Hebreus 9
Em
nosso estudo anterior, no capítulo 8 com o tema: Jesus estabeleceu uma aliança superior vimos, em dois pontos,
que:
ð 1º) Jesus
estabeleceu uma aliança superior porque o seu sacerdócio (ministério) é tanto
mais excelente (superior) – vv.1-6a;
e
ð 2º) Jesus
estabeleceu uma aliança superior que está confirmada em melhores promessas – vv.6b-13.
Terminamos afirmando que a Nova
Aliança promete um coração transformado e obediente, o privilégio de conhecer e
pertencer ao Senhor, intimidade com ele e perdão total e perpetuo de pecados. E,
não é de admirar que, o versículo 6
diga: Jesus Cristo é mediador de
uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas.
Então, no capítulo anterior, vimos a visão do autor
sobre a Antiga Aliança e sobre a Nova Aliança inaugurada por nosso Senhor Jesus
Cristo, mediador de uma melhor aliança.
Agora, ele, olha para o Tabernáculo do Antigo
Testamento, onde ministravam os sacerdotes levitas da Antiga Aliança, que,
embora belíssimo e impressionante, não dava ao pecador acesso real a Deus.
Contudo, isto é algo que Cristo, que ministra no próprio céu, concedeu ao
pecador. Por isso, ele é sacerdote de um santuário ou tabernáculo superior.[1]
O autor ensina essa verdade de forma simples e de
fácil acompanhamento: 1º) Ele considera o antigo tabernáculo e seis
objetos encontrados ali, concluindo que a velha dispensação não dava acesso
verdadeiro e direto a Deus (vv.1-10);
2º) Ele traça um contraste entre o que Cristo fez e onde ministra,
apresentando sete fatos que, ao concluir, nos garante que por meio de Jesus
Cristo temos verdadeiro e direto acesso a Deus (vv.11-14); e 3º) Ele convida os crentes da Nova Aliança para
olhar o que Cristo fez no passado, o que Ele está fazendo agora e o que fará no
futuro (vv.15-28).[2]
Portanto, hoje, vamos estudar o capítulo 9 com o tema: Jesus estabeleceu um santuário superior.
Faremos isso em três pontos: 1º) No passado: o Tabernáculo terrestre com os
seus objetos – nenhum acesso – vv.1-10;
2º) No presente: o Tabernáculo celestial – acesso total – vv.11-14; 3º) Olhando para traz, para
cima e para frente – vv.15-28.
I. No passado: o Tabernáculo
terrestre com os seus objetos – nenhum acesso – vv.1-10
1. A primeira coisa dita pelo
autor sobre o serviço que se realizava no santuário
terrestre, o culto divino, era
uma ordenança de Deus – v.1.
2. vv.2-5 – Aqui temos uma descrição do tabernáculo com seus objetos:
a planta do tabernáculo, os seus móveis e utensílios e o serviço que era
realizado nele. Tudo isso, é claro, apontava para Jesus Cristo e eram as figuras
das coisas que estão no céu (v.23a). A tenda do
tabernáculo era dividida em duas partes: lugar santo e o lugar santíssimo ou
santo dos santos.
a.
v.2 – No lugar santo, o primeiro... que se chama o santuário.
Estavam:
ð O candelabro de ouro com seis hastes (Êx
25.31-40) – aponta para Jesus Cristo, luz do mundo e para a igreja como
filhos da luz (Jo 8.12; Ef 5.7-14).
ð A mesa da proposição e os pães (Êx
25.23-30) – aponta para Jesus Cristo, o Pão da Vida ou o Pão que desceu do
céu para satisfazer a fome espiritual do seu povo (Jo 6.32-47).
ð O altar do incenso (v.4a; Êx 30.1-10) – onde o sacerdote queimava incenso duas vezes ao dia e
apontava para Jesus Cristo, o nosso intercessor diante de Deus (Hb 7.24, 25; Rm 8.33, 34).
b. v.3-5 – Mas depois do segundo véu... o santo dos santos (v.3) – Estavam:
ð v.4a – ... o incensário de ouro... – Embora estivesse fora do Santo Lugar (Êx 30.6), o escritor de Hebreus
descreve o altar de ouro dentro do Santo dos Santos porque ele pensa, em
primeiro lugar, no papel do altar na liturgia do dia da Expiação, pois nesse
dia o sumo sacerdote leva o incenso desse altar para o ligar santíssimo. Isso
só acontecia uma vez por ano (Lv 16.12,
13).[3]
ð v.4b – ...e a arca da aliança,
coberta de ouro toda em redor... –
A madeira da arca simboliza a humanidade de Cristo e a sua cobertura de ouro a
Sua divindade. Além disso a arca da aliança simboliza a direção de Deus na vida
do seu povo, o poder de Deus no meio do seu povo e a pureza e santidade de Deus
entre o seu povo[4]
(cf. Nm 10.33-35; Js 3.6; 15-16; 1Sm
7.1-4) Dentro da arca da aliança estavam:
· v.4c
– ...um vaso de ouro, que
continha o maná... – Para trazer à
memória do povo a provisão de Deus em tempos de angustia (cf. Êx 16.32, 33).
· v.4d – ...e a vara de Arão, que tinha florescido... – Guardada como símbolo da ressureição e da
vida, pois a vara de Arão, depois de morta veio a florescer (cf. Nm 17.8; Jo 11.25)
· v.4e – ...e as tábuas da aliança... – As tabuas da Lei, escritas por Deus no Monte
Sinai, deveriam acompanha o povo de Israel pelos séculos dos séculos (cf. Êx 25.16, 21; 40.20; Dt 10.1-5)
ð v.5
– A tampa da arca era um propiciatório feito de ouro com um querubim em cada
extremidade. Anualmente, no dia da expiação, o sumo sacerdote entrava no santo
dos santos e derramava o sangue do cordeiro no propiciatório (cf. Lv 6). Espiritualmente, o sangue do
cordeiro morto cobria o pecado da transgressão da Lei, da rebelião e da murmuração,
representado pelos três objetos que estavam dentro da arca. Tudo isso aponta
para Jesus Cristo que, através do seu sacrifício removeu o nosso pecado e as
nossas culpas perante Deus[5] (cf. Rm 3.23-25; 1Jo 2.2; 4.10)
3. vv.6-10 – Aqui o autor destaca três
informações sobre a deficiência do tabernáculo terrestre:
a.
1ª) Ele era inacessível para o povo – v.6, 7 – Ninguém podia entrar no tabernáculo, exceto os sacerdotes
no lugar santo e o sumo sacerdote, no santo dos santos, uma vez por ano. O povo
fica do lado de fora da tenda.
b.
2ª) Ele era temporário – v.8
– Foi designado, temporariamente, por Deus por um período para tipificar Jesus
Cristo e a sua obra salvadora. Jesus rasgou o véu que impedia o acesso a Deus (Mt 27.50, 51).
c.
3ª) Ele era ineficaz espiritualmente – v.9, 10 – Todo o ritual, dons e sacrifícios realizados e oferecidos
no tabernáculo terrestre eram ineficazes para perdoar pecados e promover a
salvação, bem como, mudar o coração e a consciência do povo pecador. Portanto,
o serviço prestado no tabernáculo era ritual externo, imposto e não opcional, e
temporário até a primeira vinda de Jesus Cristo.[6]
II.
No presente: o Tabernáculo celestial – acesso total – vv.11-14
Após apresentar as deficiências do tabernáculo
terrestre da Antiga Aliança, o autor descreve as razões da superioridade do
tabernáculo celestial.[7] Com
isso, ele, faz um contraste entre o ministério antigo e o ministério de Cristo.
1. O ministério celestial foi construído por Deus – v.11 – a sua origem é divina, a sua natureza é celestial e a sua
existência é eterna ou definitiva.
2. No tabernáculo celestial realizou-se o sacrifício superior – vv.11-14 – o santuário celestial é
superior ao terreno por causa do sacrifício que nele foi realizado. Temos aqui
cinco argumentos:
a.
Ele é superior por causa da pessoa que oferece o sacrifício – Jesus
Cristo – v.11.
b.
Ele é superior por causa da preciosidade do sacrifício de Jesus Cristo –
v.12a (cf. 1Pe 1.18, 19).
c.
Ele é superior por causa da permanência do sacrifício – uma vez só – v. 12b.
d.
Ele é superior por causa do poder do sacrifício – eterna redenção – v12c. (cf. Jo 1.29)
e.
Ele é superior por causa do resultado alcançado – v.13, 14 – ...purificará as vossas
consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo. Transformados interiormente, os crentes, são
agora pessoas diferentes, que realmente adoram e servem o Deus vivo. Eles não
somente têm acesso a Deus com também são convocados para o seu serviço.
III. Olhando
para traz, para cima e para frente – vv.15-28
O autor continua fazendo um contraste entre a
experiência do povo do tempo da Antigo Testamento com a vivida pelos crentes,
hoje, mediante o que o Senhor Jesus Cristo fez por eles.[8] Para
deixar bem claro seu ensino, ele usa três argumentos:
1. Olhando
para traz: O que Cristo fez no passado – veio ao mundo – vv.15-23 – O Senhor Jesus veio ao
mundo e morreu a morte necessária à salvação dos pecadores. Assim, ele
realmente cumpriu tudo o que os tipos do Antigo Testamento falavam de forma
figurada. O fato de crermos, sermos novas criaturas em Cristo, termos todos os
pecados perdoados, termos a Deus como Pai e desfrutarmos do acesso a ele se
deve ao Gólgota. Tais bênçãos, e inúmeras mais, são minhas, em razão da cruz e
somente por causa da cruz.[9]
2. Olhado
para cima: O que Cristo está fazendo agora – comparecendo no céu – vv.24-28a – Quando o Senhor Jesus
Cristo morreu, carregou a plena penalidade do pecado que era devida pela
humanidade pecadora. Cristo levou os pecados de todos. O Pai o aceitou
completamente e, assim, Cristo está perpetuamente no céu. Ele, agora, nos
representa diante do Pai. A própria presença dele no céu proclama que não resta
nenhuma condenação a ser carregada pelo crente.[10] (cf. Rm 8.1-4)
2. Olhando
para frente: O que Cristo fará no futuro – aparecerá do céu e descerá à terra –
v.28b – Desta
vez ele não virá tratar do pecado, já o fez em sua primeira vinda. Não virá
salvar pecadores, mas juntar todos os pecadores que foram salvos pelo
derramamento de seu sangue.[11]
Concluindo – A Nova Aliança não
somente nos dá acesso agora a Deus, como também um lar eterno em sua glória
celeste! É ali que nosso Redentor crucificado está neste momento e sua presença
ali assegura nossa aceitação. Onde ele está, estaremos também.[12]
[1] Olyott, Stuart. A Carta aos Hebreus bem explicadinha,
Editora Cultura Cristã, 2012, p. 76.
[2] Ibid., p. 76, 82.
[3] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 1700.
[4] O Tabernáculo, Cristo e o Cristão. Série Antigo
Testamento 2. Editora Cristã Evangélica, Estudo 13, p. 56.
[5] Casimiro, Arival Dias. Revista Exposição Bíblica –
Estudos Expositivos na Carta aos Hebreus, Z3 Editora, 2013, 10ª Lição, p. 45.
[6] Ibid., p. 46, 47.
[7] Ibid., p. 47.
[8] Olyott, p. 82.
[9] Ibid., p. 85.
[10] Ibid., p. 86.
[11] Ibid., p. 88.
[12] Ibid., p. 88.
Muito bom aprendi muito
ResponderExcluirComo apreendi, sobre Hebreus 9. Muito boa explicação.
ResponderExcluirotimo estudo parabens walter
ResponderExcluirMuito maravilhoso este estudo amei.
ResponderExcluirObrigada, conteudo bem explicado
ResponderExcluirObrigada tirei muitas dúvidas.
ResponderExcluirNÃO resta dúvida quanto ao ensino acerca da Superioridade de Jesus Cristo e que nós somos o tabernáculo vivo onde Ele quer habitar em verdadeira Santidade.
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