No
estudo anterior, no livro de Números:
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Vimos que o livro serve ao
propósito de demonstrar como Deus age em fidelidade para com a Sua Aliança,
apesar da resistência obstinada do povo escolhido, e para mostrar como Deus
usou o deserto para preparar uma geração disposta a confiar Nele e cumprir a
Sua vontade em plena dependência.
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Vimos, também,
que Números contém três divisões distintas baseadas na resposta de Israel à
Palavra de Deus: 1ª) Obediência – a experiência da primeira geração – Nm 1-10; 2ª) Desobediência – uma experiência amarga – Nm
11-25; e 3ª) Obediência Renovada – a experiência da segunda geração – Nm 26-36.
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E, estudamos a
primeira parte com o tema “Obediência
– a experiência da primeira geração”,
terminando com três lições: 1ª) Deus não somente cumpre as suas promessas
bíblicas, mas ele prepara tudo para que seja para a sua glória e para o bem do
seu povo; 2ª) Deus só exige uma coisa do seu povo –
obediência à sua Palavra; e 3ª) Durante o nosso tempo aqui no mundo, até que
Cristo volte, o Senhor é o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida.
Hoje,
vamos estudar a segunda parte com o tema: Desobediência – uma experiência amarga – Nm 11-25.
Antes
de rebelar-se contra Deus e à sua liderança estabelecida na pessoa de Moisés, “finalmente, de maneira ordeira e obediente,
Israel, em sua primeira geração, partiu do Sinai como o Senhor ordenara a
Moisés – 10.11-36”.[1]
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vv.11-13 –
Treze meses depois de ter saído do Egito e onze meses depois da chegada ao
Sinai, Israel começou a marcha rumo a Terra Prometida. O v.12 dá um resumo de como Deus guiou Israel do Sinai até Cades.
ð
vv.14-28 –
Aqui, a ordem para Israel marchar é obedecida e está exatamente de acordo com
os detalhes dados em 2.1-34. “A
ordem da marcha segue a distribuição do acampamento de Israel, com o
tabernáculo sendo desmontado, transportado e armado antes da chagada do povo”[2].
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vv.29-32 –
Moisés busca a ajuda de Hobabe, seu cunhado, que conhecia bem o deserto e
poderia servir como guia (v.31).
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vv.33-36 – A
direção era fornecida pela arca do Senhor, à medida que Moisés invocava a
proteção militar de Deus durante o dia e a Sua presença durante a noite.[3]
Acontecia que, partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te, SENHOR, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam. E, pousando ela, dizia: Volta, ó SENHOR, para os muitos milhares de Israel.
vv.35, 36
Em
contraste com os primeiros dez capítulos, uma importante mudança acontece a
partir do capítulo 11. De obediente,
Israel passou para desobediente, isto é, murmurador e rebelde – 11.1; 14.2, 27, 29, 36; 16.1-3, 41; 17.5.
Em resposta à desobediência do povo, a ira do Senhor se manifestou e Israel foi
disciplinado rigorosamente – 11.1, 10,
33, 37; 12.9, 46-50; 14.18; 25.3, 4, 8-9, 18.
I. A desobediência de Israel e sua
rejeição, por parte de Deus, foram o auge de vários episódios de incredulidade
e ingratidão – 11.1-14.45.
1. As primeiras
reclamações acerca das dificuldades da viagem e sua punição – 11.1-3. Deus em sua graça consumiu
apenas aqueles que estavam na última parte de Israel (v.1b) e ouviu a oração de Moises pelo povo – v.2.
2. A ingratidão
para com a provisão de Deus gera murmuração, por parte de um grupo semita que
havia acompanhado Israel na saída do Egito – 11.4, 5. A disciplina da parte de Deus veio após a provisão divina
– 11.6-35.
3. O desprezo e
sedição para com a liderança divina por meio de Moisés, fez com que Miriã e
Arão desafiassem sua autoridade em rebeldia à autoridade de Deus – 12.1-16.
a. O próprio
Deus sai em defesa de Moisés (vv.4-8)
e ouve a oração deste em favor de sua irmã – vv.9-16.
4. Por
incredulidade o povo não confia em Deus para a conquista de Canaã e isso gera
uma rejeição da parte de Deus sobre essa geração – 13.1-14.45.
a. Doze espias
são nomeados para uma missão de inteligência geográfica, militar e agrícola na
Terra Prometida – 13.1-25.
b. O relato
pessimista e incrédulo dos espias, com exceção de Josué e Calebe – 13.26-33.
c. A disciplina
divina pela incredulidade e desprezo de Israel, traz o juízo da perda
irreversível das promessas relativas a posse da terra pela primeira geração de
Israel – 14.1-45.
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A incredulidade e
murmuração de Israel é absurda – vv.1-5.
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O testemunho, a
fé e a coragem de Josué e Calebe são rejeitados – vv.6-10.
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A decisão divina
e a intercessão de Moisés – vv.11-25.
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O juízo sobre a
primeira geração de Israel foi a morte no deserto como eles mesmos desejaram – vv.2, 26-35.
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Como sinal de
certeza do juízo vindouro, os dez espias que fizeram o povo questionar sua fé
foram feridos pela praga e morreram[4] – v.36-38.
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A derrota dos
israelitas diante dos amalequitas pela falta da presença de Deus – vv.39-45.
II. A desobediência de Israel e sua
rejeição para com o melhor que Deus lhe oferecera, gera novas legislações e mais
juízos divinos – 15.1-19.22.
Embora os
israelitas tivessem se rebelado contra o Senhor e estivessem sob o juízo, ainda
assim o Senhor planejou dar-lhes a terra de Canaã. Essas leis assumiam que
Israel entraria na Terra Prometida[5] – 15.2, 17.
1. As ofertas
suplementares deveriam ser trazidas com as ofertas normais em Canaã, com sua
quantidade variando de acordo com o tamanho da oferta principal – 15.1-16.[6]
2. Os pecados não
intencionais, coletivos e individuais, exigiam sacrifícios de expiação e
dedicação (15.17-29), mas, o
intencional, equivalente a blasfemar contra Deus, não era passível de expiação
e deveria ser punido com a morte, conforme ilustrado por aquele que violasse o
sábado – 15.30-41.[7]
3. Uma rebelião
político-religiosa contra Moisés e Arão trazem consequências desoladoras para o
povo – 16.1-50.
a. Os
instigadores da revolta foram um levita (religioso – Coré) e alguns rubenitas
(políticos – Datã, Abirão e Om)) – vv.1-15.
b. O juízo
divino sobre os líderes, os duzentos e cinquentas homens de posição em Israel e
sobre todos os quer aderiram a eles – 16.16-50.
4. A reafirmação
da escolha de Arão como sacerdote de Deus e a afirmação, mais uma vez, dos
deveres e do sustento dos sacerdotes – 17.1-18.32.
5. O grande
número de mortes resultantes da rebelião de Coré levou à instituição de uma
legislação para a purificação dos que entrassem em contato com cadáveres – 19.1-22. “Durante um período de 38 anos
e meio, mais de 1,2 milhões de pessoas morreram no deserto por causa dos
julgamentos de Deus”[8].
III. A desobediência de Israel e sua
rejeição do plano de Deus, condena à morte toda a sua primeira geração (geração
do êxodo) e prepara uma nova para a conquista da Terra Prometida – 20.1-25.18.
1. A morte de
Miriã, a desobediência de Moisés e a morte de Arão mostram a fragilidade humana
diante da seriedade do projeto divino – 20.1-29.
2. As primeiras
vitórias militares de Israel mostram a bondade de Deus em dar-lhes a terra de
Canaã – 21.1-22.1
a. A punição das
serpentes venenosas contra a nova murmuração do povo, ensina uma lição de
dependência para com Deus – vv.4-9.
b. A
peregrinação disciplina de Israel se encerra nas planícies de Moabe, para além
do Jordão, perto de Jericó, à vista da Terra Prometida – 22.1.[9]
3. O compromisso
de Deus em estabelecer Israel na Terra Prometida é demonstrado na proteção
contra maldições e na punição por traição à aliança – 22.2-25.18.
a. O medo que
Moabe tinha de Israel leva Balaque a pedir ajuda a um adivinho da Mesopotâmia,
chamado Balaão, conhecido por ser eficiente em suas predições de destino[10] – 22.2-24.25.
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As emoções
conflitantes de Balão são confrontadas por Deus, quando o seu anjo corrige o
profeta pagão por meio de uma jumenta[11] – 22.21-35.
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Balaão é recebido
com grandes honras por Balaque, mas anuncia sua condição como porta-voz de Deus
e em seus oráculos confirma as antigas bênçãos divinas para Israel, em lugar de
amaldiçoar a nação escolhida[12] – 22.36-24.25.
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No primeiro oráculo,
ele confirma a promessa de crescimento de
Israel, como um povo separado (vv.1-12);
no segundo, confirma a promessa de
segurança e triunfo para Israel (vv.13-26);
no terceiro, confirma as promessas de
prosperidade e vitória diante dos reis (23.27-24.9); e, no quarto, ele prediz
a vinda de um poderoso governante em Israel, que conquistará Moabe e Edom (24.10-19).
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24.20-25 –
aqui, temos mais três oráculos onde
Balaão descreve a derrota definitiva das outras nações que teriam contato com
Israel.
b. A punição que
elimina os culpados de traição da aliança – 25.1-18.
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Traição moral
pela adoração a Baal, um deus midianita – vv.1-3.
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O juízo de Deus
foi uma praga que cessaria apenas com a execução dos líderes da traição – vv.4, 5.
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A praga cessa
após um ato zeloso de Finéias (morrem 24 mil pessoas) – vv.6-15.
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Os midianita são
condenados a morte como inimigos de Israel após sua tentativa enganosa para
destruir Israel “por meio de seus esquemas de sedução sexual e idolatra”[13] – vv.16-18.
Conclusão – Lições da segunda parte:
1ª) A desobediência deliberada aos
princípios morais absolutos da Palavra de Deus afasta Deus do seu povo (Is 59.1-5);
2ª) A desobediência em rejeitar a
vontade de Deus nas Escrituras para o seu povo gera uma incredulidade crescente
(Hb 3);
3ª) A desobediência que não é abandonada
pelo arrependimento sincero e a confissão contrita não é perdoada e passível de
disciplina divina (Hb 10.19-39;
12.1-29).
Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira 08/11/14
[1] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB,
2010, p. 197.
[2] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento
no Antigo Testamento, Editora Hagnos, Primeira Edição, 2006, p. 144.
[3] Ibid., p. 144.
[4] MacArthur, p. 202.
[6] Pinto, p. 147
[7] Pinto, p. 147.
[8] MacArthur, p. 208.
[9] Pinto, p. 152.
[10] Ibid., p. 152.
[11] Ibid., p. 152.
[13] MacArthur, p. 216.