sábado, 5 de abril de 2014

Décimo Mandamento

Êxodo 20.17

No estudo anterior, o do nono mandamento:

ð  Vimos que, no nono mandamento, juntamente com o terceiro, somos lembrados de que as nossas palavras têm consequências emocionais, sociais e espirituais. “O que dizemos pode preservar, defender, condenar ou destruir uma pessoa. Mais ainda, pode dividir ou unir uma comunidade.

ð  Vimos, também, as proibições do nono mandamentos: a mentira; juízos falsos e calunias; boatos falsos, fofocas e tagarelices; insultos, xingamento e maledicência; e falsidade e falsos profetas.

ð  E os deveres exigidos pelo nono mandamento: amar e falar a verdade; zelar pela boa reputação do próximo; e domínio próprio.

ð  Terminamos citando o puritano Thomas Brooks (1608-1680) que disse o seguinte: “... nós conhecemos os metais pelo som que produzem e os homens por aquilo que falam!”. Na verdade, as palavras que saem da boca de um homem são uma expressão bem clara de quem ele é de fato. Deus se preocupa muito com as palavras que proferimos por isso ele nos deu o nono mandamento.

Nosso estudo de hoje é sobre o décimo mandamento – Êxodo 20.17 – Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.

O décimo mandamento trata da raiz dos demais pecados: a cobiça do coração. Por isso esse último mandamento do decálogo focaliza o pecado da cobiça. O mandamento nos constrange a questionar a origem de nossas motivações e ações. (cf. Mt 7.21, 22)

Observando os seis últimos mandamentos, percebemos que eles são interligados. Reflita comigo: Por cobiça os homens desonram aos pais, matam, adulteram, furtam e mentem. Cobiçar é muito mais que querer; é querer sem freios, é querer caprichosamente – tudo à minha volta deve dobrar-se, imediatamente, ao meu desejo; é ansiar desastrosamente – obterei isso, nem que me destrua e a outros no processo.[1] (cf. Tg 1.13-16)

Portanto, o décimo mandamento é voltado diretamente para o coração e a mente de cada ser humano. Ao proibir a cobiça, o mandamento, não apenas define o que devemos fazer, mas também como devemos pensar. Claramente, ele nos pede para olharmos profundamente para dentro de nós mesmo e refletirmos no que vemos. Ele trata especificamente dos pensamentos que ameaçam as relações e que podem potencialmente prejudicar a nos mesmos e às pessoas ao nosso redor.[2] (cf. 1Tm 6.7-10)

A cobiça é muito mais grave do que uma enfermidade social. Quando a ganância, a avareza, a luxúria e o eu são colocados acima de Deus na vida de uma pessoa, a cobiça passa a ser idolatria, segundo as Escrituras – Cl 3.5-11; Ef 5.5; Fp 2.3, 4; Tg 4.2.

Há um ditado que diz: a grama do vizinho sempre é mais verde. Infelizmente esta é a atitude de muitos crentes. Eles olham para a vida sempre com a perspectiva que a vida do próximo é melhor que a sua. Agindo assim eles demonstram ingratidão para com as dádivas de Deus e cobiça para com as coisas do próximo. Esse tipo de atitude constitui em quebra do décimo mandamento.

Martinho Lutero afirmava que o décimo mandamento pretende dar o último golpe naqueles que pensam estar de pé, depois dos nove mandamentos precedentes.[3] Porque ele cria que esse mandamento se opõe a toda e qualquer forma de legalismo.

Concluindo

O cristão precisa orientar os seus desejos na direção certa.  O Senhor Jesus instrui, no Sermão do Monte, como fazer isso – Mt 6.19-34. Os relacionamentos adequados e produtivos, a sabedoria e o entendimento espiritual são exemplos dos tesouros duradouros que Deus quer que nós desejemos[4]Pv 2.3-6; 8.11, 19-21.

O Breve Catecismo de Westminster, nas perguntas 80 e 81, afirma:

O décimo mandamento exige pleno contentamento com a nossa condição, bem como disposição para com o nosso próximo e tudo o que lhe pertence; e proíbe todo descontentamento com a nossa condição, todo movimento de inveja ou pesar à vista da prosperidade do nosso próximo e todas as tendências ou afeições desordenadas a alguma coisa que pertence a ele. (cf. Hb 13.5; Fp 4.11; Rm 12.15)

O Catecismo de Heidelberg, pergunta 113, O que o décimo mandamento exige de nós?

Que nem mesmo a menor inclinação ou pensamento contra qualquer dos mandamentos de Deus nunca surja no nosso coração, mas que sempre odiemos o pecado com todo o nosso coração, e nos deleitemos em toda a justiça.

Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira 05/04/14



[1] Nascimento, Misael Batista do. Os primeiros passos do discípulo, Editora Cultura Cristã, 2011, p. 26.
[2] Os Dez Mandamentos, Igreja de Deus Unida, EUA, 2012, p. 64-66.
[3] Lição “Os Dez Mandamentos – Os Preceitos do Deus da Aliança”, Editora Cultura Cristã, 1º Trimestre de 2014, Lição 12, p. 55.
[4] Os Dez Mandamentos, Igreja de Deus Unida, EUA, 2012, p. 68.

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