Salmo 72
Nosso Salmo Messiânico anterior foi o Salmo 69, e
o tema foi: “Oração – pedido de socorro, intercessão e louvor”. Estudamos ele em
três pontos: 1º) Oração – pedido de socorro – vv.1-5;
2º) Oração – intercessão – vv.6-28; e
3º) Oração – louvor – vv.29-36.
Nosso Salmo Messiânico, de hoje, é o Salmo 72. Ele não tem referências
messiânicas diretas, que o identifiquem como salmo messiânico, mas assim como
os outros desse tipo, refere-se “a um rei do Antigo Testamento, no caso
Salomão, tendo seu cumprimento último no Rei ideal, Jesus Cristo, o Filho maior
de Davi”[1]
(Lc 1.31-33). MacArthur afirma: “... já que os reis davídicos e o governo do
Messias se misturam na literatura do AT, as inferências messiânicas aqui não
devem ser negligenciadas. Este salmo descreve um reino em que Deus, o rei, a
natureza, todas as classe sociais e as nações estrangeiras viverão em
harmonia.”[2]
Richards, no Guia do Leitor da Bíblia, afirma que
o salmista, em sua oração por juízo e justiça (v.1), “prefigura o governo do
Messias que julgará com justiça (vv.2-7) e dominará desde o rio até aos confins
da terra (vv.8-11). Seu compromisso de livrar o necessitado (vv.12-14)
conquista-lhe um nome permanente (vv.15-17), e traz a Deus louvor para sempre
(vv.18, 19)”[3].
O
Salmo 72 e o 127 são os únicos que levam um título com referência a Salomão.
Mas, ambos, em sua redação, “tem a forma padrão da atribuição de autoria e o Salmo
72 se encaixa bem com a época e pensamento de Salomão”[4]. Além do
que, “sua oração em Gibeão (1Rs 3.6-9) combina com este Salmo no que se refere
aos ideais reais”[5].
Segundo
Carson, o salmo ultrapassa o que até mesmo uma hipérbole diria a respeito de um
reino humano meramente terreno. Ele recordaria a Salomão a grandeza de sua
vocação, mas somente o Messias poderia concretizar plenamente esse ideal.[6]
Vamos estuda-lo como uma oração de Salomão para
que seu reinado seja caracterizado por justiça
(vv.1-4), paz (vv.5-7), poder (vv.8-11), compaixão (vv.12-15), e prosperidade (vv.16-17).
As notas finais do livro, são de louvor (vv.18-20)
e encerram o Segundo Livro de Salmos.
I. Oração
de Salomão por um reinado de Justiça – vv.1-4
1. A justiça é a virtude mais elementar para um governante – v.1-2.
2. Os montes e colinas são as nações vizinhas. Salomão teve paz por todo
o lado, gozou de muita paz e prosperidade. As nações vinham exaltar o seu reino
e desejar paz e justiça – v.3.
3. Às vezes, para que haja justiça, é preciso ser enérgico. Salomão não
admitia a injustiça e a opressão – v.4.
Salomão desejava que a justiça fosse praticada em seu
reinado.
No reino do Messias a justiça será universal.
II. Oração
de Salomão por um reinado de paz – vv.5-7
1. Salomão dominou por todas as partes, mas, não como será o domínio do
reino messiânico através de mil anos – v.5.
(Ap 20.2)
2. O reino de Salomão dominou a terra como a chuva do céu que rega todos
os cantos. O reino do Messias cobrirá a terra como as águas cobrem todo o mar –
v.6.
3. O nome Salomão significa “paz”. O reino dele, de fato, foi um reino de
paz. O domínio não foi só de justiça, mas de paz e também de florescimento e
frutos. Assim será o reino do Messias na terra. As armas serão substituídas por
instrumentos de trabalho e produção. A paz mundial será, pela primeira vez,
real – v.7.
III. Oração
de Salomão por um reinado de poder (domínio) – vv.8-11
1. O domínio do reino de Salomão foi do Mar Grande até o Grande Eufrates.
O reino do Messias será o mundo todo. Tudo será um só reino – v.8.
3. Todos os vizinhos de Salomão reconheceram o seu domínio e lhe pagavam
tributos. Sabá e Sebá são os povos da Arábia e da Etiópia. Todos os povos
reconhecerão o domínio do Messias, Jesus Cristo em Seu reino e lhe prestarão
adoração a cada ano em Jerusalém – v.9-11.
IV. Oração
de Salomão por um reinado de compaixão – vv.12-15
1. Compaixão com as necessidades psicoemocionais do povo, sua autoestima
– v.12.
2. Compaixão com as necessidades básicas do povo – v.13a.
3. Compaixão com as necessidades espirituais do povo – v.13b, 14a.
4. Compaixão com as necessidades sociais do povo – v.14b, 15.
V. Oração de
Salomão por um reinado de prosperidade – vv.16-20
1. O reino de Salomão foi próspero em cereais e toda forma de abundância
da terra. Nada faltou no reino de Salomão. Assim como o Líbano era riquíssimo
em árvores, o reino de Salomão foi rico em cereais – v.16.
2. Salomão foi um rei próspero e bendito. As pessoas queriam muito bem a
Salomão. Salomão em sua prosperidade não deve ter deixado os vizinhos sem
mantimento também – v.17.
3. vv.18, 19 – Pela justiça, paz, domínio, compaixão e
prosperidade no reino de Salomão, Deus, o Deus de Israel foi glorificado! Nessa
época os cantores e músicos, em geral, trabalhavam em turnos e enchiam o Templo
de louvor durante todo o dia e noite.
4. v.20 – Aqui se atribui a Davi a autoria dos salmos contidos
no Segundo Livro de Salmos (42-72). Ele foi o principal, mas não o único autor
desse livro. Possivelmente, nessa oração de Salomão, está contido o desejo de
Davi para o reino de seu filho e a sua esperança do reino messiânico.
Concluindo
Esse
Salmo é uma oração em favor do rei, recitado no dia da sua entronização ou no
aniversário da sua ascensão ao trono. Mais tarde, quando o povo de Israel já
não era mais governado por reis, eles viram neste salmo uma descrição do futuro
rei, o Messias, onde, na verdade, haverá em seu reinado justiça plena, paz real,
compaixão verdadeira, prosperidade integral e adoração em espirito e em verdade
ao Rei dos reis – Is 2.3; Dn 7.14; Zc 14.9; Is 11.3-5; 2.4; 35.1, 2; Ap 20.2.
Pr. Walter Almeida Jr.
CBL Limeira – 24/08/13
[1] Ryrie, Charles Caldwell. A Bíblia Anotada, Editora
Mundo Cristão e SBB, 1994, p. 740.
[2] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 734.
[3] Richards, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia, CPAD,
2006, p. 366.
[4] Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova,
2009, p. 799, 803.
[5] Ibid., p. 803.
[6] Ibid., p. 803.
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