domingo, 15 de fevereiro de 2015

Estudos no Credo Apostólico (5) - A Igreja e os benefícios que Deus tem nos concedido (2)

João 17.1-3

No primeiro estudo da quarta parte do Credo Apostólico, com o tema: A Igreja e os benefícios que Deus tem nos concedido (1), vimos:

ü  Em dois pontos: 1º) Santa Igreja Universal; e 2º) A comunhão dos santos.

ü  O que diz o Manual de Fé dos Batistas Livres:
A igreja de Deus, ou os membros do corpo de Cristo, é o conjunto de todos os crentes ao redor do mundo e da qual só participam os indivíduos regenerados. Uma igreja cristã é um grupo organizado de crentes em Cristo que se reúne regularmente a fim adorar a Deus, observando as ordenanças do evangelho segundo as Escrituras. Os crentes são admitidos nessa igreja apresentando provas de sua fé em Cristo, obtendo o consentimento do grupo, sendo
batizado e recebendo a destra de comunhão.

ü  Que a igreja em sua forma visível é defeituosa em dois aspectos: 1º) ela é composta de cristãos ainda pecadores; e 2º) ela possui em seu meio pessoas não convertidas.

ü  Terminamos com a afirmação de que a autenticidade da Igreja está ligada a três marcas: A pregação fiel da Palavra de Deus, a administração correta das ordenanças e o exercício bíblico da disciplina. (Cf. Mt 28.18-20)

Hoje, vamos ver o segundo estudo na quarta parte do Credo Apostólico (Creio... na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.), e faremos isso em três pontos. 1º) Creio na remissão de Pecados; 2º) Creio na ressurreição do corpo; e 3º) Creio na vida eterna.

I. Creio na remissão de Pecados

Porque afirmamos que cremos na remissão de nossos pecados? Por que a Bíblia e o Espírito Santo garantem a redenção que nos livra de toda condenação e culpa.

1. A Bíblia assegura o perdão dos nossos pecadosSl 103.3, 12; Jr 31.34; Mq 7.19; 2Co 5.19. “Por meio da satisfação oferecida por Cristo, Deus o Pai perdoa os nossos pecados e os separa de nós, uma vez que toda a ofensa é castigada em Jesus Cristo”.[1] (Cf. Sl 103.10; 2CO 5.21; 1Jo 1.7; Cl 2.10)

2. O Espírito Santo assegura o perdão dos nossos pecadosRm 5.5; 8.1, 2, 15, 16; 2Co 1.22; 5.5; Ef 1.14. Não apenas os nossos pecados, mas, também, a nossa natureza pecaminosa é coberta pela justiça de Deus o Filho. Porque fomos cobertos com a perfeição de Cristo, Deus sempre nos acolhe como filhos e jamais nos trata segundo os nossos pecados.

Quando nascemos de novo, logo após a nossa conversão, dá-se início a uma luta diária contra a nossa natureza pecaminosa e o Espírito Santo, pela Palavra de Deus, pelas ordenanças, pela oração, pelo culto e pela comunhão, transforma-nos de glória em glória, conforme o padrão de Jesus Cristo, o homem perfeito. “O Espírito Santo é o santificador que faz o que era impossível à Lei: ele nos purifica de dentro para fora, guiando-nos, transformando-nos e produzindo em nós o seu fruto”.[2] (Cf. Hb 12.9-10; 1Pe 1.13-16; 2Co 3.17, 18; Rm 8.3, 4, 14, 29; Gl 5.22-25)

II. Creio na ressurreição do corpo

Jesus Cristo não ressuscitou apenas para a nossa justificação, mas, também, para garantir que seremos ressuscitados em glória, assim como ele foi – Rm 4.25; Fp 3.20, 21; 1Jo 3.2.

Em 1Coríntios 15, o apóstolo Paulo trata de um dos mais gloriosos temas de todos os seus escritos – a certeza da ressurreição de Jesus Cristo e a dos crentes.

Na igreja em Corinto os crentes aceitavam e criam na ressurreição de Cristo; mas sob a influência da filosofia grega, alguns duvidavam da ressurreição física dos cristãos. Por isso, Paulo, escreveu combatendo essa fraqueza doutrinária que estava se estabelecendo na igreja. Seu método foi positivamente claro. Primeiro ele examinou a certeza da ressurreição, desenvolvendo a necessária conexão entre a ressurreição de Cristo e a dos crentes (vv.1-34). Depois fez um exame de certas objeções (vv.35-57). E concluiu com um apelo extraordinário (v.58).

Ele, também, apresentou um argumento de cunho apologético incontestável sobre ressurreição de Jesus Cristo nos versículos seguintes:

vv.5-8 – Esta passagem é a declaração escrita mais antiga que possuímos da evidência histórica da ressurreição de Cristo. A relação das testemunhas parece estar em ordem cronológica. Os Evangelhos registram nove aparições distintas do Senhor ressuscitado.

vv.9-11 – Aqui, ele faz uma ligação da certeza da ressurreição com a mensagem apostólica. E, assim, tomando a fé dos irmãos em Corinto na ressurreição do Senhor como ponto de partida, prova logicamente que isso envolve a fé na ressurreição física de todos os outros, que estão nele (vv.12-20).

Veja o que o próprio Jesus falou sobre isso – João 6.40, 44, 54.

III. Creio na vida eterna

Deus o Pai, pelo Espírito Santo, dá continuidade à obra iniciada na regeneração, até a nossa glorificação final[3]Fp 1.6; Jo 5.24, 25.
A vida cristã e a vida eterna começa para uma pessoa quando ela nasce de novo. Quando uma pessoa se une a Jesus Cristo pela fé, recebe a vida que ele lhe dá, e como a vida dele é eterna, o convertido recebe a vida eterna, que passa a curtir, já, neste mundo. (Cf. Jo 3.36; 5.24; 6.17; 1Jo 5.11-13; Jo 10.28)

A vida eterna que Jesus oferece a todos quantos o receberem tem algumas particularidades importantes: 1) Ela é um dom gratuito de DeusRm 6.23; 2) Ela é um conhecimento pessoal de DeusJo 17.3; 3) Ela é concedida direta e pessoalmente por JesusJo 10.28; 17.2.

Mas, a vida eterna que começa aqui, quando recebemos a Jesus Cristo como nosso Salvador suficiente, não tem fim, é eterna de verdade. Pois, ao cessar a nossa vida terrena, “nossas almas serão levadas imediatamente até Cristo e aguardarão a ressurreição, em estado de bem-aventurança consciente”[4]. Na volta de Cristo, “nossas almas serão novamente unidas a nossos corpos ressurretos, que serão semelhantes ao corpo glorioso”[5] do Senhor Jesus – 1Ts 4.13-18; 1Co 15.53, 54.

Veja comigo a pergunta 58 do Catecismo de Heidelberg:

Que consolo traz a você o artigo sobre a vida eterna?
Meu consolo é que, como já percebo no meu coração o início da alegria eterna, depois desta vida terei a salvação perfeita. Essa salvação nenhum olho jamais viu, nenhum ouvido ouviu e jamais surgiu no coração de alguém.
Então, louvarei a Deus eternamente.

Concluindo

O cristão vive sob a luz da eternidade. Sua vida possui significado porque ele sabe de onde vem e para onde vai[6]2Tm 1.12.

Por que cremos em Jesus Cristo como nosso Salvador suficiente, recebemos a remissão dos nossos pecados, a certeza da ressurreição do nosso corpo mortal e o dom gratuito de Deus, a vida eterna!

Quero concluir com uma declaração de Jó:

Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior.
Jó 19.25-27

Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 14/02/15



[1] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 65.
[2] Nascimento, p. 66.
[3] Ibid., p. 67.
[4] Nascimento, p. 67.
[5] Ibid., p. 67.
[6] Ibid., p. 68.

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