domingo, 17 de agosto de 2014

Panorama do AT – Gênesis (Descida para o Egito)

Gênesis 37-50

No estudo anterior:

ü Vimos que o conteúdo do livro de Gênesis, pode ser estudado em três partes: 1ª) Primórdios – Gn 1-11; 2ª) Patriarcas – Gn 12-36; e 3ª) Descida para o Egito – Gn 37-50.

ü Vimos, também, que na primeira parte, o período dos primórdios, se resume em três expressões: Criação, Dilúvio e Babel. Na segunda parte, o período dos patriarcas, em três nomes: Abraão, Isaque e Jacó. E na terceira parte, o período da descida para o Egito, em três fases: Até o Egito, até a exaltação e até a morte.

ü E terminamos afirmando que Abraão é o exemplo do homem de fé, que Isaque é o exemplo do homem pacifista e que Jacó é o exemplo do homem convertido. E que, a principal lição dos patriarcas é esta: “nossa vida deve ser dirigida por Deus”.

Hoje, vamos estudar a terceira parte do livro – Descida para o Egito – Gn 37-50.

Na verdade, essa lição poderia ter como tema “os caminhos da providência divina”, pois, de modo extraordinário, Deus agiu para a realização das promessas que havia feito a Abração, a Isaque e a Jacó. Mas, antes, vimos as promessas que Deus fizera aos patriarcas, agora, veremos o começo do seu cumprimento.

Na família de Jacó e na biografia de José, temos de forma clara os caminhos da providência de Deus que vamos estudar em três pontos: 1º) A família de Jacó (início da biografia de José) – Gn 37, 38; 2º) A peregrinação e ascensão de JoséGn 39-45; e 3º) A descida da família de Jacó para o Egito Gn 46-50.

I. A família de Jacó (início da biografia de José) – Gn 37, 38

1. Gn 37.1 – esse versículo informa que nem Isaque nem Jacó, haviam tomado posse da terra da promessa – Canaã.

2. Gn 37.2a – Estas são as gerações de Jacó... A versão ARA traduz assim: Esta é a história de Jacó. Na biografia de José temos a história da família de Jacó – Gn 37.2-50.26.

3. Gn 37.2 – Já havia passado onze anos desde a volta de Jacó com a sua família, para a terra de Canaã (cf. Gn 30.22-24 José havia nascido seis anos antes da saída de Harã).

4. Gn 37.2c-4 – José seguiu os passos de fé e obediência de seu pai e se tornou o seu favorito para ser o líder da família, após a sua morte. Isso é o que dá a entender a capa de cores feita por Jacó. José ficou em uma situação pouco confortável diante de seus irmãos que, “cultivavam um profundo ódio a ele em razão da relação especial entre ele e seu pai”[1]. (cf. 37.1-11)

5. Gn 37.5-11 – A família de Jacó, bem como ele mesmo, “reage negativamente às indicações divinas de que um dia José se tornaria seu líder e receberia honrarias da parte deles”[2].

6. Gn 37.12-36 – O ódio dos irmãos de José culmina em uma conspiração bem-sucedida de vendê-lo como escravo e enganar a seu pai, fazendo-o crer que José fora morto por um animal selvagem.[3]

7. Gn 38 – Essa narrativa oferece um vislumbre da corrupção externa à qual estava exposta a família de Jacó (Israel) em seu contato com os cananeus. “O sincretismo religioso cananeu e o inclusivismo ameaçavam absorver a quarta e última geração dos herdeiros de Abraão”[4], mas, a providência divina bem como a soberania de Deus preservou a sua linhagem escolhida.

II. Peregrinação e Ascensão de José – Gn 39-45

1. Gn 39.1-41.57 – Vemos aqui a providência divina de abençoar a família de Jacó por intermédio de José, permitindo sua ascensão ao poder no Egito devido a sua fidelidade e pureza moral, mesmo em meio a muitas injustiças.

a.    Gn 39.1-6fidelidade e honestidade no trabalho.

b.   Gn 39.7-20fidelidade e pureza moral nas relações interpessoais.

c.    Gn 39.21-23fidelidade e comportamento irrepreensível na adversidade.

d.   Gn 40 fidelidade e disposição de servir a Deus.

e.    Gn 41 fidelidade e prudência no servir a Deus.

Deus exalta José a uma posição de honra, inferior apenas à de Faraó, e provê-lhe uma família, cujos filhos têm nomes que refletem seu compromisso com Deus[5]41.51, 42.

Um conjunto grande de circunstâncias contribuiu para fazer dele o homem mais influente, no país mais influente do mundo”[6] da época, o Egito!

2. Gn 42-45 – A interação entre José e seus irmãos foi o meio pelo qual Deus expurgou da família de Jacó (Israel) a contenda e o engano que prejudicavam sua unidade e ameaçavam sua própria sobrevivência.[7]

III. A descida da família de Jacó para o Egito – Gn 46-50

1. Gn 46.1-47.27 – A descida da família de Jacó para o Egito “garante a sua sobrevivência física, sua pureza racial e sua preservação espiritual”[8].

2. Gn 47.28-48.22 – Temos aqui as “provisões feitas por Jacó para a continuidade da aliança e sua ligação com a terra de Canaã”[9].

3. Gn 49.1-28 – A benção patriarcal profética de Jacó a seus filhos define o futuro daquele grupo na história e na geografia de Israel.[10]

4. Gn 49.29-50.26 – Os relatos das mortes de Jacó e de José deixam em aberto o cumprimento das promessas divinas e da esperança de retorno a Canaã debaixo da bênção de Deus.[11]

Concluindo – Lições para aprender da família de Jacó e da vida de José?

1)  Uma família, mesmo a melhor, tem problemas relacionais que devem ser resolvidos em família. Uma família dividida contra si mesma não subsiste;
2)  Dois tipos de experiências perigosas na vida de José: uma, quando uma pessoa é muito rebaixada; outra, quando uma pessoa é muito exaltada.
3)   Saber interpretar a ação divina em nossa vida; conhecer nosso lugar; e ver Deus como o nosso protetor e como o nosso juiz.

Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira 15/08/2014


[1] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, Editora Hagnos, Primeira Edição, 2006, p. 52.
[2] Ibid., p. 52.
[3] Ibid., p. 53.
[4] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 69.
[5] Pinto, p. 55.
[6] Ferreira, Júlio Andrade. Conheça sua Bíblia, Volume 1 – Gênesis a Levítico, LPC, 2008, p. 33.
[7] Pinto, p. 55.
[8] Ibid., p. 56.
[9] Ibid., p. 57.
[10] Ibid., p. 57.
[11] Ibid., p. 57.

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