Na
introdução e no estudo da primeira parte do livro de Deuteronômio, vimos que:
ü
O título hebraico
do livro “estas são as palavras”,
provem das duas primeiras palavras hebraicas deste e, em português “translado
ou cópia desta Lei” com base em Dt 17.18.
ü
Deuteronômio
registra os acontecimentos sucedidos nas últimas semanas de vida de Moisés: 1) A
comunicação verbal da revelação divina por Moisés para o povo (1.1-30.20; 31.30-32.47; 33.1-29); 2) Moisés
registrando a Lei num livro (Dt
31.1-13, 19-30); 3) a nomeação de Josué como novo líder do povo
(Dt 31.14-18); e 4) a
morte de Moisés (Dt 34.5-12).
ü
As divisões
naturais do livro estão nos três discursos ou sermões de Moisés. Para nosso
estudo panorâmico de Deuteronômio vamos dividir o livro, também, em três
partes, seguindo as divisões dos sermões mosaicos: Introdução – 1.1-4; 1º) Primeiro Sermão de Moises – 1.5-4.43; 2º) Segundo Sermão de Moisés
– 4.44-28.68; 3º) Terceiro Sermão de Moisés
– 29.1-30.20; Conclusão – 31.1-34.12.
ü
Terminamos o
estuda da primeira parte do livro que é uma recapitulação
histórica das obras graciosas de Deus e uma convocação para obediência em amor
à aliança feita pelo Senhor no Sinai, com três lições: 1ª) Deus, não apenas nos dá
mandamentos para seguirmos, ele, explica por que e como vivermos por eles. 2ª) Obediência
é um tema predominante aqui e em todo Pentateuco, dada a sua importância na
Aliança de Deus com Israel. 3ª) Nosso processo redentivo, a iniciativa
sempre é divina.
Hoje, vamos estudar, panoramicamente, em Deuteronômio,
a segunda parte de livro, que é o segundo sermão de Moisés – “A
Aliança de Israel com Deus exige amor fiel demonstrado em exclusiva devoção a
Ele como Deus, e obediência a Seus mandamentos como seu padrão de vida na Terra
Prometida.”[1]
O
cerne do livro se encontra aqui, começando com o segundo sermão de Moisés: Esta é,
pois, a lei que Moisés propôs aos filhos de Israel. (4.44; cf. 1.5) Depois de uma breve introdução (4.44-49),
Moisés proporciona ao povo um claro entendimento do que a Lei diz a respeito do
relacionamento deles com o Senhor na Terra Prometida (5.1-26.19), e conclui com o relato das bênçãos e maldições que
sobreviriam a eles dependendo da resposta que dariam as estipulações dessa Lei,
em seu terceiro sermão (27.1-28.68).[2]
ð 4.44-49 – Nessa breve introdução, Moisés, descreve o contexto cronológico e
geográfico da renovação da Aliança de Israel com Deus, após Israel ter
derrotado os amorreus e esperado junto a Bete-Peor, pelo momento certo para
entrar em Canaã.[3]
ð v.45 – As instruções de Deus para Israel compunham-se de: 1) testemunhos –
as estipulações básicas da Aliança; 2)
estatutos
– palavras que foram escritas e por isso fixadas; e 3) juízos – decisões tomadas
por um juiz com base no mérito da situação.[4]
I. A Aliança de Israel com Deus exige amor fiel
demonstrado em exclusiva devoção a Ele como Deus[5]
– 5.1-11.32
1. O resumo da Aliança divina mediada por Moisés em Horebe é encontrado
nos dez mandamentos – 5.1-33.
Moisés começa
o seu segundo sermão para o povo de Israel relembrando-lhes dos acontecimentos
e mandamentos básicos de Deus, que eram fundamentais
na aliança
sinaítica ou mosaica.
a.
v.1 – uma
audição que leva a obediência foi exigida de todo o povo – cf. 6.4; 9.1; 20.3; 27.9.
2. O requerimento mais fundamental em Israel é que a nação faça jus à
singularidade de Deus com extraordinária devoção a Ele – 6.1-25.
Moisés começa
a explicar os três primeiros dos Dez Mandamentos
àquele
momento da vida do povo.
a.
v.4 –
conhecido com Shemá (ouvir) tornou-se
a confissão de fé judaica, recitada duas vezes ao dia pelos devotos, juntamente
com 11.23-21 e Nm 15.37-41.
3. A exigência de Deus para que Israel se abstivesse de qualquer
associação com os habitantes de Canaã – 7.1-26.
a.
Não deveria
haver qualquer associação politica, social ou religiosa – vv.1-10.
b.
A motivação
para a obediência cuidadosa são as bênçãos da aliança – fertilidade,
produtividade, saúde, vitória e paz – vv.11-16.
c.
A obediência
do povo dependia da fé alicerçada nos registros históricos dos atos de Deus – vv.17-26.
4. O esquecimento dos atos poderosos de Deus por Israel deve ser evitado,
pois ele leva à independência que produz a disciplina divina – 8.1-20.
5. Israel deveria reconhecer as verdadeiras razões para a conquista de
Canaã – a iniquidade dos cananeus e a promessa de Deus aos patriarcas – 9.1-10.1.
6. A resposta de Israel ao privilégio de estar em aliança com Deus, o
espantoso Deus das promessas, é temê-lo humildemente e amá-lo obedientemente
para sempre – 10.12-11.32.
Após expor os
princípios gerais do relacionamento de Israel com Deus, Moisés, explica agora, as
leis específicas que ajudariam o povo a subjugar ao Senhor todos os aspectos de
sua vida. Essas instruções foram dadas a Israel para cumprir na terra. (12.1)[7]
1. A vida religiosa de Israel deve ser caracterizada por máxima pureza em
adoração, rejeitando a idolatria e apegando-se aos preceitos morais, sociais e
cultuais de Deus – 12.1-16.17.
2. A vida civil de Israel deve ser caracterizada pela obediência à Lei de
Deus, respeitando a vida humana, a individualidade, a família e o ambiente – 16.18-25.19.
3. A resposta de Israel ao chamado de Deus para um compromisso total
expresso por intermédio da consagração das primícias e dos dízimos do terceiro
ano – 26.1-19.
Concluindo – Lições da segunda parte do livro de Deuteronômio:
1)
Assim como
Deus deu a Lei a Israel como única regra de fé e prática, ele nos da toda a Bíblia
hoje.
2)
Assim como Israel,
nunca devemos nos esquecer de quem é Deus e o que ele fez e faz por nós.
3)
Como Israel,
devemos assumir humildemente o compromisso de amar e obedecer a Deus para
sempre.
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 28/12/14
[1] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento
no Antigo Testamento, Editora Hagnos, Primeira Edição, 2006, p. 183.
[2] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 238.
[3] Ibid., p. 238.
[4] Ibid., p. 238.
[5] Pinto, p. 183-185 (Esse ponto segue o esboço
das páginas citadas com adaptações minhas ao contexto da igreja local).
[6] Pinto, p. 186-192 (Esse ponto segue o esboço
das páginas citadas com adaptações minhas ao contexto da igreja local).
[7] MacArthur, p. 247.
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