Em
nosso estudo anterior sobre O perigo da
apostasia e o repouso (descanso) prometido, vimos:
ð Que o autor reconhece que os seus
leitores originais são crentes verdadeiros;
ð Que privilégio de ser chamado por Deus, pelo seu
Evangelho, traz consigo responsabilidades: considerai a
Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão. (v.1d)
ð Que a apostasia começa no coração, ou seja, nos afetos
e pensamentos, no interior da pessoa; e apostatar é não ficar firme em Cristo e
seu evangelho até o final (vv.6, 14).
É afastar-se do Deus vivo (v.12).
Como resultado, a pessoa não é mais reconhecida como pertencendo a Cristo e
deixa de entrar no descanso prometido a todos que lhe pertencem (v.6b, 14; 4.1).
ð Que se evita a apostasia
primeiramente pelo reconhecimento de que nenhuma pessoa que professa ser crente
entrará no céu se não perseverar na fé até o fim.
ð Que é necessário crer nas boas novas para
desfrutar da promessa de entrar no descanso de Deus, pois o que levou muitos
dos israelitas a não desfrutarem da terra prometida foi não crer na Palavra
Deus.
ð Terminamos com três lições sobre o
repouso (descanso) prometido: 1ª) Para entrar no repouso prometido por Deus é
preciso crer na Palavra de Deus – vv.3-11. 2ª) A Palavra de Deus é que fortalece a nossa fé para permanecermos no
repouso de Deus – vv.12-13. 3ª) O
repouso de Deus é garantido para aqueles que tem o grande sumo sacerdote, Jesus
Cristo, o Filho de Deus, como seu Salvador e Senhor – vv.14-16.
Hoje,
vamos estudar Hebreus 5 com o tema: Uma compreensão correta do Sumo Sacerdócio
de Jesus Cristo. Faremos isso em dois pontos: 1º) Qualificações do Sumo
Sacerdócio de Jesus Cristo – vv.1-10; e 2º) Uma advertência sobre a caminhada da fé com o Sumo Sacerdote –
vv.11-14.
O
ministério de Cristo como sumo sacerdote é o tema mais proeminente na Carta aos
Hebreus e certamente teve um impacto profundo sobre os seus primeiros leitores.
No judaísmo, o sumo sacerdócio era o ofício religioso mais importante de todos[1], pois
ele tinha como tarefa representar o homem perante Deus[2].
I. Qualificações do Sumo Sacerdócio de
Jesus Cristo – vv.1-10
Antes
um esclarecimento: a diferença entre o sacerdote e o sumo sacerdote era de
liderança, pois o sumo sacerdote era o líder dos sacerdotes. Essa liderança
estava associada à sua idade, pois o mais velho entre eles exercia esse ofício
que era de regime vitalício e começou com o chamado de Arão. Assim, o sumo
sacerdote era substituído após a sua morte pelo seu parente mais próximo e mais
velho, o seu primogênito (Cf. Êx 28, 29;
Lv 8-10).
O
autor começa sua argumentação apresentando as quatro qualificações para um
homem ser um sumo sacerdote dentre os homens nos vv.1, 2: 1ª) Ser um homem escolhido e nomeado diretamente
por Deus – v.1a (cf. Êx 28.29; Lv 8-10; Nm 16.18); 2ª) Estar
apto a representar o seu povo perante Deus – v.1b; 3ª) Ser capaz de condoer-se dos pecadores – v.2; 4ª) Reconhecer sua condição
de pecador diante de Deus e dos homens que representa – v.3. “O fato de ser humano e pecador
faz do sumo sacerdote uma pessoa uma pessoa solidaria e misericordiosa com as
pessoas que ele representa”.[3] Era uma
honra dada por Deus ser chamado para o sacerdócio – v.4.
Agora,
nos vv.5-10, o autor explica a
relação entre o sacerdócio de Arão e o de Cristo, apresentando o de Cristo como
superior. Ele apresenta cinco argumentos para o sumo sacerdócio de Jesus Cristo
ser superior: 1º) Jesus Cristo é o Filho de Deus que se fez
homem – v.5 (cf. Sl 110; Gl 4.4, 5); 2º) Jesus
Cristo foi escolhido diretamente por Deus na eternidade – v.6, 10; 3º) Jesus Cristo recebeu um
sacerdócio eterno – v.6b (cf. Gn 14.18; Sl 110.1, 4; Zc 6.13); 4º) Jesus
Cristo é compassivo e misericordioso com os pecadores mesmo ser ter pecado –
vv.7, 8; cf. 4.14-16; 5º) Jesus Cristo oferece um sacrifício perfeito
que não precisa ser repetido – v.9;
cf. 7.22-28.
Nosso Senhor Jesus Cristo é maravilhosamente grande
tanto em sua pessoa (quem ele é) quanto em sua obra (o que ele fez e está
fazendo). Tudo a seu respeito, tudo ligado a ele, é vastamente grandioso,
glorioso e impressionante.
Stuart Olyott[4]
II. Uma advertência sobre a caminhada da
fé com o Sumo Sacerdote – vv.11-14
Continuando,
o autor, que não poupou palavras ao falar da apostasia e insistiu que aqueles
irmãos, judeus convertidos, se expusessem à Palavra de Deus e continuassem
olhando para o Senhor Jesus Cristo, buscando-o como sumo sacerdote, agora faz
uma séria advertência sobre a caminhada de fé daqueles irmãos, ou seja, ele os
exorta sobre a situação do crescimento espiritual deles.
Para
ele os irmãos não haviam crescido espiritualmente, estavam ainda nos primeiros
passos da vida cristã, quando já deveriam serem até mestres pelo tempo de
convertidos, e isso por pura indolência com a Palavra de Deus (v.12). Assim, ele, apresenta as causas
da imaturidade daqueles irmãos:
1ª) Negligência em relação à Palavra de Deus – v.11 – Aqueles
irmãos não estavam compreendendo que, o que o Senhor Jesus fez por eles era
superior a qualquer outra coisa, simplesmente, pelo fato deles estarem sendo
lentos em aprenderem a Palavra de Deus. Essa negligência foi gerada pelo fato
estarem dando mais importância à sua antiga maneira de viver do que à nova vida
em Cristo Jesus. (Hb 6.12; 2Co 5.17; Tg
1.25; 1Tm 4.13-16)
2ª) A pouca importância dada à prática vida cristã – v.12 – Os
irmãos, pelo tempo de vida cristã, já deveriam ser mestres da vida cristã e estarem
aptos para ensinarem os mais novos na fé, mas por conta do descaso com os
princípios da nova vida, estavam com a necessidade de que alguém os ensinassem, de novo, quais são os princípios elementares das Escrituras, ou seja, as coisas mais básicas da fé cristã. (Cl 2.6, 7)
3ª)
A falta de interesse pelo crescimento
espiritual – v.12b, 13a – Isto é demonstrado pelo autor, metaforicamente,
quando diz e vos haveis feito tais
que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda
se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é
menino, ou seja, eles tinham um tempo de vida e de ensino cristão que,
normalmente, lhes dariam condições de entenderem os ensinos bíblicos cristãos
mais profundos, mas, por falta de maturidade, não conseguiam nem entender que
nosso Senhor Jesus Cristo é chamado por
Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (v.10).
(2Tm 3.14-17)
4ª)
A falta de discernimento espiritual –
v.14 – Por conta da negligência com a Palavra de Deus, a pouca importância
dada à prática vida cristã e a falta de interesse pelo crescimento espiritual
não estava sendo desenvolvido naqueles irmãos, o que seria normal pelo tempo de
vida cristã que tinham, os sentidos exercitados
para discernir tanto o bem como o mal. Esses
cristãos estavam desprovidos de discernimento bíblico e teológico, ou seja, não
tinha a capacidade de discernir entre o mal e o bem por falta do conhecimento,
da sabedoria, da obediência e da prática da Palavra de Deus. (1Co 2.14; Jd v.22; Cl 2.8, 18-23)
Concluindo
Esses últimos quatro versículos do
capítulo 5 são muito importantes para nós porque destacam a importância de
perseverar, de continuar firmes e nos mostram como saber quando estamos fazendo
isso. Nos mostram, também, como medir se estamos progredindo espiritualmente ou
não.[5]
Que o Senhor nos ajude a combater
o bom combate, acabar a carreira e guardar a fé!
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira 10/09/15
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