Nos
estudos anteriores, no livro de Levítico:
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Vimos o propósito geral do livro que é a instrução sobre a adoração reverente nacional e individual a Deus
em sua santidade, apresentando as condições para que Israel se aproximasse
d’Ele e preservasse Sua presença santa entre o povo. E que a sua ênfase
principal é a santidade de Deus e a Sua
exigência de santidade por parte de seu povo.
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O estudo
panorâmico de Levítico foi dividido em três partes: 1ª) A maneira apropriada para
aproximar-se de Deus e cultuá-lo – Lv
1-10; 2ª) A maneira apropriada para a pureza física, moral e espiritual – Lv 11-16; e 3ª) A maneira apropriada para
a consagração de toda a vida a Deus – Lv
17-27.
Hoje,
vamos começar o estudo panorâmico no livro
de Números, fazendo uma breve introdução ao livro e vendo a sua primeira
parte.
I. Introdução ao Livro de Números
Assim
como os outros livros da Lei, Números, também, tem o seu nome em português
vindo da Septuaginta e da Vulgata enfatizando os dois recenseamentos nele
registrados (Nm 1-4, 26). O nome
hebraico vem da quinta palavra do texto hebraico de Nm 1.1b – “... no deserto de...”.
Esse nome enfatiza a história de Israel em seus 40 anos de peregrinação no
deserto. Um outro nome que alguns pais da igreja usavam para o livro está
baseado na primeira palavra do texto hebraico em Nm 1.1a – “E falou...”,
dando ênfase ao fato de o livro registrar a Palavra de Deus para Israel.
Os
primeiros cinco livros da Bíblia, dos quais Números é o quarto, são atribuídos a
Moisés em toda a Escritura – Js 8.1; 2Rs
14.6; Ne 8.1; Mc 12.26; Jo 7.19. No próprio livro de Números temos
referências aos escritos de Moisés – 33.2;
36.13. “O livro deve ter sido escrito por volta de 1405 a.C., antes da
importante transição na liderança, de Moisés para Josué”[1].
Números
combina história e legislação como nenhum outro livro do Pentateuco, mas
utiliza tríades e obedece a um estilo que aparece em outros livros da Lei. Por
exemplo: Há três locais de revelação
– Sinai, Cades e as planícies de Moabe; três incidentes de murmuração; seis
oráculos de Balaão, divididos em dois grupos de três; e a lista de paradas
durante a peregrinação de Israel pelo deserto com 42 nomes dispostos em três
grupos distintos – 33.3-9; 33.10-36;
33.37-49.[2]
O
livro registra as experiências de duas gerações de israelitas. A primeira
geração participou do êxodo para fora do Egito, e a história dela vai de Êx 2.23 até Números 14, quando
recusou-se a entrar na Terra Prometida (14.1-10)
e foi sentenciada a morrer no deserto por essa rebelião ao seu Deus (14.26-38 – todos os homens de 20 anos para cima, exceto Josué e Calebe, pereceram
no deserto).
Entre
os capítulos 15 e 25 as duas
gerações se sobrepõem e a primeira se extingue quando a segunda se torna
adulta. Assim, com a segunda contagem do povo, começa a história da segunda
geração que foi a guerra e herdou a terra – 26.1-56; vv.2, 52-56. A história da segunda geração estende-se
pelos livros de Deuteronômio e Josué.
O
livro de Números serve ao propósito de demonstrar como Deus age em fidelidade
para com a Sua Aliança, apesar da resistência obstinada do povo escolhido. A
promessa de conceder a terra de Canaã a Israel será cumprida, ainda que seja
retardada pela incredulidade e infidelidade do povo. Números mostra, também,
como Deus usou o deserto para preparar uma geração disposta a confiar Nele e
cumprir a Sua vontade em plena dependência.[3]
Números
contém três divisões distintas baseadas na resposta de Israel à Palavra de
Deus: 1ª) Obediência – a experiência da
primeira geração – Nm 1-10; 2ª) Desobediência – uma
experiência amarga – Nm 11-25; e
3ª) Obediência Renovada – a
experiência da segunda geração – Nm
26-36.[4] São
esses os pontos que vamos usar para o nosso estudo do livro.
II. Primeira Parte: Obediência – a experiência da primeira geração –
Nm 1-10
Esses dez primeiros capítulos relatam os preparativos
finais de Israel, necessários para a conquista da terra de Canaã. Aqui, Deus
falou a Israel por intermédio de Moisés e Moisés e Israel responderam de
maneira obediente.[5]
1. Israel foi organizado logisticamente para seu tempo de
caminhada e acampamento no deserto – 1.1-4.49.
a. A avaliação
do poderio militar de Israel – 1.1-54.
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A ordem e as
orientações para o senso vem de Deus – vv.1-16.
ð
Os resultados do
senso mostram uma mudança de status do povo, de um clã para uma nação – vv.17-46.
ð
A tribo de Levi é
separada para servir a Deus no tabernáculo – vv.47-54.
b. A organização
das doze tribos de Israel é feita com o tabernáculo como seu centro – 2.1-34.
ð
O tabernáculo na
posição central e as tribos ao seu redor – vv.1,
2;
ð
A leste do
tabernáculo – Judá, Issacar e Zebulom – vv.3-9;
ð
Ao sul do
tabernáculo – Rubén, Simeão e Gade – vv.10-16;
ð
A tribo de Levi
deveria cercar o tabernáculo – v.17;
ð
A oeste do
tabernáculo – Efraim, Manasses e Benjamim – vv.18-24;
ð
Ao norte do
tabernáculo – Dá, Aser e Naftali – vv.25-31;
A organização do acampamento de Israel foi realizado
de acordo com as orientações de Deus à Moisés – vv.32-34.
2. Um censo especial é feito para definir a posição e o
papel dos levitas entre o povo – 3.1-4.49.
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3.38 –
Moisés, Arão é suas famílias recebem um lugar dentro do acampamento próximo ao
tabernáculo, como ministros especiais de Israel.[6]
3. Antes de Israel partir do Sinai é declarada a
importância da pureza e dedicação a Deus em uma legislação específica –
5.1-6.27.
a. A sociedade
de Israel, em todas as suas esferas, precisa ser caracterizada pela pureza – 5.1-31.
b. A devoção a
Deus no seu serviço precisa ser caracterizado por um estilo de vida de
consagração de acordo com as condições Dele – 6.1-27.
4. Dedicação nacional e um sistema de pronta resposta às
orientações de Deus são os últimos preparativos para a peregrinação –
7.1-10.10.
a. Antes de
prosseguir a viagem deveria haver uma dedicação nacional de Israel – 7.1-9.14.
b. A Páscoa
deveria ser celebrada em lembrança da libertação de Israel do Egito – 9.1-14.[7]
c. Um sistema de
orientação divina e pronta resposta da nação é desenvolvida – 9.15-10.10.[8]
ð
A orientação
divina era dada por meio de uma coluna de nuvem de dia e uma coluna de fogo de
noite, que pairava sobre o tabernáculo – 9.15-23.
ð
A resposta do
povo era direcionada por toques claros de duas cornetas de prata, que também
indicavam as ocasiões especiais na vida de Israel – 10.1-10.[9]
Concluindo – Lições da primeira parte:
1) Deus não somente cumpre as suas promessas bíblicas,
mas ele prepara tudo para que seja para a sua glória e para o bem do seu povo.
2) Deus só exige uma coisa do seu povo – obediência à sua
Palavra.
3) Durante o nosso tempo aqui no mundo, até que Cristo
volte, o Senhor é o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida.
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 31/10/14
[1] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento
no Antigo Testamento, Editora Hagnos, Primeira Edição, 2006, p. 122.
[2] Ibid., p. 124.
[3] Ibid., p. 121.
[4] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 182.
[5] Ibid., p. 183.
[6] Pinto, p. 141.
[7] Ibid., p. 143.
[8] Ibid., p. 144.
[9] Pinto, p. 144.
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