Salmo 69
No estudo do Salmos Messiânicos, o salmo anterior
foi o Salmo 68, e o tema foi: Efeitos da
presença de Deus. Estudamos ele
em cinco pontos: 1º) O estabelecimento da justiça – vv.1-6; 2º) A
concessão da graça – vv.7-10; 3º)
O anúncio da
primazia divina (vv.11-16, 21-23); 4º)
A salvação do seu povo – vv.17-23; 5º)
A adoração digna da glória divina –
vv.24-35.
Nosso Salmo Messiânico, de hoje, é o Salmo 69. As referências messiânicas
diretas, que o identifica como salmo messiânico, são sete: 1ª) Salmo 69.4 – João 15.24, 25 (Lc 6.11-13); 2ª) Salmo 69.8 – João 7.3-6 (Mc 3.30-32); 3ª) Salmo 69.9a – João 2.12-17; 4ª) Salmo 69.9b – Romanos 15.3; 5ª) Salmo 69.13-21 – Lucas 22.44 (Mt 26.40; 27.33, 34, 48); 6ª) Salmo 69.22-24 – Romanos 11.8-10; 7ª) Salmo 69.25 – Atos 1.20, 26.
Esse salmo davídico é uma oração ou lamento de
desespero. Davi ao perceber que, por ser odiado por alguns, pode em breve sofrer
um atentado e ser morto, faz essa oração ao Deus que o pode livrar. Segundo
Carson, Davi enfrentou um ódio prolongado e ameaçador por causa de sua fé e
devoção (vv.1-4). “Esse ódio resultou em que os que buscavam a Deus fossem
difamados na terra (v.6), levou os próprios familiares de Davi a se afastarem
dele (v.8), transformou sua pratica religiosa em alvo de zombaria (v.10-12),
levou-o a ter receio de que o Senhor o tivesse abandonado (v.17), deixou-o
desgostoso e sem amigos (v.20). O motivo apresentado era a acusação de que ele
havia se envolvido em malversação (v.4), mas a razão secreta era a devoção ao
Senhor (v.7) e à casa do Senhor – na verdade, o alvo do ataque era o próprio
Senhor (v.9)”[1].
Davi, em um período de sua monarquia, “esteve
fortemente envolvido nos planos e na obtenção de recursos financeiros para a
construção do templo”[2]
– 1Cr 28.11-21; 29.2-5. Riqueza incita inveja, e por certo, havia em Israel
pessoas em cuja opinião as necessidades da população e outros interesses
nacionais estavam sendo deixados de lado por algo que consideravam mera
obsessão real. Acusações de apropriação indébita seriam fáceis de fazer e nem
sempre tão fáceis de desmentir, trazendo com elas o tipo de linchamento moral
que o salmo sugere.
Este é o salmo mais citado no Novo Testamento,
principalmente pelo Senhor Jesus – v.4
(Jo 15.25), v.9 (Jo 2.17; Rm 15.3), v.21 (Jo 19.28; Mt 27.34, 48), v.22 (Rm 11.9ss), v.25 (At 1.20). Outros versos se aplicam perfeitamente à
hostilidade brutal que o Senhor sofreu – vv.12,
20 (Mt 27.27-31; Mc 14.50).[3]
Para o Pr. Tomas, apesar do amplo uso desse salmo no Novo Testamento, seu enfoque primário envolve a própria situação de vida do rei Davi. Nesse sentido, ao ser perseguido ferozmente pelos inimigos, ele reage de maneira comum aos homens, nem todas aconselhadas por Cristo, mas certamente conhecidas de todos nós. Assim, o salmo apresenta cinco reações comuns aos homens que são maltratados. 1ª) A supervalorização do sofrimento – v.4; 2ª) O sentir-se ofendido pelos comentários – v.7; 3ª) Impaciência na oração – vv.16, 17; 4ª) O ressentir-se pelo silêncio dos amigos – v.20; e 5ª) O nutrir o desejo de vingança – vv.22-28.
O
nosso tema o estudo de hoje é “Oração –
pedido de socorro, intercessão e louvor”. Vamos, então, dividir o salmo em
três pontos: 1º) Oração – pedido de socorro – vv.1-5;
2º) Oração – intercessão – vv.6-28; e
3º) Oração – louvor – vv.29-36.
I. Oração – pedido de socorro – vv.1-5
Metáforas
de afogamento, areia movediça e enchente irresistível descrevem a terrível
realidade da situação em que está vivendo o salmista – vv. 1-3. Por isso ela clama ao Senhor: “Salva-me, ó Deus...” – v.1a.
1. v.4a – aqui está razão da situação do salmista. “...sem
razão me odeiam...” “...falsos motivos...”. Acusação de apropriação indébita
por causa da obra de Deus!
2. v.4b – “... por isso, tenho de restituir o que não
furtei”. Davi, em um momento de desespero, cedeu à pressão e devolveu o que não
pegou.
3. v.5 – aqui em sua confissão de pecados, Davi, deixa claro que é pecador,
mas não cometeu o que de que os seus inimigos o estavam acusando.
II. Oração – intercessão – vv.6-28
Após seu pedido desesperado de socorro ao Senhor, o
salmista, passa a interceder diante de Deus por três situações e pessoas diferentes:
1. A situação dos servos de Deus e da sua família – vv.6-8.
2. A sua própria situação – vv.9-21.
3. A situação de seus inimigos – vv.22-28.
III. Oração – louvor – vv.29-36
Essa nota de louvor do salmista é muito significativa,
porque o Salmo 69 foi escrito quando a crise ainda não estava resolvida – v.29. Davi, pela fé, louva a Deus e
instrui aos servos de Deus a louvarem também.
1. O louvor pessoal de Davi – vv.30,
31.
2. O convite ao louvor aos aflitos e necessitados – vv.32, 33.
3. O reconhecimento do louvor da criação – v.34.
4. O louvor ao Deus Salvador de seu povo – vv.35, 36.
Concluindo
Embora
a perseguição, a amargura e a aflição possam persistir, o louvor também é
persistente, agradando a Deus, fornecendo um testemunho encorajador, baseado na
garantia de que a oração será respondida e digna de se tornar um cântico de
toda a criação, pois, quando a aflição cessar, a estabilidade voltará para os
que amam o nome do Senhor.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 18/08/2013
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