No
estudo anterior, o do nono mandamento:
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Vimos que, no
nono mandamento, juntamente com o terceiro, somos lembrados de que as nossas
palavras têm consequências emocionais, sociais e espirituais. “O que dizemos pode preservar, defender,
condenar ou destruir uma pessoa. Mais ainda, pode dividir ou unir uma
comunidade.
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Vimos, também, as
proibições do nono mandamentos: a
mentira; juízos falsos e calunias; boatos falsos, fofocas e tagarelices; insultos, xingamento e maledicência; e falsidade e falsos profetas.
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E os deveres exigidos
pelo nono mandamento: amar e falar a
verdade; zelar pela boa reputação do próximo; e domínio próprio.
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Terminamos citando
o puritano Thomas Brooks (1608-1680) que disse o seguinte: “... nós conhecemos os metais pelo som que
produzem e os homens por aquilo que falam!”. Na verdade, as palavras que
saem da boca de um homem são uma expressão bem clara de quem ele é de fato.
Deus se preocupa muito com as palavras que proferimos por isso ele nos deu o
nono mandamento.
Nosso
estudo de hoje é sobre o décimo mandamento – Êxodo 20.17 – Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu
próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento,
nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.
O
décimo mandamento trata da raiz dos demais pecados: a cobiça do coração. Por isso esse último mandamento do decálogo
focaliza o pecado da cobiça. O
mandamento nos constrange a questionar a origem de nossas motivações e ações.
(cf. Mt 7.21, 22)
Observando
os seis últimos mandamentos, percebemos que eles são interligados. Reflita
comigo: Por cobiça os homens desonram aos
pais, matam, adulteram, furtam e mentem. Cobiçar é muito mais que querer; é querer
sem freios, é querer caprichosamente – tudo à minha volta deve dobrar-se,
imediatamente, ao meu desejo; é ansiar desastrosamente – obterei isso, nem que
me destrua e a outros no processo.[1] (cf. Tg 1.13-16)
Portanto,
o décimo mandamento é voltado diretamente para o coração e a mente de cada ser
humano. Ao proibir a cobiça, o mandamento, não apenas define o que devemos
fazer, mas também como devemos pensar. Claramente, ele nos pede para olharmos
profundamente para dentro de nós mesmo e refletirmos no que vemos. Ele trata
especificamente dos pensamentos que ameaçam as relações e que podem
potencialmente prejudicar a nos mesmos e às pessoas ao nosso redor.[2] (cf. 1Tm 6.7-10)
A
cobiça é muito mais grave do que uma enfermidade social. Quando a ganância, a avareza,
a luxúria e o eu são colocados acima de Deus na vida de uma pessoa, a cobiça
passa a ser idolatria, segundo as Escrituras – Cl 3.5-11; Ef 5.5; Fp 2.3, 4; Tg 4.2.
Há
um ditado que diz: a grama do vizinho
sempre é mais verde. Infelizmente esta é a atitude de muitos crentes. Eles
olham para a vida sempre com a perspectiva que a vida do próximo é melhor que a
sua. Agindo assim eles demonstram ingratidão para com as dádivas de Deus e
cobiça para com as coisas do próximo. Esse tipo de atitude constitui em quebra
do décimo mandamento.
Martinho
Lutero afirmava que o décimo mandamento
pretende dar o último golpe naqueles que pensam estar de pé, depois dos nove
mandamentos precedentes.[3] Porque
ele cria que esse mandamento se opõe a toda e qualquer forma de legalismo.
Concluindo
O
cristão precisa orientar os seus desejos na direção certa. O Senhor Jesus instrui, no Sermão do Monte,
como fazer isso – Mt 6.19-34. Os
relacionamentos adequados e produtivos, a sabedoria e o entendimento espiritual
são exemplos dos tesouros duradouros que Deus quer que nós desejemos[4] – Pv 2.3-6; 8.11, 19-21.
O
Breve Catecismo de Westminster, nas perguntas 80 e 81, afirma:
O décimo
mandamento exige pleno contentamento com a nossa condição, bem como disposição
para com o nosso próximo e tudo o que lhe pertence; e proíbe todo
descontentamento com a nossa condição, todo movimento de inveja ou pesar à
vista da prosperidade do nosso próximo e todas as tendências ou afeições
desordenadas a alguma coisa que pertence a ele. (cf. Hb 13.5;
Fp 4.11; Rm 12.15)
O
Catecismo de Heidelberg, pergunta 113, O que o décimo mandamento exige de nós?
Que nem mesmo
a menor inclinação ou pensamento contra qualquer dos mandamentos de Deus nunca
surja no nosso coração, mas que sempre odiemos o pecado com todo o nosso
coração, e nos deleitemos em toda a justiça.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 05/04/14
[1] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do
discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 26.
[2] Os Dez Mandamentos, Igreja de Deus Unida, EUA, 2012,
p. 64-66.
[3] Lição “Os Dez Mandamentos – Os Preceitos do Deus da
Aliança”, Editora Cultura Cristã, 1º Trimestre de 2014, Lição 12, p. 55.
[4] Os Dez Mandamentos, Igreja de Deus Unida, EUA, 2012,
p. 68.
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