A Palavra de Deus – ensino e orientação para a vida

Salmo 119.97-104

Na semana passada, expomos a décima segunda estrofe do Salmo 119, 119.89-96, que começa com décima segunda letra do alfabeto hebraico Lâmed e significa aguilhão. Essa letra era usada para identificar o numeral 30 e é normalmente transliterada como a letra l em português. Nosso tema foi: A Palavra do Senhor e o Compromisso Cristão – para sempre.

Nossa estrofe, de hoje, do Salmo 119 é 97-104 e começa com a décima terceira letra do alfabeto hebraico Men que significa água fluindo. Essa letra era usada para identificar o numeral 40 e é normalmente transliterada como a letra M em português.

A essência da estrofe está entre duas exclamações começadas por quanto (97) e quão (103). O quanto amo a tua lei do v.97, mostra o prazer subjetivo na palavra que é ensinada pelo Senhor da palavra e; o quão doces são as tuas palavras do v.103, mostra o prazer objetivo na palavra, isto é, a experiência da aplicação do ensino da Palavra.

Nosso tema de hoje é A Palavra de Deus – ensino e orientação completa para a vida.

I. A Palavra de Deus – ensino completo para a vida – vv.97-100

1. v.97 – o amor a Palavra nos leva à meditação diária nela – leitura, estudo e aplicação.

a. Paulo no NT aconselha essa pratica diária – 1Tm 4.13.

2. v.98 – a prática da meditação diária (leitura, estudo e aplicação) na Palavra de Deus concede o benefício da sabedoria (entendimento) superior a todas as ameaças da carne, do mundo e do diabo.

a. Observar o contrate entre a sabedoria do alto e a da terra – Tg 3.13-18.

3. v.99 – essa mesma prática concede também uma cosmovisão bíblica (compreensão) maior que a dos mestres humanos.

a. Esse era o desejo e o motivo da oração de Paulo pelos irmãos do NT – Ef 3.14-21; Cl 3.12-17.

4. v.100 – e também concede um discernimento da verdade maior e melhor que a tradição humana.

a. Paulo aconselha a Timóteo a buscar esse discernimento na Palavra – 1Tm 4.6-16.

Aqui, nos vv.97-100, “somos ensinados que a palavra deliciosa instrui a mente: na medida em que o amor à palavra faz com que meditemos prolongadamente nela, recebemos uma sabedoria superior a todas as ameaças, maior que a sabedoria humana, melhor que a tradição”.[1]

II. A Palavra de Deus – orientação completa para a vida – vv.101-104

O amor a Palavra que leva à meditação diária nela

“ensina o que devemos evitar e o que devemos fazer”[2].

1. O que devemos evitar, segundo as Escrituras?

a. Devemos evitar todo o mau caminho – v.101a.

b. Devemos evitar nos afastarmos do ensino da Palavra – v.102a.

2. O que devemos fazer, segundo as Escrituras?

a. Observar a Palavra de Deus – v.101b.

b. Ser ensinável pela Palavra de Deus – v.102b.

3. v.103 – A Palavra de Deus é “a voz educadora do próprio Senhor, e é intrinsecamente prazerosa”[3].

a. Cabe aqui (101-103) o Salmo 1!

4. v.104 – esse verso é um sumário conclusivo.

Concluindo

“Em suma (104), este é o caminho para uma mente sadia (entendimento, compreensão e discernimento da verdade), para emoções confiáveis (detesto) e para uma vida justa (caminho). Observe a sequência: a meditação constante (97-99) transforma-se em obediência (100), o poder da palavra para mudar nossa vida. Obediência (101) nascida do reconhecimento da divina autoridade da palavra (102) transforma-se em prazer (103)”.[4]

Pr. Walter Almeida Jr.

CBL Limeira - SP 

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[1] D. A. Carson, Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, pg. 861.

[2] Ibid., pg. 861.

[3] Ibid., pg. 861.

[4] Ibid., pg. 861.

Promessas Cumpridas (4)

Miqueias 5.2-5a

Nos estudos anteriores vimos:

1º) A primeira promessa do Salvador – Gn 3.15. Concluímos afirmando que Gálatas 4.4, 5 deixa isso bem claro – “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.

2º) As Promessas feitas a Abraão, a Isaque e a Jacó – Gn 12.1-3 (terra, grande nação, proteção e descendência abençoadora). Concluímos conferindo o cumprimento das promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó.

3º) A Promessa do Grande Profeta (Dt 18) e A Promessa do Grande Rei (2Sm 7).

Hoje, quero concluir nossa série de estudos sobre as promessas cumpridas sobre a 1ª vinda de Jesus Cristo começando com Miqueias 5.2-5a e o seu cumprimento. Mas também citar Daniel 9.25 e Isaías 7.14 e seus cumprimentos.

Um texto e três profecias – Miqueias 5.2-5a

Essa passagem antevê a primeira vinda do Messias, o Cristo (v.2), um intervalo de tempo – a época atual da Igreja (v.3a) e o tempo depois da segunda vinda de Cristo – (5.3b-5a).

1. O lugar do nascimento de Jesus Cristo – v.2 – Belém-Efrata ficava ao sul de Jerusalém. Cidade onde nasceu o rei Davi e onde, posteriormente, Cristo nasceria como seu descendente, o Rei dos reis.

a. Belém significa casa de pão – a região era conhecida como produtora de cereais.

b. Efrata significa fértil – porque tinhas muitas vinhas e olivais.

c. A origem do Rei – ... desde os tempos antigos, desde a eternidade. – fala da preexistência de Cristo.

d. Seu cumprimento na plenitude do tempo – Mateus 2.1.

2. Intervalo de tempo – v.3 – é uma referencia ao período entre a rejeição do Messias (Cristo) em sua primeira e a sua segunda vinda. Essa é a época da Igreja ou o tempo dos gentios, onde Israel rejeita Cristo, o Messias, mas pela conversão ou no futuro reino milenar voltará a Deus.

a. v.3a – Portanto, o SENHOR os entregará até ao tempo... – intervalo de tempo. (Rm 11.25)

b. v.3b – ... em que a que está em dores tiver dado à luz... – à virgem Maria dá a luz a Jesus, o Messias, que inicia o novo tempo. Essa profecia se cumpriu 700 anos depois em Lc 1.2-2.4.

c. v.3c – ... então, o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. Temos aqui uma profecia com duplo cumprimento: 1º) Referindo-se à conversão de Israel do seu cativeiro de pecados, como diz o texto: todo o que invocar o nome do Senhor será salvo (Rm 10.11-13; 11.1-10); 2º) Referindo-se à sua segunda vinda e o Milênio (Rm 11.25-36).

3. O tempo depois do intervalo – v.4 – temos aqui também uma profecia com duplo cumprimento, um na época atual e outro no futuro reino milenar.

a. Em nossa época – Cristo se manterá firme e apascentará o seu povo (igreja), suprindo todas as sua necessidades ... na força do SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles (Igreja do Senhor) habitarão seguros... Esse povo do Senhor, engrandecera o Senhor com a pregação do Evangelho do Senhor ... até aos confins da terra.

b. Futuro Reino Milenar – refere-se também ao reino milenar de Cristo, assentado no trono de Davi – (Is 9.6, 7; 14.24). Um real tempo de paz – v.5a.

Concluindo – Mais dois textos proféticos e seus cumprimentos:

1º) Profecia – Daniel 9.25 – Cumprimento – Lucas 2.1-7.

2º) Profecia – Isaías 7.14 – Cumprimento – Mateus 1.18-23 (Lucas 1.26-35)

Deus cumpriu todas as promessas feitas para a vinda do Messias, o Cristo Jesus, por isso ele é digno de confiança e cumprirá todas as suas promessas restantes sobre a segunda vinda de Cristo! Encerramos nossos estudos com Apocalipse 22.12-17:

E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira. Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã. O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.

Receita de Ano Novo

Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

(Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997)

A Palavra de Deus e o Compromisso Cristão – para sempre

Salmo 119.89-96

Na semana passada, expomos a décima primeira estrofe do Salmo 119, 119.81-88, que começa com décima primeira letra do alfabeto hebraico kaf e significa “palma da mão”. Esta letra era usada para indicar o numeral 20. Normalmente é transliterada como a letra “k” em português. Nosso tema foi “A oração e a Palavra de Deus – regra para o presente e esperança para o futuro”.

Nossa estrofe, de hoje, do Salmo 119 é 89-96 e começa com décima segunda letra do alfabeto hebraico Lâmed que significa aguilhão. Essa letra era usada para identificar o numeral 30 e é normalmente transliterada como a letra l em português.

A palavra hebraica que é traduzida por para sempre no v.89 e por nunca no v.93 é a mesma, e divide a estrofe em duas partes: 1ª) Parte – A Palavra do Senhor – é para sempre e; 2ª) Parte – O compromisso pessoal com a Palavra do Senhor – é para sempre também.

“O pensamento se move da palavra no céu (89) para a palavra desfrutada pessoalmente (92), e depois desta (93) para a palavra em sua própria natureza ilimitada (96).”[1]

Nosso tema de hoje é A Palavra do Senhor e o Compromisso Cristão – para sempre.

I. A Palavra do Senhor – para sempre – v.89-92

1. v.89 – Assim como o céu, morada de Deus, existe para sempre, a Palavra de Deus também!

a. Tua palavra (89), que expressa a natureza e a vontade do Senhor, é o ponto fixo no céu![2]

b. A Palavra de Deus está firmemente estabelecida no céu (89), e é de valor infinito (96).[3]

c. Para sempre... firmada... no céu. A Palavra de Deus jamais mudará e sempre será espiritualmente relevante.[4]

d. A Palavra de Deus é firme, constante e segura. A Palavra de Deus está firmada para sempre. E este fato tem implicações tremendas sobre a vida de todos os seres humanos quer eles gostem disso ou não![5]

2. vv.90, 91 – A fidelidade de Deus é que sustenta a criação de geração em geração. O Salmista percebe que existe uma analogia entre a fidelidade de Deus na criação e a fidelidade de Deus na Sua Palavra. As duas são fixas, constantes e imutáveis. Por causa da constância que podemos observar no mundo criado nós podemos ter a certeza de que Deus será sempre fiel à Sua aliança feita conosco. Se a Palavra de Deus é suficiente para criar e sustentar todo o universo, ela certamente é suficiente para sustentar um indivíduo![6] (Conf.: Hb 1.3b; 11.3)

a. v.91b – ... tudo se mantem até hoje; porque ao teu dispor estão todas as coisas. – Está claro, aqui, para o salmista, que o Deus soberano que criou todas as coisas, está também no controle de todas as coisas que criou! (Conf.: Rm 11.36)

3. v.92 – O salmista reconhece que a Palavra que sustenta o universo é a mesma Palavra que sustenta os filhos de Deus em qualquer época e situação neste mundo, cada vez mais angustiante e tenebroso.

II. O Compromisso Cristão – para sempre – vv.93-96

1. v.93 – A Palavra eterna do Deus eterno “dá durabilidade à pessoa que tem prazer nela. Isso leva naturalmente ao compromisso, pois a palavra que guardou da morte trouxe também”[7] vida.

2. v.94 – Esse compromisso com a Palavra é uma marca naqueles que são salvos pelo Senhor! “Esta é uma oração completa com um argumento poderoso. Somos de Deus através da criação, da eleição e da redenção”[8]. Precisamos nos consagrar a Deus, para vivermos e sermos usados por Ele.

3. v.95 – O salmista, como já vimos anteriormente nos vs. 69, 78 e 85, continua no mesmo período de hostilidade, mas, independente desta situação e de todos os sentimentos que o assolavam, ele deliberadamente resolveu preocupar-se em centrar a sua vida na Palavra de Deus, que declara quem Deus é, o que fez e o que continua a fazer!

4. v.96 – O compromisso do salmista em buscar a excelência da vida na Palavra de Deus está no fato de que a Palavra de Deus é de conteúdo ilimitado! (Conf.: Mt 24.35)

Concluindo

Que a viva e eficaz Palavra de Deus possa discernir os pensamentos e propósitos do nosso coração e nos levar, pelas misericórdias de Deus, a uma apresentação de nossas vidas como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que deve ser o nosso culto racional, e que isso nos ajude a não nos conformarmos com este século, mas que nos transforme, diariamente, pela renovação da nossa mente, para que experimentemos qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Conf.: Hb 4.12; Rm 12.1, 2)

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[1] D. A. Carson, Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, pg. 860.

[2] Ibid., pg. 860.

[3] Charles C. Ryrie, A Bíblia de Estudo Anotada – Expandida, pg. 590.

[4] Jonh MacArthur, Bíblia de Estudo, pg. 776.

[5] Rev. Alexandros Meimaridis – Apostila de Exposição do Salmo 119, pg. 32.

[6] Ibid., pg. 32.

[7] Carson, pg. 860.

[8] Alexandros, pg. 33.

Promessas Cumpridas (3)

Deuteronômio 18.15-22; 2 Samuel 7.1-17

Em nossos dois estudos anteriores, expomos os textos de Gênesis 2.4-4.26 e Gênesis 12-28.

1º) Expusemos Gênesis 2.4-4.26 do seguinte modo: 1º) A criação e o Criador – Gn 2.4-24; 2º) A mais triste passagem da Bíblia – Genesis 3.1-24; e 3º) As consequências da queda na humanidade – Gênesis 4.1-26; 4º) A primeira promessa do Salvador – Gn 3.15. Concluímos afirmando que Gálatas 4.4, 5 deixa isso bem claro – “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.

2º) Expusemos Genesis 12-28 do seguinte modo: 1) Promessas feitas a Abraão – Gn 12.1-3 (terra, grande nação, proteção e descendência abençoadora); 2) Promessas feitas a Isaque – Gn 17.15-22; 26.1-6; e 3º) Promessas feitas a Jacó – Gn 28.10-17. Concluímos conferindo o cumprimento das promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó.

Hoje, vamos expor 1º) Deuteronômio 18.15-22 – A Promessa do Grande Profeta;  e 2º) A Promessa do Grande Rei – 2 Samuel 7.1-17.

I. A Promessa do Grande Profeta – Deuteronômio 18.15-22

1. v.15 (19) – “um profeta... semelhante a mim... – o pronome singular enfatiza o Profeta definitivo que viria”[1] – O Messias (Jesus).

2. “Tanto o AT (Dt 34.10) como o NT (At 3.22, 23; 7.34) interpretam essa passagem como uma referência ao Messias vindouro, que, como Moisés, receberia e pregaria revelação divina (a mensagem do Reino) e guiaria seu povo (cf.: Jo 1.21, 25; 43-45; 6.14; 7.40)”[2].

3. As semelhanças entre Moisés e Jesus foram vistas em outros vários aspectos, como:

a.    suas vidas poupadas quando crianças – Êx 2; Mt 2.13-23;

b.   renunciaram a corte real – Fp 2.5-8; Hb 11.24-27;

c.    tiveram compaixão de seu povo – Nm 27.17; Mt 9.36;

d.   intercederam pelo povo – Dt 9.18; Hb 7.25;

e.    falaram com Deus face a face – Êx 34.29, 30; 2 Co 3.7;

f.     foram mediadores de uma aliança – Dt 29.1; Hb 8.6, 7.

II. A Promessa do Grande Rei – 2 Samuel 7.1-17 (2 Cr 17.1-15)

Essa passagem registra “o estabelecimento da aliança davídica, a promessa incondicional do Senhor a Davi e sua posteridade”[3] (cf. 23.5). Mais de 40 textos bíblicos individuais estão diretamente relacionados a esses versículos que são de vital importância para a compreensão da “promessa irrevogável de Deus em que um rei da linhagem de Davi governará para sempre”[4] (v.16).

Embora esse texto não seja chamado de aliança aqui, é em 2Sm 23.5. Essa é a quarta das cinco alianças incondicionais e irrevogáveis feitas por Deus na Bíblia. As três primeiras são: 1ª) A aliança com Noé – Gn 9.8-17; 2ª) A aliança com Abraão – Gn 15.12-21; e 3ª) A aliança levítica ou sacerdotal – Nm 3.1-18; 18.1-20; 25.10-13.

1. vs.1-3 – Davi, um rei com visão e boas intenções e Natã um profeta de Deus. Uma observação aqui: “Nenhum dos dois havia consultado a Deus sobre esse projeto”.

2. vs.4-7 – Deus revela a Natã a sua vontade e redireciona os projetos de Davi.

a.    v.4 – Palavra do Senhor a Natã

b.   vs.5-7 – Duas perguntas do Senhor sobre o projeto do rei Davi:

Edificar-me-ás tu casa para minha habitação?

Por que não me edificais uma casa de cedro?

Repostas: “Portanto, contrário às intenções e suposições de Davi, Deus não queria uma casa naquele momento e não queria que Davi a construísse.”[5]

3. vs.8-16 – Esses versículos mostram as promessas de Deus feitas a Davi:

a.    vs.8-11 – promessas que se cumpriram durante a vida de Davi:

O Senhor lhe deu um grande nome;

O Senhor designou um lugar para Israel em seu reinado;

O Senhor deu descanso a Davi de todos os seus inimigos.

b.   vs.12-16 – promessas que se cumpriram depois da morte de Davi:

    O Senhor deu a Davi um filho para se assentar em seu trono nacional – Salomão;

   O Senhor deu a Davi um descendente (filho) que seria rei para sempre – o Messias, Jesus Cristo – Hb 1. 5, 8; Is 9.6, 7; Lc 1.32, 33.

    v.16 – "... tua casa... teu reino... teu trono... – Em Lc 3.32b, 33 há a indicação de que esses três termos foram cumpridos em Jesus".[6]

Concluindo

Em Jesus temos o cumprimento das promessas do AT sobre a vinda do Messias.

Nos livros proféticos do AT, são muitas as passagens que aludem a vinda e a vida do Messias, o Filho de Davi, a Raiz de Judá , o Renovo de Jessé, sobre o qual estaria o Espírito de Deus em toda a sua plenitude (Is 11. 1, 2; Jr 23. 5; Ez 34. 23ss; 37.24ss; Os 3. 5; Mq 2.13; 5.1ss; Zc 3.8; 6.12; 9.9). A vinda do Messias também instauraria um novo pacto, diferente de todos os demais, onde os corações seriam renovados e transformados em morada do próprio Espírito de Deus (Jr 31.31-34; Ez 36.23-27; Jl 3.1).

Cada profeta contribuiu com uma parte da descrição do Messias que viria. Um rico e harmonioso quadro a respeito dele emergia das Escrituras, deixando claro ao povo escolhido a certeza de sua vinda, e a necessidade de sua preparação para aquele grande dia.

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[1] John MacArthur, Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 255.

[2] Ibid., pg. 255.

[3] Ibid., pg. 402.

[4] Ibid., pg. 402.

[5] Ibid., pg. 402.

[6] Ibid., pg. 402.

Finalmente...

Hoje, agora pela manhã, orando, lendo e estudando a Palavra de Deus, me deparei com este texto em 1Pedro 3.8-12:

⁸Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, ⁹não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. ¹⁰Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; ¹¹aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. ¹²Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.

Ouvi a voz do Senhor: “... quer amar a vida e ver dias felizes...”! Que coisa, como diria meu  inesquecível amigo, Rev. Donaldo! E eu estava orando pelo Natal, Final de Ano e sobre os planos para o ano que vem e o Senhor, simplesmente, sem nenhum blábláblá, arrepio, anjo, sonho, visão ou barulho, diz: “Finalmente, sede...”

Preciso orar como o Rev. Fred Souto “Tantas vezes, Senhor, com os olhos cheios de lágrimas, o coração partido pela dúvida e a mente buscando as memórias que nos permitirão continuar andando, olhamos para céu em busca do socorro. Tu és o nosso socorro, refúgio e fortaleza para esses dias. Por isso, sempre seremos gratos pela misericórdia, bondade e amor com que tens cuidado de nós. Oramos em nome de Jesus. Amém!”

Por enquanto, não tenho mais nada que dizer, só meditar!

A Oração e a Palavra de Deus – regra para o presente e esperança para o futuro

Salmo 119.81-88

Na semana passada, expomos a decima estrofe do Salmo 119, 119.73-80, que começa com decima letra do alfabeto hebraico Yode e significa “mão”. Era usada para indicar o numeral 10 e normalmente era transliterada como a letra Y em português e soa como a letra i. Nosso tema foi Reconhecimento e Intercessão.

Nossa estrofe de hoje do Salmo 119 é 81-88, que começa com decima primeira letra do alfabeto hebraico kaf e significa “palma da mão”. Esta letra era usada para indicar o numeral 20. Normalmente é transliterada como a letra “k” em português.

Quando lemos esta estrofe percebemos logo de inicio que as aflições na vida de quem busca viver em temor a Deus, neste mundo hostil, é continua. Observamos, na vida do salmista, que os “oponentes são os mesmo (85, conf.: 69, 78), o sofrimento é imerecido”[1] (86) e ele parece ter chegado ao fim de suas forças.

Olhando a estrofe por este ângulo, os vv.81-84 exprimem urgência e a oração é para que o Senhor mude aquela situação; e os vv.85-88 formam uma oração por ajuda e renovação das forças.

Na verdade, a estrofe toda é uma oração que “expõe diante do Senhor os fatos e as necessidades da vida e está é a principal lição a ser aprendida, a de que, quando já não aguentamos mais, existe”[2] um refugio segura chamado oração. Ela é o maior remédio!

Diante dessa situação, nosso tema de hoje é “A oração e a Palavra de Deus – regra para o presente e esperança para o futuro”.

                                                                              

I. A Oração e a Palavra de Deus – regra para o presente – v.83, 87, 88

1. v.83

a.       a oração – reconhece a real situação interna do momento;

b.      a Palavra – esclarece os fatos.

2. v.87

a.       a oração – reconhece a real situação externa do momento;

b.      a Palavra – firma os passos.

3. v.88

a.       a oração – reconhece quem, de fato, pode resolver tudo;

b.      a Palavra – mostra o caminho da obediência.

II. A Oração e a Palavra de Deus – esperança para o futuro – vv.81, 82, 84-86

1. v.81

a.       a oração – afirma a esperança;

b.      a Palavra – de onde vem a esperança.

2. v.82

a.       a oração – mostra o que se passa no coração;

b.      a Palavra – fortalece as convicções.

3.  v.84, 85

a.       a oração – pede esclarecimentos (discernimento);

b.      a Palavra – traz os esclarecimentos.

4. v.86

a.       a oração – percebe de onde vem a injustiça e pede ajuda;

b.      a Palavra – é verdadeira e por ela temos esperança.

Concluindo

A oração, simples, com confiança e no nome de Jesus, e a fiel Palavra de Deus, devem continuar sendo para nós uma regra para o presente e a nossa esperança para o futuro. Pensemos um pouco no que disse nosso Senhor Jesus e o apóstolo Paulo:

Senhor Jesus:

Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

João 16.33

Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

João 17.17

Apóstolo Paulo:

Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.

Romanos 8.18

 

Conf.: Romanos 8.24-39

 

Pr. Walter Almeida Jr.

CBL Limeira – 16/12/12

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[1] D. A. Carson, Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, pg. 860.

[2] Ibid., pg. 860.

Promessas Cumpridas (2)

Gênesis 12.1-3; 17.15-22; 26.1-6; 28.10-17

Introdução

Em nosso estudo anterior, vimos o texto de Gênesis 2.4-4.26, que “descreve três etapas em que a sociedade humana se degenerou de sua perfeição apresentada”[1] em Gênesis 1.31: 1º) O desafio ao mandamento divino – Gn 3.6; 2º) O primeiro assassinato – Gn 4.8; e 3º) A vingança, 70x7, maior realizada por Lameque – Gn 4.24. Essa passagem nos ajuda a entender e explicar os efeitos do pecado de forma simples, mas, ao mesmo tempo, profunda.

Observamos e expusemos o texto do seguinte modo: 1º) A criação e o Criador – Gn 2.4-24; 2º) A mais triste passagem da Bíblia – Gênesis 3.1-24; e 3º) As consequências da queda na humanidade – Gênesis 4.1-26; 4º) A primeira promessa do Salvador – Gn 3.15.

Concluímos afirmando que Gálatas 4.4, 5 deixa isso bem claro – “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.

Hoje, a partir de Genesis 12, vamos observar as promessas para a vinda do Messias feitos a Abraão, Isaque e Jacó (posteriormente Israel) e os seus cumprimentos.

Uma coisa importante de se observar, aqui, é que “durante todo Antigo Testamento, o fio condutor que liga os diferentes livros e os torna uma impressionante unidade é a promessa da vinda do Messias (o Ungido)”[2].

I. Promessas feitas a Abraão – Gênesis 12.1-3

O chamado de Abraão foi acompanhado de algumas promessas feitas pôr Deus. Dentre elas, temos três que são as mais importantes delas encontradas no texto: 12.1-3; cf. At 7.2, 3; Hb 11.8. Essas são enfatizadas de modo especial no restante do livro e são básicas para o entendimento do restante do Antigo Testamento.

1. Primeira – a promessa da terra (12.1, 7; 15.18-21). A seção do livro de 12.4 a 14.24 mostra a confirmação de sua fé nesta promessa (13.12; 14.6, 17, 18, 19, 21).

2. Segunda – a promessa de ser uma grande nação (12.2). A seção do livro de 15.1 a 17.27 mostra a confirmação de sua fé nesta promessa (15.2, 4, 18; 16.1-3; 16.12; 17.7, 8, 11; 17.16, 19, 21).

3. Terceira – a promessa de proteção e descendência abençoadora (12.3; 18.18; 22.18). A seção do livro de 18.1 a 19.38 mostra a confirmação de sua fé nesta promessa (18.16-19; 18.22, 23; 19.16, 29).

a.      Aqui temos a promessa da descendência – Gn 12.3b; 15.1-6; 17.1-8; Gl 3.6-14.

II. A promessa feita a Isaque – Gênesis 17.15-22; 26.1-6

Deus confirma a promessa feita a Abraão e faz a promessa também a Isaque, enfatizando os mesmos três importantes elementos anteriores:

1. Primeiro – terra – Gn 26.2b, 3 – “Fica na terra que eu te disser; habita nela, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e a tua descendência darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz a Abraão, teu pai.”

2. Segundo – grande nação – Gn 26.4a – “Multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e lhe darei todas estas terras.”

3. Terceiro – proteção e descendência abençoadora – Gn 26.3b, 4b, 5 – “... e confirmarei o juramento que fiz a Abraão, teu pai. Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra; porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.”

III. A promessa a feita Jacó – Gênesis 28.10-17

Deus confirma a promessa feita a Abraão e a Isaque e faz a promessa também a Jacó, enfatizando os mesmos três importantes elementos anteriores:

1. Primeiro – a terra – Gn 28.13 – “Perto dele estava o SENHOR e lhe disse: Eu sou o SENHOR, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência.”

                                                                                             

2. Segundo – grande nação – Gn 28.14a – “A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul.”

3. Terceiro – proteção e descendência abençoadora – Gn 28.14b, 15 – “Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido.”

Concluindo

1º) O cumprimento da promessa feito a Abraão está em Mateus 1.1; Atos 3.25; Gálatas 3.16.

2º) O cumprimento da promessa feito a Isaque está em Mateus 1.2; Hebreus 11.17-20.

3º) O cumprimento da promessa feito a Jacó está em Mt 1.2; Lc 1.54, 55; 2.28-32

Pr. Walter Almeida Jr.

CBL Limeira - 13/12/12

(Estudo do Grupo Pequeno da Comunidade Batista Livre de Limeira) 

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[1] D. A. Carson, Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, pg. 103.

[2] Oliveira, Kelson Mota T. – Cristologia, pg. 2.