sábado, 27 de dezembro de 2014

Panorama do AT – Deuteronômio (2) Segunda Parte: A Aliança de Israel com Deus exige amor fiel demonstrado em exclusiva devoção a Ele como Deus, e obediência a Seus mandamentos como seu padrão de vida na Terra Prometida.

Deuteronômio 1-34 (4.44-26.19)

Na introdução e no estudo da primeira parte do livro de Deuteronômio, vimos que:

ü  O título hebraico do livro “estas são as palavras”, provem das duas primeiras palavras hebraicas deste e, em português “translado ou cópia desta Lei” com base em Dt 17.18.

ü  Deuteronômio registra os acontecimentos sucedidos nas últimas semanas de vida de Moisés: 1) A comunicação verbal da revelação divina por Moisés para o povo (1.1-30.20; 31.30-32.47; 33.1-29); 2) Moisés registrando a Lei num livro (Dt 31.1-13, 19-30); 3) a nomeação de Josué como novo líder do povo (Dt 31.14-18); e 4) a morte de Moisés (Dt 34.5-12).

ü  As divisões naturais do livro estão nos três discursos ou sermões de Moisés. Para nosso estudo panorâmico de Deuteronômio vamos dividir o livro, também, em três partes, seguindo as divisões dos sermões mosaicos: Introdução – 1.1-4; 1º) Primeiro Sermão de Moises1.5-4.43; 2º) Segundo Sermão de Moisés4.44-28.68; 3º) Terceiro Sermão de Moisés29.1-30.20; Conclusão – 31.1-34.12.

ü  Terminamos o estuda da primeira parte do livro que é uma recapitulação histórica das obras graciosas de Deus e uma convocação para obediência em amor à aliança feita pelo Senhor no Sinai, com três lições: 1ª) Deus, não apenas nos dá mandamentos para seguirmos, ele, explica por que e como vivermos por eles. 2ª) Obediência é um tema predominante aqui e em todo Pentateuco, dada a sua importância na Aliança de Deus com Israel. 3ª) Nosso processo redentivo, a iniciativa sempre é divina.

Hoje, vamos estudar, panoramicamente, em Deuteronômio, a segunda parte de livro, que é o segundo sermão de Moisés – “A Aliança de Israel com Deus exige amor fiel demonstrado em exclusiva devoção a Ele como Deus, e obediência a Seus mandamentos como seu padrão de vida na Terra Prometida.”[1]

O cerne do livro se encontra aqui, começando com o segundo sermão de Moisés: Esta é, pois, a lei que Moisés propôs aos filhos de Israel. (4.44; cf. 1.5) Depois de uma breve introdução (4.44-49), Moisés proporciona ao povo um claro entendimento do que a Lei diz a respeito do relacionamento deles com o Senhor na Terra Prometida (5.1-26.19), e conclui com o relato das bênçãos e maldições que sobreviriam a eles dependendo da resposta que dariam as estipulações dessa Lei, em seu terceiro sermão (27.1-28.68).[2]

ð 4.44-49 – Nessa breve introdução, Moisés, descreve o contexto cronológico e geográfico da renovação da Aliança de Israel com Deus, após Israel ter derrotado os amorreus e esperado junto a Bete-Peor, pelo momento certo para entrar em Canaã.[3]

ð v.45 – As instruções de Deus para Israel compunham-se de: 1) testemunhos – as estipulações básicas da Aliança; 2) estatutos – palavras que foram escritas e por isso fixadas; e 3) juízos – decisões tomadas por um juiz com base no mérito da situação.[4]

I. A Aliança de Israel com Deus exige amor fiel demonstrado em exclusiva devoção a Ele como Deus[5] – 5.1-11.32

1. O resumo da Aliança divina mediada por Moisés em Horebe é encontrado nos dez mandamentos – 5.1-33.
Moisés começa o seu segundo sermão para o povo de Israel relembrando-lhes dos acontecimentos e mandamentos básicos de Deus, que eram fundamentais
na aliança sinaítica ou mosaica.

a.    v.1 – uma audição que leva a obediência foi exigida de todo o povo – cf. 6.4; 9.1; 20.3; 27.9.

2. O requerimento mais fundamental em Israel é que a nação faça jus à singularidade de Deus com extraordinária devoção a Ele – 6.1-25.
Moisés começa a explicar os três primeiros dos Dez Mandamentos
àquele momento da vida do povo.

a.    v.4 – conhecido com Shemá (ouvir) tornou-se a confissão de fé judaica, recitada duas vezes ao dia pelos devotos, juntamente com 11.23-21 e Nm 15.37-41.

3. A exigência de Deus para que Israel se abstivesse de qualquer associação com os habitantes de Canaã – 7.1-26.

a.    Não deveria haver qualquer associação politica, social ou religiosa – vv.1-10.

b.   A motivação para a obediência cuidadosa são as bênçãos da aliança – fertilidade, produtividade, saúde, vitória e paz – vv.11-16.

c.    A obediência do povo dependia da fé alicerçada nos registros históricos dos atos de Deus – vv.17-26.

4. O esquecimento dos atos poderosos de Deus por Israel deve ser evitado, pois ele leva à independência que produz a disciplina divina – 8.1-20.

5. Israel deveria reconhecer as verdadeiras razões para a conquista de Canaã – a iniquidade dos cananeus e a promessa de Deus aos patriarcas – 9.1-10.1.

6. A resposta de Israel ao privilégio de estar em aliança com Deus, o espantoso Deus das promessas, é temê-lo humildemente e amá-lo obedientemente para sempre – 10.12-11.32.

II. Obediência aos mandamentos de Deus como padrão de vida na Terra Prometida[6] – 12.1-26-19

Após expor os princípios gerais do relacionamento de Israel com Deus, Moisés, explica agora, as leis específicas que ajudariam o povo a subjugar ao Senhor todos os aspectos de sua vida. Essas instruções foram dadas a Israel para cumprir na terra. (12.1)[7]

1. A vida religiosa de Israel deve ser caracterizada por máxima pureza em adoração, rejeitando a idolatria e apegando-se aos preceitos morais, sociais e cultuais de Deus – 12.1-16.17.

2. A vida civil de Israel deve ser caracterizada pela obediência à Lei de Deus, respeitando a vida humana, a individualidade, a família e o ambiente – 16.18-25.19.

3. A resposta de Israel ao chamado de Deus para um compromisso total expresso por intermédio da consagração das primícias e dos dízimos do terceiro ano – 26.1-19.

Concluindo – Lições da segunda parte do livro de Deuteronômio:

1)   Assim como Deus deu a Lei a Israel como única regra de fé e prática, ele nos da toda a Bíblia hoje.

2)   Assim como Israel, nunca devemos nos esquecer de quem é Deus e o que ele fez e faz por nós.

3)   Como Israel, devemos assumir humildemente o compromisso de amar e obedecer a Deus para sempre.


Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 28/12/14



[1] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, Editora Hagnos, Primeira Edição, 2006, p. 183.

[2] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 238.
[3] Ibid., p. 238.
[4] Ibid., p. 238.
[5] Pinto, p. 183-185 (Esse ponto segue o esboço das páginas citadas com adaptações minhas ao contexto da igreja local).
[6] Pinto, p. 186-192 (Esse ponto segue o esboço das páginas citadas com adaptações minhas ao contexto da igreja local).
[7] MacArthur, p. 247.

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