Mateus 16.13-20 (1Tm 3.15)
No
estudo anterior do Credo Apostólico com o tema Deus Espírito Santo, vimos:
ü
Em dois pontos: 1º) A
Obra do Espirito Santo e o Evangelho; 2º)
A Obra do Espírito Santo na Regeneração.
ü
A obra da
aplicação da salvação segue uma dinâmica ou ordem: ouvir a mensagem do Evangelho –
as verdades bíblicas da salvação, arrepender-se
dos seus pecados e confessa-los –
abandonar a autossuficiência e voltar-se para Deus, crer em Cristo e recebe-lo – invocá-lo de coração, reconhecendo-o como autoridade máxima e Salvador
único e suficiente).
ü
“O Espírito Santo
ilumina nossa mente (assim compreendemos
sua mensagem), amolece o nosso coração (assim
nos arrependemos). A própria fé que colocamos em Cristo é um presente que
dele recebemos.”[1]
ü
“Sem aceitar inteiramente a convicção de que
a salvação pela graça e a Trindade são verdadeiras, é difícil imaginar alguém
experimentando o crescimento espiritual autêntico de um cristão”. (Greg L. Hawkins e Cally Parkinson no livro
Siga-me: O que vem a Seguir, p. 64)
ü
Terminamos com a pergunta 53
do Catecismo de Heidelberg: O
que você crê sobre o Espírito Santo? Primeiro:
creio que ele é verdadeiro e eterno Deus com o Pai e com o Filho. Segundo: que
ele foi dado também a mim. Por uma verdadeira fé, ele me torna participante de
Cristo e de todos os seus benefícios. Ele me fortalece e fica comigo para
sempre.
Vamos
estudar a quarta parte do Credo Apostólico (Creio... na santa igreja
universal; na comunhão dos santos; na remissão
dos pecados; na ressurreição do corpo;
na vida eterna . Amém .),
e faremos isso em dois estudos. O primeiro – A Igreja e os benefícios que Deus tem nos concedido (1), e o
segundo – A Igreja e os benefícios que
Deus tem nos concedido (2).
Portanto,
nosso estudo de hoje, no Credo, é sobre a Igreja e os benefícios que Deus tem nos
concedido e isso em dois pontos: 1º)
Santa
Igreja Universal; e 2º) A
comunhão dos santos.
Vimos,
em outras palavras, no estudo da terceira parte do Credo, que é o Deus Espírito
Santo quem gera a Igreja e a comunhão dos santos, pois ele é o agente da
aplicação da salvação da Trindade Santa.
I. Santa Igreja Universal
1. Santa
A
palavra santa, usada aqui, significa que a igreja foi separada por Deus e para
Deus, pois este é o significado da palavra santo no contexto bíblico – “tudo aquilo que é separado por Deus e para
Deus”.
Quando
o Credo afirma santa igreja universal
ele está dizendo que existe no mundo inteiro um grupo de pessoas chamadas,
separadas e consagradas por Deus para servi-lo. Portanto, a Igreja é
constituída de pessoas que resolveram consagrar sua vida a Deus; elas se
separaram, em obediência à chamada divina, para viverem de acordo com a vontade
de Deus. Essa separação não é física ou material, mas espiritual.[2] (Cf. Gl 1.13; Ef 3.21; Cl 1.18; 1Tm 3.15) Quando
Paulo tratou os irmãos das igrejas para quem escrevia, eles os chamou de santos,
na certeza de que eles foram separados por Deus e para Deus – Rm 1.7; 1Co 1.2; 2Co 1.1; Ef 1.1; Cl 1.2.
Hoje
em dia, quando usa-se a palavra santo ou santa, tem-se em mente duas ideias
populares: 1ª) a de uma imagem de alguém que foi canonizado pela Igreja
Católica Romana; e 2ª) a de pessoas perfeitas, sem nenhum defeito. Essas duas
ideias são errôneas, pois contrariam a Palavra de Deus. (Cf. Rm 3.10-12, 23)
2. Igreja Universal
A
palavra igreja significa uma assembleia
divinamente convocada e descreve um
evento através do qual Deus cumpre sua eleição através da chamada pessoal e
abrange a totalidade dos cristãos. Por isso é chamada de católica ou universal,
pois trata de todos os que seguem Jesus Cristo, sem considerar critério de
tempo e espaço.[3]
(Cf. Mt 16.18; Hb 12.22, 23)
Como
a Igreja Universal é composta pelos salvos por Jesus Cristo, de todos os
tempos, que não podem ser plenamente visualizados na atualidade, cujos nomes
estão escritos no livro da vida e só Deus conhece plenamente quem são, ela é
também chamada de Igreja Invisível.[4] (Cf. 2Tm 2.19)
Veja
comigo o que diz o Manual de Fé dos
Batistas Livres:
A igreja de Deus, ou os membros do corpo de Cristo, é
o conjunto de todos os crentes ao redor do mundo e da qual só participam os
indivíduos regenerados.[5]
Veja,
também, o que diz a Confissão de Fé de
Westminster, 25.1:
A igreja católica ou universal, consiste do número
total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão
reunidos em um só corpo, sob Cristo, seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a
plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas.
Veja comigo a pergunta
54 do Catecismo de Heidelberg:
O que você crê sobre “a santa igreja universal de
Cristo”?
Creio que o Filho de Deus reúne, protege e conserva,
dentre todo o gênero humano, sua comunidade eleita para a vida eterna. Isso ele
faz por seu Espírito e sua Palavra, na unidade da verdadeira fé, desde o
princípio do mundo até o fim. Creio que sou membro vivo dessa igreja, agora e
para sempre.
A
igreja invisível é ainda chamada de igreja
triunfante, porque é formada pelos espíritos
dos justos aperfeiçoados (Hb 12.23), ou seja, daqueles que já foram
libertos e, nos céus, triunfam depois de ter vencido todas as coisas, e,
continuamente, exultam diante do Senhor.[6]
A
Igreja Universal é una, mas se manifesta historicamente de forma plural em sua expressão
visível. Essas manifestações visíveis da igreja são locais e denominacionais e
por isso são chamadas de Igreja visível.
Veja
comigo o que diz o Manual de Fé dos
Batistas Livres:
Uma igreja cristã é um grupo organizado de crentes em
Cristo que se reúne regularmente a fim adorar a Deus, observando as ordenanças
do evangelho segundo as Escrituras. Os crentes são admitidos nessa igreja
apresentando provas de sua fé em Cristo, obtendo o consentimento do grupo,
sendo batizado e
recebendo a destra de comunhão.[7]
(Cf.
1Co 1,1, 2; Fp 1.1; 1Ts 1.1)
A
igreja visível também é intitulada de igreja
militante, pois ainda se encontra na terra e luta contra a carne, o mundo,
o diabo, o pecado e a morte. Por isso a igreja em sua forma visível é
defeituosa em dois aspectos: 1º) ela é composta de cristãos ainda pecadores;
e 2º) ela possui em seu meio pessoas não convertidas. (Cf. 1Co 3.1-3; 5.1, 2; Jd vv.3, 4; Rm 6.11-13;
7.18-25)
II. A comunhão dos santos
A
expressão comunhão dos santos no
Credo tem dois significados: 1º) Que desfrutamos comunhão com Deus; e 2º) Que
desfrutamos de comunhão com a Igreja.
1. A comunhão com Deus – por meio da operação do Espírito Santo temos
comunhão com Deus o Pai e com Deus o Filho, ou seja, com a Trindade. (Cf. 1Jo 1.3; Ef 3.16, 17; 2Co 13.13)
2. A comunhão com a Igreja – a nossa comunhão com a Trindade e “a igreja
invisível sugere a comunhão com a igreja visível, em suas expressões local e
denominacional”[8].
Assim, a fé em Cristo nos coloca em contato com uma congregação local e “unidos
nesta comunhão visível, assumimos responsabilidades. Comparecemos e cooperamos,
compartilhamos bênçãos e cumprimos deveres públicos e particulares que edificam
a todos”[9]. (Cf. At 2.37, 38; 16.5; 4.32; Ef 4.3-6; Rm 12.6;
1Co 12.7; Hb 10.24, 25; 1Pe 4.10)
Concluindo
Então,
diante disso, como distinguir, dentre tantas seitas, a santa igreja universal e
a comunhão dos santos? Creio que a autenticidade da Igreja está ligada a três
marcas: A pregação fiel da Palavra de
Deus, a administração correta das ordenanças e o exercício bíblico da
disciplina. (Cf. Mt 28.18-20)
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira 07/02/15
[1] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do
discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 49.
[2] Clássicos da Escola Dominical. Série “Descoberta da Fé
– O Credo Apostólico”, 4ºTR73, Editora Cultura Cristã, Lição 1, p. 24.
[3] Nascimento, p. 53.
[4] Ibid., p. 53.
[5] Manual de Fé e Prática dos Batistas Livres do Brasil,
4ª Edição, 2014, p. 24, 25.
[6] Nascimento, p. 54, citando a Segunda Confissão Helvética,
17, na Harmonia das Confissões Reformadas, por Beeke e Ferguson.
[7] Manual de Fé e Prática dos Batistas Livres do Brasil,
4ª Edição, 2014, p. 24.
[8] Nascimento, p. 56.
[9] Nascimento, p. 56.
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