domingo, 14 de agosto de 2016

Estudos no livro do Profeta Oseias (6) - Sem arrependimento e confissão, não há perdão.

Oseias 6-7

Em nosso estudo anterior vimos:

O capítulo 5 com o tema: Uma dura mensagem de Deus – juízo, disciplina e restauração. Abordamos o assunto em dois pontos: 1º) O juízo de Deus contra a apostasia e imoralidade do seu povo – vv.1-7; e 2º) A disciplina radical de Deus com o propósito de restaurar o seu povo – vv.8-15.

Terminamos com a seguinte afirmação de Hernandes: Deus disciplina aqueles a quem ama. O propósito divino não é a destruição do seu povo, e sim a sua restauração. A disciplina é amarga, mas traz cura. Ela é dolorosa, mas restaura.

No capítulo 5, Oseias profetizou sobre “o irremediável juízo de Deus aos impenitentes reinos de Israel e Judá, dizendo que seria para eles como traça que ataca por dentro e como leão que ataca por fora (cf. 5.12-15). Diante do castigo iminente, o povo esboça uma reação de volta para Deus, sinalizando uma conversão ao Senhor”.[1] Porém, o texto “mostrará que a conversão de Israel foi superficial. Na verdade, não houve tristeza pelo pecado, e sim pesar pelas consequências do pecado. Israel queria livrar-se do castigo, mas não estava disposto a desvencilhar-se dos seus erros”.[2]

Hoje, vamos estudar os capítulos 6 e 7 com o tema: Sem arrependimento e confissão, não há perdão. Trataremos o assunto em dois pontos: 1º) O engano do falso arrependimento6.1-11; e 2º) O estilo de vida hipócrita e o pecado descrito em metáforas7.1-16.

I. O engano do falso arrependimento – 6.1-11

Oseias contrasta as palavras de Israel e seu arrependimento verbal com as ações que praticavam. Era o que o povo fazia, e não o que dizia, que demonstrava a atitude do coração.[3] Mas, Deus já esperava esse subterfugio hipócrita e desmascarou não apenas sua falsidade, mas também a maneira pecaminosa como trataram o Senhor.[4]

Todo o arrependimento forçado é notoriamente superficial e logo abandonado quando as coisas melhoram um pouco. A história mostra que o excelente ideal dos vv.1-3 não se cumpriu. Israel desviou-se demais e tornou-se incapaz de ser remido.[5] Ao ler essas palavras, tem-se a impressão de que a nação está sinceramente arrependida e buscando ao Senhor, mas ao ver o que Deus diz, percebe-se como a confissão do povo era, na verdade, superficial.[6]
O que Deus esperava era uma genuína conversão, manifestada pelo arrependimento (até que eles admitam sua culpa – 5.15a) e pela fé (eles buscarão a minha face – 5.15b). O arrependimento e a fé são os dois elementos da conversão. O arrependimento é o reconhecimento da culpa, enquanto a fé é a volta para Deus para depositar nele inteira confiança (6.1).[7]

Hernandes fala dos sinais e perigos dessa falsa conversão de Israel:[8]

1. Arrependimento superficial – vv.1-3. Por que o arrependimento de Israel foi superficial? 1º) Porque queria livrar-se das consequências do pecado, e não do pecado (v.1); 2º) Porque queria respostas imediatas sem um aprofundamento da sua experiência com Deus (v.2); e 3º) Porque a busca pelo conhecimento de Deus visava mais as bênçãos de Deus do que o Deus das bênçãos (v.3).

2. Amor Inconstante – v.4, 5. Seu amor por Deus era epidérmico, vacilante, instável e passageiro. Não havia sinceridade em conhecer ao Senhor nem constância em amá-lo. Algumas verdades devem ser aqui destacadas: 1ª) Deus não se impressiona com palavras bonitas, ele vê o coraçãov.4; 2ª) A palavra de Deus, que deveria salvá­-los, é enviada para castigá-losv.5; e 3ª) Aqueles que rejeitam a misericórdia terão de enfrentar o juízov.5b.

3. Culto fingido – v.6. O falso arrependimento de Israel e sua conversão superficial consistiam numa manifestação religiosa, com abundantes sacrifícios, mas desacompanhada de uma vida santa. Não havia conexão entre o culto e a vida. O povo de Israel queria substituir piedade por religiosidade. Queria substituir quebrantamento por desempenho; amor verdadeiro por pomposos rituais. Algumas verdades podem ser aqui observadas: 1ª) O culto que agrada a Deus manifesta-se numa relação correta com o próximov.6a; e 2ª) O culto que agrada a Deus manifesta-se numa relação correta com Deusv.6b.

4. Aliança quebrada – v.7. Israel viola sua aliança com Deus e se comporta aleivosamente contra o Senhor. Destacamos aqui duas verdades: 1ª) Uma infidelidade clamorosav.7a; e 2ª) Um comportamento traidorv.7b.

5. Violência desumana – vv.8, 9. O povo não se voltou para Deus de verdade, mas se voltou para a violência com toda força. Destacamos aqui dois pontos: 1º) Os lugares sagrados que deveriam pro­teger da violência promovem a violênciav.8; e 2º) Os ministros sagrados que deveriam proteger o povo exploram e matam o povov.9.

6. Imoralidade contagiosa – vv.10, 11. A idolatria levou o povo à imoralidade. Essa imoralidade contaminou Israel e atingiu Judá, que também num breve espaço de tempo sofreria amargas consequências. Chamamos a atenção para dois pontos: 1º) O pecado do povo de Deus é mais grave do que o pecado dos ímpiosv.10; e 2º) O pecado do povo de Deus é mais contagioso que o pecado dos ímpiosv.11.

II. O estilo de vida hipócrita e o pecado descrito em metáforas – 7.1-16

Os sacerdo­tes, os reis, os príncipes e todo o povo capitularam à iniquidade e à devassi­dão. Em vez de voltar-se para o Senhor, aprofundavam-se ainda mais no pecado. Em vez de buscar socorro no Altíssimo, voltavam-se para as superpotências es­trangeiras para fazer alianças insensatas. Anestesiados por seus pecados, pensan­do tolamente que Deus não via as suas mazelas, Israel alimentou a soberba no coração.[9] Numa série de símiles e metáforas vividas, Oseias revela o verdadeiro caráter do povo de Deus.[10]

Antes de usar as metáforas para revelar o pecado, Oseias faz três observações: 1ª) O povo tem um relacionamento errado com Deusv.1a; 2º) O povo tem um relacionamento errado com os homensv.1b; e 3º) O povo perdeu o temor e o pudorvv.2-4a.

O profeta Oseias usa quatro símiles para descrever o amadurecimento de Israel para o juízo.[11]

1. Um forno aceso – vv.4-7. Os sacerdotes e os reis perderam completamente o refe­rencial da santidade e da decência. As mazelas da nação começaram nos templos religiosos e nos palácios. Oseias descreve com cores vivas a inclinação desses líderes para o pecado. Todo o quadro de Oseias 7.3-7 coloca a perfídia sacerdotal contra a credulidade real.

Temos aqui cinco pontos para a reflexão: 1º) Uma paixão ardente pela sensualidadev.3; 2º) Um descontrole total pela bebedeira v.5; 3º) Uma maquinação constante para o malv.6; 4º) Uma conspiração contínua para matarv.7; e 5º) Uma apostasia generalizadav.7b.

A apostasia que começara nos templos e passara pelo palácio estava agora em todas as famílias. Nenhum dos líderes sacerdotais clamou a Deus em busca de alguma solução real. Todos os demais recursos foram tentados: invasão militar (5.8-12), intriga interna­cional (5.13), arrependimento falso (6.1-3) e conspiração assassina (6.7-9; 7.3-7). A que ponto chega um povo quando seus líderes religiosos confiam em uma série de homens perversos e incompetentes para proporcionar salvação e depois os matam quando falham? O maior pecado deles é que queriam seguir o próprio caminho sem Deus.

2. Um pão que não foi virado – vv.8-10. Oseias descreve o amadurecimento de Israel para o juízo e usa mais uma figura doméstica, comparando agora Efraim a um pão encruado, ou seja, um pão que não foi virado. O que essa figura sugere? Quatro pontos para reflexão: 1º) Um povo que é influenciado em vez de influenciarv.8; 2º) Um povo ignorante que trabalha, mas não desfruta os frutos do seu laborv.9a; 3º) Um povo que envelhece, mas não ama­durecev.9b; e 4º) Um povo que se volta, mas para a direção erradav.10.

O pecado de Israel o levou à soberba, e a soberba é a sala de espera do fracasso. A soberba precede a ruína. A soberba é o corredor da queda. Mesmo no aperto, Israel preferiu buscar o falso refúgio das alianças políticas a voltar-se para o Senhor, seu Deus (vv.7, 9, 10, 13-15). Mesmo diante das nuvens escuras se formando no horizonte, anunciando a iminente chegada do cativeiro, Israel preferiu alimentar-se da soberba a se humilhar sob a mão divina.

3. Uma pomba enganada – vv.11-15. Oseias deixa a figura doméstica para usar uma figura campestre. Depois de comparar Israel a um forno aceso e a um pão encruado, agora o compara a uma pomba enganada. A pomba é uma ave inocente e volúvel. Ela não tem noção de perigo.

Para entendermos essa figura, destacamos aqui cinco fatos acerca de Israel: 1º) Um povo que corre para o refúgio errado em vez de buscar a Deusv.11; 2º) Um povo que recebe castigo em vez de bênçãov.12; 3º) Um povo que recebe destruição em vez de redençãov.13; 4º) Um povo que corre atrás de coisas, mas não anseia por Deus v.14; 5º) Um povo que responde ao cuidado divino com ingratidão, e não com obediência v.15.

Como um Pai, Deus adestrou, ensinou e fortaleceu Israel, mas em vez de demonstrar gratidão diante de tão acendrado amor e tão generoso cuidado, Israel maquinou contra Deus para trocá-lo por outros deuses.

4. Um arco enganoso – v.16. Oseias conclui com uma figura de guerra. Essa é a mais forte das figuras, porque o arco era uma arma de guerra. A situação agora era uma questão de vida ou morte. Um arco enganoso não podia atingir o povo. Um arco enganoso não podia ser arma de ataque nem de defesa. Um guerreiro com um arco enganoso estaria completamente vulnerável, à mercê de seus inimigos.

Dois fatos acerca de Israel para nossa reflexão: 1º) Porque o povo não se voltou para Deus, tornou-se vulnerável nas mãos de seus inimigosv.16a; e 2º) Porque os príncipes não se arrependeram de seus pecados, foram mortos em seus pecadosv.16b.

Por causa da queda dos príncipes, os israelitas foram escarnecidos na terra do Egito. Foram ridicularizados porque se vangloriaram de serem fortes e caíram diante da Assíria. A presunção de Israel desembocou na sua humilhação!

Concluindo

Ao misturar-se com os povos vizinhos, Israel perdeu a própria identidade. Muitas igrejas hoje são tentadas a imitar o mundo com o propósito de atrair o mundo. Isso é um ledo engano. A igreja é sal e luz. Ela é totalmente distinta do mundo e só assim pode influenciá-lo. O nosso relacionamento com o Senhor deve ser completo e não apenas parcial. A obra da graça divina deve permear todo o nosso ser, de modo que nossa mente, coração e forças sejam dedicados a ele. A transigência com o mundo leva a uma conduta desequilibrada e a um caráter imaturo. Podemos ter muita doutrina e poucos atos, muito credo e pouca conduta, muita crença e pouco comportamento, muitos princípios e pouca prática, muita ortodoxia e pouca ortopraxia.[12]

Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 13/08/16



[1] Lopes, Hernandes Dias. Oséias – O amor de Deus em ação, Editora Hagnos, p. 115.
[2] Lopes, p. 115.
[3] Lawrence, Richards. Comentário Bíblico do Professor, Editora Vida, 2004, p. 523.
[4] Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento V. 4 – Oséias, Ed. Geográfica, p. 399.
[5] Champlin, R. N. O Antigo Testamento Interpretado, Volume 5 – Oseias, p. 3459.
[6] Wiersbe, p. 399.
[7] Lopes, p. 116.
[8] Lopes, p. 116-125. Esse ponto segue literalmente o comentário do livro nas páginas já citadas, com cortes e acréscimos necessários ao ensino local.
[9] Lopes, p. 131.
[10] Wiersbe, p. 399.
[11] Lopes, p.134-144. Esse ponto segue literalmente o comentário do livro nas páginas já citadas, com cortes e acréscimos necessários ao ensino local.
[12] Lopes, p. 143.

domingo, 7 de agosto de 2016

Estudos no livro do Profeta Oseias (5) - Uma dura mensagem de Deus – juízo, disciplina e restauração.

Oseias 5.1-15

Em nosso estudo anterior vimos:

Que os capítulos 4 a 14 contém as profecias de Oseias. Suas mensagens à geração de sua época se originaram em sua própria dolorosa experiência familiar. Elas fluem juntamente e uma divisão definida, em seções lógicas, não é fácil de traçar.

Estudamos o capítulo 4 com o tema: Depravação Total. Abordamos o assunto em três pontos: 1º) Degradação moral – vv.1-3; 2º) Apostasia religiosa – vv.4-17; e 3º) Corrupção política – vv.18, 19.

Terminamos com a resposta de Deus a atitude do seu povo no v.6, onde Ele falou duas coisas:  1ª) ... porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim – v.6b. Ele tiraria a primazia que eles tinham diante dos outros povos, que era o seu ministério sacerdotal; e 2ª) ... e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos – v.6c. Ele esqueceria seus filhos, ou seja, que o povo como tal deixaria de usufruir da presença imediata do Senhor.

O capítulo 5 do livro de Oseias é uma mensagem dura aos sacerdotes, ao povo e à casa do rei. A consciência de Israel se entorpeceu, sua visão se escureceu, seu testemunho acabou, e seu concerto com Deus se rompeu.[1]

Wiersbe diz que a passagem é um resumo final das sentenças que Deus, o Juiz, aplicou a todos os acusados. Condenou os líderes por enredarem pessoas inocentes e explorá-las. Não havia justiça na terra. Estavam afundando cada vez mais em pecado e não tinham o poder de se arrepender e de voltar para Deus, pois seus pecados os paralisavam.[2]

A causa disso era sua falta de conhecimento do Senhor (v.4; cf. 6.3) e sua arrogância, que só os fazia tropeçar e cair (v.5; cf. Pv 16.18). Mesmo que chegassem até o Senhor com rebanhos inteiros para sacrificar, Deus não iria ao encontro deles, pois havia se afastado de seu povo. Rejeitou seus filhos ilegítimos, e suas festas mensais logo se tornariam funerais.[3]

Hoje, vamos estudar o capítulo 5 com o tema: Uma dura mensagem de Deus – juízo, disciplina e restauração. Trataremos o assunto em dois pontos: 1º) O juízo de Deus contra a apostasia e imoralidade do seu povo – vv.1-7; e 2º) A disciplina radical de Deus com o propósito de restaurar o seu povo – vv.8-15.

I. O juízo de Deus contra a apostasia e imoralidade do seu povo – vv.1-7

O juízo de Deus é anunciado aos sacerdotes, aos príncipes e ao povo, ou seja, o juízo é anunciado à liderança religiosa, política e ao povo que os seguia (v.1). Portanto, este é um solene, geral e urgente chamado de Deus aos líderes e ao povo.[4]

1º) O juízo de Deus para a liderança religiosav.1a. Os sacerdotes corromperam seu ofício sagrado. A função deles era ensinar ao povo a verdade de Deus, ou seja, todos os estatutos que o Senhor lhes havia falado por intermédio de Moisés (cf. Lv 10.11). Os sacerdotes eram mensageiros do Senhor dos Exércitos, que deviam guardar o conhecimento para instruir o povo, mas esses sacerdotes desviaram-se do caminho e fizeram tropeçar o povo (cf. Ml 2.7, 8).

2º) O juízo de Deus para a liderança políticav.1c. Os reis precisavam governar promovendo a verdade e a justiça, mas eles patrocinaram tanto a heresia quanto a violência. Naquela época a realeza atuava como patrocinadora dos santuários e protetora do sacerdócio (cf. Am 7.13). Porém, em vez de proteger o povo, os governantes oprimiam-no e em vez de governar para o povo, governavam em benefício próprio. Tornaram­-se agentes do erro religioso, da decadência moral e da injustiça social.

3º) O juízo de Deus para o povov.1b. Embora a liderança religiosa e política da nação capitaneasse essa corrida para longe de Deus, o povo tornou-se culpado por seguir essa liderança apóstata. O povo seguiu seus maus exemplos (v.2). Voluntariamente se corrompeu, entregando-se às práticas de idolatria e imoralidade.

Hernandes destaca sete pontos importantes para reflexão nos vv.1-7:

1º) Quando a liderança se afasta de Deus, torna-se um perigo para os seus liderados, em vez de bênçãov.1; 2º) Quando a liderança abandona a ver­dade, ela se corrompe moralmente v.2; 3º) Quando a liderança entra pelo caminho da apostasia, ela perde o conhecimento de Deusvv.3, 4; 4º) Quando a liderança perde o conhecimento de Deus, ela se torna prisioneira dos maus hábitosv.4; 5º) Quando o povo despreza o conhecimento de Deus, orgulha-se do pecado em vez de chorar por elev.5; 6º) Quando o povo abandona a verdade de Deus, ele substitui a piedade pela religiosidadev.6; 7º) Quando o povo se afasta de Deus, ele é destruído pelo próprio sincretismo religiosov.7.

II. A disciplina radical de Deus com o propósito de restaurar o seu povo – vv.8-15

Wiersbe diz que estava chegando o dia do juízo, quando as cidades de Israel seriam conquistadas pelo exército invasor dos assírios e os cidadãos seriam levados para o cativeiro (v.9). A decomposição interior de Israel era como a destruição oculta e lenta causada pela traça (v.12), mas a vinda dos assírios era como o ataque súbito e evidente de um leão (v.14). Os dois eram inevitáveis e ambos trariam ruina.[5]

Israel e Judá eram nações fracas e doentes (cf. Is 1.5, 6; Jr 30.12, 13), mas em vez de se voltarem para o Senhor em busca da cura, as duas pediram socorro ao rei da Assíria (v.13). Precisavam de oração e de verdadeiro arrependimento, mas em vez disso, confiavam na política e em tratados inúteis. Ao Senhor só restava afastar-se e esperar que o buscassem em verdade e humildade.[6]

Os juízos que cairão sobre Israel e Judá não são acidentes da história; não procedem da agenda dos poderosos impérios. É o próprio Deus quem levanta a Assíria e a Babilônia para disciplinar o seu povo. É o próprio Deus quem entrega o seu povo a essas nações impetuosas. Deus é o agente tanto da disciplina quanto da restauração.[7]

Hernandes destaca seis pontos importantes para reflexão nos vv.8-15:

1º) A disciplina de Deus será imediata e irremediávelv.8; 2º) A disciplina de Deus trará profunda desolação para aqueles que viveram deliberadamente no pecadovv.9, 11; 3º) A disciplina de Deus é inevitável sobre aqueles que praticam a desonestidadev.10; 4º) A disciplina de Deus atinge o seu povo tanto interna quanto externamentevv.12, 14; 5º) Aqueles que não se submetem à disciplina de Deus acabam buscando ajuda naqueles que vão oprimi-losv.13; 6º) A disciplina de Deus tem como propósito a restauração, e não a destruição do seu povov.15.

Concluindo

Deus disciplina aqueles a quem ama. O propósito divino não é a destruição do seu povo, e sim a sua restauração. A disciplina é amarga, mas traz cura. Ela é dolorosa, mas restaura. David Hubbard ainda acrescenta: O juízo, por mais severo que seja, não pretende aniquilar os dois reinos, mas conduzi-los ao arrependimento, conforme indica com clareza a expressão até que, do v.15.[8]


Pr. Walter Almeida Jr.
IBL Limeira – 06/08/16



[1] Lopes, Hernandes Dias. Oséias – O amor de Deus em ação, Editora Hagnos, p. 99, 100.
[2] Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento V. 4 – Proféticos – Oséias, Ed. Geográfica, p. 398.
[3] Wiersbe, p. 398.
[4] Lopes, p. 100-107. Esse ponto segue literalmente o comentário do livro nas páginas já citadas, com cortes e acréscimos necessários ao ensino local.
[5] Wiersbe, p. 398, 399.
[6] Wiersbe, p. 399.
[7] Lopes, p. 107-113. Esse ponto segue literalmente o comentário do livro nas páginas já citadas, com cortes e acréscimos necessários ao ensino local.
[8] Lopes, p. 113.