sexta-feira, 15 de maio de 2015

Estudos Bíblicos da Fé Batista Livre (7) - O que cremos sobre a Salvação

Efésios 2.1-10

Em nosso estudo anterior: O que cremos sobre o Espírito Santo, vimos o assunto em três pontos:

ü  1º) Cremos que o Espírito Santo é uma pessoa; 2º) Cremos que o Espírito Santo é Deus; e 3º) Cremos na obra do Espirito Santo na salvação.

Terminamos citando os três princípios bíblicos, que cremos, sobre a doutrina do Espírito Santo: 1º) O Espírito Santo é Deus – ele é igual, coexistente e coeterno com o Pai e o Filho. Ele possui todos os atributos da divindade; 2º) O Espírito Santo é quem convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo – e assim, ele habita, santifica, capacita e guia os crentes, mantendo-os firmes e perseverantes na fé; e 3º) A ordem de Deus é para todos os crentes sejam cheios do Espírito Santo. (Ef 5.18)

Hoje, em nosso estudo da Fé Batista Livre, vamos ver a doutrina da salvação que na teologia sistemática é chamada de Soteriologia. Nosso assunto está em cinco capítulos do Manual de Fé, ou seja, nos capítulos 8 ao 12. Os três primeiros sobre o chamamento do Evangelho, o arrependimento e a fé, que dizem respeito à condição da salvação: o que uma pessoa precisa fazer para que a regeneração lhe seja aplicada. Os dois últimos sobre a regeneração, a justificação e a santificação, que apresentam a obra básica que o Senhor faz na pessoa que crê ao lhe aplicar a salvação.[1]

Assim sendo, o nosso tema é: O que cremos sobre a Salvação. Veremos esse assunto em três pontos: 1º) Cremos no chamado do Evangelho para a salvação; 2º) Cremos na condição para a salvação; e 3º) Cremos na aplicação da salvação.

I. Cremos no chamado do Evangelho para a salvação – Capítulo 8

O chamamento do evangelho e a expiação são co-extensivos a todos os homens, tanto pela Palavra como pelas compulsões do Espírito, de tal modo que a salvação é tornada igualmente possível para todos e, se alguém deixa de receber a vida eterna, a falta é inteiramente sua.[2]

Isto envolve a primeira obra do Espírito Santo na vida de um pecador – a convicção de pecado. A obra do Espírito inclui convencer os incrédulos de seus pecados e da verdade do evangelho. E esse é o primeiro passo para trazer o ser humano caído à salvação. (Cf. João 16.8)[3]

Se Deus deixasse o homem a sua própria iniciativa e verbalmente apenas lhe oferecesse a salvação em Cristo, ninguém o escolheria. Apesar da liberdade para escolher ainda estar presente no homem, sua situação é tal que não poderia exercer esta liberdade (depravação, preso pelo pecado, cegado por Satanás).[4] (Cf. João 6.44) O homem caído, portanto, é incapaz, em sua condição natural, de aceitar a oferta do evangelho. Ele está preso pelo pecado e a depravação total, torna-o incapaz de qualquer bem, inclusive exercitar a sua fé.[5]

Portanto, a primeira obra do Espírito Santo no pecador é a convicção capacitadora ou pré-regeneradora que torna possível, ele, receber a dádiva do evangelho pela fé e então ser regenerado. Desta forma, o dilema da depravação total é resolvido e ao mesmo tempo a liberdade da vontade humana é respeitada por Deus. Esta graça capacitadora liberta a vontade que estava outrora presa pelas circunstâncias e faz com que a escolha individual seja possível. É a isso que chamamos de chamado ou chamamento do Evangelho.[6]

Esboçando o capítulo 8 do Manual, temos quatro pontos que tornam claro esse ensino:

1.    O chamamento do evangelho e a expiação são co-extensivos a todos os homens... – O chamado do evangelho em si mesmo é uma oferta genuína de salvação a todos em todo lugar, baseado no fato de que Jesus tornou a salvação realmente possível para todos na Sua obra expiatória. Mas, o chamado do evangelho, somente é eficaz quando o pecador responde em fé à obra capacitadora e persuasiva do Espírito Santo e, portanto, libera o Espírito a efetuar o restante dos resultados do chamado; isto é, aplicar a obra redentora da cruz e a ressurreição à salvação do que crê.[7] (Cf. Mc 16.15; Is 45.22; Pv 8.4; Is 55.1; Ap 22.17)

2.    ... tanto pela Palavra como pelas compulsões do Espírito... – Quando o Manual liga a Palavra de Deus às “compulsões” do Espírito, ele o faz consciente da necessidade da Palavra para todas as partes da experiência da salvação. (Cf. Rm 10.17) Esta é a obra do Espírito Santo no pecador que o traz ao ponto de uma escolha livre por ou contra Deus. Ela inclui: (1) convicção (convencimento) do pecado; (2) persuasão da verdade do evangelho e, por fim, (3) capacitação do pecador para crer. Assim, no momento em que o pecador ouve o Evangelho e o Espírito Santo o convence do pecado e o capacita à fé, alguns creem e outros não. O Espírito opera esta capacitação graciosa tanto no que crê e é salvo quanto no que rejeita e é condenado para sempre.[8] (Cf. Jl 2.28; Jo 16.8; 1.9; Isa 55.11; Lc 2.30-32)

3.    ... de tal modo que a salvação é tornada igualmente possível para todos... – Aqui, temos a primeira consequência desse ensino do chamado do Evangelho, a possibilidade da salvação que é oferecida a todos ser recebida por todos. A salvação foi providenciada para todos na morte expiatória de Cristo, mas é aplicada somente aos que creem (Cf. Tt 2.11-14; Ef 1.1-13). Jesus não morreu com o propósito ou a intenção de salvar todos, senão, todos seriam salvos, já que os propósitos finais de Deus são sempre cumpridos. Porém ele morreu para providenciar uma expiação que é suficiente para e disponível a todos.[9] (Cf. 1Tm 2.4; At 10.34; Ez 33.11; 2Pe 3.9)

4.    ... e, se alguém deixa de receber a vida eterna, a falta é inteiramente sua. A segunda consequência desta doutrina é a crença na responsabilidade de cada pessoa por seu destino eterno. Isto não significa que o indivíduo contribui ou tem méritos para a salvação ou faz qualquer coisa para conquistá-la. Significa simplesmente que o indivíduo deposita livremente sua fé em Cristo como meio de sua salvação e assim cumpre a condição que o próprio Deus soberano estabeleceu.[10] (Cf. Os 13.9; Pv 1.24-31; Is 65.12; Jr 7.13, 14; Zc 7.11-13; Jo 5.40; Mt 23.37)

II. Cremos na condição para a salvação – Capítulos 9 e 10

Aqui temos dois aspectos da mesma condição: arrependimento e fé.

1.    Arrependimento

O arrependimento requerido pelo evangelho inclui profunda convicção, tristeza penitente, confissão pública, aversão decisiva e abandono completo do pecado em todas as suas formas. Deus exige esse arrependimento de todos os homens: se não se arrepender em vida, o pecador terá de perecer eternamente.[11]

[12]Arrependimento vem da palavra grega metanoeō, que é traduzida como “me arrependo”, e significa mudar a maneira de se pensar. Ela se refere a uma mudança completa de pensamento e atitude (disposição interna), uma mudança que envolva a pessoa como um todo: sua vontade, pensamentos e sentimentos.

É uma meia volta, deixando o pecado e se voltando para Deus. Um excelente exemplo é o que Paulo afirma dos tessalonicenses – 1Ts 1.9Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro...

Os teólogos geralmente fazem uma distinção entre arrependimento e fé, usando arrependimento para enfatizar o lado negativo – abandono do pecado; e é usada para enfatizar o lado positivo – se voltar para Deus.

O significado de arrependimento, quando a palavra é usada para apresentar um dos aspectos da condição de salvação, está bem expressa na declaração do Manual, que lista os principais elementos envolvidos no arrependimento:

a.    Profunda convicçãoO pecador deve primeiro estar convencido de sua pecaminosidade. Isto começa com a obra do Espírito Santo em sintonia com o chamado do Evangelho e ele capacita o indivíduo a tomar as decisões que se seguem.

b.   Tristeza penitenteEsta é uma tristeza segundo Deus, como Paulo indica em 2Co 7.10.

c.    Confissão pública Isto significa concordar com Deus quanto à natureza do pecado como também quanto à culpa pelo pecado.

d.   Aversão decisivaEsta aversão é mais da vontade do que das emoções, significando o repúdio e a rejeição de seu próprio pecado.

e.    Abandono completo do pecado em todas as suas formasCom isto se completa o aspecto de deixar o pecado. Sem o abandono, não há arrependimento genuíno.

2.   

A fé que salva consiste do assentimento da mente às verdades fundamentais da revelação, da aceitação do evangelho, por meio da influência do Espírito Santo e da firme crença e confiança em Cristo. O fruto da fé é a obediência ao evangelho. O poder de crer é um dom de Deus, mas a fé é um ato da criatura humana, exigido como condição do perdão, sem a qual o pecador não pode obter salvação. De todos os homens é requerido que creiam em Cristo e aqueles que prestam obediência a essa exigência tornam-se filhos de Deus mediante a fé.

Assim como o arrependimento, o significado de fé, quando a palavra é usada para apresentar um dos aspectos da condição de salvação, está bem expressa na declaração do Manual, que lista os principais elementos envolvidos na fé salvadora:[13]

a.    A natureza da fé – A primeira e a segunda frase do Manual sobre a fé salvadora enfatizam quatro verdades sobre sua natureza:

1)   A fé que salva consiste do assentimento da mente às verdades fundamentais da revelação... por meio da influência do Espírito Santo... – Isto é, convicção ou convencimento. Novamente vemos que isto se inicia com a persuasão que faz parte da obra graciosa pré-regeneradora do Espírito Santo que possibilita a fé.

2)   ... da aceitação do evangelho, por meio da influência do Espírito Santo e da firme crença... – isto é, compromisso que requer uma decisão pessoal de se colocar nas mãos de Cristo como Salvador e Senhor.

3)   ... e confiança em Cristo. Isto significa uma confiança dependente em Jesus para a salvação, indicando que a pessoa coloca a sua alma e sua vida em Deus, através de Cristo.

4)   O fruto da fé é a obediência ao evangelho. Isto indica que a fé salvadora se estabelece pela fidelidade aos princípios do Evangelho, isto é, não somente fé para a salvação, mas fé perseverante.

b.   A possibilidade da fé – A terceira frase do Manual sobre a fé salvadora enfatiza duas verdades sobre ela:

1)   O poder para crer é dom de Deus. Assim, a possibilidade da fé é dom de Deus.

2)   Deus não coloca fé diretamente naquele que crê. É a pessoa que crê e esta não é uma atividade imposta à sua vontade pela ação irresistível do Espírito. Fé é uma decisão livre, apesar de requerer a capacitação dada pelo Espírito.

Nenhuma passagem da Bíblia fala da fé salvadora como sendo um dom direto de Deus. Um bom exemplo é Efésios 2.8, 9, onde Paulo usa a palavra fé que é um substantivo feminino no original grego enquanto o termo isto é neutro[14]. A palavra isto, portanto, se refere ao conteúdo de toda a frase anterior: a salvação não vem de nós, mas é dom de Deus.

c.    A função da fé – A última frase do Manual sobre a fé salvadora enfatiza duas verdades também:

1)   Tecnicamente, a fé inclui o arrependimento. São dois lados da mesma moeda; a condição básica da salvação. Não se pode ter fé sem arrependimento e não se pode ter arrependimento sem fé. Os dois incluem deixar o pecado e se voltar para Deus.

2)   Fé é aceitação, tomar uma decisão, colocar sua confiança em, não sendo em si mesma uma obra. A fé não é a base ou a razão para a salvação. A fé, por si mesma, não tem mérito.

Em realidade, fé é estender mãos vazias a Deus, oferecendo a Ele nada mais do que a nossa aceitação de Sua oferta gratuita e graciosa, admitindo que não se possa fazer nada para se salvar e que é necessário se colocar inteiramente em Deus.
Fé é a livre aceitação de uma dádiva graciosa e imerecida.

III. Cremos na aplicação da salvação – Capítulos 11 e 12[15]

Aqui vemos a obra que Deus faz ao aplicar os frutos da obra redentora de Cristo àqueles que, tendo sido capacitados pela obra graciosa pré-regeneradora do Espírito Santo, aceitam sua oferta de salvação pelo arrependimento e a fé. Três palavras descrevem isto: As primeiras duas, regeneração e justificação, acontecem instantaneamente; a terceira, santificação, se inicia neste mesmo momento e continua ao longo da vida do crente.

1.    Regeneração

O homem é um ser decaído e pecador, pelo que também deve ser regenerado a fim de obter a salvação. Essa transformação é uma renovação instantânea do coração por intermédio do Espírito Santo, mediante a qual o pecador arrependido recebe uma vida nova, torna-se filho de Deus e se dispõe a servi-lo. As Escrituras chamam isso de nascer de novo, nascer do Espírito Santo, ser vivificado, passar da morte para a vida e participar da natureza divina.

A declaração do Manual sobre a regeneração é melhor entendida se apresentada, brevemente, em três pontos.

a.    A necessidade de regeneração é indicada na primeira oração. Sendo todos os seres humanos culpados de pecado e depravados, a necessidade é universal. Assim, não há salvação sem regeneração.

b.   O agente da regeneração é indicado pela frase “por intermédio do Espírito Santo”. A obra do Espírito Santo é de restaurar o pecador que crê, à vida espiritual e a um conhecimento e relacionamento pessoal com Deus. A presença do Espírito no que crê é o sinal e o selo disto. (Cf. Jo 3.5; Tt 3.5)

c.    A natureza ou significado da regeneração se expressa na última oração do parágrafo que apresenta a regeneração através de várias formas bíblicas.

ð A regeneração é nascer de novo ou nascer do Espírito – Jo 3.3-7.
ð A regeneração é nascer de Deus – 1Jo 5.1.
ð A regeneração é ser vivificado da morte espiritual – Ef 2.1-6; Jo 5.24.
ð A regeneração é ser lavado – Tt 3.5.
ð A regeneração é se tornar participante do Espírito Santo – Hb 6.4.
ð A regeneração é se tornar participante da natureza divina – 2Pe 1.4.

Portanto, a regeneração é se tornar espiritualmente vivo, ou seja, o espírito de uma pessoa é vivificado e leva a um relacionamento vivo e pessoal com Deus. Resumindo, ela se torna filho de Deus (Rm 8.16; João 1.17).

Concluímos, então que, antes da regeneração, a vontade da pessoa está presa e inclinada ao pecado. A “carne” – isto é, a natureza depravada – reina com pouca resistência e a pessoa anda de acordo com a carne. Depois da regeneração, a escravidão da vontade é quebrada e esta é inclinada em direção a Deus e o espírito regenerado reina – apesar da natureza carnal estar ativa e criar um “cabo de guerra” dentro do crente (Gl 5.17). A pessoa regenerada anda, isto é, se comporta “segundo”, ou de acordo com, o Espírito (Rm 8.1-4).


2. Justificação.

Para facilitar o entendimento dessa doutrina vamos usar, também, um breve esboço de três pontos:

a.     A necessidade da justificação é vista no fato de que todos pecaram. Sendo que todos são culpados, a necessidade é universal. Este é o ensino de Romanos 1-3.

b.   O meio usado para a justificação – A base para a nossa salvação se encontra na expiação, isto é, na morte e ressurreição de Cristo. Jesus pagou em sua totalidade a penalidade pela quebra da lei de Deus e Ele cumpriu perfeitamente esta lei. Os resultados disto são aplicados à nossa conta (“imputado a nós”) quando cremos em Cristo. Portanto, a justificação é baseada na teoria da satisfação penal da expiação. Deus é justo e justificador daquele que tem fé em Jesus (Rm 3.26). A condição para a justificação é a fé (Gl 3.11; Hc 2.4) e o método é por imputação. Isto significa que a retidão de Cristo diante de Deus é considerada como sendo nossa, quando nos identificamos com Ele pela fé.

c.    O significado da justificação – Quando o Manual se refere a isto, ele usa a palavra perdoada, significando o perdão pelo pecado e posição de retidão diante de Deus. Pela justificação o pecador que crê é absolvido de sua culpa pelo pecado e restaurado ao favor divino.

Especialmente em Romanos, Paulo fala da justificação como “a justiça de Deus”. Em sua origem isto significa ser justo diante de Deus. Quando a justiça de Cristo é imputada ao crente, ele se torna legalmente inocente de transgressão diante de Deus. Nenhum pecado é imputado à sua conta. A penalidade por todos os pecados daquela pessoa foi inteiramente paga e retirada de nossa conta em virtude da dupla imputação descrita em 2Coríntios 5.21nossos pecados foram imputados a Cristo e a sua justiça diante de Deus foi imputada a nós.

Assim, justificação pode ser definida como o ato gracioso de Deus pelo qual, devido à obra de Cristo, o pecador que crê se encontra justo diante de Deus.

3. Santificação

A declaração sobre santificação do Manual é muito sucinta e por isso é necessário, também, que o assunto seja apresentado em um breve esboço de três pontos:

a.    O significado de santificação. A palavra santificação significa separação. Santificar significa, literalmente, separar ou tornar santo. Biblicamente significa separar para Deus e para seu uso exclusivo. Portanto, está implícito se tornar como Deus em espiritualidade, consagração e santidade. O Manual usa as palavras de 2Pedro 3.18 declarando a santificação como “crescimento na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”.
b.   O agente da santificação é o Espírito Santo. O crescimento em santidade é o resultado da obra do Espírito na vida do cristão, influenciando-o para a santidade de coração e vida, e trabalhando para produzir o fruto do Espírito (Gl 5.22-23).

c.    Os meios de santificação são importantes e devem ser usados pela pessoa. Apesar de o Espírito Santo ser o agente, o crente deve usar os meios que Deus providenciou para a sua santificação. Em 2Pedro 1.5-8 temos o que chamamos de meios de graça santificadora. Dentre estes existem quatro que são especialmente importantes: (1) oração, (2) a Palavra, (3) a Igreja (sua vida, comunhão, adoração e ordenanças) e (4) serviço.

d.   A natureza da santificação. Biblicamente falando, a santificação tem três aspectos, às vezes chamado dos três tempos da santificação: 1) santificação inicial ou posicional – que ocorre imediatamente na conversão, quando o cristão é separado como pertencente a Deus; 2) santificação progressiva – que se inicia na conversão, mas que é um processo contínuo de crescimento e desenvolvimento da vida cristã e; 3) santificação futura ou final – quando a obra de santificação estiver completa e o cristão passar a viver com Deus como produto final, confirmado em santidade e com a natureza depravada finalmente erradicada permanentemente.

Concluindo – Três considerações breves:

1)   Quando uma pessoa é regenerada, justificada e santificada, ela é adotada na família de Deus com plenos direitos de filho e herdeiro (Ef 1.5). Ela é unida em Cristo e nesta união com Ele, Deus considera que os crentes possuem todos os méritos de Cristo e isto é a base para a imputação da Sua justiça, como discutido acima.

2)   Nosso ponto de vista da ordem das diferentes experiências da salvação é o seguinte: Começamos com a Palavra e a graça capacitadora como sendo o chamado do Evangelho, pela instrumentalidade do Espirito Santo na sua obra de convencimento. Em seguida, vem o arrependimento e a fé, como resultado da decisão da pessoa e, finalmente, com as condições divinas cumpridas, vem a justificação e a regeneração – estas duas sempre ocorrem concomitantemente, tanto cronológica quanto racionalmente.

3)   Nossas doutrinas da salvação nos distinguem dos calvinistas, que defendem a salvação incondicional; nos distinguem dos wesleyanos, que defendem a santificação como uma ação instantânea que geralmente ocorre após a conversão e coloca a pessoa em um estado sem pecado; e nos distinguem de alguns cristãos que separam o arrependimento da fé e dizem que o arrependimento não é necessário para a salvação, geralmente reduzindo a fé a um assentimento intelectual à verdade e não incluem nela o elemento de compromisso com Cristo.

Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira



[1] Picirilli, Robert E. Estudo da Doutrina Batista Livre, Lição 7 – O que cremos sobre a Salvação, p. 1.
[2] Manual de Fé e Prática dos Batistas Livres do Brasil, 4ª Edição, 2014, Capítulo VIII – O Chamamento do Evangelho, p. 10.
[3] Picirilli, Robert E. Estudo da Doutrina Batista Livre, Lição 6 – O que cremos sobre o Espírito Santo e Sua Obra, p. 7, 8.
[4] Picirilli, Robert E. Estudo da Doutrina Batista Livre, Lição 6 – O que cremos sobre o Espírito Santo e Sua Obra, p. 7, 8.
[5] Ibid., p. 8.
[6] Ibid., p. 8.
[7] Ibid., p. 9.
[8] Ibid., p. 10.
[9] Picirilli, Robert E. Estudo da Doutrina Batista Livre, Lição 5 – O que cremos sobre a Obra Redentora de Cristo, p. 5-7.
[10] Picirilli, Lição 6, p. 10.
[11] Manual, Capítulo IX – Arrependimento, p. 10.
[12] Picirilli, Robert E. Estudo da Doutrina Batista Livre, Lição 7 – O que cremos sobre a Salvação, p. 1-3. Neste ponto o estudo segue a Lição 7, Ponto I – Condição da Salvação – Arrependimento, adaptados à nossa realidade local e com cortes e acréscimos que julguei necessário, nas páginas já citadas.
[13] Picirilli, Robert E. Estudo da Doutrina Batista Livre, Lição 7 – O que cremos sobre a Salvação, p. 3, 4. Neste ponto o estudo segue a Lição 7, Ponto I – Condição da Salvação – Fé, adaptados à nossa realidade local e com cortes e acréscimos que julguei necessário, nas páginas já citadas.
[14] N.T. – Em grego há três gêneros de substantivos: masculino, feminino e neutro.
[15] Picirilli, Robert E. Estudo da Doutrina Batista Livre, Lição 7 – O que cremos sobre a Salvação, p. 5-9. Neste ponto o estudo segue a Lição 7, Ponto II – A Aplicação da Salvação – Regeneração, Justificação e Santificação, adaptados à nossa realidade local e com cortes e acréscimos que julguei necessário, nas páginas já citadas.

Um comentário:

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