No
estudo anterior, no livro de Levítico, vimos:
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Na introdução ao estudo do livro: O significado do seu nome: assuntos dos levitas ou o que é relativo aos levitas; as questões
relativas à autoria e à data são resolvidas pelo versículo final do livro – Lv 27.24;
o caráter orientador
do livro; que Levítico trata de um Deus
santo e de um povo chamado a ser santo; que o propósito geral do livro é a instrução sobre a adoração reverente
nacional e individual a Deus em sua santidade, apresentando as condições para
que Israel se aproximasse d’Ele e preservasse Sua presença santa entre o povo;
e que a sua ênfase principal é a
santidade de Deus e a Sua exigência de santidade por parte de seu povo.
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A primeira parte de Levítico: A maneira apropriada para aproximar-se de
Deus e cultuá-lo – Lv 1-10: 1º) Através dos sacrifícios estabelecidos
por Deus – 1.3-7.38; e 2º) Através da liderança do sacerdócio
araônico – 8.1-10.20.
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Terminamos com as lições da primeira parte: 1ª) Assim como Deus instituiu os diversos
sacrifícios e ofertas para consagração, comunhão e perdão de Israel, ele enviou
seu filho amado, Jesus, para ser o sacrifício definitivo para salvação da
humanidade – cf.: Jo 1.17; 3.16;
2ª) Assim como foi Deus quem escolheu o sacerdócio araônico, ele é quem
escolhe hoje a liderança da sua igreja – cf.: Ef 4.11, 12; 3ª) Assim como Deus corrigiu o erro dos primeiros
sacerdotes, hoje ele também disciplina seus filhos e a liderança da sua igreja
– cf.: Hb 12.5-8.
Hoje,
vamos continuar nosso estudo, na segunda parte de Levítico: A
maneira apropriada para a pureza física, moral e espiritual – Lv 11-16.
Nesses
seis capítulos “são tratadas as prescrições sobre a impureza. Deus usou as
questões concretas de vida que ele havia classificado como limpo/imundo para
inculcar repetidamente sobre Israel a diferença entre o que era santo e o que
era profano. Limpo significa aceitável a Deus; imundo significa inaceitável
a Deus. Levítico 11-15 detalham o código de pureza e Levítico 16 fala sobre os sacrifícios do dia da expiação.”[1]
Assim,
essa parte do livro dá sequência à instrução aos sacerdotes dada em Lv 10.10, 11, apresentando distinções
detalhadas entre o santo e o profano e
entre o imundo e o limpo, estabelecendo os métodos de tratar desta.[2]
Uma
coisa que precisamos ter em mente é que para Israel, a realidade era dividida
entre o santo – o próprio Deus e tudo o que era colocado à parte para ele ou
intimamente associado a ele, e o profano
– todo o resto. É importante observar que
o oposto de santo não era pecaminoso, mas profano. Profano significa, basicamente, a situação comum, costumeira e
ordinária das coisas do mundo em que vivemos. Portanto, o estado normal era que
as pessoas e coisas fossem profanas e limpas, mas a contaminação de qualquer
espécie pode torná-las imundas.[3]
Com
isso em mente, vamos dividir o nosso tema de hoje em três pontos para melhor
compreensão da maneira apropriada para a pureza física, moral e espiritual: 1º) A maneira apropriada para a pureza física
– Lv 11-15; 2º) A maneira apropriada
para a pureza moral – Lv 11.44, 45;
e 3º) A
maneira apropriada para a pureza espiritual – Lv 16.
I. A maneira apropriada para a pureza
física – Lv 11-15
1.
Obedecer às
estritas leis dietéticas dadas por Deus – 11.1-47
As leis dietéticas de Israel deveriam refletir a
consagração nacional a Deus,
seu santo Deus Redentor – Lv 11.44-48.
2.
Observar a
separação cultual das mulheres, depois que dessem à luz, devido às secreções
corporais associadas ao parto – Lv
12.1-8
3.
Seguir as
medidas estritas de purificação e reclusão para pessoas e objetos que exibissem
sinais de contaminação nos tecidos ou superfícies – Lv 13.1-14.57. Em Lv 14.54-57
temos um resumo dessas medidas que deveriam ser adotadas.
4.
Manter regras
estritas de higiene corporal para manter a pureza cerimonial – Lv 15.1-33. O propósito desses regulamentos de higiene corporal era manter o povo
de Israel e o santuário de Deus cerimonialmente limpos – vv.31-33.
II. A
maneira apropriada para a pureza moral – Lv 11.44-47
Esses
quatro versículos trazem um “lembrete do propósito por trás das regras e da
motivação histórica para guardá-las, a saber, que os israelitas eram o povo que
Deus havia resgatado, tirando-os do Egito, e, portanto, deviam ser distintos
(santos).”[4] Eram uma
constante lembrança da importância da santidade e do chamado a ser diferente.
Uma
vez que as leis alimentares e de higiene corporal eram apenas parte de toda a
lei, em Levítico, “incluía exigências morais e espirituais, individuais e
sociais e, desse modo, a santidade estava entretecida na vida cotidiana. Cada
refeição e cada encontro com o mundo normal do trabalho lembrava a família
israelita de que Deus havia redimido seu povo e também os lembrava dos valores
morais com que estavam comprometidos.”[5]
O
conceito veterotestamentário de inteireza incluía tudo o que fazia parte da
vida do povo de Deus. O desejo de Deus é que pessoas limpas vivam num mundo
limpo. Era isso que os rituais de Levítico buscavam alcançar dentro da esfera
de Israel. Fica claro que tudo isso existia por causa da obra redentora de Deus
na história de Israel e do seu propósito redentor para o futuro.[6]
Assim,
a maneira apropriada para a pureza moral do povo era vivência natural, no dia a
dia, dos preceitos de Deus estabelecidos aqui, para uma vida saudável em todos
os sentidos.
III. A maneira apropriada para a pureza
espiritual – Lv 16
O Dia da Expiação era a provisão divina para uma
remoção periódica eficaz da impureza e da culpa de Israel por meio de um
sacrifício vicário.[7]
Era uma oportunidade anual para a nação recomeçar mediante a purificação, tanto
do santuário quanto do povo, de todas as contaminações que não haviam sido notadas
e tratadas, a fim de que Deus continuasse a habitar no meio dele.[8]
1.
Incluía o
tempo apropriado, os sacrifícios apropriados e as vestimentas apropriadas para
o sumo sacerdote – vv.1-10.
2.
Exigia
expiação pelo sumo sacerdote oficiante, pelo tabernáculo e pela nação – vv.11-22.
3.
Exigia a
rededicação do sumo sacerdote e da nação por meio do sacrifício – vv.23-28.
4.
vv.29-34 –
Temos aqui um resumo do Dia da Expiação, sua natureza e seu propósito.
Concluindo – Lições da segunda parte de
Levítico:
1)
Deus tem interesse em nós de modo integral – quem
somos, o que temos e o que fazemos.
(Rm 12.1, 2)
2)
O que fazemos para Deus só tem valor se a intenção
pela qual fazemos é para glorificá-lo e para o estabelecimento do Seu reino. (1Co 10.31)
3)
Nunca devemos esquecer quem somos, pecadores, que
precisam de perdão continuo da parte de Deus. E isso só acontece se
confessarmos os nossos pecados, porque ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. (1Jo 1.9)
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 12/10/14
[1] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 158.
[2] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Editora
Vida Nova, 1ª Edição 2009, p. 214.
[3] Ibid., p. 214.
[4] Ibid., p. 216.
[5] Ibid., p. 217.
[6] Ibid., p. 222.
[7] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento
no Antigo Testamento, Editora Hagnos, Primeira Edição, 2006, p. 112.
[8] Carson, p. 224.
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