povo e quer ser honrado por ele.
Malaquias 2.1-9 pode ser dividido em três partes: 1ª) Um
chamado ao arrependimento dos sacerdotes infiéis na pregação e ensino – vv.1-3; 2ª) Uma menção a aliança
levítica – vv.4-7; e 3ª) O
castigo dos sacerdotes infiéis que não se arrependerem – vv.8, 9.
1. v.1 – Deus deixa bem claro para quem era essa advertência – ó sacerdotes.
Diferente
do capítulo um, em que Deus inicia um diálogo com o povo e seus sacerdotes,
aqui ele não abre um diálogo, mas, pronuncia um castigo aos sacerdotes infiéis.
Ele é bem direto – este mandamento
(advertência – nvi) é para vós outros.
O uso do termo mandamento “nesse contexto é um trocadilho, pois os sacerdotes,
ou seja, aqueles que deveriam ensinar o mandamento, precisavam agora ouvir o
mandamento que Deus tinha para eles”[2].
Na
primeira vez que Deus adverte os sacerdotes, Ele o faz em relação aos
sacrifícios e ofertas que no culto estavam sendo corrompidas – vv.6-14. Desta vez, Deus os denuncia e
adverte por conta da infidelidade no ensino de Sua Palavra – vv.7-9.
2. vv.2, 3 – Aqui temos o declínio da função sacerdotal. Esse é
o espírito do sacerdócio que se observa nos dias de Malaquias, marcado pela
ociosidade e indiferença.
Os
sacerdotes deveriam ouvir e se propor de coração a honrar o nome de Deus, algo
que não estavam fazendo. Tinham que executar suas funções com zelo, segundo o
que lhes era ordenado, respeitar o nome de Deus e falar dele o que era reto.
A
função dos sacerdotes levíticos resumia-se basicamente a três tarefas: 1ª) oferecer
o sacrifício de acordo com a Lei de Moisés, o que consistia em cumprir todo
o ritual, separando os animais puros ou sem defeito dos impuros, e separando as
partes que deviam ser queimadas no templo e fora dele; 2ª) guardar o templo e zelar
por ele; e 3ª) instruir o povo na Lei de Deus e liberá-lo
no louvor a ele, o que incluía cânticos e o uso de instrumentos musicais.
Os
sacerdotes eram totalmente separados para a função que exerciam e sustentados
pelos dízimos do povo. Essa era a aliança que Deus tinha com ele. Eram o
veículo de Deus para instruir o povo e eram aqueles que zelavam pelo culto.
Mas, em muitas ocasiões, eles fizeram o povo se desviar – Lm 4.13. Oseias 5,
classifica os sacerdotes e os reis de Israel como um laço para o povo.
Mas,
agora, o que aconteceria com os sacerdotes se eles não dessem ouvidos a Deus?
Deus faz, aqui, cinco ameaças aos sacerdotes: 1ª) Deus enviaria sobre eles
a maldição pactual – v.2b. Essa
maldição diz respeito aos castigos previstos na aliança, que encontramos em Deuteronômio 28; 2ª) Deus transformaria em
maldição as bênçãos com as quais os sacerdotes abençoavam o povo – v.2c; 3ª) Deus afirma que os
sacerdotes já estão amaldiçoados por causa de sua infidelidade de coração –
v.2d; 4ª) Deus reprovaria a descendência
dos sacerdotes – v.3a; 5ª) Deus
desprezaria publicamente os sacerdotes – v.3b.
1. v.4 – Deus faz menção da aliança que fez com Arão três vezes nos vv.4, 5 e 8. Dentre o povo de Israel,
Deus escolheu o irmão de Moisés, Arão, da tribo de Levi, e a sua descendência
para serem sacerdotes e exemplo para o seu povo - Êx 28.1-12; Nm 1.50; 6.3-6, 11, 13. Deus chamou Arão e a sua
descendência para serem ministros dele, cuidarem do serviço do culto e
desempenharem uma série de funções relacionadas ao ensino e a guarda da Lei.
Em
Números 25.6-13, Deus, ratificou
essa aliança no episódio de Fineias. Deus falou a Moisés que a aliança levítica
fora confirmada nesse episódio. Esse sacerdote que teve zelo pelo culto a Deus
e pela pureza do povo, era o tipo de ministro que ele desejava. Essa é a
aliança que fez com os levitas como sacerdotes, como guardiões da Palavra de
Deus, da verdadeira fé e do verdadeiro culto.
2. v.5-7 – Agora, Deus usa o profeta Malaquias para chamar a
atenção sobre o modo como o sacerdote levita, no começo, se comportava no
ministério da aliança de vida e de paz
que Deus fez com ele: 1º) Temia a Deus – v.5; 2º) Trazia em sua boca o verdadeiro ensino da
Lei – v.6a – ensino que da iniquidade converteu a muitos; 3º) Agia
com santidade e piedade – v.6b; 4º) Era
diligente no ministério – v.6c, 7.
O
sacerdote era o mensageiro do Senhor dos Exércitos; portanto, o povo iria
buscar e ouvir da sua boca a instrução de Deus, sua vontade e seus caminhos.
Ensinar a Palavra de Deus com verdade, disciplinar com mansidão os que resistem,
responder às argumentações, derrubar os sofismas, instruir o povo na Palavra da
verdade, esse era o verdadeiro ministério que Deus confiou aos sacerdotes
levíticos e, hoje, por analogia, não por continuidade histórica, é o trabalho
de todos que o Senhor chama para exercer o ministério da Palavra em meio ao seu
povo.
III. O castigo dos sacerdotes infiéis
que não se arrependerem – vv.8, 9
1. v.8 – Ao invés de servirem a Deus com fidelidade, os sacerdotes
abandonaram o Senhor e desprezaram o seu ministério. Quatro pecados terríveis
eles cometeram: 1º) se desviaram dos caminhos do Senhor; 2ª) desviaram
a muitos dos caminhos do Senhor; e 3º)
corromperam a aliança levítica; 4ª) foram
parciais na aplicação da lei (v.9c;
Dt 33.10; Tg 2.1)
2. v.9 – Por isso, os sacerdotes tiveram o castigo a altura, “sobreveio-lhes
a pior vergonha e degradação”[4] (cf. v.3; Ne 13.29). Deus os tornou desprezíveis, e indignos diante de todo o povo,
visto que não guardaram os seus caminhos, mas fizeram acepção de pessoas na lei.
1)
Deus zela pelo seu culto – O culto é a expressão publica da teologia da
igreja, do que ela acredita, das suas convicções práticas, de sua própria vida e
maturidade espiritual. Portanto, não podemos ter em relação ao culto uma
atitude trivial, mas devemos dar importância a tudo que diga respeito a ele,
como está na Palavra de Deus.
2)
Uma das principais funções do ministério da igreja é a
instrução da Palavra de Deus, seja na pregação o no ensino – Creio que uma das coisas em que a igreja deve
insistir e preservar é a centralidade da Palavra de Deus, exposta em verdade,
porque é isso que vai desviar muitos da iniquidade.
3)
É responsabilidade do povo de Deus não aceitar um
culto corrompido, no qual a Palavra de Deus não seja ensinada com fidelidade – Creio que não devemos aceitar que líderes que se
desviam dos caminhos de Deus e do ensino da sua santa Palavra continuem a
exercer suas funções na igreja.
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 23/01/16
[1] Lopes, p.56-65. Esse ponto segue o comentário do
livro, com cortes e acrescimentos considerados necessários ao ensino local.
[2] Lopes, p. 60.
[3] Lopes, p.65-68. Esse ponto segue o comentário do
livro, com cortes e acrescimentos considerados necessários ao ensino local.
[4] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 1182.
[5] Lopes, p.68-71. Esse ponto segue o comentário do
livro, com cortes e acrescimentos considerados necessários ao ensino local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário